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A confiança em Deus alivia o medo

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Na Bíblia existe o livro de Isaías que no capítulo 26 e versículo 3 diz: “Tu Deus conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Que é mente firme? É a que se mantém centrada num objetivo. Segundo este texto a concentração da mente em Deus, produz paz. Paz não necessariamente com ausência de momentos de angústia ou tristeza, inevitáveis nessa existência. Quando você desenvolve, com a ajuda de Deus, uma mente firme em Deus, você aprende a não ter medo do medo, nem medo da angústia, nem da tristeza que, vez ou outra, nos perturbam.

Na Bíblia existe o livro de Isaías que no capítulo 26 e versículo 3 diz: “Tu Deus conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Que é mente firme? É a que se mantém centrada num objetivo. Segundo este texto a concentração da mente em Deus, produz paz. Paz não necessariamente com ausência de momentos de angústia ou tristeza, inevitáveis nessa existência. Quando você desenvolve, com a ajuda de Deus, uma mente firme em Deus, você aprende a não ter medo do medo, nem medo da angústia, nem da tristeza que, vez ou outra, nos perturbam. E pode nos perturbar mais ainda em momentos desafiadores como agora nesta pandemia.

Na Bíblia, o Deus criador dos seres humanos proibiu que se comessem animais chamados de “impuros”, para que as pessoas não corressem risco de contaminações e doenças complicadas. A lista destes animais impróprios para consumo está no Antigo Testamento, no livro de Levítico, no capítulo 11. E estas leis de saúde não são como aquelas leis cerimoniais exclusivas dos judeus nos séculos antes de Cristo que foram abolidas, porque o que fazia mal naquela época para nossa saúde, continua fazendo mal hoje. Portanto, as leis higiênicas e alimentares dadas por Deus para nós na Bíblia, permanecem atuais e vigentes.

Mas existem povos que comem destes animais impuros, como o rato, o morcego, e um dos resultados é esta pandemia. Por isso, Deus não tem culpa deste sofrimento que agora atinge o mundo todo. Ele advertiu!

Exercite em sua mente a crença num Deus bom. Veja este texto bíblico: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará” Isto está no Salmo 145 versículos 18 e 19.

Uma escritora inspirada escreveu assim: “Todos os poderes terrestres estão sob o domínio do ser infinito. Ao mais poderoso governador, ao mais cruel opressor, diz ele: ‘Até aqui virás, e não mais adiante’ (Jó 38:11). O poder de Deus é constantemente exercido para contrariar as forças do mal. Ele está sempre em ação entre os homens, não para os destruir, mas para corrigi-los e preservá-los.” (E. G. White, Patriarcas e Profetas, p. 511). Que interessante, não é? A ação de Deus nos seres humanos, todos eles, e em nossa vida particular é para nos ajudar a corrigir nossos defeitos de caráter e para preservar nossa vida!

Estudos científicos têm mostrado que a qualidade de nossos pensamentos e sentimentos tem efeitos grandes sobre o funcionamento de nosso corpo. Dr. Uldemann, do Departamento de Estudos e Pesquisas sobre Estresse na Universidade do Arizona, estudando sobre estresse e suas repercussões no organismo humano, verificou que algumas pessoas que viviam juntas por 40, 50 anos ou mais, quando um deles morria, o outro adoecia rapidamente. E foi observado que o sistema imune destas pessoas que ficaram deprimidas pela morte do parente com quem viveram muitos anos juntos, ficou deficiente após o falecimento do familiar, facilitando, assim, o surgimento de infeções complicadas e até morte antecipada.

A tristeza destas pessoas produziu redução da potência de certas células de defesa que só retornou ao normal quando o estado depressivo foi vencido. Então, a maneira como você sente, como lida com suas emoções, afeta seu corpo. As pesquisas do Dr. Uldeman e colaboradores, provaram que algumas células de defesa, como as células matadoras naturais, linfócitos T e B, podem ficar reduzidas ou pouco ativas em seu trabalho de combater vírus e bactérias porque a tristeza os afeta.

Por isso é importante que você cultive fé, esperança, manifeste verbalmente gratidão com frequência, olhe mais para o que funciona, para as vitórias que Deus lhe tem dado, e não para o lado sombrio. Alimente sua mente com pensamentos bons. Olhe para o lado alegre da vida, para a beleza da natureza, para o fato de que você está vivo. Não é para fingir que está tudo maravilhoso e que não há problemas, porque na vida de todos nós há lutas. Aceite a limitação que a doença Covid-19 está criando na sociedade por um tempo procurando evitar ficar irritado, revoltado e sem confiar em Deus.

Cultivar uma mente otimista facilita o viver. Ajuda o corpo a reagir e combater a doença. Ajuda a mente a sair do estado depressivo ou não entrar nele. Reduz a ansiedade excessiva. A confiança na soberania e poder de Deus é remédio eficaz que conduz para a serenidade a qual auxilia a imunidade inata.

Comunique-se sempre com Deus pela oração espontânea, usando suas palavras como falando a um amigo, crendo que ele atende você. Ao orar faça seus pedidos mas também expresse gratidão pelo que ele tem feito em sua vida. Leia a Bíblia cada dia meditando nos textos que você lê, buscando nela a orientação para a sua vida. Deixo este texto de Salmo 119 versículo 50 para você pensar e se acalmar: “O que me consola em minha angústia é que a tua palavra me vivifica.”

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Vivendo em família 24 horas por dia em quarentena

quinta-feira, 09 de abril de 2020

Última parte

Última parte

No artigo anterior comentei que muitas famílias estão vivendo em alto estresse porque foram pegas de surpresa com o isolamento social devido à pandemia viral. Expliquei que traria algo prático na segunda parte do artigo, mas que cada membro da família, marido, esposa, ou outro adulto dentro do mesmo convívio, tomasse a decisão inicial de lutar consigo para ter autocontrole emocional e não perturbar o outro em casa. Isto já seria um grande passo. Vejamos agora dicas práticas para que o comportamento familiar neste momento de quarentena seja vivido com o mínimo de tensão, briga, e desarmonia possível.

