Blog de cezarvasconcelos_18844

O que o amor é e o que ele não é

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Uma escritora inspirada descreveu que: “O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Uma escritora inspirada descreveu que: “O amor que só dirige palavras bondosas a uns, ao passo que outros são tratados com frieza e indiferença, não é amor, mas egoísmo.” Ele não funcionará de forma alguma para o bem das pessoas. “Não podemos limitar nosso amor a um ou dois objetos.” (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje, 80).

O que você retém só para si ou para um grupinho pequeno de pessoas em termos de afeto acaba perdendo porque não tem sustentação. “Nosso amor não se deve restringir a pessoas especiais. Quebre o vaso, e o perfume encherá toda a casa.” (idem acima).

Isto não quer dizer que manifestaremos a mesma forma de amor para com todos. Quer dizer que não odiaremos as pessoas, mas procuraremos entendê-las e ter compaixão para com aquelas menos equilibradas, mais sofridas, mais rudes.

Isto também não quer dizer que teremos que manter o mesmo nível de sentimento por todas as pessoas. Há algumas não amáveis por não permitirem ser amadas. Rejeitam o amor oferecido à elas seja por atitude fria ou agressiva. Então temos que deixá-las seguir e nos afastarmos até que elas possam aceitar nosso oferecimento de amor.

Há hora de afastar e de aproximar. Há hora de falar do amor e hora de ficar quieto. Há hora para tudo e nem sempre é hora para tudo. O silêncio pode ser ouro em certos momentos. Assim como a boa palavra falada na hora certa é bálsamo e justiça.

Alguns importam da filosofia grega o conceito de amor em três dimensões: o amor fraternal – ágape; o amor sexual – eros, e o amor amizade – filia. Na realidade, o amor é um só, de uma única fonte. Ele se manifesta de forma diferente para momentos diferentes e pessoas diferentes, segundo a capacidade e a necessidade de cada um.

Mas amor não é paixão, nem sexo, nem “ficar”. O amor é paciente e bondoso. O amor não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Não é grosseiro, nem egoísta. Não se irrita, nem fica magoado. O amor não se alegra quando alguém faz alguma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. O amor nunca desanima, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor dura para sempre.

No relacionamento entre marido e mulher não se sente o mesmo tipo de sentimento igualzinho hora após hora pelo seu cônjuge. O sentimento pode flutuar, mas não o amor.

Quando alguém se apaixona é provável que esta paixão esteja ligada à imagem que a pessoa criou em sua mente de como ela gostaria que o ser amado fosse. Ela está apaixonada pela imagem da pessoa que ela criou em sua própria mente, a qual pode ser muito diferente da pessoa que está ali presente na realidade de sua vida.

Daí será necessário um ajuste. Será preciso cair do “andor” da paixão para chegar-se à realidade do que o outro é. Quando cai este amor idealizado, daí pode começar o amor maduro. Tudo dependerá de como a pessoa lidará com a sua realidade e a do ser amado. O diálogo será então fundamental para se processar o ajuste afetivo. Para ir surgindo o amor maduro não será com mais sexo, mais romance ou mais presentes. E sim diálogo sobre o que dói e o que alegra, sobre o que agrada e desagrada, sobre o que gosta e não gosta. Mas tem que ser um diálogo sincero, com respeito, e aceitação do que cada um pode ser neste momento da vida.

O amor maduro produz felicidade e desprendimento. Com ele você fica em paz mesmo que as coisas por em volta estejam desabando. O amor tem que ser firme no sentido de colocar limites contra abusos. O amor diz verdades de uma forma respeitadora, porém, firme. O amor não ataca as pessoas, não condescende e nem se compromete com o erro, com a mentira, com o engano.

Você quer ter este tipo de amor? Ele não é vendido em comprimidos nas farmácias. Você precisa desejar ardentemente tê-lo e fazer sua parte para obtê-lo. E pedir. Ele é grátis. Se você deseja este amor para realmente amar as pessoas e ajudá-las, o terá. Se for para se aproveitar delas ou “faturar” (materialmente ou não), não o terá. Este amor não é bobo, nem ingênuo, nem manipulável. O amor é um poder. Quem quiser pode tomá-lo de graça da fonte que é o criador do universo. Mas uma pergunta muito importante sobre amor é: você quer amor para quê?

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

O que sobra no final de sua vida?

quinta-feira, 18 de junho de 2020

A história relata que Jesus Cristo viveu na Palestina cerca de dois mil anos atrás. Em vestes humanas ele veio à Terra no nível daqueles que desejava salvar. Que humildade! Totalmente oposto aos arrogantes e aos abusadores do poder que dizem coisas como “Sabe com que está falando?”. Que pessoas fracas são estas, não é?

A história relata que Jesus Cristo viveu na Palestina cerca de dois mil anos atrás. Em vestes humanas ele veio à Terra no nível daqueles que desejava salvar. Que humildade! Totalmente oposto aos arrogantes e aos abusadores do poder que dizem coisas como “Sabe com que está falando?”. Que pessoas fracas são estas, não é?

No caráter de Jesus não havia nenhuma malícia, nem impureza, nem mácula, nenhuma arrogância. E em relação a nós, como está o nosso caráter? Tem brotado dele malícias, corrupção, mentiras, vaidade, que se transformam em comportamentos egocêntricos, pedantes, arrogantes? Ou temos aceitado ajuda divina passando gradativamente a ter atitudes éticas, bondosas, benignas que auxiliam o próximo? Já descobriu a necessidade de acabar com suas mentiras e outros problemas de caráter para crescer e realmente se tornar feliz? Somos ajudados a querer o bem se pelo menos queremos ser ajudados. Você quer? Saúde depende de admitirmos ter a doença e decidir praticar o que promove recuperação.

Contudo Jesus sendo Deus assumiu um corpo humano já debilitado em comparação com o corpo, por exemplo dos primeiros seres humanos, como Adão que tinha quase quatro metros de altura e viveu quase mil anos. Uma amiga comentou no contexto de Jesus ter assumido um corpo como o nosso assim: “Como a divindade coube num corpo humano!” trajando sua divindade com a humanidade, para se associar com a humanidade imperfeita, ele procurou ajudar-nos a redimir o que, pela desobediência, Adão perdera.

