Evolução, tabela e reforços: o que esperar do Frizão no 2º turno

Listamos motivos para o torcedor ainda acreditar que o acesso à primeira divisão do Campeonato Carioca é possível
terça-feira, 10 de julho de 2018
por Vinicius Gastin
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Retorno de jogadores lesionados, a exemplo de Jefinho, deve encorpar mais a equipe na sequência da Série B1

A eliminação nas semifinais da Taça Santos Dumont, diante do Americano, em Campos, foi bastante dolorida. O Friburguense não fez um jogo ruim, criou muitas oportunidades, especialmente no primeiro tempo, e deixou o campo de jogo com a sensação de que o resultado poderia ter sido diferente. Apesar de forte e cotado para brigar pelo acesso, o alvinegro do Norte Fluminense não se mostrou tão superior assim. Alguns desfalques pesaram, mas a arrancada do Tricolor deixa um fio de esperança para a Taça Corcovado.

Nesta reportagem, A VOZ DA SERRA lista alguns motivos para o torcedor ainda acreditar que o acesso à primeira divisão do Campeonato Carioca é possível. A volta de jogadores lesionados, a evolução de alguns atletas, a tabela e o reforço de Gleison podem embalar o time comandado por Cadão no segundo turno da Série B1 Estadual.

  • Retorno dos lesionados

As ausências de Jorge Luiz e Jefinho no jogo decisivo contra o Americano não podem ser usadas como desculpas, até pelo fato de, mesmo sem a dupla, o Friburguense ter dominado o Tigres dentro de Los Lários na rodada anterior. No entanto, não há como dizer que a qualidade de ambos e a estrela de Lohan, autor de sete dos 14 gols marcados pela equipe, poderiam ter feito diferença. Desde que voltou ao Tricolor, Jorge Luiz – juntamente com Vitinho - deu uma nova cara ao meio-campo da equipe, tendo características que nenhuma outra peça do elenco possui. O camisa dez já marcou um belo gol de falta na competição, e contribuiu com pelo menos uma assistência decisiva.

Já Jefinho, ao contrário de temporadas anteriores, conseguiu emplacar uma boa sequência de jogos. As lesões que o atrapalharam em anos passados deram uma trégua em 2018, e com mais ritmo, o meia se tornou peça importante. Entretanto, voltou a se machucar e desfalcou a equipe contra Tigres e Americano. Dieguinho foi deslocado para o meio, juntamente com Sales, e Murillo entrou na lateral direita. Houve encaixe, mas o talento de Jorge e Jefinho fez falta.

  • Cadão ganha jogadores

Se houve um ponto positivo nos desfalques das últimas rodadas foi a oportunidade para Cadão apostar em alguns nomes, e “ganhar” novas opções para a sequência da Série B1. O jovem Murillo, por exemplo, é volante de origem, mas foi bem na lateral direita nas duas últimas partidas. Revelado pelo clube, é friburguense, morador de São Pedro da Serra, e aos poucos conquista seu espaço no elenco.

Outro exemplo é Lucas Sales, perseguido pela torcida no final do ano passado. Foram duas boas atuações na faixa de campo geralmente ocupada por Jorge Luiz, com direito a jogada de craque diante do Tigres, que poderia ter mudado os rumos das semifinais. Na ocasião, Phillip Benett ignorou pênalti claro, que poderia ter significado a conquista de um ponto em Xerém e a consequente liderança da chave.

Surpresa também foi a participação do atacante Paulo Roberto no jogo contra o Americano. O atacante, de potencial reconhecido e carreira conturbada, voltou ao clube apenas para recuperar a forma física. No entanto, a dedicação aos treinos e a evolução no dia a dia, somadas à ausência de Lohan, suspenso para o jogo da semifinal, reabriram as portas para Paulo.

O atacante participou de 45 minutos, e pode se tornar opção imediata para a posição de centroavante. Além dos citados, Marcão, Lucas e Diego Marques também foram bem quando entraram nas partidas.

  • Reforço de Gleison

O meia Gleison, aos 33 anos, está de volta ao Tricolor da Serra, por onde já havia atuado em 2007, 2010, 2012, 2016 e 2017.A primeira passagem de Gleison pelo Friburguense aconteceu no primeiro semestre de 2007, que lhe rendeu, inclusive, uma transferência para o Figueirense naquela ocasião.

Em 2010, voltou para o Tricolor e, em 2012, defendeu o clube na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Ao longo da carreira, o meia ainda acumula passagens por Bangu e Democrata-MG.

Gleison participou da campanha na Série B1 de 2017, e foi um dos jogadores mais regulares da equipe. No final da temporada passada, contudo, havia decidido abandonar a carreira profissional e se dedicar a outros negócios, mas a vontade de ajudar o Friburguense acabou falando mais alto. Uma opção a mais para reforçar o plantel de Cadão.

  • Tabela do 2º turno

América (fora), Santa Cruz (casa), Barcelona (fora), Barra da Tijuca (casa), Artsul (fora), Sampaio Corrêa (casa), Angra dos Reis (fora), Gonçalense (casa), Serra Macaense (fora) e Americano (casa). Essa é a sequência do Friburguense no segundo turno do Estadual. Para manter vivo o sonho do acesso, há dois caminhos: o título da Taça Corcovado ou a classificação geral.

O Tricolor da Serra fechou o turno inicial na sexta colocação entre todos os 20 clubes, com 16 pontos conquistados, seis a menos que o líder Americano e quatro a menos que o segundo colocado, o América. Dois dos times que serão adversários neste segundo momento da competição.

Na letra fria da análise, o Friburguense terá uma tabela menos difícil que a da Taça Santos Dumont. Em tese, obviamente. Adversários como Barcelona, Santa Cruz, Angra dos Reis, Artsul e Gonçalense estão entre as oito piores campanhas até o momento - neste grupo também está o Olaria, que se reforçou e deve reagir neste turno.

Por outro lado, das cinco melhores campanhas, quatro são de times do grupo A: Americano, América, Barra da Tijuca e Serra Macaense. Equipes fortes, mas que enfrentaram, exatamente, algumas das mais fracas. Tirando a atuação fora da curva contra o São Gonçalo, o Frizão foi melhor em campo do que praticamente todos os outros adversários – exceto contra o Bonsucesso, onde houve equilíbrio.

Colocando na balança, há uma possibilidade boa de acumular pontos que podem fazer a diferença no final das contas, embora não tenha jogo fácil nesta Série B1 do Carioca. Serão cinco jogos em casa (quatro deles aos sábados) e outros quatro longe de Nova Friburgo.

Resta manter a mesma pegada que levou o Tricolor da Serra às semifinais do primeiro turno e acertar detalhes. A caminhada ainda é longa e árdua, mas pode ter final feliz.

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