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A importância da relação pai-mãe-bebê

quinta-feira, 20 de maio de 2021

A função dos pais no cuidado dos filhos é muito mais importante do que imaginamos. O cientista R. Winston diz: “Ainda que eu tenha publicado mais de 300 artigos em revistas médicas e trabalhado no desenvolvimento de técnicas de fertilização in vitro (IVF), se eu for realmente honesto, minha mais importante realização é sem dúvida meus três filhos. Não tenho nenhuma dúvida sobre isto.

A função dos pais no cuidado dos filhos é muito mais importante do que imaginamos. O cientista R. Winston diz: “Ainda que eu tenha publicado mais de 300 artigos em revistas médicas e trabalhado no desenvolvimento de técnicas de fertilização in vitro (IVF), se eu for realmente honesto, minha mais importante realização é sem dúvida meus três filhos. Não tenho nenhuma dúvida sobre isto. E todos nós de diferentes formas somos capazes de contribuir para a próxima geração tanto como pais e profissionais de saúde, como uma sociedade.” www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5330336/

O desenvolvimento do cérebro humano ocorre principalmente na gestação e infância. Pai e mãe precisam criar bom e forte vínculo com o filho, sem isso as crianças são menos prováveis de crescerem para se tornar adultos felizes, independentes e resilientes. Na idade de 3 anos, o cérebro de uma criança tem atingido quase 90% do tamanho adulto. As experiências que o bebê tem com seus cuidadores são cruciais para a rede de neurônios e habilita milhões e milhões de novas conexões no cérebro para serem feitas. Se experiências positivas não ocorrem entre o bebê e seus pais, os circuitos cerebrais necessários para a vivência de experiências humanas normais podem ser perdidos.

Ainda que bebês tenham profunda predisposição genética para unirem-se a um pai amoroso ou mãe amorosa, isto pode ser quebrado ou prejudicado se um pai, mãe ou outro cuidador do bebê for negligente, descuidado e inconsistente no lidar com a criança. Por exemplo, num momento a mãe abraça o bebê e o beija com carinho, e horas depois se irrita e age com frieza com ele. Você faz isso com sua criança? Descarrega frustrações que tem com seu marido ou esposa sobre seus filhos? Você grita ou bate nos seus filhos mais por causa da desavença com seu esposo ou esposa do que por erros cometidos pelas crianças?

Se você faz isso, pare com este abuso para não prejudicar o cérebro destas crianças e para não criar uma base emocional para doenças mentais no futuro nelas. De fato, estudos científicos têm mostrado que a habilidade de uma criança para formar e manter relacionamentos saudáveis na vida pode ser significativamente prejudicada por ter um vínculo inseguro com um cuidador primário, geralmente o pai e a mãe.

O cientista F. A. Champagne e a equipe do laboratório de Neuroendocrinologia Desenvolvimental da Universidade MgGill, em Montreal, Canadá, mostraram que ratos colocados sob o cuidado de mães afetivas, que davam atenção e lambiam seus filhotes carinhosamente, cresciam para ser melhores mães ao terem no futuro os filhotes. Este efeito é tão forte que pode se estender por duas gerações. A rata neta é melhor mãe e mais hábil para lidar com o estresse, tudo porque a avó rata cuidou bem da mãe desta rata neta. Fonte deste estudo: Champagne FA, Francis DD, Mar A, Meaney MJ. Variations in maternal care in the rat as a mediating influence for the effects of environment on development. Physiol. Behav. 2003.

As atitudes carinhosas das mamães ratos afetam seus filhotes de forma positiva de maneira que na geração seguinte e na próxima, os cientistas observaram que as ratinhas que receberam carinho da mãe, ao se tornaram mães, também foram mais carinhosas com seus filhotes e tendo melhor desempenho em situações de estresse. Você é uma mãe assim, carinhosa com seus filhotes? Ou é ríspida, impaciente, tão fissurada por romance e talvez sexo, a ponto de negligenciar o cuidado de seus filhos? Você é um pai amoroso com seus filhos, ou é fissurado em ganhar dinheiro e acha que dando presentes materiais para eles, isto cobre as necessidades de afeto e tempo seu para eles? As crianças precisam do afeto do pai e da mãe. Do pai e da mãe. Do homem e da mulher.