Em seu próprio caráter Jesus manifestou para o mundo o caráter de Deus. Ele não viveu procurando agradar a si mesmo, mas fazendo o bem. Você faz o bem? A história dele por mais de 30 anos de vida aqui na Terra foi de benevolência desinteressada. Duas das revistas médicas mundialmente famosas no meio científico a “The Lancet” e a “NEJM-New England Journal of Medicine,” admitiram este mês que elas se deixam influenciar pela indústria farmacêutica que faz muita pressão para publicar artigos com conflitos de interesses nestes periódicos.

Alguns cientistas ganham muito dinheiro das indústrias de medicamentos ao produzirem pesquisas sobre determinado remédio. A “The Lancet” publicou um trabalho poucas semanas atrás sobre medicamentos para a Covid-19 que verificou-se depois que no estudo haviam erros e falhas de metodologia de pesquisa científica. Um dos autores tinha conflito de interesse com uma indústria de medicamentos. Que vergonha! Veja isto em: https://quinina.com.br/editores-do-the-lancet-e-do-nejm-as-empresas-farmaceuticas-nos-pressionam-a-aceitar-artigos/

Você faz o mesmo? Defende ideias e comportamentos não saudáveis por interesse seja econômico ou ideológico sem uma apropriada verdade por detrás? Ganhar dinheiro, fama, discussões filosóficas tem realmente produzido paz em sua mente? Jesus não tinha nenhum conflito de interesse em sua pregação, em sua conduta e vida terrestre. Não é sem razão que as pessoas ficavam maravilhadas com seus ensinamentos. Ele ensinava como tendo autoridade e não preso às tradições religiosas que colocavam a opinião humana acima da revelação divina, como muitas filosofias, ideologias e religiões fazem hoje. Cristo não ficou preso às fracas e insípidas fábulas e tradições dos escribas e fariseus. Alguns admirados de sua doutrina, chegaram a expressar: “Nunca homem algum falou como este homem.” João capítulo 7, versículo 46.

Examine por você mesmo com humildade e motivação de desejar a verdade o que consta nas escrituras sagradas, a Bíblia. Ali tem saúde mental, saúde física, saúde espiritual e social. A postura de reverência diante da luz da verdade nos conduz à saúde, força para viver e entendimento do sentido da vida, que não é “retomada do crescimento econômico após a pandemia. Só a mente contrita e humilde pode ver a luz. Temos que deixar a arrogância, a autoconfiança doentia, a fissura materialista, a obsessão pela fama, pelo prazer sexual, pelo romance, pelo acúmulo de bens, para realmente ser possível amadurecer como pessoa. Não tem remédio de farmácia que faça isso.

Você pode escolher um caminho bom. Pode escolher. Você pode decidir querer a verdade, saindo da corrupção, do nariz empinado que defende ideologias no mínimo duvidosas. Deixe a mente aberta para que o que é realmente verdadeiro possa entrar. Não é abandonar o que você sinceramente crê hoje como verdade e realidade. Mas é se perguntar: “O que creio é realmente verdadeiro?”. E pesquisar. Este é o caminho do crescimento de nosso caráter. É o que pode ajudar a humanidade. Afinal, no final de nossa vida nessa existência curta, o que sobra é o caráter, é o que você fez de bom para as pessoas, sem interesses egoístas. O resto se perde, ou fica por aí nas contas bancárias ou listadas no seu inventário para outros desfrutarem. Você pode escolher agora o que quer deixar ao morrer. Luz ou escuridão, bem ou mal, só dinheiro ou exemplo de bom caráter que influencia vidas para a virtude.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

É preciso tratar a introversão?

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

Susan Cain, autora do livro “O Poder dos Quietos”, conta que o dr. Jerry Miller, psicólogo infantil, diretor do Centro para a Criança e a Família da Universidade de Michigan nos Estados Unidos, atendeu os pais de um garoto de 7 anos levado à ele pelo medo do filho ter “problemas” psicológicos. O menino era introvertido mas não apresentava nenhuma doença mental que necessitasse tratamento psicológico ou psiquiátrico.

O dr. Miller explicou aos pais que não encontrou nenhum problema no garoto. Os pais não ficaram satisfeitos. O menino tinha um irmão mais novo com 4 anos que batia no mais velho vez ou outra e ele não revidava. Os pais incentivavam o mais velho a lutar, revidar, para ver se ele se tornava “ativo”. Além disso eles também colocaram o garoto em esportes competitivos, o levavam a reuniões sociais familiares para ver se ele “desinibia”, mas nada disso interessava ao menino que preferia ficar em casa, estudar, ler, montar brinquedos.

Aqueles pais eram profissionais ativos, assertivos, sociáveis e competitivos. Chegaram a pensar se este filho mais velho teria depressão, o que foi descartado pelo dr. Miller. A verdade é que havia falta de harmonia entre o garoto e seus pais. O menino aceitava seus pais melhor do que eles o aceitavam. Ele simplesmente era um menino introvertido.

Introversão não é doença. É um perfil de comportamento normal. O introvertido gosta de ficar com ele mesmo, não gosta de muito barulho e agitação, prefere conversas mais profundas, não gosta de falar bobagens. O extrovertido é diferente, preferindo ter muita gente em volta, quer aparecer, detesta solidão, sente que precisa de visibilidade.

Aqueles pais ligados demais na vida social e empresarial, não entendiam este filho introvertido. O modelo de pessoa normal para eles era alguém muito social, muito assertivo, agressivo nos “negócios”.

Aliás, não é assim que a sociedade ocidental funciona? Quem são exaltados pela mídia não são as pessoas mais agressivas, mais do tipo “cheguei”, que falam muito, que são competitivas? Será que os introvertidos não servem para nada? O que dizer de Albert Einstein, Bill Gates, só para citar dois famosos introvertidos?

Introversão não é o mesmo que timidez. A timidez é algo sofrido para o tímido, mas a introversão não. Um introvertido não gosta da ideia de mudar para se tornar extrovertido. Ele está satisfeito com seu jeito de ser. Mas o tímido quer mudar, e isto é normal porque ele sofre com a timidez, que é um medo de ser rejeitado, medo de passar vergonha, algo que machuca a pessoa.

Aqueles pais precisariam entender seu filho introvertido e aceitar o jeito dele ser assim e valorizar o que ele gosta e pode fazer. Numa família, numa comunidade religiosa, numa empresa, num grupo social é importante ter pessoas introvertidas e extrovertidas. O introvertido pensa e dá ideias maravilhosas, enquanto que o extrovertido as executa. Precisamos de ambos! Ambos são normais. Não tem que tratar introversão. Ela é um traço normal da personalidade humana. 

