Embora temas relacionados à sexualidade sejam tratados com mais naturalidade hoje, grande parte das mulheres mais velhas cresceu em contextos conservadores, com pouco espaço para falar sobre desejos e práticas sexuais. Isso contribui para a vulnerabilidade dessa faixa etária diante de infecções sexualmente transmissíveis. “Muitas não utilizam a forma mais simples de prevenção, o preservativo. Sentem vergonha de sugerir o uso e, muitas vezes, não se sentem à vontade para conversar sobre o assunto com seus parceiros”, avaliam especialistas.
Até mesmo profissionais de saúde carregam esse estigma, o que limita o acesso a orientações adequadas. “Não é vergonha nenhuma o profissional não saber de tudo. Mas é necessário, pelo menos, tocar no assunto e encaminhar para quem está capacitado para prestar o atendimento.”
Dados recentes mostram um aumento nos casos de HIV/Aids em mulheres com 60 anos ou mais. Esse aumento é preocupante e pode estar relacionado a fatores como estigma em torno da sexualidade na velhice, falta de campanhas de prevenção direcionadas a idosos, diagnóstico tardio e aumento da atividade sexual nessa faixa etária sem o uso de proteção.
Fatores que contribuem
- Estigma e preconceito — A sexualidade na terceira idade ainda é tabu, o que pode dificultar o acesso a informações e serviços de saúde, além de impedir a busca por tratamento.
- Falta de campanhas direcionadas — As campanhas de prevenção geralmente não são direcionadas a idosos, o que pode levar à falta de informação sobre riscos e métodos de prevenção.
- Diagnóstico tardio — O diagnóstico tardio da doença em idosos é comum, pois os sintomas podem ser confundidos com outras doenças típicas da idade, e o estigma dificulta a busca por ajuda.
- Mais atividade sexual — Muitos idosos estão mais ativos sexualmente e podem não usar preservativos, aumentando o risco de infecção.
- Mudanças no sistema imunológico — O envelhecimento pode levar a mudanças no sistema imunológico, tornando os idosos mais vulneráveis a infecções.
- Qualidade de vida — O HIV/Aids pode afetar a qualidade de vida dos idosos, causando complicações de saúde e impactando suas relações sociais.
- Aumento da mortalidade — O diagnóstico tardio e a falta de tratamento podem levar a um aumento na mortalidade relacionada à Aids nessa faixa etária.
Medidas necessárias
- Campanhas de prevenção direcionadas — É fundamental criar campanhas de conscientização e prevenção específicas para idosos, abordando a sexualidade na terceira idade e a importância do uso de preservativos.
- Acesso facilitado aos serviços de saúde — É preciso garantir que os idosos tenham acesso fácil a serviços de saúde, incluindo testes e tratamento da doença.
- Combate ao estigma — É necessário trabalhar para reduzir o estigma associado à Aids na terceira idade, para que as pessoas se sintam mais à vontade para buscar ajuda.
- É importante ressaltar que o aumento de casos de HIV/Aids em idosos é um problema complexo, que exige atenção e ações coordenadas de diversos setores da sociedade.
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