1 - Evite atitudes de crítica

Agora não é o momento de ficar apontando falhas do outro. Na verdade, isto deve ser evitado em qualquer momento, mas principalmente nesta emergência que vivemos. Se você evitar críticas, isto previne estresse, tristeza, irritação. Agora é hora de apreciação, valorizar, elogiar o outro para criar um clima calmo. Não critique seu marido porque ele não arruma a louça como você. Não critique sua esposa porque ela não cozinha tão bem como sua mãe.

Agradeça seu marido por colocar o lixo fora, coisa que talvez ele nunca fazia. Agradeça sua esposa por ela ter ficado com as crianças sem a babá ou a vovó enquanto você trabalhava home office, se isolando num cômodo da casa. Antes de dormir você pode dizer para seu cônjuge três coisas que apreciou nele/nela naquele dia. Não se pode conviver juntos em paz sendo críticos. Seja gentil um com o outro.

2 - Procure ser mais curioso do que furioso

Se perceber que seu marido/sua esposa está irritada num certo momento, não se irrite também. Procure saber o que está ocorrendo com desejo de ajudar. Incentive a pessoa a falar e expressar sua contrariedade e não traga aquilo como algo pessoal. Claro, a pessoa precisará falar sem atacar você ou outro membro da família. Quando as pessoas estão estressadas é perigoso o que elas dirão, e é também difícil ouvirem. Fale, sem agredir o outro, e escute o desabafo do outro com respeito.

3 - Permita que seu familiar em casa se sinta mal ou bem quanto à esta crise da pandemia

Otimistas poderão se sentir melhor, sem tanto medo e ansiedade. Não a critique porque ela não está ansiosa como você. Outros mais preocupados e sensíveis poderão com mais frequência se sentir mal, impacientes, com medo. Neste caso, não critique a pessoa que é mais medrosa e preocupada. Cada um lida emocionalmente com esta pandemia da maneira que consegue, e isto não tem que ser igual para todos.

Ao lidar com um familiar que fica muito ansioso neste momento, basta ser empático, ou seja, escutar a pessoa falar do medo, das preocupações, e você pode até ir além de oferecer ouvidos atentos, repetir para ela o que ela está expressando para mostrar que você está entendendo o sofrimento dela. Você pode dizer após a pessoa falar que está tensa com medo de contaminação pelo vírus corona e começar a chorar: “Puxa, que chato este seu medo. Chorar pode aliviar. Mas procure evitar ficar pensando em coisas trágicas.” Veja que nesta frase você oferece compreensão, não critica a pessoa porque ela chorou, e deixa uma ideia positiva para ela lidar com os pensamentos de medo.

4 - Negocie o tempo em casa

Você, seu marido ou sua esposa podem querer estar algum tempo sozinho, sozinha, sem as crianças por perto. Ofereça ficar com as crianças num certo período do dia e depois vocês trocam, o outro fica com as crianças para você fazer algo sozinho que desejar ou precisar. Então, vai ter momento para cada um ficar só, outro para todos ficarem juntos, outro para o casal conversar a sós sem as crianças perto, e outro momento para as crianças brincarem sozinhas ou fazer alguma tarefa escolar. Não é nem todo mundo junto o tempo todo e nem todo mundo separado o tempo todo, se não houver complicações clínicas com ninguém.

5 - Planeje seu dia, mas sem rigidez

Dividam as tarefas em casa. Colocar lixo no lixo, ração para o cachorro e limpar as sujeiras dele, ajudar na cozinha no preparo do alimento, cada um cuidar de sua roupa, da sua cama, da sua toalha de banho. Cada um assumir tarefas escolares e do trabalho feitas agora em casa. Claro, crianças pequenas não podem assumir coisas difíceis, mas dependendo da idade já podem cooperar com tarefinhas simples.

6 - Surgiu uma tensão difícil que agitou os sentimentos?

Respire fundo. Conte até 50. Vá tomar um banho. Deixe o sangue esfriar. Pense. Evite soltar os cachorros imediatamente. Deixe passar pelo menos meia hora para você ter tempo de refletir, acalmar as emoções para depois falar com serenidade. Mas evite deixar isto para o dia seguinte. Conversem pensando em resolver o impasse, o problema, e não para criar mais tensão. Seja honesto e pense: No que estou errando? O que é culpa minha? Como falar de forma respeitosa? Seus filhos não querem ver os pais brigando. Eles sofrem com isso. Portanto, procurem resolver a situação tensa que surgiu da melhor maneira possível.

7 - Respeite os limites

Se seu marido ou sua esposa está isolada num cômodo trabalhando, respeite, não deixe as crianças interromperem o trabalho batendo na porta, gritando, ou chamando o pai ou a mãe. Combinem uma hora em que será a hora do trabalho e que só poderá se interrompida se ocorrer alguma emergência. Explique para as crianças que papai/mamãe está trabalhando ali no quarto ou no escritório da casa e que daqui há pouco ele/ela sairá para tomar a refeição juntos e conversar.

8 - Seja claro ao fazer um pedido ao seu esposo ou esposa

 Algumas pessoas têm dificuldade de pedir ajuda e por isso se sobrecarregam de tarefas. Então, especialmente agora com todo mundo junto o tempo todo em casa, peça ajuda, mas de forma clara, com humildade e sem manipular. Isto é importante porque o outro pode não perceber que você está com uma carga pesada de tarefas. Daí ser importante pedir ajuda.

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Vivendo em Família 24 horas por dia em quarentena - Parte 1

quinta-feira, 02 de abril de 2020

Muitas famílias estão num alto estresse por precisarem estar em casa o tempo todo em isolamento devido à pandemia do vírus corona. O que está ocorrendo? Perdeu-se o amor de uns pelos outros? Será que não mais existia amor e cada um empurrava o relacionamento com a barriga? E agora que marido e mulher têm de estar juntos o tempo todo surge a necessidade de ajustar os afetos do casal?