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Insônia: tipos, causas e tratamento

quinta-feira, 04 de junho de 2020

A insônia é a alteração do sono normal. Pode ser temporária ou crônica, e também inicial, intermitente e terminal. Inicial é quando a pessoa tem dificuldade para induzir o sono, ela deita e custa muito a dormir. A intermitente é quando ela tem interrupções freqüentes e variadas no período em que vai dormir. E a terminal é quando ela deita, dorme logo, mas acorda muito cedo, tendo dormido poucas horas e não consegue voltar a dormir.

A insônia é a alteração do sono normal. Pode ser temporária ou crônica, e também inicial, intermitente e terminal. Inicial é quando a pessoa tem dificuldade para induzir o sono, ela deita e custa muito a dormir. A intermitente é quando ela tem interrupções freqüentes e variadas no período em que vai dormir. E a terminal é quando ela deita, dorme logo, mas acorda muito cedo, tendo dormido poucas horas e não consegue voltar a dormir.

Chamamos de insônia primária quando há dificuldade em iniciar e/ou manter o sono e quando há a sensação de não ter um sono reparador durante um período não inferior a um mês. Ela geralmente surge no adulto jovem (entre 20 e 30 anos), raramente na infância e adolescência, é mais freqüente na mulher e tem um desenvolvimento crônico. Neste tipo de insônia há, portanto, alterações na indução, na continuidade e na estrutura do sono. Ela pode existir também com sonambulismo (andar dormindo) e sonilóquia (falar dormindo).

A pessoa com insônia primária refere não ter tido um sono reparador durante um tempo não inferior a um mês, e acaba produzindo mal-estar físico, deterioração social no trabalho ou em outras áreas importantes de atividade.

A insônia crônica pode produzir uma diminuição da sensação de bem-estar durante o dia, caracterizado pela alteração do estado de ânimo e da motivação, diminuição da atenção, da energia e da concentração, além do aumento da sensação de fadiga e mal-estar mental.

Geralmente pessoas com insônia utilizam mal medicamentos e álcool para tentar favorecer o sono, e ao mesmo tempo usam bebidas com cafeína ou outros estimulantes para combater a fadiga durante o dia.

Ocorre a insônia por motivos variados. Há as chamadas “idiopáticas” de causa não detectável. Cerca de 50% dos casos de insônia ocorrem como conseqüência de depressão. Também pode ocorrer como condicionamento negativo, como a pessoa que dormiu mal uma ou outra noite devido a algum trauma emocional, e fica com medo de não conseguir dormir de novo. Este medo ou ansiedade perturba o relaxamento para permitir o sono fisiológico. Quanto mais medo de não dormir, mais provável é a insônia.

O que produz uma insônia pode ser diferente do que faz com que ela se torne crônica. Geralmente há uma situação aguda de estresse psicológico, como a morte de um ente querido, o afastamento de um familiar, tristeza, perda de emprego, iminência de uma cirurgia, caso de doença grave, depressão, perda financeira etc.

É relativamente comum a presença de insônia na pessoa que tem a chamada “depressão mascarada”, ou seja, um tipo de depressão em que a pessoa não se sente conscientemente triste e nem desesperançada. Estudos mostram que 40% das pessoas com queixas clínicas que procuram médicos clínicos gerais apresentam este tipo de depressão. Apesar da não queixa de tristeza e desesperança, a pessoa com depressão mascarada pode apresentar os outros sintomas depressivos, incluindo despertar precoce na madrugada (insônia terminal), desinteresse sexual, falta de apetite (ou apetite exagerado geralmente para doces), variação diurna do humor (pior pela manhã), constipação intestinal etc.

No tratamento da insônia deve-se observar a história da pessoa e ver se há depressão ou ansiedade generalizada e então tratar a causa primária. É importante fazer a higiene do sono que significa: praticar exercícios físicos pela manhã ou no começo da tarde, tomar a última refeição do dia pelo menos duas horas antes de deitar com alimentos leves, não usando nicotina, álcool, bebidas com cafeína como café, chá preto, erva-mate, bebidas com “cola”, guaraná em pó ou misturado com outros líquidos, chocolate.

Deve providenciar um ambiente agradável no quarto de dormir, sem televisão, sem barulho (se possível), colchão agradável, evitar deitar sem ser para dormir, ter hora certa para deitar e levantar.

Numa terapia de conduta para insônias severas a pessoa aprende a relaxar, sendo a leitura de algo suave e calmo indicada, além da oração e meditação. Eventualmente pode haver a necessidade temporária de medicamentos específicos para induzir o sono, que podem ser fitoterápicos, como a Valeriana e a Passiflora, ou medicamentos sintéticos chamados de hipnóticos ou indutores do sono que devem ser prescritos por médico e de preferência não ser utilizados seguidamente por mais de dois meses.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Cronobiologia – Biorritmos

quinta-feira, 28 de maio de 2020

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo-Dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos deste tipo de biorritmo.

A ciência está ampliando o conhecimento sobre biorritmos. Sabe-se que para várias funções orgânicas existe o que cientistas chamam de “Ritmo do Sétimo-Dia”. Algo ocorre em nosso corpo em certas circunstâncias no sétimo dia do evento, seja uma cirurgia, transplante ou liberação de hormônios. Precisamos deste tipo de biorritmo.

Dr. Halberg, do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, é um líder na pesquisa de biorritmo naquele país. Em colaboração com outros cientistas de várias nações ele documentou o Ritmo do Sétimo-Dia no ser humano. (Halberg F., and E. Halberg. Conceptualization and Validation of a Circaseptenary Clinospectral System. Abstracts, Second International Conference on Immunopharmacology, Sheraton Park, Washington, D.C., July 5-10, 1982, 340-341).

Monitoraram os batimentos cardíacos de um homem durantes vários meses enquanto ele permanecia em um ambiente totalmente isolado com todas as condições controladas e nada do mundo exterior poderia interferir com seus ritmos internos corporais. Quando os dados foram analisados, seu coração mostrou claramente um Ritmo do Sétimo-Dia. (McCluskey, E.S. Light-Dark Cycle Entrainment of Circadian Rhythms in Man. The Biologist 65:17-23, 1983).

