Uma tragédia. Assim foi definida por testemunhas e até mesmo policiais e socorristas, a morte do motociclista Murilo Rodrigues, 26 anos, no final da manhã do último domingo, 11. O rapaz havia saído de uma igreja no Centro e seguia de moto pela Avenida Conselheiro Julius Arp, pista de sentido ao bairro Olaria, para almoçar com a mãe, quando foi atingido por um veículo branco que fez uma conversão proibida. Murilo morreu ao receber os primeiros socorros no Hospital Raul Sertã.
Segundo o registro de câmeras de segurança das imediações do local do acidente, o carro seguia em direção ao Paissandu e o motorista em vez de fazer o retorno para Olaria na Praça Marcílio Dias, optou por fazer uma conversão proibida na altura da esquina com a Rua São Paulo, atingindo em cheio a moto de Murilo que vinha em sentido contrário. O impacto da batida foi tão forte que o corpo do rapaz foi atirado a alguns metros do local do acidente. Até a tarde desta segunda-feira, 12, o corpo do motociclista ainda não havia sido liberado pelo Instituto Médico Legal (IML). O sepultamento de Murilo está previsto para esta terça-feira, 13. Seus familiares estão inconsoláveis e revoltados com a imprudência do motorista do veículo.
No mês de prevenção aos acidentes, uma triste estatística
O acidente fatal no Dia das Mães engrossa uma triste estatística em Nova Friburgo: a dos acidentes de trânsito envolvendo motos. Esse foi o 190º registrado no município somente este ano pelo Corpo de Bombeiros. Ainda de acordo com a corporação militar, somente nos primeiro trimestre deste ano
72,03% dos acidentes de trânsito registrados no Estado do Rio de Janeiro envolveram motos.
Os pilotos são as maiores vítimas do trânsito e a eles está sendo destinada grande parte das ações da campanha Maio Amarelo, de conscientização sobre a segurança no trânsito e que tem como tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”. De janeiro a março, os bombeiros foram acionados para 6.261 ocorrências de colisão entre carros e motos; 3.897 quedas de moto; e 996 acidentes entre motos nas vias fluminenses.
No ano passado, também de acordo com o Corpo de Bombeiros, houve 23.761 acidentes no estado (13,84% de aumento em relação a 2023), com 27.747 feridos (+16,4%) e 2.230 mortos (+10,9%). Cerca de 45% dos acidentes ocorreram na cidade do Rio e outros 34% na Região Metropolitana. Dados do Detran apontam que 62% dos acidentes no Estado do Rio em 2024 envolveram homens jovens entre 18 e 29 anos.
Maio Amarelo
Para tentar frear a onda de acidentes de trânsito, uma série de ações vem sendo promovidas desde o início do mês pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e o Detran para conscientizar motoristas e pedestres sobre a importância de todos colaborarem por um trânsito mais seguro com redução do número de vítimas.
A mobilização do Maio Amarelo teve início no dia último dia 2 com a iluminação em amarelo de pontos turísticos e prédios públicos da capital. Ainda na primeira semana do mês, o Detran realizou a atividade “Sopro pela Vida”, levando bafômetros para fazer testes com os frequentadores de bares e restaurantes e mostrar que álcool e direção não combinam. Foram montadas tendas no local para ações educativas com parceiros como Operação Lei Seca.
Na semana passada foi realizado, no Rio, o Fórum Maio Amarelo – Desacelere, com o tema “Os desafios da mobilidade urbana”, que apresentou dados do custo gerado ao poder público com internações de vítimas de acidentes. A atividade teve a parceria do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), propôs uma reflexão sobre comportamentos no trânsito, segurança viária e inclusão.
Ao longo deste mês, ainda haverá uma simulação de resgate a vítimas de acidentes, feita pelo Detran, em parceria com o Corpo de Bombeiros. Nesta ação haverá distribuição de equipamentos de segurança para motociclistas; atividades educativas voltadas às crianças e aos ciclistas; palestras em auto escolas, empresas e escolas. O presidente do Detran-RJ, Vinicius Farah, reforça o papel da campanha: “O Maio Amarelo é fundamental para mobilizar a sociedade em torno da valorização da vida. Temos intensificado nossas ações educativas, focando na prevenção e mudança de comportamento. Queremos despertar a atenção de todos para a responsabilidade no trânsito”, observa.
Mais de oito mil atendimentos a vítimas de acidentes
Nos primeiros três meses do ano, quatro hospitais da rede estadual de saúde localizados na capital e que possuem emergência para atendimento de trauma registraram quase oito mil atendimentos de vítimas de acidentes de trânsito. Somente no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, por exemplo, foram mais de 1.300 atendimentos, sendo 1.164 vítimas de acidentes de moto. Os dados são da Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ).
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