Muitas famílias estão num alto estresse por precisarem estar em casa o tempo todo em isolamento devido à pandemia do vírus corona. O que está ocorrendo? Perdeu-se o amor de uns pelos outros? Será que não mais existia amor e cada um empurrava o relacionamento com a barriga? E agora que marido e mulher têm de estar juntos o tempo todo surge a necessidade de ajustar os afetos do casal?

Agora precisamos encontrar maneiras de lidar com esta situação inesperada de tensão familiar. Claro, é mais tenso e conflituoso quanto maior era o desajuste já existente  entre o casal e os filhos. Quando escuto que algumas mães comentam que estão ficando loucas com seus filhos em casa neste momento de quarentena, me pergunto: Será que estas crianças são realmente terríveis? Será que estas mães deixavam seus filhos com babás, eletrônicos, TV, escola integral, avós, e agora não sabem como lidar com eles?

As crianças em isolamento social também sofrem. Podem ter medo, ansiedade, dúvidas, insegurança. Agora é hora de acolher seus filhos, orientá-los, deixá-los fazer perguntas e responder com cautela, verdade, carinho, e não com grosseria, impaciência e nervoso. Se seu filho ou filha está com medo, pare com tudo, deixe o celular de lado, desligue a TV, apague o fogo no fogão para não queimar a comida, e dê uns minutos de atenção para ele ou ela. Olhe nos olhos da criança, pergunte o que ela quer saber, o que está sentido. Deixe ela falar. Repito, deixe ela falar. Ela precisa e tem o direito de expressar medo, ansiedade, insegurança, e você, pai, você mãe, tem que estar ali para dar acolhimento para este pequenino, pequenina ou para este jovem. Esta é sua função como pai e como mãe.

Quando você orientar seu filho com o que ele quer saber, sem muitos detalhes, sem enfocar tragédias, sendo objetivo e usando linguagem que ele entenda, isto promoverá na criança proteção, segurança, e diminuirá a ansiedade dela. Se ela chorar e falar que está com medo, deixe ela chorar um pouquinho. Coloque-a no seu colo, faça um carinho nela, e diga que tudo vai ficar bem, que papai está ali, mamãe também, e que Deus nos ajuda e protege. Isto trará grande alívio para a criança. A criança tem sentimentos de angústia sim! Ela sabe que algo está ocorrendo e que não é bobagem, porque ela não está indo na escola, não está brincando com os amiguinhos no playground, na pracinha, no quintal de casa, ou mesmo na calçada. Então, dando acolhimento e orientação simples e verdadeira para ela, ela conseguirá lidar com este momento difícil para ela também.

Voltando à questão dos casais agora em confinamento em casa por causa da pandemia, este é um momento em que é possível cada um pensar no que está pendente no relacionamento, no que precisa conversar, ajustar, corrigir, entender, perdoar, e usar parte do tempo para conversar sobre isto. Agora é um tempo de oportunidade de não mais adiar o que está engasgado na vida conjugal. É boa hora de conversar para encontrar soluções e saídas para uma melhor qualidade de vida familiar.

Mas é verdade que os casais que já estavam pelas pontas em termos de brigas, talvez alguns em vias de separação, que já viviam distantes afetivamente, agora tendo que conviver o dia todo no mesmo ambiente, não é fácil, e pode sair muita faísca, e piorar tudo. Mas existe a opção de cada um, marido e esposa, parar e pensar consigo mesmo, decidindo que precisa fazer sua parte para lidar com esta situação não só de isolamento devido à uma pandemia, mas porque a situação conjugal precisa de soluções.

É também verdade que nos lares onde existia abusos, gritarias, violência, e agora talvez mais tenso devido a problemas financeiros, a situação fica agravada e necessita ajuda.

Vamos ver na coluna Saúde Mental e você da próxima quinta-feira, 9, algumas ideias do que fazer para minimizar, resolver, ou evitar conflitos em casa diante deste isolamento devido à Covid-19. Um grande e primeiro passo é cada um decidir, escolher lutar consigo mesmo para se controlar, e começar a pensar sozinho o que é necessário fazer da sua parte para evitar discussões, agressividade, ironia, críticas. Agora é hora de um ajudar o outro. Agora é hora de apoio e não de crítica. Agora é hora de se humilhar e deixar o orgulho de lado e reconhecer que todos estamos no mesmo barco. Não somos melhores e nem piores que ninguém. Pense nisso. Comece com isso. Respeite esta pessoa que está aí em sua casa.

Na segunda parte deste artigo trarei dicas práticas para um melhor convívio em casa neste momento de medo, insegurança, dúvidas, ansiedade e incerteza. Mas comece agora, decida agora ajudar a si e a todos se controlando emocionalmente para não perturbar ninguém dentro de casa.

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Lidando dia a dia com a incerteza da Covid-19

quinta-feira, 26 de março de 2020

Estamos atualmente vivendo num mundo de muita incerteza com a situação de evolução rápida da Covid-19. Não sabendo o que ocorrerá adiante ou temendo se nós ou um dos membros de nossa família poderá adoecer, é cabível surgir ansiedade e medo. 

Devemos agora adaptar nossas rotinas diárias para incluir distância social, trabalhar em casa e para muitos limitar o contato direto com aqueles que amamos. Em função deste momento de isolamento, queremos prover a você algumas dicas para ajudá-lo a lidar, prestando atenção particular à sua saúde emocional e bem estar. 

Estamos atualmente vivendo num mundo de muita incerteza com a situação de evolução rápida da Covid-19. Não sabendo o que ocorrerá adiante ou temendo se nós ou um dos membros de nossa família poderá adoecer, é cabível surgir ansiedade e medo. 

Devemos agora adaptar nossas rotinas diárias para incluir distância social, trabalhar em casa e para muitos limitar o contato direto com aqueles que amamos. Em função deste momento de isolamento, queremos prover a você algumas dicas para ajudá-lo a lidar, prestando atenção particular à sua saúde emocional e bem estar. 