Usando-se poderosos métodos de computadores, um grupo de cientistas analisou cuidadosamente modelos de produção de hormônios esteróides coletados da urina de um homem saudável durante um período de 15 anos. Os resultados das análises hormonais mostraram que a excreção destes hormônios também ocorria num Ritmo do Sétimo-Dia. (Halberg, F., M. Engeli, C. Hamburger, et al. Spectral Resolution of Low-Frequency, Small-Amplitude Rhythms in Excreted 17-Ketosteroids; Probably Androgen-inducced Circaseptan Desynchronization. Acta Endocrinológica. Suppl. 103:5-53, 1965).

Outro grupo de pesquisadores estudou mais do que 70 homens jovens que tiveram um ou mais dentes molares extraídos. Cada dia após a cirurgia, suas faces e maxilares foram medidos cuidadosamente. É de se supor que o edema (inchação) na face diminuiria nos próximos dias após a cirurgia para a extração dos dentes. Mas isto não ocorreu. Verificou-se a presença de um Ritmo do Sétimo-Dia quanto à inchação local. (Pollman, L. and G. Hildebrandt. Long-Term Control of Swelling After Maxillo-Facial Surgery: A Study of Circaseptan Reactive Periodicity. Inter. J. Chronobiology, 8:105-114, 1982).

Observou-se também que em várias cirurgias de transplante de rim ocorre este ritmo de sete dias, já que se verificou que a rejeição ocorria após sete dias da operação. (De Vecchi, A., F.Halberg, R.B. Sothern, et al. Circaseptan Rhythmic Aspects of Rejection in Treated Patients with Kidney Transplants. Inter. J. Chronobiology, 5:432, 1978).

Este tipo de biorritmo é chamado de “circaseptano”, também encontrado em macacos, cachorros, ratos e outros organismos. Isto parece revelar que o Ritmo do Sétimo-Dia é um mecanismo normal existente na fisiologia de organismos vivos. Alguns cronobiologistas crêem que este tipo de biorritmo – o do Sétimo-Dia – pode revelar que os organismos precisam de uma certa pausa como um estímulo para seguirem vivendo.

Durante a Revolução Francesa (1789-1799) cientistas seculares tentaram revolucionar a semana de sete dias, instituindo uma semana de dez dias. Foi um caos. O matemático e senador La Place teve um papel importante em restaurar o modelo anterior dos sete dias na semana. Simplesmente não funcionou!

Na Bíblia, em Gênesis capítulo 2 e versículos de 1 a 3 está escrito: Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.

Que paralelo fantástico entre as escrituras sagradas e a moderna ciência! Sabemos hoje que um dos componentes para redução do estresse é um descanso semanal, a ênfase na importância da dimensão espiritual do ser humano e as práticas naturais de saúde. Jesus foi totalmente científico quando disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” Marcos 2:27. Ele falava deste biorritmo há dois mil anos atrás. Fonte: Bernell Baldwin, Ph.D.,  foi professor de neurofisiologia e fisiologia aplicada no Wildwood Lifestyle Center and Hospital, pesquisador e articulista do The Journal of Health and Healing.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Seu sistema nervoso e a ansiedade

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Nosso corpo tem vários sistemas, respiratório, imunológico, circulatório ou cardiovascular, digestório, nervoso, e outros. O sistema nervoso se divide em central e periférico. O sistema nervoso central é composto de encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula. Já o sistema nervoso periférico é composto dos nervos, dos gânglios e das terminações nervosas.

Nosso corpo tem vários sistemas, respiratório, imunológico, circulatório ou cardiovascular, digestório, nervoso, e outros. O sistema nervoso se divide em central e periférico. O sistema nervoso central é composto de encéfalo (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula. Já o sistema nervoso periférico é composto dos nervos, dos gânglios e das terminações nervosas.

Sob o ponto de vista funcional, o sistema nervoso é dividido em somático e visceral. Na parte visceral existe o sistema nervoso autônomo o qual se subdivide em dois: simpático e parassimpático. Este sistema nervoso autônomo é responsável pelas ações espontâneas em nosso corpo, aquilo que você não precisa controlar, como a respiração, os batimentos do coração, a digestão, o controle da temperatura do corpo, entre outras.

O sistema nervoso simpático é responsável pelas alterações no organismo diante de eventos de estresse ou emergenciais. É ele que prepara a pessoa para o estado de alerta, no qual todo o organismo se prepara para lutar ou fugir. Por outro lado, o sistema nervoso parassimpático é o que atua para fazer o organismo voltar ao estado de serenidade que havia antes da situação estressante ocorrer.

Quando há uma situação de emergência, por exemplo, um cachorro bravo vem em sua direção na rua, o sistema nervoso simpático entra em ação para produzir reações em seu corpo a fim de preparar você para lidar com o problema. Daí poderá ocorrer a liberação de cortisona e adrenalina que aumentam os batimentos do coração e a pressão arterial, causa a contração da musculatura, dilatação da pupila, aumento da frequência respiratória, e outras reações.

Depois que você enfrentou o problema emergencial, o sistema nervoso parassimpático, entre outras funções, faz com que os batimentos cardíacos voltem ao normal, a pressão fica em níveis normais, diminuindo a produção de adrenalina, cortisol e glicose, entre outras funções.

Nosso corpo tende a interpretar sinais de estresse como um motivo para ativar o sistema simpático, mesmo que seja algo imaginário, como um medo exagerado, porque ele não sabe distinguir o que é real do que é imaginário, como o caso de uma pessoa muito ansiosa, que se preocupa demais com pagar contas atrasadas, que tem muito estresse conjugal ou no trabalho. Pessoas com vida muito agitada, correria, engarrafamento, consumo de cafeína, prazos curtos demais para realizar um trabalho, isto e muito mais ativa o sistema simpático.

Fatores que ajudam a ativar o sistema parassimpático e, portanto, reduzir o estresse e o impacto dele sobre nosso corpo, incluem: meditação em temas que acalmam, orações espontâneas feitas com fé, massagem, convívio com a natureza, respiração profunda e lenta, brincar com crianças e com animais e a prática de atividades físicas não competitivas.

Na página 81 do livro “Fé – Evidências Científicas”, de George E. Vaillant, psiquiatra de Harvard, explica: “A confiança e a segurança, como as demais emoções positivas, estimulam o nosso sistema nervoso parassimpático, não o simpático. O sistema nervoso simpático é catabólico: a reação de luta ou fuga esgota as reservas do organismo. O sistema nervoso parassimpático é anabólico: fé, esperança e aconchego contribuem para aumentar as reservas do organismo.” (Editora Manole, 2010, itálico do autor).