Estudos de cérebros de pessoas que praticaram o suicídio e foram vítimas de abusos quando crianças, mostram os mesmos modelos químicos encontrados nos ratinhos que foram abandonados pelas mães. Labonté B, Turecki G. Epigenetic effects of childhood adversity in the brain and suicide risk. In: Dwivedi Y. The neurobiological basis of suicide. pp. 275–290.

Crianças precisam de coisas simples na sua interatividade com os pais, como serem mimadas, receber colo, ganhar sorrisos, conversar com elas, dar atenção para a criança ao invés de um olho nela e outro no celular. Ao estar com a criança, desligue-se de tudo. Este vínculo mãe-bebê é essencial para a saúde física, mental e espiritual da criança.

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Você precisa perdoar seu pai ou sua mãe?

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Escrevi este texto no domingo passado, 9, Dia das Mães. Quero deixar umas palavras sobre as mães, mesmo já tendo passado a data dedicada a elas. Veja que lindo texto: “A esfera de atividade de mãe pode ser humilde, mas sua influência, unida à do pai, é tão duradoura como a eternidade. Depois de Deus, o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na Terra.” E.G.White, O Lar Adventista, p. 240.

Escrevi este texto no domingo passado, 9, Dia das Mães. Quero deixar umas palavras sobre as mães, mesmo já tendo passado a data dedicada a elas. Veja que lindo texto: “A esfera de atividade de mãe pode ser humilde, mas sua influência, unida à do pai, é tão duradoura como a eternidade. Depois de Deus, o poder da mãe para o bem é a maior força conhecida na Terra.” E.G.White, O Lar Adventista, p. 240.

Parece que o tipo de amor que mais se aproxima do amor divino é o de mãe. Minha mãe morreu em 2011. Hoje senti muita saudade dela. Faz muita falta. A gente aprende a lidar com a perda de um ente querido para a morte. Mas a falta fica, a saudade volta. Que coisa estranha é a morte. Ela leva a pessoa que amamos e da noite para o dia ela não está mais ali perto de nós. Ela é tirada de nossa vida. Fica o vazio, a falta, a dor, a tristeza, a saudade. A morte é o pior inimigo do ser humano. E a Bíblia diz que é o último inimigo a ser vencido. A morte será vencida pela vida.

Aproveite a presença de sua mãe que ainda vive. Seja carinhoso com ela. A ajude nas aflições e fardos dela ao invés de colocar mais peso sobre ela. Perdoe os erros que ela tem cometido. Ela pode morrer primeiro do que você, e ficará a saudade, mas você terá a consciência tranquila de que fez o melhor por quem trouxe você à vida.

Em algum momento da vida precisamos perdoar nossos pais pelos erros deles em nossa educação. Como você quer ser perdoada pelos seus erros se não perdoa os erros de outras pessoas? Mesmo que você tenha sofrido com sua mãe ou pai por problemas emocionais deles, cabe o perdão. O perdão não é para quem merece, mas para quem precisa. Perdoe primeiro em seu coração. Não guarde mágoas contra eles. Sua mãe e seu pai fizeram no passado o que podiam, fazem no presente o que podem, o que sabem, o que seus recursos emocionais permitiam e permitem. Pense nisso. Entenda isso.

Vou focar agora na relação com sua mãe, mas o que comento envolve o pai também. Sim, você pode sentir a falta do lado amoroso da mãe. E é uma falta difícil de lidar. Geralmente buscamos compensar esta falta com coisas na vida, como muito trabalho para ganharmos aplausos, relacionamentos afetivos, apego excessivo a uma pessoa, entre outros meios. Mas a falta nunca será preenchida plenamente. Temos que lidar com ela. Aceitá-la.

