O inverno está aí e, como é característica da estação, as temperaturas permanecem em queda, principalmente na Região Serrana. Nova Friburgo, por exemplo, uma das cidades mais frias do Estado do Rio de Janeiro, vem enfrentando noites e madrugadas geladas. O amanhecer também tem sido congelante nos últimos dias. Nesta sexta-feira, 4, por exemplo, pouco antes das 6h, a estação meteorológica do Instituto Friburgo Solidário, no Pico do Caledônia, registrou 5,2 graus, com sensação térmica de pouco mais de 1 grau. Para este fim de semana, o cenário não deve mudar muito. Segundo o Instituto Climatempo, a previsão para Nova Friburgo é de céu claro, com períodos de nebulosidade e os termômetros variando entre 7 e 18 graus.
Com tanto frio assim, aumentam os casos de síndromes respiratórias que têm lotado os setores de urgência dos hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Na última quinta-feira, 3, por exemplo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou o novo boletim InfoGripe desta semana que indica, mais uma vez, o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maior parte do país.
A análise mostra indícios de queda ou interrupção do crescimento dos casos associados à influenza A (vírus causador da gripe) em estados das regiões centro-sul, Norte e Nordeste e dos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) nas três regiões.
Casos e internações
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o índice de casos positivos foi de 33,4% de influenza A, 1,1% de influenza B, 47,7% de vírus sincicial respiratório, 20,6% de rinovírus e 1,8% de Sars-CoV-2 (covid-19), mas a incidência de internações preocupa. No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, foram contabilizadas 1.008 hospitalizações na última semana epidemiológica.
Em Nova Friburgo, segundo dados informados com exclusividade para A VOZ DA SERRA, dos 105 pacientes que deram entrada no Hospital Municipal Raul Sertã e na UPA e tiveram a SRAG confirmada, seis deles precisaram ser internados.
Entre os óbitos por SRAG no Brasil, a presença desses mesmos vírus foi de 74,1% de influenza A, 1,3% de influenza B, 14,1% de vírus sincicial respiratório, 10,2% de rinovírus e 3,1% de Sars-CoV-2 (covid-19).
A importância da vacinação contra a gripe
A pesquisadora do InfoGripe, da Fiocruz, Tatiana Portella, diz que alguns estados ainda seguem com tendência de aumento de hospitalizações por SRAG - Mato Grosso, Paraná, Pará, Rondônia e Roraima. Ela ressalta que os maiores responsáveis por esse aumento continuam sendo a influenza A e o sincicial respiratório.
“Por isso, reforçamos a importância da vacinação contra a influenza. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina de graça para os grupos prioritários, então é fundamental que todos estejam vacinados. Mesmo que você já tenha tido gripe este ano, é importante se vacinar, já que a vacina protege contra os três principais tipos de vírus da influenza que infectam humanos”, recomenda a especialista.
Em Nova Friburgo, a vacinação contra a gripe continua disponível para toda a população acima de 6 meses de idade. As doses são aplicadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, nas salas de vacina dos postos de saúde Sílvio Henrique Braune, no Suspiro; Tunney Kassuga, no bairro Olaria; Ariosto Bento de Mello, no Cordoeira; José Copertino Nogueira, em São Geraldo, e Waldir Costa, no distrito de Conselheiro Paulino. Para se vacinar é preciso apresentar a carteira de identidade, CPF, cartão do SUS e a caderneta de vacinação para atualização. A vacinação é inteiramente gratuita.
Maior perigo para idosos e crianças
A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Tatiana Portella, acrescenta ainda que a influenza A continua sendo a principal causa de hospitalizações e óbitos por SRAG entre os idosos em todo o Brasil. Segundo ela, a incidência de SRAG apresenta maior impacto também nas crianças pequenas, estando associada principalmente ao VSR, seguido do rinovírus e da influenza A.
A pesquisadora lembrou também que se verifica a interrupção do crescimento ou queda do número de casos de SRAG por influenza A na população de jovens, adultos e idosos, em parte significativa das regiões centro-sul, Norte e em alguns estados do Nordeste. Além disso, os casos de SRAG associados à Influenza A continuam aumentando em alguns estados do Nordeste, do centro-sul e em Roraima.
Panorama da SRAG nos estados
Das 27 unidades da Federação, seis apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco, com sinal de crescimento na tendência de longo prazo, são eles: Alagoas, Mato Grosso, Paraná, Pará, Rondônia e Roraima. As ocorrências de SRAG na população de jovens, adultos e idosos, associadas à influenza A, se mantêm altas, mas apresentam sinal de queda no Distrito Federal, Espírito Santo,em Goiás, Mato Grosso do Sul, no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, São Paulo, no Amazonas, Amapá, Pará, em Rondônia, no Tocantins, na Bahia, no Ceará, Maranhão e na Paraíba. No entanto, continuam aumentando em Alagoas, Sergipe, Minas Gerais, Mato Grosso, no Paraná e em Roraima.
(Com informações da Agência Brasil)
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