Assim, o desafio para a redução da ansiedade excessiva, que dispara o sistema simpático e gera vários sintomas em nosso corpo, tem que ver, sob o ponto de vista emocional, com o cultivo de sentimentos de confiança, esperança, fé, aproximação afetiva que gera aconchego. Isto pode ser feito, por exemplo, com oração, crença num Deus criador e bondoso que fornece proteção, leitura e meditação em textos religiosos como a Bíblia, e focar a mente naquilo que promove esperança. Tudo isso pode reduzir a ansiedade para níveis normais.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A dor do passado pode machucar no presente

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Queixa principal (QP) é o que o paciente comenta como motivo da consulta. Em psiquiatria/psicologia ela pode ser “depressão”, “pânico”, “medo excessivo (fobia)”, “pensamentos obsessivos”, “insônia”, “problemas conjugais”, “problemas com filho”, “abuso de drogas”, “delírios, alucinações, ideias de perseguição” etc.

Queixa principal (QP) é o que o paciente comenta como motivo da consulta. Em psiquiatria/psicologia ela pode ser “depressão”, “pânico”, “medo excessivo (fobia)”, “pensamentos obsessivos”, “insônia”, “problemas conjugais”, “problemas com filho”, “abuso de drogas”, “delírios, alucinações, ideias de perseguição” etc.

A queixa principal na consulta psiquiátrica/psicológica nem sempre revela o essencial do problema da pessoa. Mas é o que ela fala como sendo seu sofrimento atual. O profissional vasculhará isto e procurará formular o “diagnóstico psicodinâmico” que é a história profunda do sofrimento manifestada só pela queixa principal na primeira consulta.

A queixa principal pode ser a ponta do iceberg, a gota d’água que faltava para desencadear o sofrimento que motivou a consulta. Uma pessoa pode relatar ao médico que precisa de ajuda, por exemplo, para o estado depressivo iniciado após o término de um relacionamento. A queixa principal, neste caso, é: “Vim aqui porque estou deprimido.” A causa percebida pela pessoa é: “Estou assim desde que ele/ela me deixou.”

Entretanto, a verdade profunda que explica o sofrimento pode ser a perda afetiva ao longo da infância pela criação com uma mãe ríspida, fria, ou com um pai ausente, agressivo, que afetou o mundo emocional da pessoa. O rompimento do relacionamento foi o fator desencadeante do estado depressivo, mas não o único e talvez não o principal fator causador dele.

Muitos tiveram uma infância numa família complicada, crescendo com “má-nutrição” afetiva, que produz diferentes manifestações em pessoas diferentes. Pessoas que saíram de uma infância turbulenta, por exemplo, com um pai (ou mãe) alcoólico em que havia violência, podem ter na vida adulta problemas diferentes embora o sofrimento tenha sido causado pela mesma história, no caso, um pai/mãe alcoólico violento. Numa mesma família um filho poderá ter alcoolismo, outro pânico, outro depressão, outro nada grave.

Também diferentes histórias de sofrimento infantil produzem o mesmo tipo de transtorno emocional. Numa família pode ter ocorrido abuso sexual, em outra espancamento da criança, em outra a mãe era rejeitadora e fria, em outra ainda havia um pai irritadiço, explosivo. Filhos destas diferentes famílias com estruturas doentias comportamentais diferentes podem apresentar na vida adulta o mesmo diagnóstico, todas podendo ter, por exemplo, depressão, embora o sofrimento da infância tenha sido causado por histórias diferentes.

Uma jovem criada por um pai um tanto ausente e por uma mãe fria que não tinha paciência com ela, engravidou na adolescência e sua mãe não a ajudou e a rejeitou. O pai fez o mesmo, e a jovem foi morar com outro parente, que a acolheu. Felizmente ela não sucumbiu murchando como pessoa devido a esta estrutura emocional com negligência afetiva paterna e materna. Por razões temperamentais e razoável capacidade de lidar com a frustração, ela não se deprimiu, não ficou com alguma manifestação psicológica muito sofrida e limitante até chegar na vida adulta, após o casamento.

Durante um tempo a mente dela conseguiu lidar bem com a falta e necessidade de apoio emocional paterno e materno. Mas no casamento passou a ter ciúmes exagerados do marido. Passou a monitorar a vida dele, ficando obsessiva sobre se ele demonstrava paciência, afeto, atenção, se irritando demais ao não se sentir amada, checando sempre o celular dele. Ela se depreciava e inconscientemente buscava autovalorização num amor idealizado para com o marido. Era como se dissesse para si: “Só tenho valor se ele me amar do jeito que eu quero.”

A queixa principal dela na primeira consulta foi: “Sou muito ciumenta!” A história completa deste ciúme doentio era ligada às perdas da nutrição afetiva ao longo da vida, desde a infância, que começaram a manifestar-se no casamento através do desejo idealizado de receber afeto. Nenhum marido/esposa pode fornecer ao cônjuge todo o afeto desejado pela pessoa porque parte deste desejo geralmente tem que ver com o que faltou na infância com os pais, e/ou com necessidades exageradas da criança de receber afeto. A solução não é, portanto, procurar a pessoa ideal. É aceitar as perdas, valorizar o amor que recebe da pessoa com quem vive, resolver pendências conjugais, e lutar contra a obsessão pelo afeto, obsessão que pode gerar ciúme doentio, o qual gera crises, abusos e até violência. Nosso valor como pessoa não depende do amor de outra pessoa por nós.

Então, pense bem e procure analisar se o que você chama de “minha queixa principal” ou “meu problema mental pior” é realmente isto que você pensa que tem que ver só com o presente, ou se não pode haver raízes dele lá no seu passado e que repercute hoje ainda.

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Ansiedade, solidão, estresse, desespero, pânico, medo, tensão financeira...

quinta-feira, 07 de maio de 2020

Como lidar com isto na pandemia?

Como lidar com isto na pandemia?

Vamos dar uma olhada em mais algumas dicas sobre o que fazer para manter a saúde mental no confinamento neste período de pandemia. Em artigos anteriores comentei sobre isto. Porém, hoje temos algo talvez novo para você. As dicas estão relatadas num artigo publicado no último dia 10 de abril pela Revista de Psiquiatria da Ásia, disponibilizado no site do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, com o título “Covid-19: Impact of Lock-down on Mental Health and Tips to Overcome”( “Covid-19: Impacto do Confinamento sobre a Saúde Mental e Dicas para Vencer”). Acrescentei algumas também.