Alguns sofrem não só pela falta e saudade da mãe que morreu, mas também pela falta da mãe carinhosa, paciente que não existiu. É uma dor dupla, não é? E pode doer bastante, especialmente em datas especiais, como o dia das mães, a data de aniversário dela, no Natal, e em outros momentos que marcaram quanto ao seu relacionamento com sua mãe.

Ajudará a perdoar sua mãe se e quando você olhar a maneira como ela lidou ou lida com você e pensar em como foi a infância dela com a mãe dela, sua avó. Ela sofreu lá atrás com a mãe e talvez com o pai dela? A infância dela foi fácil? Ao perdoar sua mãe você se libertará. Tenha um olhar compassivo para com ela. Ela é um ser humano com lutas, defeitos de caráter, conflitos, angústias e tristezas talvez difíceis de enfrentar e conviver.

A compaixão nos auxilia a ver uma outra pessoa sob uma ótica diferente. Sendo compassivos podemos ver o lado dolorido do outro e ao invés de rejeitar a pessoa, atacá-la, depreciá-la, podemos nos aproximar dela em nossa mente e, se possível, presencialmente, com uma nova atitude, com desejo de ajudá-la.

Sim, algumas mães foram cruéis para com seus filhos. Algumas os abandonaram, física ou emocionalmente, por causa de um romance idealizado. Outras eram tão imaturas que não tinham condição emocional de serem mães, precisando de uma mãe. Mas mesmo assim cabe o perdão. O perdão é algo grandioso, libertador, talvez seja a única atitude que pode causar a interrupção das atitudes agressivas através das gerações.

Nós somos perdoados por Deus, criador e bondoso. Então podemos aprender a perdoar também. Sua aflição pode desaparecer quando você perdoar quem lhe feriu e talvez continue ferindo, seja sua mãe, pai ou outra pessoa.

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quinta-feira, 06 de maio de 2021

Vivemos numa sociedade competitiva, e nas famílias ocorre também competição. O que é competição? Qual o problema de competirmos nas relações familiares e sociais? É natural competir? O que a competição produz?

Vivemos numa sociedade competitiva, e nas famílias ocorre também competição. O que é competição? Qual o problema de competirmos nas relações familiares e sociais? É natural competir? O que a competição produz?

Nem tudo o que é natural em nossa natureza humana imperfeita é saudável. Competir parece ser algo entranhado em nosso ser e difícil de evitar. Irmãos pequenos competem pelo amor dos pais. Esposa e esposo competem em várias coisas, com ou sem consciência de fazerem isso. No comércio se compete para ter preços melhores das mercadorias. Na escola tem jogos estudantis onde alunos competem com alunos. Na indústria uma companhia compete com a outra para ganhar o mercado. Competição em tudo. Até igrejas fazem competição querendo ganhar mais membros.

O que é competição? Um dicionário define competição como sendo uma disputa ou concorrência entre duas ou mais pessoas que buscam a vitória ou, simplesmente, superar quem os desafiam. Também é luta ou conflito e eventos ou obstáculos que essas pessoas precisam superar para saírem vitoriosas. Pense numa competição de corrida de automóveis. O que o ganhador do primeiro lugar ganha sem ser dinheiro, fama e troféu? Se torna ele melhor pessoa do que seu colega que ficou em segundo lugar ou daquele que parou a corrida porque o carro quebrou?

No mundo do futebol se usa palavras agressivas na competição entre os times. A mídia e comentaristas dizem: “O time A massacrou o time B.” “O time C humilhou o adversário.” Levanto a mesma pergunta: as pessoas da equipe que ganhou a partida se tornam melhores do que as do time perdedor?

Para que você compete? Para provar que é melhor que os outros? Por que precisa disto? A motivação que nos leva a fazer o que fazemos é tudo para a saúde ou para a doença, para a paz ou para a angústia e ausência de saciedade. É possível parar com a competição devido à obsessão pelo crescimento econômico antes que ela acabe com sua vida.

