Entenda a escolha do Curupira como mascote da Cop 30

Escolha do símbolo do folclore brasileiro sinaliza a intenção de valorização das origens e do meio ambiente
quarta-feira, 09 de julho de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Divulgação COP 30 / Agência Brasil)
(Foto: Divulgação COP 30 / Agência Brasil)

Personagem do folclore brasileiro que se eternizou na obra de Monteiro Lobato, o Curupira virou mascote oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (Cop 30), que acontecerá em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro.

A imagem do guardião da floresta com cabelo de fogo e pés virados para trás passa a compor a identidade visual do evento. O embaixador e presidente da Cop 30, André Corrêa do Lago, considera as florestas brasileiras um “tópico central” do debate sobre mudança do clima. A escolha do Curupira como parte da identidade visual da Cop 30 é também um atrativo para as novas gerações entenderem a importância da preservação ambiental.

Segundo a organização do evento, a primeira referência ao Curupira na história brasileira foi feita pelo padre José de Anchieta, em 1560, em uma carta feita em São Vicente, no litoral de São Paulo, quando o jesuíta ouviu relatos sobre a entidade folclórica feitos pelos indígenas. Mas a personagem, associada à proteção ambiental, especialmente contra a caça, continua muito presente na tradição amazônica para além das terras indígenas.

Importância

Segundo o folclore, os pés virados ao contrário são uma artimanha usada para confundir aqueles que tentam seguir seus passos, sendo apenas um dos métodos do protetor na hora de defender a floresta, como conta Januária Silva, autora do livro “O Curupira e outros seres fantásticos do folclore brasileiro”.

O "Curupira é tido como guardião das florestas, aquele que toma conta dos bichos, das matas, mesmo que para isso ele às vezes se utilize de métodos nem tão adequados. Mas o que importa é o que ele simboliza: essa conexão forte que o homem tem com a natureza", observa a escritora. 

Trazer à tona o Curupira em meio a realização da Cop 30 é reforçar a importância da preservação da biodiversidade e da cultura amazônica dos povos originários, que também estão na luta contra a exploração de óleo e gás na região. Trata-se de uma das primeiras lendas da região registradas pelos portugueses, com diferentes representações.

Tem até a versão de um Curupira peludo, mais aterrorizante, bem diferente da escolhida pela organização da Cop. A conferência também marcará os dez anos do Acordo de Paris, que determinou metas nacionais e internacionais para limitar o aquecimento da Terra. 

(Fonte: Agência Brasil e Veja)

 

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