Ansiedade: reconheça a ansiedade. Não tem como fugir dela. Mas pense que esta sensação ansiosa não prende você no sentido de não poder se comunicar com parentes e amigos. Ao planejar rotinas diárias isto ajuda a adaptar-se ao isolamento e gerenciar a ansiedade. Divida seu tempo de forma clara com horários de trabalho e não trabalho. Veja qual tipo de atividade e hobby produz alívio e até alegria, e pratique. Exercícios respiratórios não só auxiliam seus pulmões a funcionarem no melhor que eles podem, como contribuem na redução da ansiedade especialmente se ao praticá-los você se concentrar na respiração e se desligar do resto em volta de si.

Solidão: se você não tem ainda nenhum grupo de amigos em WhatsApp ou outra rede social virtual, crie um ou peça para entrar em algum já existente onde tem pessoas que você gosta. Seja ativo nestes grupos. Telefone para familiares e amigos. Escolha um novo hobby, aprenda algo novo, mantenha sua mente envolvida com alguma atividade ao invés de ficar parado e pensando em coisas trágicas.

Dificuldade em se concentrar, baixa motivação e um estado de distração: exercite a paciência porque leva um certo tempo para a gente se adaptar numa realidade totalmente nova. Escolha uma atividade física de sua preferência, como exercícios aeróbicos e alongamentos. Use pelo menos uma hora por dia praticando algo para sua saúde física. Meditação melhora a concentração, e você pode meditar em textos espirituais, por exemplo. Pense que como todos estamos no mesmo barco nesta pandemia, isto significa que as outras pessoas não poderão ser tudo o que queremos, porque elas também têm suas lutas emocionais, sua agenda de atividades, sua rotina.

Estresse: a palavra “estresse” popularmente significa que a pessoa está esgotando suas energias, está chegando a um ponto de quebra da resistência. Existe estresse físico, mental e espiritual. A prática de atividades físicas regulares reduz o estresse, pelo menos meia hora por dia de exercício aeróbico, e se você não tem espaço fora de casa para isto porque mora em apartamento ou numa vila de casas geminadas etc., faça no seu apartamento ou casa mesmo, de frente para a janela, pulando corda, flexões, polichinelo, entre outros. Tem aplicativos de celular que ensinam isto gratuitamente. Evite comer coisa pesada de noite. Durma em ambiente escuro e silencioso. Tenha um tempo ao longo do dia para orações e meditações, isto ajuda a baixar o estresse. Não fique procurando ouvir notícias o dia todo, e decida assistir somente um noticiário por dia na TV.

Espirais emocionais negativas: emoções boas e desagradáveis vão e voltam. Mas é possível evitar que as emoções negativas predominem se você não ficar buscando informações sobre a Covid-19 o dia todo, até porque já sabe os sintomas e o que fazer se os tiver. Se ainda tem dúvidas, pergunte ao seu médico ou a alguém confiável, e de fonte segura. Se você não gosta de incomodar os outros, cuidado para não ficar numa amargura desnecessária por não pedir ajuda e orientação. Peça.

Desespero: se você é fumante e consome bebidas alcoólicas com frequência, agora pode ser um bom momento para mudar seus hábitos de fumar e beber. Neste site você encontra ótimo material gratuito que o ajudará a parar de fumar: https://www.adventistas.org/pt/saude/projeto/como-parar-de-fumar/  . Se o problema é com álcool, você achará ajuda importante com o apoio dos AA em www.aa.org.br

Pânico e medo: se você necessita apoio psicológico on line gratuito em horários específicos para cada profissional que está atuando voluntariamente neste período de pandemia, escolha um psicólogo de sua preferencia no site: www.fabricaderelacionamentos.com.br

Tensão financeira: o Governo Federal está procurando auxiliar pessoas e empresas com medidas variadas de apoio econômico. Se informe sobre qual lhe é útil. Algumas empresas privadas e denominações religiosas fraternalmente têm promovido auxílios não só aos seus funcionários e membros, mas compartilhando apoio com alimentos (almoço aos mais pobres), cestas básicas, água potável etc. Também é possível riar uma forma de ganho produzindo algo, desde máscaras caseiras, até bolos saudáveis, comida pronta (marmita) etc. Fonte: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7151434/

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Esse desconforto que você está sentindo é luto - Última parte

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Na primeira parte deste tema publicada na última quinta-feira, 23, expliquei que quando uma pessoa sofre uma perda, ela entra no que chamamos de “luto psicológico”, que envolve normalmente tristeza, dúvidas, angústia, raiva, e que isto geralmente passa após algum período. Comentei que, conforme estudos da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, as pessoas ao viverem o luto passam por cinco estágios, que são a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. E dei algumas características de cada uma destas fases.

Na primeira parte deste tema publicada na última quinta-feira, 23, expliquei que quando uma pessoa sofre uma perda, ela entra no que chamamos de “luto psicológico”, que envolve normalmente tristeza, dúvidas, angústia, raiva, e que isto geralmente passa após algum período. Comentei que, conforme estudos da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, as pessoas ao viverem o luto passam por cinco estágios, que são a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. E dei algumas características de cada uma destas fases.

Agora vamos dar uma olhada no que um estudioso e especialista sobre luto, David Kessler, num trabalho junto com a dra. Elisabeth, explica sobre estas fases e ver as características de um sexto estágio que ele descreveu, chamado de “significado”, após a dra. Elisabeth ter morrido. Kessler concedeu uma entrevista a Scott Berinato, editor da Harvard Business Review (HBR), publicada em 23 de março de 2020 no site da HBR. Vamos ver os pontos principais desta entrevista.

Quanto aos sentimentos gerados pela pandemia atual, ele diz que estamos vivendo lutos ariados. Sentimos que o mundo mudou e que as coisas serão diferentes como ficaram os aeroportos após o ataque às torres gêmeas em 11 de setembro. O luto que vivemos agora se relaciona com a perda da normalidade, o medo do estrago econômico, a perda da conexão, medo da morte. E quanto ao vírus corona, sofremos porque não podemos ver este inimigo, daí há um rompimento do nosso senso de segurança. O luto atual ocorre num nível micro e macro já que no nível micro a pessoa tem medo, e no nível macro o mundo todo tem medo da contaminação e suas consequências.

