Filha de Alarico Silveira, advogado e homem público, autor de enciclopédia, e de Dinorah Ribeiro Silveira, de quem ficou órfã ainda criança, Dinah Silveira de Queiroz estudou no Colégio Les Oiseaux, em São Paulo, juntamente com a irmã Helena.
Casou-se aos 19 anos com Narcélio de Queiroz, advogado e estudioso de Montaigne — primo de Rachel de Queiroz —, que teria grande influência nas leituras da mulher e a levaria a descobrir a vocação de escritora. Teve duas filhas, Zelinda e Léa. Em 1961, a romancista enviuvou e, no ano seguinte, casou-se com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves.
Seu primeiro trabalho literário recebeu o título de Pecado, e seu grande sucesso viria em 1939, com o romance Floradas na Serra, contemplado com o Prêmio Antônio de Alcântara Machado, em 1940, da Academia Paulista de Letras, e adaptado para o cinema em 1955.
Publicou o volume de contos A Sereia Verde, em 1941; voltou ao gênero romance em 1949, com Margarida la Rocque; e em 1954, publicou A Muralha, em homenagem às festas do IV Centenário de São Paulo. Ainda em 54, a Academia Brasileira de Letras lhe conferiu o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra.
Em 1956, fez uma incursão no teatro com a peça bíblica O Oitavo Dia, e no ano seguinte publicou o volume de contos As Noites do Morro do Encanto, laureado com o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras.
Em 1960, publicou outro volume de contos, Eles Herdarão a Terra, no qual já manifestava seu interesse pela ficção científica, que irá expressar-se melhor em Comba Malina (1969). Em ambos, prevalece o gênero conhecido como realismo fantástico.
Em 1962 foi nomeada adido cultural da embaixada do Brasil, em Madri. Casada com o diplomata Dário Moreira de Castro Alves, seguiu com o marido para Moscou. Permaneceu na então União Soviética quase dois anos, escrevendo artigos e crônicas, que eram veiculados na Rádio Nacional, na Rádio Ministério da Educação e no Jornal do Commercio.
A ausência do Brasil despertou em Dinah Silveira de Queiroz a necessidade de contribuir com a vida brasileira, e passou a produzir artigos diários, mais tarde reunidos no livro de crônicas Café da Manhã (1969), e ainda em Quadrante I e Quadrante II.
De volta ao Brasil, em 1964, escreveu Os Invasores, romance histórico em comemoração do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. Em 1966, partiu novamente para a Europa, fixando-se em Roma. Na capital italiana continuou a escrever crônicas e manteve um programa semanal na Rádio do Vaticano.
Publicou a biografia juvenil da princesa Isabel — A Princesa dos Escravos, e Verão dos Infiéis, romance inspirado nas palavras do Papa Paulo VI ao falar perante a Assembleia da ONU, em 1965. Essa obra recebeu o prêmio de ficção Prefeitura do Distrito Federal, em 1969, quando a escritora comemorava os 30 anos de sua carreira literária.
Em novembro de 1974, iniciou a publicação do Memorial do Cristo, cujo primeiro volume se intitula Eu Venho, e o segundo, de 1977, Eu, Jesus.
Dinah Silveira de Queiroz foi a 2ª mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras, em 1980, escolha considerada a consagração de uma escritora oriunda de uma das famílias brasileiras mais dedicadas às letras.
Além do pai, Alarico Silveira, nela figuram os nomes de Valdomiro Silveira, um dos fundadores da literatura regional; Agenor Silveira, poeta e filólogo; Helena Silveira, contista, cronista e romancista; Miroel Silveira, contista e teatrólogo; Isa Silveira Leal, novelista; Breno Silveira, tradutor; Cid Silveira, poeta; e Ênio Silveira, editor.
A escritora viveu os últimos anos em Lisboa, onde o marido chefiava a representação diplomática do Brasil. Lá escreveu seu último romance, Guida, Caríssima Guida, publicado em 1981. Faleceu em São Paulo, em 1982, cidade onde nasceu, em 1911.
(Fonte: www.academia.org.br/academicos/dinah-silveira-de-queiroz/biografia)
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