Seja você um paciente, cuidador, membro do staff do hospital ou de família recentemente enlutada, estas dicas podem ajudar a administrar a incerteza, a ansiedade e o medo.  

Crie uma rotina – isto provê uma estrutura para seu dia e aumenta seu senso de controle. Tenha como alvo levantar-se cada dia no mesmo horário. Planeje seu dia com “pedaços” de tempo – para as refeições, trabalho, estudo, exercício, trabalho doméstico e conexão on line com amigos e familiares. Escreva diariamente uma lista dos “para fazer” e assinale como “feito” na medida em que você completa a tarefa.

Permaneça conectado – isto é especialmente importante já que agora temos que limitar nosso contato pessoal com os outros. Aumente o uso de tecnologia para ficar em contato com aqueles que você veria pessoalmente. Use recursos on line com modalidades de vídeos porque ver outros realmente aumenta a sensação de conexão. Comece um chat (conversa) com um grupo familiar, de amigos ou com seus vizinhos como uma forma de entrar em conexão. Convide seus amigos para uma reunião social on line. Procure se comunicar mais regularmente pelo telefone ou por texto com aqueles que estão mais isolados, como os idosos ou pessoas que vivem sozinhas. 

Coloque atenção no seu autocuidado – isto é ainda mais importante em tempos de aumentado estresse e vulnerabilidade. Pratique maior higiene, especialmente lavar as mãos com sabão. Atente para uma boa nutrição na medida em que o estresse causa impacto no seu desejo de comer. Ouça música. Faça algo criativo. Exercite sua mente e aprenda algo novo. Tente usar um aplicativo sobre relaxamento. Comece uma lista de gratidão escrevendo cada dia sobre o que você é grato hoje.

Limite sua exposição à mídia – isto é uma coisa que você pode controlar. Se prenda a fontes confiáveis de informações sobre a Covid-19, tais como a Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde ou agências governamentais locais. Limite a quantidade de tempo que você ouve e vê as notícias cada dia – especialmente se existem crianças em sua casa. Tente restringir a observação de notícias para um horário regular agendado do seu dia. Somente encaminhe informação para outros que venham de uma fonte confiável. 

Verifique seu pensar – o modo como pensamos afeta a maneira como sentimos e nos comportamos. Examine seu pensar fazendo a si mesmo algumas perguntas simples: Está meu modo de pensar contribuindo para minha ansiedade ou estresse? Que pensamentos estão me deixando mais estressado? Como mudar meu modo de pensar para meu bem estar? Escreva seus pensamentos preocupantes e suas respostas para as perguntas acima e tente se ater aos fatos, e faça este exercício conversando com alguém. 

Aproxime-se – não sinta medo sozinho. Telefone para um amigo. Telefone para um serviço comunitário de ajuda. Tente falar com um conselheiro pelo telefone. Procure informações de organizações confiáveis sobre suas preocupações particulares, por exemplo, como falar com crianças ou pais idosos sobre a Covid-19.

Este documento é somente para fins de informação. O conteúdo não tem a intenção de substituir um conselho, diagnóstico e tratamento de profissional médico. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro qualificado prestador de serviço de saúde com qualquer pergunta que você possa ter quanto à condição médica. 

Obs.: O texto acima é de um psicólogo do Departamento Psicossocial de Oncologia e Cuidado Paliativo do Instituto do Câncer Dana-Faber, da rede de hospitais da Universidade de Harvard, nos EUA. É uma tradução livre editada que fiz e as recomendações são do documento original.

 

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A ansiedade sobre o vírus corona

quinta-feira, 19 de março de 2020

É perfeitamente normal ter forte ansiedade diante de uma pandemia. Dúdivas, enfrentar o desconhecido, notícias falsas, tudo isso gera ansiedade mesmo. Esta ansiedade pode diminuir até certo ponto se tomarmos algumas atitudes protetivas quanto ao contágio. Precisamos levar a sério a questão do isolamento ou da distância social. Isto ajuda muito a quebrar o ciclo de contaminações. Agora é hora de preservar vidas e não de querer manter a empresa ou seu negócio funcionando se ela coloca em risco seus funcionários e você mesmo.

É perfeitamente normal ter forte ansiedade diante de uma pandemia. Dúdivas, enfrentar o desconhecido, notícias falsas, tudo isso gera ansiedade mesmo. Esta ansiedade pode diminuir até certo ponto se tomarmos algumas atitudes protetivas quanto ao contágio. Precisamos levar a sério a questão do isolamento ou da distância social. Isto ajuda muito a quebrar o ciclo de contaminações. Agora é hora de preservar vidas e não de querer manter a empresa ou seu negócio funcionando se ela coloca em risco seus funcionários e você mesmo.

Fique em casa. Trabalhe de casa. Os países que fizeram o isolamento social mais cedo nesta pandemia, tiveram a curva menor de contaminações e de mortes pelo vírus corona. Se muita gente fica contaminada e muitos entram no quadro grave em necessidade de internação, o sistema de saúde e mesmo os atendimentos nos hospitais particulares, não darão conta da demanda.

Sua ansiedade diminuirá bastante ao manter distância social, evitando estar em grupos de pessoas, no trabalho, na rua, no mercado, no shopping, na igreja, em qualquer lugar. Os idosos precisam ser protegidos porque são os de maior risco. Uma criança pode estar com o vírus corona, não ter nenhum problema clínico com isso, mas se for estar com um idoso, poderá contaminá-lo. Portanto, agora é hora de proteger os idosos evitando contato social e fornecendo a eles cuidado, alimento, remédios, com a maior segurança de contágio possível.

