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Os descortinamentos que vêm e vão

Camilla Fiorito
Conversas de Dentro
Camilla é friburguense e psicopedagoga. Adora escrever e trabalhar com desenvolvimento socioemocional. Nesta coluna, escreve sobre os encontros entre o social e o emocional - espaços onde a vida, por vezes, nos pede pausa, coragem e escuta.
Os descortinamentos que vêm e vão são inúmeros.
Vivemos em uma era onde os julgamentos estão cada vez mais intensos, maiores, frequentes e violentos.
Palavras são ditas de forma desenfreada, sentimentos ficam perdidos no olhar para dentro e para fora, contemplando e percebendo detalhes que ficam esquecidos.
A percepção que o outro cria sobre cada um de nós nunca vai ser a verdade sobre quem realmente somos. São apenas recortes que pensam e julgam de acordo com o que presenciam em pequenas situações, em determinado momento.
Uns irão nos achar uma pessoa muito calma, outros passiva demais ou até mesmo explosiva. Cada um vai ter uma impressão daquilo que pensam conhecer sobre a nossa personalidade.
No dia a dia, quem caminha lado a lado na nossa jornada, sabe como é o nosso real funcionamento, sem as interferências externas que ficam do lado de fora da porta da casa em diante, do nosso porto seguro. Mas, mesmo assim, nunca teremos a real verdade por inteiro.
O meio que estamos inseridos também traz inúmeras contribuições nesse desenvolvimento e nessa percepção que o outro acaba tendo sobre nós.
Se a nossa inserção social acontecer dentro de um espaço que nos traz desconforto, alterações de humor, de validação de quem somos, a tendência de mostrarmos um lado contrário daquilo dentro da nossa normalidade não é difícil de acontecer.
Isso me faz lembrar quando eu frequentava um lugar onde a maior parte das pessoas que ali estavam reunidas tinham valores morais muito diferentes dos meus. Por um momento, consegui estar ali sem muitas interferências internas, porém, com o passar do tempo, aquilo passou a me ferir internamente de forma avassaladora, pois o não querer estar já estava claro até mesmo diante dos sinais que o meu corpo revelava em suas sutilezas.
Conviver com aquele que é diferente, seja em pensamentos, atitudes e bagagens de vida faz parte, existe e deve existir. No entanto, quando essa diferença agride a nossa moral e essência, o convívio acaba ficando bem mais difícil de acontecer. E, mesmo respeitando essas relações, entender que, muitas vezes, podem causar dano emocional é um processo, principalmente, tendo em vista que aquilo é sentido por você e não pelo outro, pois o conforto nas relações é de cada um e não igual para todos.
A vida vem sem a tecla pausar. Descortinar aquilo que não faz parte é difícil. Viva, se respeite e dê o seu limite.
Até a próxima quarta!
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Contato
Site: www.camillafiorito.com.br
Instagram: @camilla.fioritoeduc

Camilla Fiorito
Conversas de Dentro
Camilla é friburguense e psicopedagoga. Adora escrever e trabalhar com desenvolvimento socioemocional. Nesta coluna, escreve sobre os encontros entre o social e o emocional - espaços onde a vida, por vezes, nos pede pausa, coragem e escuta.
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