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A tornozeleira de Bolsonaro

Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Tenho evitado falar em política, mas chega um momento que não podemos nos omitir dos graves problemas que enfrentamos, com relação à ditadura da toga. As sanções impostas por Alexandre de Moraes, membro do STF, ao ex-presidente Jair Bolsonaro são inadmissíveis e fruto de um autoritarismo indescritível. Sem ainda ter sido julgado, Bolsonaro já se encontra em prisão domiciliar e com direitos inerentes a um ser humano cassado. Proibi-lo de se comunicar com o próprio filho é fruto de uma mente doentia, típica dos indivíduos que chegam ao poder, não por mérito próprio, mas pelo famoso QI (quem indicou). Lembrem-se que a sua indicação para o STF foi pelas mãos de Michel Temer, que precisava de alguém para defendê-lo, no supremo, em caso de necessidade como aliás ocorreu.
Outro problema grave é a colocação de uma tornozeleira eletrônica numa pessoa que nem julgada ainda foi. O ex-presidente foi indiciado, a meu ver num processo fabricado e cujo fim, sua condenação, todos já sabemos. Mas, isso não capacita o Judiciário de colocar o dito aparelho, dessa maneira. Como o brasileiro é muito debochado e criativo, já existem lojas na Rua 25 de Março, em São Paulo, vendendo-as em plástico. Aliás, estava na hora desse deboche virar coisa séria e o povo passar a encarar com seriedade esses mandos e desmandos do Judiciário e tomar uma posição de descontentamento sério.
Por isso, bato palmas para a decisão do presidente americano de cassar o visto de entrada nos Estados Unidos para oito dos 11 membros do STF, inclusive de seus familiares. É até engraçado o fato de um cidadão brasileiro poder ter acesso a esse documento e, se quiser, pisar em solo americano e membros da mais alta corte do país terem tal regalia negada. Somente Luiz Fux, Kassio Nunes Marques e André Mendonça foram poupados, talvez por não serem “vacas de presépio” como os demais, que comungam com todos os mandos e desmandos de Alexandre de Moraes.
“A perseguição política do ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão amplo que não só viola direitos básicos dos brasileiros, como também ultrapassa as fronteiras do Brasil para atingir americanos”, declarou o senador americano Marco Rubio, aliado de Donald Trump, ao justificar tal medida tomada.
Não vou discutir a taxa de 50% em cima dos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, pois não estou de acordo com tal ato, que pune os brasileiros na sua totalidade. No entanto, talvez seja um puxão de orelhas em Luís Inácio, que sempre deixou bem clara a sua preferência de acordos comerciais com a China, a Rússia e outros países comunistas, em detrimento do comércio americano, velho e fiel parceiro comercial do Brasil. Se poderemos viver sem essa parceria, numa economia para lá de debilitada só o tempo dirá. Ainda mais com a gastança desenfreada do atual governo.
Mas, há males que vem para o bem de todos. Com essa taxa, a exportação de carne bovina foi comprometida e, finalmente, a promessa de picanha na laje feita durante a campanha eleitoral de Luís Inácio, vai se concretizar. Sim, porque com certeza tal produto vai baratear no comércio interno e o menos favorecido vai poder comprá-la a baixo custo. Com a nova reforma tributária em gestação, a cerveja não deverá aumentar de preço, ao contrário do vinho, o que tornará o churrasco mais agradável.
Eu, se fosse Jair Bolsonaro, já teria pedido asilo americano desde que essa ´perseguição que lhe foi imposta começou. Com certeza ele seria transportado para solo americano e, de lá, teria muito mais condições de afrontar os mandos e desmandos do atual STF. Foi o que fez Charles de Gaulle, durante a segunda guerra mundial, ao se refugiar na Inglaterra e de lá ajudar a resistência francesa contra as forças nazistas. Bancar o mártir, em terras tupiniquins, em nada vai ajudar, pois suas ações serão completamente tolhidas.
Aliás, é curioso que Luís Inácio, preso e condenado, em três instâncias, por causa dos desvios de dinheiro, na operação Lava-Jato, teve todas as regalias que são negadas a um prisioneiro comum. Visitas íntimas, acesso ilimitado à internet e às redes sociais, poder receber as visitas quem quisesse, conversar com os filhos e outras quejandas mais. Até que numa ação surpreendente, Edson Fachin libertou-o da prisão e o tornou presidente da republiqueta chamada Brasil. Mas, essa já é outra história.

Max Wolosker
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Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
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