No casamento disfuncional em geral existe competição. Um quer mandar no outro. Um critica o outro pelo seu sofrimento, atribuindo ao outro todo a sua frustração. Um se acha melhor que o outro. Um diz: “Jamais faria isso como meu marido/minha esposa fez!”. E anos depois ele/ela faz o mesmo.

A primeira competição surgiu no mundo espiritual quando um anjo não aceitou sua condição de criatura e começou a competir com o Criador. E isto, esta competição, tem produzido tanta tragédia, dor, tristeza, angústia e mortes até hoje.

Não fomos criados para competir, mas para compartilhar. Competir estressa, piora a saúde mental e física. As células normais em nosso organismo não competem entre si, elas se ajudam com harmonia. Já as células tumorais são competitivas, se agridem, daí surge o tumor. O tumor é o resultado de competição, de egocentrismo de células doentes.

O problema da competição nas relações familiares e sociais é que ela causa tensão, estresse, brigas, comparações injustas, discriminação, ironia, e isto machuca, dói e pode matar. Não competir é ajudar, é olhar o outro com compaixão.

Se olharmos nossa natureza humana sob o ponto de vista da contaminação espiritual, então podemos dizer que é natural competir. Mas se olharmos sob a ótica da criação original, não é natural. Jesus não competia com as pessoas ao viver aqui. E ele foi o único ser humano saudável mentalmente que já existiu e existirá nesse mundo adoecido.

Pare de competir consigo. Dê sossego a si mesmo. Pare de competir com seu familiar, vocês são parecidos em várias coisas, embora diferentes em outras. Evite competições no trabalho. Faça o melhor que puder, se aprimore, estude, leia, não para competir, e sim para se tornar uma pessoa melhor, um melhor profissional, alguém que ajuda a aliviar o sofrimento do outro que pode ser meio parecido com você em alguma coisa.

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Faça algo hoje para aliviar a dor de alguém

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Nesta existência não dá para não ter dor. Geralmente o bem estar vem depois da dor e não sem ela. Parece que para todos nós, seres humanos, o prazer vem depois da dor, depois do sofrimento. Mas a dor volta. O que sentimos de bom passa. Mas o que sentimos de ruim, também passa. Mas volta.

Nesta existência não dá para não ter dor. Geralmente o bem estar vem depois da dor e não sem ela. Parece que para todos nós, seres humanos, o prazer vem depois da dor, depois do sofrimento. Mas a dor volta. O que sentimos de bom passa. Mas o que sentimos de ruim, também passa. Mas volta.

Já atendi gente famosa, artistas de TV, músicos, compositores. Eles aparentam para o público só ter felicidade, fama, sucesso, dinheiro, mas a verdade, por detrás dos bastidores, é que eles têm dores difíceis, boa parte com casamentos destruídos, divorciados, um filho para cada canto, alguns são dependentes de drogas. Dor.

Philip Yancey em seu livro “Onde está Deus quando chegar a dor”, na página 52, escreveu: “Se eu gastar a vida procurando a felicidade em drogas, conforto e luxo, terei enganado a mim mesmo. ... A felicidade virá a mim inesperadamente, como subproduto, como surpresa adicional, depois de eu ter investido a vida em alguma coisa de valor. E, provavelmente, esse investimento terá incluído a dor. Sem ela, é difícil imaginar o prazer.”

Investir sua vida em algo de valor. Mas é incrível como que uma boa parte da humanidade mergulhou no materialismo na ilusão de buscar a felicidade com mais uma casa, mais uma filial da empresa, mais um milhão na conta bancária. E para conseguir o crescimento econômico, se apela para tudo, propinas, sociedades secretas, manipulação da notícia, conflito de interesses entre empresários e políticos. Como me disse o esposo de uma cliente que eu atendia se referindo ao mundo corrupto na área dele, ele que era um empresário bem sucedido na área imobiliária de uma grande cidade do Estado de São Paulo: “É tudo uma nojeira!”