Mas é verdade que cada pessoa experimenta a ansiedade de modo diferente. Aqueles que são ansiosos desde sempre, que possuem a “ansiedade traço”, sofrem ansiedade mais intensa numa situação assim. As que possuem “ansiedade estado”, talvez possam ter uma intensidade menor de sofrimento. Também as pessoas que em seu estilo de vida praticam uma fé religiosa podem conseguir mais serenidade num momento de crise como agora vivemos.

Quanto ao fato de estarmos vivendo uma pandemia com o vírus corona, temos que aceitar que não temos controle sobre isso a não ser praticar as precauções que as autoridades de saúde do governo estão anunciando.

Pense que a maioria das pessoas que são contagiadas com este vírus, não morre. Proteja-se com o isolamento social, lavar as mãos por pelo menos 30 segundos com água e sabão líquido de preferência ou usando álcool gel. Cancele receber visitas, faxineiras, passadeiras, babás, jardineiros. Fique em casa. Se alguém de sua família que mora com você está com uma gripe comum, ela precisa usar máscara, e não deve sair de casa.

Procure cuidar de um jardim, de uma horta, praticar atividades físicas em ambiente isolado, dormir mais cedo, ingerir bastante água pura longe das refeições. E vai ajudar a reduzir sua ansiedade se você evitar ficar vendo notícias sobre esta pandemia o dia todo. Tente se afastar das notícias porque agora você já sabe o que precisa fazer para prevenir a infecção. Se ainda tem dúvidas, pergunte a uma fonte confiável. E pronto.

Se você fica sempre querendo ver notícias sobre o vírus corona e percebe que isto o deixa ansioso, então o melhor é reduzir a assistência destas notícias. Quem sabe assista somente o noticiário da noite na TV para se atualizar e pronto.

Porém, o isolamento social que realmente é a atitude sábia a ser tomada agora – ou melhor, ontem – pode ser minimizada por manter contato com amigos e outros parentes usando a tecnologia, como celular, tablet, telefone fixo, inclusive com conversa com imagem em tempo real. Assim a solidão não ficará tão ruim para aqueles que gostam de estar sempre com pessoas ao redor.

Por favor, fique em casa e mantenha sua higiene protetiva. A vida é mais importante do que o resto.

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Clarinetista de NF brilha em SP

terça-feira, 17 de março de 2020

 A banda Euterpe Friburguense que completou 157 anos de gloriosa existência no 26 de fevereiro e, empossou a nova diretoria no último dia 5,  registrou recentemente uma grande baixa de seu quadro de músicos, porém em razão de um motivo nobre e bem alegre.

 A banda Euterpe Friburguense que completou 157 anos de gloriosa existência no 26 de fevereiro e, empossou a nova diretoria no último dia 5,  registrou recentemente uma grande baixa de seu quadro de músicos, porém em razão de um motivo nobre e bem alegre.

É que a primeira clarinetista Luanna Luciano da Conceição (foto), friburguense de nascimento e que completará 29 anos de idade em setembro próximo, passou em recente concurso e acaba de ser contratada para ser clarinetista e professora da Banda Sinfônica de Mogi das Cruzes, importante município da região metropolitana de São Paulo, onde já se encontra atuando.

Tendo iniciado na música com 9 anos de idade na banda Euterpe com seu pai e também músico, Marcos Antônio da Conceição, Luanna tocava e dava aula de teoria musical, onde também estão seu irmão Igor Luciano e a prima Iara Gomes da Conceição. “Para mim isso significa um grande passo na realização dos meus sonhos, pois agora  estou empregada na área para a qual estudei. Estar aqui é honrar minha família e todos os que me ajudaram nesta trajetória”, comentou para esta coluna a querida e talentosa Luanna que há de brilhar e crescer ainda muito mais na música. Parabéns e mais sucessos!

Semana do cérebro

Estão programadas para hoje, 17, no município vizinho de Cordeiro; amanhã, 18, aqui em Nova Friburgo e na quinta-feira, 19, em Bom Jardim, às 14h, interessantes oficinas de memória em comemoração a Semana Mundial do Cérebro.

As inscrições são gratuitas e os interessados, de quaisquer idades, podem obter mais informações ou assegurar suas participações, pelos telefones (22) 2566-3679 ou WhatsApp (22) 98135-8913. Em Nova Friburgo a oficina acontecerá na Rua General Osório, 248, e vale à pena tomar parte.

Mãe e filha aniversariam

Como uma bela e agradável tradição de anos desta coluna há uma década, registramos com carinho que na próxima quinta-feira, 19, a querida Sara Costa Milani vai completar seu 10° aniversário, para satisfação muito especial de sua mãe Cristiane, que também aniversaria naquele mesmo dia Parabéns a ambas (foto).

Este colunista se unindo ao Fabrício (pai e marido das aniversariantes), assim como também aos avós maternos Luiz Carlos e Linete, paternos Lili e Edmo, bisavó Áurea, e ainda aos tios Luiz Carlos Júnior e Viviane, parabeniza as amadas aniversariantes com votos de mais e mais felicidades.

Dois séculos de mecânica

Está prevista para a próxima quinta-feira, 19, às 10h, a inauguração na Praça Marcílio Dias, no Paissandu, o monumento denominado “Dois Séculos de Mecânica” em homenagem ao saudoso José de Carvalho Cordeiro, pai do vereador Jânio Carvalho e do conhecido colaborador de diversos órgãos de comunicação de Nova Friburgo, Roosevelt Carvalho Cordeiro.

Esta realização é do instituto de valorização cultural Felga i Gracias com apoio da Marinha do Brasil através do Sanatório Naval de Nova Friburgo e Prefeitura de Nova Friburgo.

Praça com nome e apelido

Semana passada, esta coluna ao apresentar nota de que a pracinha que está em reforma na confluência da Rua Sete de Setembro com Avenida Euterpe Friburguense passará a ser chamada de Praça do Lúpulo, em homenagem ao grande crescimento do mercado de cervejas artesanais de nosso município, o colega de imprensa Eloir Perdigão se apressou em nos encaminhar um justo e importante esclarecimento.

