Um encontro de família

Max Wolosker

Max Wolosker

Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Encontro de famílias unidas é uma coisa saudável, proveitosa e enriquecedora para todos aqueles que têm a oportunidade de participar. Foi o que aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de abril, na cidade de Simão Pereira, estado de Minas Gerais, onde fica localizado o hotel Fazenda Minas Real. Para situar o meu leitor, na BR-040 que liga os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, encontra-se Comendador Levy Gasparian, ainda em terras fluminenses; ao atravessar a ponte entramos no município de Simão Pereira, já Minas Gerais. Nesse hotel, foi realizado o congraçamento da família Zauli-Machado. Zauli de origem italiana, dos meus bisavós Domenico Zauli e Beatrice Solaroli e Machado, de origem portuguesa, dos meus bisavós Arthur de Oliveira Machado e Theolinda de Castro Monteiro Machado.

Se considerarmos Domenico e Beatrice que chegaram ao Brasil em 1897, (aliás ele tinha mais um irmão, Giuseppe Zauli e ambos se radicaram em Belo Horizonte, sendo uma das levas de fundadores (em 1900) da atual capital mineira), podemos considerá-los como a primeira geração da família, no Brasil. Assim como Arthur e Theolinda como a primeira geração dos Machados. Odilon Machado e Dirce Zauli, ao se casarem deram origem à primeira geração dos Zauli Machado e, a reunião congregou componentes da terceira, quarta e quinta gerações, já que não resta mais ninguém da segunda geração, sendo a última representante a minha mãe que faleceu em agosto de 2021.

Éramos 48 primos (parecia até uma colônia libanesa, onde todos são primos) dos 76 aos 4 anos de idade, reunidos durante três dias, matando saudades, se conhecendo, interagindo dia e noite, pois o hotel, ao estar localizado a 6 quilômetros de Levy Gasparian e 15 quilômetros de Simão Pereira, é muito inclusivo. A cidade grande mais próxima é Juiz de Fora que fica a 33 quilômetros do hotel. Assim, tomava-se café da manhã, almoçava-se, lanchava-se e jantava-se em família, entremeado pelo bate papo e cerveja. Como o sol não esteve presente de maneira assídua, só as crianças aproveitaram a piscina e a jacuzzi, pois essas não sentem frio. Mas, não faltaram as caminhadas, os passeios a cavalo e de charrete. O hotel é acolhedor, faz questão de receber bem os seus hóspedes, pois sabe que um dia eles voltam.

Na realidade, esse encontro resgatou e fortaleceu os laços da família, pois, que eu me lembre, houve um em 2023, que reuniu os dois ramos dos Zaulis, e outro um ano depois, quando minha mãe completou 80 anos, restrito aos Zauli Machado, na cidade de Juiz de Fora. Pelo adiantado da idade da turma da terceira geração dos Zauli Machado, todos com mais de 65 anos, optamos por manter esses encontros, a partir de agora, a cada dois anos, pois a probabilidade de perdermos primos, por causa da idade, é grande.    No entanto, com esse período mais curto, vai sendo sedimentado nos mais novos a noção de família e da importância de se ter um referencial. A família, claro que falamos das bem alicerçadas e estruturadas, é a base da sociedade e é por isso que os regimes autoritários tendem sempre a destruir esse núcleo familiar. É dessa estrutura que nascem os conceitos de educação, honestidade, boa convivência que são a base de um povo progressista, que rege os destinos de um país. A família é a célula mater de um país desenvolvido, pois moldando o caráter e a índole dos seus componentes, dá-se um passo importante para a formação de cidadãos honestos, responsáveis, trabalhadores cujo exemplo se propaga de geração em geração. Desestruturar e apequenar um país passa por enfraquecer ou aniquilar a família, pois isso faz com que as pessoas percam o seu objetivo, sua razão de viver.

É importante trazer as crianças e os jovens para o convívio familiar, pois num mundo que se isola cada vez mais, em função da internet e suas redes sociais, onde o objeto (celulares, tablets e notebooks) substitui a relação inter-humana, esse convívio é como uma luz no final do túnel. Ver adultos, jovens e crianças numa interação saudável como foi o encontro da família Zauli-Machado, não tem preço. Cabe a nós, os mais velhos, manter essa chama acesa, pois aos poucos os mais jovens vão pegando o bastão e, seguramente, serão os organizadores de futuros encontros.

Foi um final de semana muito agradável, que seja repetido por muitos e muitos anos, para orgulho de seu Odilon e dona Dirce, os fundadores dos Zauli-Machados.

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