Também conheci um ambientalista que me disse que recebia ameaças de morte porque defendia o meio ambiente de regiões onde os megaempresários do ramo de construções queriam destruir para levantar seus empreendimentos imobiliários.

Quanto sofrimento o povo experimenta e que poderia ser eliminado pela liderança política, se fossem pessoas realmente comprometidas com o alívio da dor humana! Yancey comenta: “O sofrimento é uma mensagem geral de advertência a toda a humanidade de que algo está errado com o planeta e de que precisamos de uma intervenção externa radical.” (p.76). A saída não está dentro, está fora da humanidade.

Nem sempre o mal é punido nessa vida, e por isso os corruptos seguem em suas vidas devassas impunes. Só para citar um exemplo: um líder político corrupto se torna membro de uma comissão de ética! Isso é o mesmo que colocar o lobo para tomar conta do galinheiro. Quem pode mudar isso?

A dor continua. A pandemia pode arrefecer, mas virão novos problemas sociais de sofrimento piores. Não se pode acabar com o sofrimento na impunidade, na exaltação de pessoas de caráter no mínimo duvidoso, e a mídia não cansa de fazer isso. Certa vez li que uma boa maneira de você exaltar a si mesmo é exaltar outra pessoa ou instituição que, no fundo, talvez não mereça elogios. A mídia vive exaltando pessoas famosas dúbias, que têm uma vida privada cheia de complicações ligadas a comportamento disfuncional e, pior, violando a lei, dos homens e de Deus. Mas o povo aplaude. Parece que esquece a corrupção de um líder. Depois o reelegem. Como entender isso? Tantos anos de ditadura e agora com tantos anos de democracia com eleições, ainda não aprendemos? Onde está o problema que causa tanta dor na população?

O problema está no caráter das pessoas. Nossa maior luta é contra nós mesmos, conta nosso eu egoísta, orgulhoso, desonesto, que sempre quer levar vantagens para benefícios pessoais. O problema está no coração, e Jesus disse que é dele que procedem tudo o que contamina a vida, as relações sociais, gerando dor e sofrimento.

Você pode fazer sua parte fugindo da corrupção em sua vida pessoal e praticando algo, dia a dia, que produzirá alívio da dor de alguém, não só de sua família, mas de qualquer ser humano. Dê de si mesmo para ajudar outro indivíduo. Isto produzirá bem estar na pessoa que recebe sua ajuda, e em você mesmo. Você pode fazer algo, simples que seja, hoje mesmo para diminuir a dor de alguém. Faça isso, mesmo com alguma dificuldade, e verá que o alívio de seu próprio sofrimento virá em seguida.

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É fácil amar as pessoas fáceis

sexta-feira, 23 de abril de 2021

É fácil amar as pessoas fáceis

É fácil amar as pessoas fáceis

Somos diferentes. Temos temperamentos diferentes uns dos outros. A maneira como nossa personalidade vai se estruturando ocorre num mesmo ambiente familiar para crianças diferentes, mas cada uma terá um desenvolvimento e formação de características do eu (self) de forma distinta. Ou seja, crianças criadas num mesmo ambiente familiar desenvolvem personalidades diferentes. Uma se torna mais dócil, serena, pensativa, com melhor autocontrole emocional, enquanto que seu irmão ou irmã se torna mais agressiva, rebelde, impulsiva. Cada um reage aos fatores ambientais de modo diferente. Um com serenidade e aceitação, outro com irritação e rebeldia. Um tolera a frustração, outro se impacienta demais com a mesma.  