O de que, conforme regulamentado pela Câmara Municipal há alguns anos, aquele espaço oficialmente tem o nome do saudoso Professor Luiz de Oliveira e Silva, que inclusive foi um dos grandes presidentes da história da Associação Católica da Juventude Friburguense.

Assim, aquele logradouro continuará tendo seu nome oficial e o “apelido”, se assim podemos dizer, de Praça do Lúpulo sem no entanto deixar de desconsiderar a justa homenagem ao professor Luiz de Oliveira e Silva.

Parabéns, Wilton!

No próximo domingo, 22, o dia será do prezado amigo e simpática figura de Nova Friburgo, Wilton Melo, mudar de idade.

Por esta razão, nossas congratulações a ele acompanhando a lembrança de Maurício de Assis Fonseca e muitos outros amigos e familiares do admirado Wiltinho. Parabéns!

Encontro de camisas de futebol

O conhecido Alex Colecionador do Vasco não para com suas atividades, que proporcionam alegrias a ele e sobretudo, a muita gente que gosta de acompanhar seus eventos.

Isso, por que o Alex já está com quase tudo pronto para realização no dia 21 de abril, do 3º Encontro de Colecionadores de Camisas de Futebol de Nova Friburgo.

  • Foto da galeria

    Clarinetista de NF brilha em SP

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    Mãe e filha aniversariam

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Cinco estilos de relacionamento familiar

quinta-feira, 12 de março de 2020

Existem diferentes formatos de família no sentido de como os membros dela funcionam entre si. Algumas famílias funcionam bem, sem agressividade e com boa afetividade entre seus membros. Outras funcionam muito mal, algumas resultando em divórcio, abusos variados, muita tensão, com bastante sofrimento para todos, adultos e crianças. Se cada membro adulto da família se interessar por aprender a lidar com suas emoções, a conhecer melhor a si mesmo, os problemas poderão ser menores dificilmente, ou mais facilmente compreendidos para serem resolvidos.

Existem diferentes formatos de família no sentido de como os membros dela funcionam entre si. Algumas famílias funcionam bem, sem agressividade e com boa afetividade entre seus membros. Outras funcionam muito mal, algumas resultando em divórcio, abusos variados, muita tensão, com bastante sofrimento para todos, adultos e crianças. Se cada membro adulto da família se interessar por aprender a lidar com suas emoções, a conhecer melhor a si mesmo, os problemas poderão ser menores dificilmente, ou mais facilmente compreendidos para serem resolvidos.

A autora do artigo “Cinco estilos de relacionamento familiar – Quão bem sua família funciona emocionalmente?”, Molly S. Castelloe Ph.D., cita cinco estilos começando pelo nível com menos capacidade de lidar com situações emocionais, e terminando com o que seria a família “ótima”. Vamos ver.

Nível 5: A “Família em dor” – este é um modelo familiar com grave distúrbio caracterizado por desorganização, sentimentos de apreensão entre os membros, e uma sensação de perigo iminente pairando no ar. Neste modelo falta liderança e autoridade. É como um país em anarquia ou com desordem civil.

Nível 4: A “Família Borderline” – funciona melhor do que a família do nível 5 quanto aos relacionamentos. Num esforço de tentar controlar o sistema familiar caótico, devido à necessidade de melhor estrutura interna, a tendência deste modelo familiar é ir para o outro extremo de rigidez e muitas regras. A desordem do modelo 5 é substituída pela ditadura. Surge abuso de autoridade, e frequentemente usa-se regras e leis para coerção e intimidação. Ali funciona o dominador e o submisso. Nesta família uns querem controlar os pensamentos e sentimentos de todos os outros membros.

Nível 3: A “Família envolta em regras” – modelo familiar com menor comprometimento emocional quanto ao desenvolvimento. Ainda que seja um formato com regras estritas como o da “Família Borderline”, estas regras são internalizadas e não são impostas por uma figura externa autoritária. Os membros desta família não questionam os deveres e obrigações deste modelo familiar. As regras ali regulam os comportamentos de todos, mesmo com prejuízo da espontaneidade e da autenticidade de cada membro da família. Há uma espécie de repressão da vida emocional individual para o bem de todos. Não é uma família na qual seus membros têm boa intimidade afetiva.

Nível 2: A “Família adequada” – junto com o Nível 1 compartilham muitas características semelhantes e sendo mais avançadas quanto ao desenvolvimento. Cada um escuta os demais com atenção e vivem com melhor intimidade afetiva do que os modelos anteriores. As regras são claras mas não rígidas. A função delas é compreendida como existindo para servir ao bem de todos. São tidas como regras sujeitas à revisão quando necessário. É um sistema familiar flexível, podendo melhorar e não permanecer rígido.

Nível 1: A “Família ótima” – neste modelo se consegue melhor adaptação do que nos níveis anteriores, com melhor facilidade de mudanças positivas. Seus membros possuem um senso profundo de segurança e confiança nas conexões emocionais deles. Quando surgem conflitos, eles acreditam na possibilidade de trabalhar com eles, sempre respeitando os diferentes pontos de vista de cada um. Conseguem expressar sentimentos agradáveis e também desagradáveis de forma que possam enriquecer o relacionamento ao invés de criar ameaça de rompimento do vínculo familiar. Cada membro deste formato familiar sente satisfação da companhia do outro.

Dê uma parada para meditar no modelo de sua família atual. Analise como ela funciona. Existe ditadura, abusos, submissão errada, explosões temperamentais? O que você pode fazer para melhorar sua participação nesta família? Precisa falar mais e defender ideias que você crê nelas e parar de ser passivo e retraído? Ou precisa aprender a calar, escutar e valorizar as ideias dos outros membros? Precisa conter seu temperamento explosivo ou precisa exercitar a coragem de ser? Se cada um trabalhar para melhorar suas limitações pessoais, o modelo familiar avança de nível, para os que são mais saudáveis, e a qualidade de vida melhora. Não espere pelo outro. Comece com você.

