Infectologista condena "onda insensata de medo de vacinas"

Imunização é obrigatória no Brasil porque é a estratégia para a erradicação de doenças, explica médica
terça-feira, 03 de julho de 2018
por Delia Celser Engel, especial para A VOZ DA SERRA
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Mais uma vez, a campanha de vacinação para Influenza não alcança o objetivo. Nós, brasileiros, que temos tantos motivos para reclamar da saúde, da corrupção, dos roubos, deixamos de aproveitar o que funciona bem em nosso país. A epidemia de febre amarela só pôde ser controlada com a vacinação em massa. Quem dera que durante a pandemia de gripe de 1918, tivéssemos a vacina de Influenza disponível; 35 mil brasileiros morreram por falta dela. A poliomielite, a rubéola, a difteria, não nos preocupam mais, mas o sarampo está de volta.

Desde 2000, a vacina pneumocócica ajudou a diminuir os casos graves em quase 90%. Como sonhamos no passado com a vacina contra a meningite meningocócica! A vacina contra o HPV, que protege contra o câncer de útero, também disponível, não alcança seu objetivo. Será que nosso complexo de vira-lata mais uma vez nos faz copiar as ideias do continente europeu, onde uma onda insensata de medo de vacinas está fazendo retornar os casos de sarampo, inclusive com óbitos?

A vacinação protetora começa na gestação, e não só para a futura mamãe. Hoje, indicamos vacinas nos familiares que estarão próximos ao recém-nascido; continua para a criança, para o adolescente, para o adulto e para o idoso. Sem contar a vacinação para pacientes que se submetem a determinados tratamentos que diminuem a imunidade ou em portadores do HIV. Se sonhamos com um país livre da hepatite B, é porque a primeira dose é dada à criança ao nascer, ainda na maternidade.

Vacinação em nosso país é obrigatória porque essa é a estratégia para erradicação das doenças preveníveis. Nenhuma vacina tem 100% de eficácia, por isso, se seu filho estiver entre estes, ele se beneficiará da vacinação de todos (efeito rebanho).

Delia Celser Engel é médica infectologista

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