Nova Friburgo F.C. homenageia destaques do esporte

Conselheiros e personagens do Nova Friburgo marcaram presença na sede do clube
sexta-feira, 10 de dezembro de 2021
por Vinicius Gastin
Além da sessão solene, clube também aprovou previsão orçamentária para 2022 (Fotos: Rafael Seabra / NFFC)
Além da sessão solene, clube também aprovou previsão orçamentária para 2022 (Fotos: Rafael Seabra / NFFC)

Uma noite de recordações e de olhar para o futuro. Contemplar o passado ao homenagear personagens da história do futebol friburguense, mas também prever a questão orçamentária para um ano desafiador, exatamente para preservar o que foi construído e projetar novos capítulos.

O Conselho Deliberativo do Nova Friburgo Futebol Clube aprovou, por unanimidade, a previsão orçamentária para 2022, desenvolvido pela gestão do presidente Luiz Fernando Bachini. A reunião aconteceu na noite de quarta-feira, 8, na sede social, no Centro. Com as finanças equacionadas, as despesas e receitas do clube giram na casa de R$ 1 milhão.

A maior parte dos recursos, em torno de 90%, está relacionada ao aluguel do campo no centro da cidade, onde funciona o estacionamento, e das lojas existentes neste mesmo espaço. Apenas 10% estão ligadas à taxa de conservação, paga por pouco mais de 80 sócios contribuintes. Para fechar 2021, o Nova Friburgo ainda resolve uma pequeno imbróglio junto à prefeitura com relação ao IPTU. Segundo o presidente Bachini, a situação está perto de um desfecho positivo.

Após o evento de aprovação da previsão orçamentária, foram promovidas homenagens para abnegados e personalidades que contribuíram para o desenvolvimento do esporte local. O primeiro a receber as homenagens foi o ex-atleta, Miguel Ruiz Garbez, que nasceu em 8 de dezembro de 1923.

De família tradicional iniciou a trajetória, aos 13 anos, no time do infantil do Nova Friburgo Futebol Clube. Com a carreira vitoriosa, conquistou diversos títulos com as cores do clube. Miguel faz parte da história do futebol da cidade. O diploma foi entregue pelo presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Arnaldo Bravo Berbert.

“Não tenho palavras para agradecer essa homenagem que fizeram para mim. Temos uma história no Nova Friburgo Futebol Clube. Foram vários os momentos”, relembrou.

Outro que também recebeu o reconhecimento, dos conselhos deliberativo e diretor, foi o ex-goleiro do Esperança, Gabriel Sebastião Domingos. O diploma foi entregue pelo presidente do Conselho Diretor, Luiz Fernando Bachini. Atualmente o abnegado contribui com relevantes trabalhos no clube. “Fico muito feliz pelo reconhecimento dessa honrosa homenagem. Apesar de não ser nascido aqui me considero um friburguense”, analisou .

Os apresentadores e jornalistas de A VOZ DA SERRA, Wanderson Nogueira e Vinicius Gastin também receberam o reconhecimento pelos 20 anos do programa Esportes TV Zoom, veiculado na emissora local da cidade. Durante o evento, o cantor e compositor Valcir Ferreira também recebeu homenagens. Um quadro comemorativo, com a foto do artista, foi inaugurado na sala de reunião da sede social do Centro.

O Esperança

A história do futebol na cidade é contada a partir do início do século 20, quando estudantes de várias partes do país migraram para Nova Friburgo e trouxeram a bola de futebol. Os moradores do bairro Vilage passaram a frequentar o Colégio Anchieta e as partidas amistosas de futebol foram disputadas no campo da escola. A brincadeira acabou tomando proporções maiores.

As famílias Sertã, Spinelli e Van Erven estreitaram as relações e passaram a organizar os jogos. No dia 26 de abril de 1914, uma reunião no Hotel Salusse fundou oficialmente o Friburgo Futebol Clube.

Durante os primeiros anos, os duelos eram realizados na Avenida Galdino do Valle Filho e na Rua Oliveira Botelho. Em 4 de setembro de 1922, o Friburgo passou a utilizar o Estádio Raul Sertã, um espaço de nove mil metros quadrados, no coração da cidade. O esquadrão vermelho e branco tornou-se o time a ser batido.

Em 1915, o Friburgo goleou o União pelo placar de 11 a 0 e os dirigentes, insatisfeitos, responderam à derrota com a criação do Esperança Futebol Clube. Junto ao time esperancista nasceu uma grande rivalidade que, mais tarde, curiosamente, desencadearia a fusão.

Os operários criaram o seu próprio clube de futebol, o União Foot-Ball Club, no final de 1914. O clube mudaria de nome por causa de um fato inusitado. Em novembro de 1915, em um jogo amistoso contra o Friburgo F.C., o árbitro Peri Bartojo teria beneficiado o adversário. Ao término da confusão, proferiu uma ofensa ao União, cuja camisa era preta e branca. Disse o juiz: “A camisa do União é preta e branca. Preto que quer ser branco não é uma coisa nem outra”, esbravejou o árbitro.

O preconceito contra o negro era latente na sociedade daquela época e refletia no futebol, tido como esporte da elite. Por conta da confusão, em 5 de dezembro de 1915, criou-se o Esperança Foot-Ball Club, com as cores verde e branco.  O símbolo do clube, o Dragão Verde, foi escolhido por Sebastião Oliveira na edição de 26 de maio de 1955, no Programa Ondas Verdejantes na Rádio Sociedade de Friburgo AM.

A explicação para as cores deve-se ao referencial verde da palavra esperança. A primeira diretoria foi constituída pela assembleia de fundação, tendo como presidente Manoel Gonçalves Neto, o Zinho, e o vice-presidente era Dídimo Manoel de Oliveira. Durante uma assembleia realizada em 16 de setembro de1973, foi aprovada a fusão com o E.C. Conselheiro Paulino.

Dentre tantas outras paixões, o patrono de A VOZ DA SERRA, o saudoso Laercio Rangel Ventura, era um apaixonado pelo futebol. Torcedor do Fluminense no Rio de Janeiro, carregava também o verde e branco do Esperança em seu coração e ocupou diversos cargos no clube esperancista, inclusive o de presidente.

Seu pai, Américo Ventura Filho, foi fundador do Esperança Futebol Clube e Laercio herdou essa paixão. Em 1945 ingressou na categoria juvenil do Barroso Futebol Clube. Laercio teve a oportunidade de atuar ao lado de craques como Robson, Jandir, Arnoldo e outros.

A trajetória como jogador foi interrompida devido a uma lesão no joelho. Laercio concluiu os estudos e retornou definitivamente para Nova Friburgo, onde passou a fazer parte da diretoria presidida por Juvenal Marques. Em 1967, assumiu a presidência do Verdejante da Vila Mariana.

As obras o levaram a ser reconhecido como um dos maiores presidentes do futebol municipal de todos os tempos. Laercio Ventura conciliava o comando do Esperança com o cargo de gerente das Indústrias Sinimbu, onde foi técnico campeão friburguense de futebol de salão, ao lado de nomes como Chiminga, Bibi, Manoel Moreira, Bieca, Leiver Leão.

Em meados de 1976, o Esperança Futebol Clube foi incorporado ao Conselheiro Esporte Clube. Laercio foi um dos mentores e incentivadores da união que fez nascer o Nova Friburgo Futebol Clube, em 16 de setembro de 1979.

 

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