Tadalafila: uso cresce entre mulheres e Brasil lidera buscas

Curiosidade sobre o uso do medicamento por mulheres impulsiona o aumento das buscas por informações na internet
terça-feira, 27 de maio de 2025
por Liz Tamane
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Sabe qual é o segredo pra aguentar a noite todinha? / Tadalafila, Tadalafila"? Lançada em 2023 por Alanzim Coreano e Os Barões da Pisadinha, a música virou hit — e também símbolo de um fenômeno curioso. Não é só nesse forró que o nome do famoso medicamento aparece: uma busca rápida no Spotify por “tadalafila”, “tadala” ou “tadafilado” revela uma centena de canções, de diversos estilos, que celebram, mencionam ou brincam com o remédio conhecido por turbinar o desempenho sexual.

O Brasil se tornou o país que mais buscou informações sobre a tadalafila no Google, segundo dados recentes da plataforma. Embora o medicamento seja indicado para tratar a disfunção erétil, uma condição ligada à saúde sexual masculina, o que impulsionou o interesse foi a curiosidade sobre o uso do fármaco por mulheres.

Conhecida nas redes sociais como “tadala”, a substância está no mercado desde os anos 2000, quando passou a ser vista como uma alternativa ao famoso Viagra, com a promessa de menos efeitos colaterais. Nos últimos anos, deixou de ser um tabu e se tornou um dos campeões de vendas: em 2024, foram comercializadas 64 milhões de unidades no país, o maior volume da década, segundo revelou o portal de notícias G1.

A popularidade do medicamento acompanha o crescimento de conteúdos nas redes sociais, sobretudo no TikTok e Instagram, onde criadores de conteúdo, em sua maioria, sem formação em saúde, sugerem o uso da tadalafila para “turbinar” a performance sexual ou potencializar treinos. Muitas dessas postagens abordam, inclusive, a ingestão por mulheres, sugerindo benefícios como aumento da libido ou melhora no desempenho físico, apesar da falta de comprovação científica.

O reflexo disso aparece nas buscas no Google. Segundo a empresa, a pergunta que mais cresceu no Brasil neste ano foi: “O que acontece se a mulher tomar tadalafila?”. Outros questionamentos recorrentes incluem “Tadalafila funciona em mulher?” e “Tadalafila, mulher pode tomar?”. A resposta dos especialistas é categórica: não há indicação médica para o uso da substância por mulheres.

Riscos do uso indiscriminado

A tadalafila é um vasodilatador que atua especificamente na estrutura do pênis, promovendo relaxamento muscular e aumento do fluxo sanguíneo, o que facilita a ereção. Não há, portanto, evidências de que o medicamento tenha qualquer efeito positivo na sexualidade feminina.

Apesar disso, vídeos de “coachs” e influenciadores promovem a droga também como um “potencializador” de treinos, sugerindo que o vasodilatador poderia melhorar a oxigenação dos tecidos musculares. A crença é infundada, já que estudos não demonstraram qualquer melhora de desempenho esportivo com o uso da substância.

Os riscos do uso indiscriminado, especialmente sem orientação médica, incluem efeitos adversos como dor de cabeça, dores musculares, queda de pressão arterial e, em casos mais graves, eventos cardiovasculares. “Se temos pesquisas que mostram que não ajuda em nada, tomar tadalafila, ainda mais em doses não controladas, pode ser um risco”, alerta Marcelo Steiner.

A onda de desinformação sobre o medicamento ilustra como conteúdos virais podem influenciar comportamentos de saúde. Especialistas recomendam que, diante de qualquer dúvida ou problema relacionado à sexualidade, homens e mulheres procurem sempre a orientação de um profissional capacitado, evitando a automedicação e seus potenciais perigos.

 

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