Se você ver a primeira parte deste assunto, encontrará a informação detalhada de cada um dos cinco estágios que passamos quando vivemos um luto, uma perda. Expliquei que estas fases não ocorrem necessariamente nesta ordem. Na negação podemos pensar que este vírus não vai nos afetar. A raiva pode ser expressa assim: “Vocês estão nos fazendo ficar em casa e tirando nossas atividades!”. A barganha diz: “Ok, se estabelecemos o distanciamento social por duas semanas, tudo vai melhorar, não é?”. Depois tem a tristeza: “Não sei quando isto vai terminar.” E finalmente vem a aceitação: “Isto está acontecendo, descobri como lidar com isso.”

Depois de passarmos por estas quatro primeiras fases, ao chegarmos na última, a aceitação, é quando podemos encontrar algum controle, pois podemos lavar bem as mãos, manter distância segura, higienizar os produtos ou compras que chegam da rua, usar máscara e álcool em gel, evitar aglomeração de pessoas, aprender a trabalhar virtualmente.

Scott Berinato perguntou a Kessler se existem técnicas para lidar com a dor física e a mente acelerada que podemos ter diante deste luto da pandemia. Kessler explica sobre “luto antecipado” que é um luto não saudável porque é uma ansiedade exagerada. Esta ansiedade exagerada pode criar em nossa mente imagens ruins, como nossos pais ou outras pessoas queridas adoecendo, e outros cenários desagradáveis.

A meta neste caso não é ignorar estas imagens, até porque nossa mente não permitirá isso. O objetivo é encontrar o equilíbrio nas coisas que você está pensando. Se sua mente criou uma imagem ruim, procure pensar também numa imagem melhor. Pense que talvez nem você e nenhum dos seus parentes e amigos irão morrer, já que estamos praticando o que é o certo.

Luto antecipado é a mente indo para o futuro e imaginando o pior. Até já surgiu uma frase por aí dizendo que ansiedade exagerada é excesso de futuro. Mas pare, pense, respire fundo. Veja que no momento presente nada do que você tinha antecipado aconteceu. Neste momento, você está bem. Você tem comida. Você não está doente. Use seus sentidos e pense sobre o que eles sentem. A mesa é dura. O cobertor é macio. Eu consigo sentir o ar com meu nariz. Isto realmente funciona para diminuir um pouco a dor, a ansiedade, o medo.

Kessler explica que você também pode pensar sobre como abrir mão do que você não tem controle. O que seu vizinho está fazendo está fora do seu controle. O que está no seu controle é ficar pelo menos a um metro de distância deles, usando máscara e lavar suas mãos. Foque sua mente nisso.

E nesta situação que vivemos emergencialmente é um bom momento para estocar compaixão. Todo mundo vai ter níveis diferentes de medo e luto e isso se manifesta de diferentes jeitos. Kessler comentou na entrevista que uma pessoa com quem ele trabalha havia ficado muito rude com ele e ele pensou: “Isso não parece esta pessoa; isso tem que ver como a pessoa está lidando com esta situação. Estou percebendo seu medo e ansiedade”. Ao notar isto é possível, então, ser paciente com o outro e pensar sobre quem geralmente a pessoa é, e não quem ela parece ser neste momento. Você dá um desconto. Isto significa exercer compaixão por ela.

Kessler diz que se sentiu honrado pela família da psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross, falecida em agosto de 2004, por ter dado a ele permissão para acrescentar um sexto estágio do luto: o significado. Ele afirma que quando ele mesmo experimentava alguma perda e vivia os cinco estágios do luto, não queria parar no último, na aceitação. Ele queria um significado naquelas horas mais difíceis. Então, ele acredita que as pessoas estão encontrando um significado neste isolamento da pandemia, porque podem usar meios de comunicação para suas conexões além de outras coisas, e encontrarão significado também quando isto terminar.

Se você está sofrendo mesmo aprendendo estas informações sobre os estágios do luto, continue tentando lidar com sua dor. Vem um choro? Deixe ele sair. Não finja não estar triste. Mas também não faça propaganda disto nas redes sociais. Kessler diz que “emoções precisam de movimento”. Reconheça os sentimentos que você está passando. Tente dar um nome para eles. É tristeza? Raiva? Medo? Ansiedade? Não se ataque dizendo: “Eu não deveria sentir isso, outras pessoas estão pior!”. Pare no sentimento atual. Dê uma olhada nele, expresse-o, experimente-o sem fugir para um medicamento, ou bebida alcoólica, comida, ou outra coisa.

Kessler explica que se, por exemplo, você está sentindo tristeza, então diga a si mesmo: “Vou me deixar sentir triste por cinco minutos pelo menos.” Sua tarefa neste momento é sentir a tristeza, ou outro sentimento que surgir, como o medo, a raiva, não importando o que os outros estejam sentindo naquele momento, não como desprezo pelo sentimento do outro, mas porque este sentimento é seu. Lutar contra isso não funciona porque é o seu corpo-mente que está produzindo o sentimento. Ao permitirmos que o sentimento esteja aqui, o vivenciamos, expressamos, e ele será resolvido. Não seremos vítimas.

Me lembro que muitas vezes ao perguntar a um paciente meu na consulta sobre o que ele ou ela estava sentindo naquele momento ao comentar algo doloroso comigo, a pessoa dizia: “Ah! Um monte de sentimentos!”. Daí eu insistia: “Qual é o principal?”. Ficar dizendo para si mesmo e para os outros que o que você sente é um monte de sentimentos pode ser uma defesa para fugir de sentir o que precisa sentir com consciência e pensar neste sentimento único mais importante. A imaginação ou o medo da pessoa pode ser achar que se permitir identificar o sentimento e vivê-lo, ele nunca irá embora. Mas irá sim. Agora é um momento de sentirmos luto com esta pandemia. Então, temos que vivê-lo e seguir adiante. O que é bom passa, mas o que é ruim também passa.

Fonte: https://hbr.org/2020/03/that-discomfort-youre-feeling-is-grief?fbclid=IwAR15Krt5K5ft7Z68YGc3UupWufU0vazApv5JZibt0Qk-SZt7fsTxH53kHdA#comment-section

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Esse desconforto que você está sentindo é luto (Parte 1)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O isolamento social produzido pela pandemia causa uma reação emocional em todos nós. Estamos numa perda. Vivemos temporariamente num luto pela perda do contato com pessoas queridas, pelo medo de contaminação e complicações que a doença Covid-19 pode produzir.

Luto psicológico é o estado emocional que vivemos diante de alguma perda. É normal. Seria anormal sentir alegria, bem estar, ausência de tristeza e de ansiedade vivendo em isolamento social e com dúvidas sobre ser infectado e poder morrer.