Fonte: 5 Styles of Family Relating - How well does your family function emotionally? Molly S. Castelloe Ph.D. www.psychologytoday.com/intl/blog/the-me-in-we/201311/5-styles-family-relating

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O que você quer no casamento?

quinta-feira, 05 de março de 2020

Casamento é uma união de duas pessoas diferentes. Diferentes não só quanto ao gênero masculino e feminino, mas em relação à muitas outras coisas. A diferença entre o cérebro masculino e feminino é real. A mulher tende a usar a lógica com afetividade, enquanto que o homem usa a lógica com racionalidade. Por exemplo, a mulher abre a porta do guarda-roupas e se depara com mais de 20 vestidos, 30 saias, 35 blusas, 25 pares de sapatos (fora as sandálias) e diz ao marido: “Não tenho nada para vestir hoje!” Ela não diz isso usando lógica racional, mas emocional.

Casamento é uma união de duas pessoas diferentes. Diferentes não só quanto ao gênero masculino e feminino, mas em relação à muitas outras coisas. A diferença entre o cérebro masculino e feminino é real. A mulher tende a usar a lógica com afetividade, enquanto que o homem usa a lógica com racionalidade. Por exemplo, a mulher abre a porta do guarda-roupas e se depara com mais de 20 vestidos, 30 saias, 35 blusas, 25 pares de sapatos (fora as sandálias) e diz ao marido: “Não tenho nada para vestir hoje!” Ela não diz isso usando lógica racional, mas emocional. Nesta frase dela existe um pedido oculto ao marido, que pode ser: “Me ajude a escolher?”

Outra diferença entre homem e mulher tem que ver com a imagem espacial. Geralmente mulheres dirigem veículos com muito mais cautela do que nós homens. Mas quando uma mulher para o carro numa esquina ou cruzamento para ver se pode seguir, a tendência é parar muito atrás, o que pode dificultar a visão dela sobre o tráfego na rua que ela quer entrar, ou parar muito na frente, o que pode atrapalhar os carros que passam ali na frente do carro dela. Ou quando está num supermercado e olha para as prateleiras à sua frente na procura de, por exemplo, certa marca de macarrão, a mulher diz: “Não tem a marca que eu quero!”. Mas tem sim, é porque está um pouco mais abaixo, ou mais à direita ou mais para a esquerda.  Isto não tem nada que ver com inteligência.

Outra coisa, a mulher em geral usa a linguagem como forma de ligação com as pessoas. É como se para fazer e manter o contato social teria que estar falando o tempo todo. Por isso, num casamento, quando uma esposa inteligente fica falando com seu marido sobre um assunto, tipo, onde passar as férias, ela comenta, levanta perguntas, fala de dúvidas, e o papel do marido é mais ouvir do que ter mesmo que dar as respostas das perguntas que ela mesma levantou, porque muitas vezes ela já sabe as respostas, mas faz perguntas do ponto de vista emocional e não racional, não para serem necessariamente respondidas pelo companheiro, mas para que ele fique ali com ela naquele “diálogo”.

Um dia a jornalista Ana Paula Padrão cobria as olimpíadas no exterior. Em certo momento, estando ao vivo, ela olhou para a paisagem local e exclamou mais ou menos assim: “Que lugar romântico!”. Se fosse um jornalista homem, mesmo sendo um indivíduo afetivo, dificilmente ele diria isso. Talvez iria dizer: “Que local lindo!”.

Mas agora vem uma pergunta para o homem e para a mulher sobre casamento. O que o homem quer no casamento? Ele quer o status do casamento ou a esposa? E o que a mulher quer no casamento? Ela quer o romance ou o esposo?

Muitos homens casados podem ficar mais ligados na ideia do que o casamento oferece para ele (comida, arrumação da casa, alguém para cuidar dos filhos, sexo) do que na pessoa da sua companheira. E mulheres casadas podem ficar mais ligadas na ideia do romance do que no fato de que ali na frente dela, convivendo sob um mesmo teto, existe uma pessoa, o marido.

Que problemas isto pode causar? No caso dos maridos, eles podem ficar fissurados na mulher como objeto de satisfação sexual, podem esperar que sua esposa seja boa “dona de casa” e faça os “serviços de casa”, sem valorizá-la como pessoa, como indivíduo. No caso das esposas, elas podem ficar obsessivas com querer romance e atenção, e podem não valorizar aquele homem, aquele indivíduo ali convivendo com ela.

É como se o sexo ou o desejo da “dona de casa” para o homem, por um lado, e a fissura da mulher por romance, por outro lado, fossem uma droga viciante, algo que sem o qual a pessoa pode ter “síndrome de abstinência”. Ou seja, ficar irritada, impaciente, nervoso, rabugento, ansiosa, ou triste, insone, frustrado e até agressiva ou agressivo.

O que é mais importante num casamento, o status de casado e o sexo ou a companheira? O romance idealizado ou o companheiro?

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A ignorância é uma bênção

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O título da coluna de hoje é uma frase de uma fala do professor da Unicamp – Universidade de Campinas, Leandro Karnal.

O título da coluna de hoje é uma frase de uma fala do professor da Unicamp – Universidade de Campinas, Leandro Karnal. Se você for no YouTube encontrará estas declarações dele com o título “A ignorância é uma benção.” Ele comenta que as pessoas que acreditam que a corrupção está ligada a um partido, e que bastaria tirar este partido do poder para ter igualdade no país, são pessoas muito felizes, e que substituíram o culto do Papai Noel e do coelhinho da Páscoa, pelo culto da corrupção isolada, o que não quer dizer, segundo o professor Karnal, que não existam partidos notáveis em corrupção.

A corrupção, diz ele, começa no dirigir pelo acostamento, em pedir ao dentista recibo acima do valor pago para abater no imposto de renda. A corrupção continua quando o pai dá ao filho um atestado para justificar a ausência na prova, quando o filho estava vagabundeando. Ela segue quando colegas que na aula de ética, política e filosofia assina a lista de presença pelo colega que faltou, estudando Spinoza e a sua ética. A corrupção está em todos os lugares.

