Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
A importância dos nossos rituais e nossas tradições

Camilla Fiorito
Conversas de Dentro
Camilla é friburguense e psicopedagoga. Adora escrever e trabalhar com desenvolvimento socioemocional. Nesta coluna, escreve sobre os encontros entre o social e o emocional - espaços onde a vida, por vezes, nos pede pausa, coragem e escuta.
Será que construímos nossos rituais e nossas tradições?
Ao longo da nossa jornada, vamos realizando tradições e rituais que aprendemos desde pequenos.
Sem perceber, não questionamos se aquilo faz parte, cabe no nosso momento de vida ou se acreditamos no que realizamos. Apenas fazemos.
Alguns têm rituais pela manhã, ao acordar, antes de levantar, antes de sair, ao chegar, antes de dormir, ao longo do dia. Outros os apresentam em viagens, chegadas e partidas.
Os rituais são importantes para o nosso bem estar e saúde emocional. Realizá-los nos direciona dentro da nossa vivência.
Assim como as tradições. Aquelas que vamos praticando e fortalecendo ao longo do tempo. As que realizamos em comemorações, conquistas e até mesmo sem nenhuma data específica, apenas reproduzimos de geração em geração.
Rituais e tradições representam quem nós somos, o que acreditamos e percebemos da nossa leitura de mundo. E deixar no passado o que não faz parte da gente e sim do outro, é muito delicado. Traz tantos sentimentos que ficam guardados na caixa de memórias, que trancamos no nosso íntimo diário.
Desconstruir isso é lento, leva tempo. Me lembro quando comecei a perceber que alguns rituais e algumas tradições que faziam parte do meu dia a dia não me pertenciam e não faziam mais sentido. Eram apenas reproduções do que vivi antes da minha vida adulta. Com isso, criei meus rituais e, hoje, além de algumas tradições antigas, tenho as que desenvolvi junto com meu marido e minha filha, ao longo da nossa história, nessas quase duas décadas.
Modificar esses momentos, abrir um caderno em branco e começar a escrever os nossos próprios rituais, manter tradições e desenvolver as nossas próprias não é tão simples de acontecer. Há tanto para quebrar, questionar, recomeçar, reorganizar e, principalmente, acreditar.
O sentido das nossas escolhas nos move, proporciona conforto interno. O que não está adaptado fica aquém daquilo que nos tranquiliza internamente.
Modificar aquilo que fazíamos na infância, adolescência e juventude até a vida adulta, traz medo. Porém, reescrever transferindo para nós mesmos aquilo que acreditamos, traz conforto. Afaga e acolhe.
Nos revela uma vida com aconchego, sem amarras. É como olhar para a luz do farol e ver que o caminho até a praia faz sentido. Que o nado é livre.
Manter o que faz sentido, criar seus próprios rituais e suas tradições pode te surpreender.
Aproveite as folhas do seu caderno e escreva. Crie, recrie e se reinvente.
Até a próxima quarta!
.........
Contato:
Site: www.camillafiorito.com.br
Instagram: @camilla.fioritoeduc

Camilla Fiorito
Conversas de Dentro
Camilla é friburguense e psicopedagoga. Adora escrever e trabalhar com desenvolvimento socioemocional. Nesta coluna, escreve sobre os encontros entre o social e o emocional - espaços onde a vida, por vezes, nos pede pausa, coragem e escuta.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário