O ecoturismo, ou turismo ecológico, por definição, é um segmento em que o turista conhece e explora a natureza de maneira consciente, contemplando-a ou praticando atividades de lazer, esportivas ou educacionais preservando os patrimônios naturais e culturais do local visitado. Esse segmento turístico gera um público muito interessante:
"O turismo sustentável atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades para o futuro", diz a Organização Mundial do Turismo (OMT).
O Parque Estadual dos Três Picos é conhecido por ser um dos pontos mais frios do Sudeste – no inverno, é comum que as temperaturas despenquem a –10°C. A região também registra frequentemente geadas e congelamento de águas em épocas mais frias. No estado do Rio de Janeiro, é o segundo lugar com a maior ocorrência dos fenômenos, atrás apenas do Parque Nacional do Itatiaia.
Denúncias reportadas
Fora a importância turística, o acesso ao Pico tem importância estratégica para as telecomunicações. A mais de 2.250 metros de altitude, estão torres e antenas que auxiliam na transmissão de dados em Friburgo e no interior do estado, como repetidoras das polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, antenas de operadoras de telefonia e equipamentos da Petrobras e da Marinha do Brasil, servindo de stand-by em caso de apagão nos serviços de satélites, por exemplo.
Em meados de 2019, A VOZ DA SERRA já denunciava, em uma série de reportagens, a situação de abandono da trilha e do próprio Pico do Caledônia. A guarita que era mantida pela Petrobras e servia para controlar o acesso dos visitantes também estava abandonada. O portão de acesso estava fechado com cadeado, mas um buraco na grade permitia a entrada. A casinha que servia como ponto de apoio aos funcionários estava aberta e revirada.
Na época, um grupo de montanhistas que visita o local com frequência e promove a manutenção voluntária do ponto turístico deixou uma mensagem de apelo escrita em um pedaço de isopor: “Este é um espaço particular, por favor, respeite. Nossa cidade não pode perder o direito de visitar esse mirante. Ajude na limpeza e organização. Não tem água. Por favor, não use o vaso sanitário, deu muito trabalho para desentupir. Não deixe as lâmpadas acesas, pois atraem mariposas. Colaborem”, dizia a mensagem.
A Petrobras e a prefeitura jogavam uma para a outra a responsabilidade pela manutenção da estrada de acesso.
Obras após reclamações
Menos de um mês depois da publicação das reportagens, e após cerca de duas semanas de trabalho, a Prefeitura de Nova Friburgo anunciou, em julho de 2019, que concluiu as obras emergenciais de recuperação da estrada.
A prefeitura alegou na época que “o trabalho emergencial tornou-se necessário porque a dificuldade de acesso ao maciço era grande e comprometia o funcionamento das várias torres lá instaladas, inclusive com risco de pane geral, o que impediria a comunicação na cidade e região”.
Os trabalhos foram coordenados por uma equipe da Subprefeitura de Olaria, Cônego e Cascatinha. Com o auxílio de caminhões, uma retroescavadeira, um trator e um veículo bobcat, todo o entulho que obstruía o acesso foi retirado, e realizada a capina do mato que invadia a pista, além de reparos no calçamento e colocação de asfalto nos trechos mais críticos da subida para o Pico do Caledônia. A guarita voltou a ter vigilantes da Petrobras, que permanecem até hoje.”
Buracos e lixo, de novo
Em 5 de fevereiro de 2021, A VOZ DA SERRA publicou matéria informando que: “No próximo dia 21, o domingo seguinte ao carnaval, trilheiros friburguenses farão um mutirão de limpeza nas montanhas do entorno do Pico do Caledônia e suas nascentes, quedas d’água e riachos.
Mas, segundo um dos guias de ecoturismo que atuam na região, o lixo não é o único problema. A trilha que dá acesso ao Pico do Caledônia voltou a ficar cheia de buracos e crateras, o que prejudica até mesmo o trabalho voluntário de limpeza. Somente veículos de tração 4x4 conseguem subir, e assim mesmo com muita dificuldade”.
Ultimamente, a redação do jornal voltou a receber reclamações dos trilheiros sobre as condições do acesso ao pico. “Buraqueira e lixo’, tudo de novo, dizem.
Resposta da Prefeitura
Em resposta ao jornal A VOZ DA SERRA sobre as condições do acesso ao Pico da Caledônia, a Prefeitura informou que visitou o local no início deste mês, realizou melhorias no acesso ao local, e em seguida postou o seguinte texto no Instagram:
“Pessoal, começamos a manhã desta quinta-feira [05 de junho] com essa paisagem incrível, em um dos maiores pontos turísticos da nossa cidade: o Pico da Caledônia. Um lugar que atrai amantes da montanha de todo o Brasil!
Estivemos acompanhando de perto as intervenções que iniciamos para recuperar o acesso ao Caledônia. Sabemos o quanto esse acesso é importante para garantir mais segurança a todos que visitam o local. Além da recuperação da via, também estamos buscando uma conexão mais direta e um diálogo com o Inea, com o objetivo de melhorar o controle sobre o fluxo de visitantes na região.
É importante destacar que temos recebido centenas de pessoas, principalmente aos finais de semana. Isso aumenta o risco de acidentes e também a possibilidade de impactos ambientais. Todas as pessoas são sempre muito bem-vindas aqui no Parque Estadual dos Três Picos, especialmente nessa parte do Caledônia.
Mas precisamos, sim, estabelecer um controle mais eficaz para garantir a segurança de todos e, acima de tudo, a preservação do nosso ecossistema, da nossa natureza, do nosso ambiente.”
(Publicado em 05/06/2025 > Instagram.com/p/DKhcvYhsN7Z)
(Fontes: viagemeturismo.abril.com.br; exitorio.com.br; Secom Friburgo)
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