Antes foi a Petrobrás, agora são os Correios e o INSS

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 07 de maio de 2025

O governo do PT não se emenda nem aprende a lição. A partir de março de 2014, em pleno governo Dilma Rousself, do PT, foi deflagrada no Brasil a operação Lava Jato. Foi a maior operação sobre corrupção já realizada no Brasil e o que começou com as apurações sobre uma rede de doleiros em diversos estados acabou revelando um vasto esquema de maus feitos que causou um prejuízo bilionário para a Petrobras. A estatal estimou as perdas em R$ 6,2 bilhões. Já o Tribunal de Contas da União (TCU) fala em um prejuízo de R$ 29 bilhões desde 2002. No caso específico da estatal brasileira do petróleo, o principal envolvido era Paulo Roberto Costa, engenheiro e ex-diretor de abastecimento da empresa. De uma candura exemplar, tinha a bagatela de R$ 23 milhões em contas bancárias, na Suíça.

Não podemos nos esquecer jamais que os Correios quase quebraram nos governos do PT, seus funcionários são descontados até hoje dos desvios do dinheiro do Postalis (Plano de previdência complementar dos Correios), estava em recuperação no governo Bolsonaro. Bastou Luís Inácio voltar à presidência da República para que a coisa desandasse outra vez. Conforme publicado pelo G1: “Os Correios são uma das principais razões para o aumento do déficit das estatais em 2024. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a estatal registrou um rombo de R$ 3,2 bilhões no ano passado”.

A bola da vez na longa lista de corrupção do PT é o INSS, aliás uma mãe em falcatruas, basta relembrarmos o affaire Jorgina. O envolvido atual é Alessandro Stefanutto, implicado no desvio de R$ 6,3 bilhões de benefícios e aposentadorias, de forma indevida, de segurados do instituto. De acordo com o divulgado pelo Jornal da Record, no último sábado, 3, a maioria é composta de trabalhadores agrícolas do nordeste, semianalfabetos e de regiões de acesso difícil às agências do INSS. Poucos sabem, mas esse senhor foi expulso da Escola Naval, na década de 1980, por apropriação indevida da arrecadação do dinheiro coletado pelos seus colegas, para custear as despesas da formatura. Aproveitava, também, para roubar pertences dos demais alunos, em vestiários e alojamentos.

Alessandro Stefanutto, que foi demitido do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é filiado ao PDT e foi indicado, em julho de 2023, para a chefia da autarquia previdenciária pelo aliado e ex-ministro Carlos Lupi (Previdência Social). Dizem as más línguas que muita água ainda vai rolar nessa investigação e mais cabeças coroadas rolarão.

Pelo menos a Jorgina de Freitas, já falecida, foi com menos sede ao pote e desviou R$ 2 bilhões, da verba dos aposentados. Aliás, é por essas e outras que de tempos em tempos o governo é obrigado a fazer ajustes no organograma das aposentadorias, como a última reforma no governo Bolsonaro. Na realidade, quem paga a conta é aquele que trabalhou a vida inteira, de sol a sol, e no final tem dificuldades em vivenciar com dignidade a sua aposentadoria. Já se cogita de novas alterações no cálculo dessas aposentadorias, pois o rombo previdenciário não cessa de aumentar.

Melancolicamente, a Operação Lava Jato foi completamente desmantelada, sendo hoje uma manobra fracassada de se tentar moralizar um país que adotou, desde a sua descoberta pelos portugueses, o caminho errado na condução de sua caminhada. A meu ver, a corrupção está entranhada no Brasil e não importa se ricos, pobres ou remediados, a maioria de sua população já a praticou. Não se trata de grandes ou pequenos delitos, pois o fim é sempre o mesmo, agir de maneira sub-reptícia com a intenção de tirar algum proveito.

Pobre Brasil, um país tão rico em belezas e recursos naturais que poderiam tê-lo inscrito no rol das nações mais abastadas do mundo. No entanto, patina na incompetência e má fé de seus dirigentes e responsáveis e no seu próprio povo. Como diz o ditado popular a corrupção é a soma de corruptos e corrompidos e é por isso que seremos sempre o país de um futuro que nunca vai chegar. chegar.  

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