“Se a corrupção fosse só de um grupo, eu seria muito feliz.”  . ignorância é uma bênção.ejalvesas e ter que suportar a angniras. Talvez um dilema na vida mente e cremos nela. N.. O que fazer com esta ignorância? ... Quando todos gritam na noite do dia 31 de dezembro: Feliz Ano Novo!, eu digo: Vai ser um ano igual a todos, só que mais velho e um ano mais próximo da morte. E como dizer isso sem estragar a festa dos outros, não é?”

“A ignorância é uma bênção. ... A consciência nos torna covardes. Hoje eu jamais vou a qualquer lugar sem reserva de hotel, planilha Excel com tudo anotado, não saio sem remédio para isso ou para aquilo, levo guarda-chuva, casaco, lenço, e se precisar papel higiênico escondido na maleta ... Jovens nunca saem de guarda chuva à rua, jamais. Guarda chuva é sinal de idade. Jovens jamais acreditam que vai chover sobre eles. ... Eu percebo que a vida tem riscos e que a ignorância é uma bênção.”

Quando vejo notícias nos telejornais mostrando o povo freneticamente pulando nas ruas no Carnaval, me pergunto: o que estas pessoas pensam sobre a vida quando acordarem na manhã seguinte sem efeito de qualquer droga, seja álcool, cocaína etc.? Quando também vejo as brigas de torcidas de futebol, ou aquele povo pulando histericamente nas arquibancadas de um estádio, me pergunto: o que elas pensam sobre a vida ao voltarem para casa sentadas no banco do ônibus, do metrô, no próprio carro, ao deitarem em suas camas, ou ao acordarem na manhã seguinte, seja se seu time ganhou ou perdeu?

A ignorância é uma bênção. Não pensar. Não pensar muito. As pessoas normais parece não terem muita consciência do seu inconsciente. Apresentei uma palestra recentemente falando sobre ansiedade excessiva, distorções de pensamento, crenças psicológicas doentias e como consertar isso. No final uma pessoa veio falar comigo dizendo que graças a Deus ela não ficou com nenhum trauma do seu passado infantil, o qual foi difícil, segundo me disse. Mas conheço um pouco esta pessoa e ela é muito agitada, inquieta. A ignorância é uma bênção.

Quanta coisa é jogada para o subconsciente ou para o inconsciente de nossa mente, não é? Quantas verdades são expulsas de nossa consciência por nós mesmos! Não começa aí a corrupção? Podemos rejeitar tanto, tantas vezes uma verdade que a mentira passa a ser verdade em nossa mente e cremos nela. Como exemplo disso, acho que cabe aqui citar aqueles políticos religiosos que fizeram uma oração agradecendo a Deus pela propina adquirida. A verdade repelida de nossa consciência nos faz cínicos.

Por outro lado, a verdade pode ir acabando com as nossas mentiras. Talvez um dilema na vida seja ficar ignorante para não sofrer muito, ou saber das coisas e ter que suportar a angústia do conhecimento?

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Saúde tem relação com interdependência, não com competição

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

Nossa mente é complexa, não somente quanto aos processos bioquímicos e elétricos cerebrais, mas quanto aos intrincados pensamentos e sentimentos que experimentamos. Na verdade, uma coisa tem que ver com a outra, ou seja, aqueles processos têm que ver com estes pensamentos e sentimentos e vice-versa.

O professor António Damásio, chefe do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Iowa, no livro “O Erro de Descartes”, cita: “...a razão pode não ser tão pura quanto a maioria de nós pensa que é ou desejaria que fosse, e que as emoções e os sentimentos podem não ser de todo uns intrusos no bastião da razão, podendo encontrar-se, pelo contrário, enredados nas suas teias, para o melhor e para o pior.” (p.12). Razão e emoção se entrelaçam e interdependem. Não há, portanto, uma razão pura, sem ter sido influenciada por nenhum sentimento, assim como não há nenhum sentimento sem ter sido influenciado por algum pensamento.

“A alma respira através do corpo, e o sofrimento, quer comece no corpo ou numa imagem mental, acontece na carne.”, afirma o professor Damásio (p.18). Há uma interligação entre mente e corpo, inseparável. Antigamente se achava que havia no cérebro humano regiões específicas para cada função. Por exemplo, acreditava-se que havia uma única região responsável pela visão. Hoje sabe-se que “a função de cada parte individual do cérebro não é independente, mas uma contribuição para o funcionamento de sistemas mais vastos, compostos por essas partes individuais.

Podemos agora dizer com segurança que não existem ‘centros’ individuais para a visão, para a linguagem ou ainda para a razão ou para o comportamento social. O que na realidade existe são ‘sistemas’ formados por várias unidades cerebrais interligadas.” (p.35).

A Neurologia, a Psiquiatria, a Psicologia Médica, a Imunologia, a Endocrinologia, até a Filosofia, Sociologia e Teologia, têm verificado que há uma interligação entre estas áreas do saber, que todas precisam de todas. Para nossa saúde mental precisamos interligações sociais, compartilhamento, noção e prática de vivência em comunidade.

Não fomos criados para competir, mas para compartilhar. Precisamos entender melhor isto. Entender que eu dependo de cada outro ser ao meu redor. Que cada um tem sua importância e participação na formação da saúde ou da doença social.

Preciso da natureza, preciso do meu vizinho, do lixeiro, do frentista do posto de gasolina, do canto do passarinho, do sol, da lua, da chuva etc. A vida e a saúde funcionam dentro de um sistema e é compreendendo a visão sistêmica que podemos nos posicionar mais humildemente na existência, o que é saudável.

Nossa saúde mental depende, portanto, de compreendermos esta interdependência entre corpo e mente, o individual e o social, que somos apenas parte de um todo, precisamos uns dos outros, e que viveremos melhor ao compartilhar e não ao competir.

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