Dia Mundial Sem Tabaco alerta para novos desafios no combate ao vício

Campanha da OMS expõe táticas das empresas de tabaco sobre os cigarros eletrônicos
sexta-feira, 30 de maio de 2025
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Celebrado em 31 de maio, o Dia Mundial Sem Tabaco foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1987 com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos do consumo de produtos derivados do tabaco. 

Em 2025, a campanha mundial ganha ainda mais força ao denunciar as estratégias utilizadas pelas empresas para tornar esses produtos mais atrativos, especialmente para adolescentes e jovens adultos. O tema deste ano é: “Desmascarando a indústria do tabaco: expondo as táticas das empresas para tornar os produtos de tabaco e nicotina mais atrativos”.

Segundo a OMS, o cigarro continua sendo o principal fator de morte evitável do mundo, matando mais de 8 milhões de pessoas a cada ano. Embora os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes ou pods, sejam falsamente vistos como alternativa “menos nociva”, não estão livres de riscos. A principal substância presente nesses dispositivos é a nicotina, altamente viciante e, em alguns casos, presente em concentrações ainda maiores do que as encontradas nos cigarros tradicionais.

O desafio atual, segundo a OMS, é enfrentar o apelo crescente dos dispositivos eletrônicos, que vêm sendo promovidos com sabores artificiais, aromas adocicados e designs coloridos. São estratégias voltadas para seduzir o público jovem, um movimento que preocupa especialistas em saúde e autoridades públicas.

Com a explosão do uso dos vapes, o Brasil ainda caminha para estabelecer regras claras. Em resposta à ausência de regulamentação específica, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) apresentou um projeto de lei que visa regular a comercialização e o uso dos vapes. Entre as medidas propostas estão a proibição da venda para menores de 18 anos, a vedação de dispositivos com sabores ao público infantil e a exigência de registro sanitário junto à Anvisa.

A senadora critica a falta de fiscalização e o vácuo legal que permite a circulação desses produtos.

“Por que que eu não posso processar o dono disso aqui? Porque está liberado geral, porque tem alguém protegendo contrabandista ou traficante também. Eu não sei como enquadrar, porque se o produto é ilícito, em tese, é que eu tenho nicotina. Em tese, é nicotina. Mas as pessoas podem estar fumando, inalando, qualquer coisa”, afirmou em discurso no Senado.

Enquanto isso, especialistas alertam para a urgência de campanhas educativas e políticas públicas eficazes que combatam tanto o consumo tradicional quanto a popularização dos dispositivos eletrônicos. O objetivo do Dia Mundial Sem Tabaco é justamente esse: expor, alertar e proteger, especialmente as novas gerações, das armadilhas de uma indústria que, ano após ano, se reinventa para manter o vício em circulação.

Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas no combate ao cigarro convencional, o cenário atual mostra que o desafio está longe do fim. A crescente presença dos cigarros eletrônicos nas mãos de adolescentes exige um novo olhar das famílias, da escola, da mídia e do poder público. O apelo visual, os sabores variados e a falsa sensação de segurança tornam esses dispositivos especialmente perigosos. 

Por isso, o 31 de maio serve não apenas como um alerta, mas como um chamado à ação: é hora de reforçar o compromisso coletivo com a saúde pública e proteger as próximas gerações de uma dependência que começa silenciosa, mas cobra um alto preço.

 

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