O isolamento social produzido pela pandemia causa uma reação emocional em todos nós. Estamos numa perda. Vivemos temporariamente num luto pela perda do contato com pessoas queridas, pelo medo de contaminação e complicações que a doença Covid-19 pode produzir.

Luto psicológico é o estado emocional que vivemos diante de alguma perda. É normal. Seria anormal sentir alegria, bem estar, ausência de tristeza e de ansiedade vivendo em isolamento social e com dúvidas sobre ser infectado e poder morrer.

A psiquiatra norte-americana já falecida, dra. Elisabeth Kübler-Ross estudou profundamente o que ocorre em nossas emoções quando vivemos uma perda, um luto psicológico. Ela descreveu cinco estágios ou fases que a pessoa passa quando está vivendo a perda. Pode ser pela morte de um ente querido, ou por receber um diagnóstico grave de doença, ou estar na fase terminal de um câncer, ou outra perda. Estes estágios são: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Vamos analisar cada um.

A negação nos ajuda a sobreviver na perda. Você recebe uma notícia ruim, trágica, e o mundo de repente se torna sem sentido e esmagador. Parece que a vida perdeu o sentido. A negação é um estágio de choque. Podemos usar frases como: “Não é possível, isto não é verdade!”, “Estão me dando a notícia errada, não ocorreu isto!”. A negação é para alguns autores um amortecedor da dor. Ela nos auxilia a nos prepararmos para a realidade da perda. É um recurso que nossa mente lança mão para nos ajudar a aguentar o máximo que podemos. Na medida em que vamos tendo que parar com a negação, e ver a realidade, começamos a fazer perguntas. Por quê? Por que comigo? Quem é o culpado disso? Saindo da negação surgem algumas emoções que foram produzidas pela perda e que estavam sob a superfície.

Em seguida vem a raiva. Ela é necessária no processo de cura. Deixe a raiva sair, mesmo que ela parece sem fim. Senti-la é a forma dela ir embora. Há outras emoções por debaixo da raiva que precisam vir, por isso, sinta a raiva, porque quanto mais senti-la, mais ela será dissipada e mais você será curado. Diante de uma perda a raiva pode ser dirigida para o cônjuge (no caso de uma traição por exemplo), para o médico (no caso da morte de um parente), para Deus (no caso de um acidente grave), para si mesmo (“Por que não fiz isso ... ou aquilo ...?”). Abaixo da raiva está a dor, sua dor. No começo da perda quando se vive ainda a negação é como estar perdido num oceano, sem conexão com ninguém.

Quando surge a raiva e a negação vai indo embora, então você se torna raivoso em relação a alguém, a algo. Agora você passa a ter uma estrutura porque é um sentimento (raiva) em relação a alguém ou algo. Esta raiva é uma ponte sobre o mar aberto que conecta você a alguém de quem você sente raiva.

Agora surge a barganha. Se seu luto tem que ver com, por exemplo, o descobrimento de uma doença terminal numa pessoa querida sua, surgirá em sua mente um pensamento de que você dará tudo para que esta pessoa seja poupada da morte. Daí você barganha, negocia. Pode ser com Deus, dizendo: “Por favor Deus, nunca mais ficarei com raiva de meu marido se o Senhor o mantiver vivo!”. Ou prometendo: “Irei devotar o resto de minha vida para ajudar outras pessoas!”

No estágio de barganha vivido numa perda ou num luto psicológico desejamos que a vida retorne ao que ela era. Queremos voltar no tempo, e descobrir o tumor na fase inicial. Pensamos em dar três passos para trás e esperar dez segundos e, assim, evitar o acidente trágico. Geralmente a culpa surge junto da fase da barganha. E importante entender que nem sempre estes estágios seguem linearmente, um atrás do outro direitinho. Podemos sentir raiva, depois voltar um pouco na negação, depois ir para a depressão, retornar à barganha. É assim. Cada um vive a dor do luto como pode.

O penúltimo estágio diante do luto é o estado depressivo. O pesar nos atinge de forma pesada. Parece que não vai passar. Esta fase depressiva não é uma doença mental. Ela é apropriada diante da perda. É o momento quando a pessoa em luto se afasta, se isola, sente profunda tristeza. Pergunte a si mesmo se a situação que você está vivendo agora é de fato depressora. Sentir-se deprimido diante da morte de uma pessoa querida é uma reação normal de nossa mente. Seria preocupante não sentir tristeza num momento assim! Apesar de que algumas pessoas irão se sentir deprimidas mas só mais tarde, mesmo só alguns meses à frente. É o jeito delas de lidar com a dor.

Finalmente, surge a aceitação. Isto não significa que está tudo bem. Uma boa parte das pessoas não sentirá nunca mais que está tudo bem após a morte de uma pessoa amada. Este estágio de aceitação significa que você passa aceitar a realidade de que a perda levou para sempre a pessoa, no caso de um luto por morte, e que esta realidade é a que fica. Aprendemos a viver com isto. Tentamos viver num mundo onde nosso querido, querida está faltando. Precisamos de um reajuste, reorganizar papéis que vivemos. Ao encontrar a aceitação podemos ter mais dias bons do que maus.

Alguns sentem que após a aceitação, quando se sentem mais aliviados, e recomeçam a desfrutar a vida, é como se isso fosse errado, é como se estivessem traindo a pessoa amada que se foi. Mas pense: não é possível substituir o que perdemos, mas é possível fazer novas conexões, novos relacionamentos significantes, e novas interdependências. Deus lhe dá o direito de reconstruir sua vida e ser feliz. Na aceitação bem experimentada a pessoa passa a viver novamente.

David Kessler, palestrante, especialista no estudo do luto, trabalhou junto com a dra. Elisabeth Kübler-Ross sendo co-autor com ela do livro “Sobre o luto e o pesar: encontrando o significado do luto através de cinco estágios de perda”. Ele trabalhou por uma década num sistema hospitalar em Los Angeles, e com equipe de risco biológico, também junto de equipe da Cruz Vermelha. Lançou um novo livro “The Sixth Stage of Grief” (“O sexto estágio do pesar”).

Kessler descreveu um sexto estágio do luto que é o significado. Vamos ver sobre isto no artigo que será publicado aqui na próxima quinta-feira, 30, e entender como tudo isto tem que ver com nossa situação diante desta pandemia causada por imprudência humana.

Fonte: https://grief.com/the-five-stages-of-grief/

Publicidade
TAGS:

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.