Um levantamento publicado pela revista científica The Lancet lançou um alerta preocupante: até 2030, pelo menos 465 milhões de crianças e adolescentes poderão estar com sobrepeso ou obesidade em todo o mundo. O estudo, conduzido pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aponta que os índices de obesidade quadruplicaram entre jovens e mais do que dobraram entre adultos desde 1990.
No Brasil, 57,5% dos adultos brasileiros estão acima do peso, e 24,05% convivem com obesidade, segundo dados do Ministério da Saúde
Especialistas explicam que a obesidade infantil não é apenas uma questão estética, mas um grave problema de saúde pública, associado a doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e até alguns tipos de câncer. Além disso, estudos indicam que crianças com obesidade têm maior probabilidade de se tornarem adultos obesos, perpetuando um ciclo difícil de ser quebrado e que sobrecarrega os sistemas de saúde.
No Brasil, os dados são igualmente preocupantes. De acordo com o Vigitel 2023, pesquisa do Ministério da Saúde, 57,5% dos adultos brasileiros estão acima do peso, e 24,05% convivem com obesidade. O país também apresenta crescimento no número de crianças e adolescentes obesos, reflexo da combinação entre alimentação inadequada, sedentarismo e mudanças no estilo de vida, como o aumento do tempo em frente às telas e a redução das brincadeiras ao ar livre.
A obesidade compromete a qualidade de vida e está associada a uma série de doenças crônicas. Entre os principais riscos estão:
• Diabetes tipo 2;
• Hipertensão e doenças do coração;
• Problemas ortopédicos e respiratórios;
• Transtornos emocionais, como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
Entre os fatores que impulsionam o crescimento da obesidade, destacam-se:
• Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados;
• Falta de atividade física regular;
• Uso excessivo de telas;
• Privação de sono;
• Falta de espaços públicos seguros para atividades ao ar livre.
Em casa, pequenas mudanças também fazem diferença: preparar mais refeições com alimentos frescos, incentivar brincadeiras e esportes, reduzir o tempo de telas e promover momentos de refeição em família são atitudes importantes. Além disso, políticas públicas que garantam acesso a alimentos saudáveis e a infraestrutura adequada para a prática esportiva são fundamentais para enfrentar o problema.
Em Nova Friburgo, a valorização de espaços públicos, como praças e parques, e o incentivo à prática de esportes, especialmente entre os jovens, são caminhos importantes para reverter a tendência. Iniciativas como programas municipais de educação física, feiras de produtos orgânicos e campanhas de conscientização sobre hábitos saudáveis podem colaborar significativamente para a mudança de cenário.
É essencial que escolas da cidade também promovam educação alimentar e nutricional, incorporando práticas pedagógicas que estimulem escolhas saudáveis desde a infância. Se nada for feito, a previsão de que meio bilhão de jovens estará obeso ou com sobrepeso até 2030 pode se concretizar, com graves impactos sociais, econômicos e sanitários, comprometendo o futuro de toda uma geração.
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