Bolsa Família supera o número de carteiras assinadas em 12 estados

Em 12 estados, há mais beneficiários do Bolsa Família que trabalhadores formais. Dados do Caged mostram disparidade entre empregos com carteira e renda assistencial.
quarta-feira, 11 de junho de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Rafael Lampert Zart)
(Foto: Rafael Lampert Zart)

O Bolsa Família é um dos maiores programas de transferência de renda do Brasil. São milhões de brasileiros que recebem o benefício, que permite às famílias manter uma vida digna. Segundo o portal Uol, 12 dos 27 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal, têm número maior de beneficiários do Bolsa Família do que de trabalhadores com carteira assinada. A comparação usa dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados em 28 de maio, que excluem o setor público.

O Maranhão é o estado que lidera a dependência do programa social, com 669 mil empregos formais contra 1,2 milhão de famílias beneficiárias. O estado onde essa proporção é menor é Santa Catarina, onde há 11 trabalhadores com carteira assinada para cada beneficiário do Bolsa Família.

Vale lembrar que o programa paga auxílios para famílias que recebem até um salário mínimo, somando todas as rendas da casa. No ano passado, o salário mínimo era de R$ 1.412, em 2024, e subiu este ano para R$ 1.518. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, o salário médio do Brasil em 2024 foi de R$ 3.225, o maior já registrado na série histórica. 

Beneficiários por estado 

Todos os estados com maior dependência do programa estão no Nordeste e no Norte. Confira a lista:

  • Acre - 132,5 mil beneficiários
  • Alagoas - 533,4 mil 
  • Amapá - 123,17 mil 
  • Amazonas - 645,5 mil 
  • Bahia - 2,46 milhões 
  • Ceará - 1,45 milhão 
  • Maranhão - 1,23 milhão
  • Pará- 1,34 milhão 
  • Paraíba - 667,6 mil
  • Pernambuco - 1,58 milhão 
  • Piauí - 590,3 mil
  • Sergipe - 378,8 mil

Número de empregos formais cresce

No entanto, o cenário traz melhorias na comparação com outros anos. Desde janeiro de 2023, o número de carteiras assinadas cresceu em relação aos beneficiários. Além disso, os beneficiários representavam 49,6% do emprego formal do Brasil no início de 2023, mas esse valor caiu para 42,6% em agosto de 2024.

Oito estados eram mais dependentes do benefício social antes da pandemia de covid-19, subindo para 13 estados em 2022 e, agora, recuando para 12. De acordo com a análise do Uol, a mudança acontece em meio à expansão do mercado formal e redução de beneficiários.

Desde janeiro de 2023, quatro milhões de vagas formais foram criadas e 1,1 milhão de beneficiários foram cortados do programa, que realiza "pentes finos" para regularizar os cadastros de famílias que não se encaixam mais no perfil de ajuda do Bolsa Família.

Beneficiários em Nova Friburgo

De acordo com o Programa Bolsa Família, em março de 2025, Nova Friburgo somou 9.994 famílias atendidas, com 25.704 pessoas beneficiadas, e totalizando um investimento de R$ 6.450.818,00 e um benefício médio de R$ 650,61 por mês.

Quantidades de benefícios em Friburgo (dados de março)

  • 25.704 Benefícios de Renda de Cidadania (BRC): No valor de R$ 142 por integrante, destinado a todas as famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.
  • 9.365 Benefícios Complementares (BC): Destinado às famílias beneficiárias do Bolsa Família cuja soma dos valores relativos aos benefícios financeiros de que trata o inciso I deste parágrafo seja inferior a R$ 600 calculado pela diferença entre este valor e a referida soma.
  • 4.499 Benefícios Primeira Infância (BPI): No valor de R$ 150 por criança, destinado às famílias beneficiárias que possuírem, em sua composição, crianças com idade entre 0 e 7 anos incompletos.
  • 83 Beneficiários Extraordinários de Transição (BET): aplicado em circunstâncias específicas até maio de 2025, com o propósito de assegurar que nenhum beneficiário receba quantia inferior à concedida no programa anterior (Auxílio Brasil).

Quem tem direito ao Bolsa Família?

Para ter direito ao programa social, a principal regra é que a renda de cada pessoa da família seja de, no máximo, R$ 218 por mês. Por exemplo, se apenas um integrante da família tem renda e recebe um salário mínimo (R$ 1.518), e nessa família há sete pessoas, a renda de cada um é de R$ 216,85 e está elegível ao Bolsa Família.

São cinco tipos de benefícios oferecidos pelo Governo Federal, destinados a atender diferentes necessidades das famílias cadastradas, e com proteção de até um ano após um possível aumento da renda. Confira os benefícios:

  • Renda de Cidadania (BRC): R$ 142 para cada integrante da família;

  • Benefício Complementar (BCO): valor adicional para atingir o mínimo de R$ 600 por família;

  • Primeira Infância (BPI): R$ 150 a mais por criança com menos de 7 anos;

  • Variável Familiar (BVF): R$ 50 extras para gestantes ou jovens entre 7 e 17 anos incompletos;

  • Variável Nutriz (BVN): R$ 50 adicionais por bebê de até 7 meses - previsto para começar em setembro.

Como se cadastrar

Para receber o Bolsa Família, é preciso estar inscrito no Cadastro Único, com os dados corretos e atualizados. Esse cadastramento é feito nos Centro de Atendimento em Assistência Social dos municípios (Cras). É preciso apresentar o CPF ou o título de eleitor.

É importante destacar que, mesmo inscrita no Cadastro Único, a família não entra imediatamente para o Bolsa Família. Todos os meses, o programa identifica, de forma automatizada, as famílias que serão incluídas e que começarão a receber o benefício.

 

* Reportagem da estagiária Laís Lima com informações do portal Uol. Supervisão de Henrique Amorim

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