O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, deflagrou nesta quinta-feira, 7, a "Operação Desfortuna" que visa desarticular um esquema de promoção ilegal de jogos de azar online. O objetivo é combater o "Jogo do Tigrinho" e similares, além de investigar indícios de lavagem de dinheiro e organização criminosa. As diligências da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) começaram a ser realizadas em três estados do sudeste: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Relatórios de inteligência financeira da Polícia Civil revelaram movimentações bancárias suspeitas que, somadas, chegam a R$ 4 bilhões.
A operação tem como alvo 15 influenciadores digitais que utilizavam suas redes sociais para divulgar os jogos. As investigações foram conduzidas em parceria com o Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA) e com o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil.
“Nossa missão é proteger os cidadãos e combater o crime em todas as suas formas, inclusive as que se disfarçam na internet. O combate a esses crimes virtuais, com promessas falsas de lucros, que prejudicam tantas famílias, é uma prioridade. Vamos continuar investindo em inteligência e tecnologia para acabar com essas organizações criminosas”, garantiu o governador Cláudio Castro.
Os agentes da DCOC-LD apontaram que os investigados faziam promessas enganosas de lucros fáceis para atrair seguidores, divulgando plataformas de apostas que são proibidas no Brasil. Os influenciadores ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, com carros de alto padrão, viagens internacionais e imóveis caros, um estilo de vida incompatível com a renda declarada.
O secretário estadual de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, ressalta a importância da operação no combate aos crimes virtuais: “Os investigados são pessoas que usam seus alcances em redes sociais para obter lucro de forma ilícita, causando prejuízo a seus seguidores. São engrenagens de organização criminosa que precisam ser combatidas, e a Polícia Civil está mais uma vez nas ruas em prol da população fluminense”, observou Curi.
A Polícia Civil também identificou indícios de que os investigados integram uma organização criminosa com divisão de tarefas entre divulgadores, operadores financeiros e empresas de fachada. Essa estrutura seria usada para ocultar a origem ilícita dos recursos, configurando o crime de lavagem de dinheiro. A investigação identificou, ainda, conexões entre alguns dos envolvidos e indivíduos com antecedentes ligados ao crime organizado, o que aumentou a complexidade do caso.
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