Notícias de Nova Friburgo e Região Serrana
As redes e o seu uso desenfreado

Camilla Fiorito
Conversas de Dentro
Camilla é friburguense e psicopedagoga. Adora escrever e trabalhar com desenvolvimento socioemocional. Nesta coluna, escreve sobre os encontros entre o social e o emocional - espaços onde a vida, por vezes, nos pede pausa, coragem e escuta.
Diariamente, acordamos, saímos, voltamos, dormimos e o celular parece um acessório fixo ao nosso corpo, como um cordão valioso que não conseguimos tirar.
O medo de não ver uma mensagem e não respondê-la, não escutar aquele áudio, não ver aquela foto ou aquele vídeo passa a fazer parte da rotina. Tudo isso vem chegando e aumentando de forma quase que imediata.
Há alguns anos atrás, comecei a trabalhar com Tecnologia Educacional, mas precisamente em 2009. Lembro que tudo era tão diferente, assim como aquilo que dividíamos com o outro através da Internet.
Usávamos plataformas de aprendizagem específicas e limitadas, compartilhávamos conteúdo em blogs, a rede social mais usada era o Orkut, conversávamos pelo MSN e não tínhamos a quantidade exponencial de Youtubers que há atualmente.
O tempo passou. Hoje, a maior parte da população possui seu próprio smartphone, onde inúmeras redes sociais são usadas, assim como infinitos aplicativos. O WhatsApp é amplamente difundido. Um número enorme de influenciadores e influenciados fazem parte deste universo que não para de crescer. Não há volta!
Dentro disso, vem o uso desenfreado, onde a intimidade deixou de ser privada, pois viralizar e monetizar nas redes são pontos que evidenciam a questão.
E com quem e por que nós compartilhamos? Será que precisamos publicar tudo? A nossa privacidade é algo de valor? Até que ponto vale toda exposição? Preciso mostrar cada passo que acontece?
Caminhando lado a lado a tudo isso, vem a Nomofobia, que é caracterizada por ansiedade ou o medo pela falta do uso do celular. E está acontecendo cada vez mais, não só em adultos e jovens, mas entre crianças e adolescentes.
O uso excessivo do celular pode gerar dependência, trazendo grande impacto emocional. Criar algumas regras e combinados, desativar notificações do aparelho, estabelecer horários e tempo de uso em aplicativos são algumas estratégias que podem fazer parte do dia a dia.
Tirar esse cordão e guardá-lo no porta jóias é necessário.
Traz uma dinâmica social diferente, mais saudável, com conversa olho no olho, vívida.
Nos mostra que o cordão valioso na verdade não vale tanto assim, pois o que há de maior valor é aquilo que está ao nosso redor, nas sutilezas, nos detalhes. E, separar e cuidar das joias reais que temos na vida, faz todo sentido.
Até a próxima quarta!
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Contato
Site: www.camillafiorito.com.br
Instagram: @camilla.fioritoeduc

Camilla Fiorito
Conversas de Dentro
Camilla é friburguense e psicopedagoga. Adora escrever e trabalhar com desenvolvimento socioemocional. Nesta coluna, escreve sobre os encontros entre o social e o emocional - espaços onde a vida, por vezes, nos pede pausa, coragem e escuta.
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