Com que tipo de pessoa você acha mais fácil se relacionar? Com a dócil ou com a rebelde? Com a serena que pensa antes de falar, ou com a impulsiva que só pensa no que disse ou no que fez depois de ter falado e atuado? Que tipo de pessoa é mais fácil amar? A que escuta com paciência o que você está dizendo, ou a que atropela sua fala sem ouvir direito o que você está tentando dizer, geralmente reagindo com impaciência? É fácil amar uma pessoa que vive criticando você e os outros, que sai falando alto porta à fora sobre a zanga dela com você de maneira que vizinhos ouvem aquilo que deveria ser privativo? É fácil amar quem geralmente retruca o que você diz, questiona não de maneira pensada e calma, mas sempre confrontando você como se vivesse sempre em disputa, em guerra que você não quer ter com ela?

Se você fizesse uma pesquisa de opinião pública sobre o que é uma pessoa fácil de se relacionar, pode ser que a maioria dissesse algo assim: É a pessoa que fica calma mesmo quando eu fico nervoso. É aquela que sabe me ouvir quando preciso desabafar. É a que não reage com agressividade verbal quando digo algo que a irrita. É aquela que é honesta comigo, sincera, não manipula, não mente para mim, é compreensiva. Uma pessoa fácil de se relacionar é a que procura entender o que estou sentindo sem me julgar e criticar. É a que aprendeu a se controlar e não me dirige palavras cruéis e irônicas mesmo quando eu fiz isso com ela. Uma pessoa fácil de amar é a que se mostra ser minha amiga e me ajuda quando preciso dela. É alguém que dá vontade de estar junto, conversar com ela, porque ela sabe ouvir, não fica me criticando, não se deixa ser tomada pela emoção e por isso não fica me agredindo pelo frequente descontrole emocional dela.

É fácil amar as pessoas fáceis. Mas como amar as pessoas difíceis, de temperamento explosivo, autoritárias, mandonas, que vivem em negação quanto a ter problemas emocionais, que são muito emocionais de modo que com frequência caem em atitudes histéricas, de descontrole emocional, como se fosse crianças pirracentas, mimadas? Como amar alguém de difícil personalidade, que trouxe marcas de sofrimentos do passado para a vida adulta e ainda não aprendeu a lidar com isso de forma equilibrada, e por esta razão vive provocando tensão e estresse nos relacionamentos?

É fácil amar as pessoas fáceis. No livro de Provérbios, na Bíblia, no capítulo 19 e versículo 19, uma tradução moderna diz: “O homem (ou mulher) de gênio difícil precisa do castigo; se você o poupar, terá que poupá-lo de novo.” Agora veja este texto em outra versão: “Uma pessoa que perde a calma que se irrita violentamente, terá de vir sofrer as consequências da sua atitude. Se os outros vierem a desculpá-la, estão a incitá-la a recomeçar os seus excessos.” Talvez uma pessoa com este tipo de comportamento seja difícil de ser amada e talvez se encaixa naqueles tipos de pessoas sobre as quais Jesus se referiu ao dizer: “Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão?” Mateus 5:43-46 (NTLH).

Não é fácil amar “inimigos”, não é? Ou será impossível de nós mesmos amá-los, usando nossos recursos psicológicos humanos? Será possível amar inimigos? Você consegue isso de si mesmo? É fácil amar as pessoas fáceis. Mas e as difíceis? Não será possível somente pedindo esta capacitação sobrenatural a quem pode lhe dar, a quem tem este tipo de amor incondicional para dar?

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Ciência ou ideologia?

quinta-feira, 15 de abril de 2021

É uma pena que ideologias sem fundamento científico sólido determinem tanta coisa em nossa sociedade, como assuntos apresentados em sala de aula em qualquer nível de ensino, decisões políticas, legislações de conselhos profissionais, entre outros.

É uma pena que ideologias sem fundamento científico sólido determinem tanta coisa em nossa sociedade, como assuntos apresentados em sala de aula em qualquer nível de ensino, decisões políticas, legislações de conselhos profissionais, entre outros.

O que é ideologia? Um dicionário descreve como: “sistema de ideias, valores e princípios que definem uma determinada visão do mundo, fundamentando e orientando a forma de agir de uma pessoa ou de um grupo social (partido ou movimento político, grupo religioso etc.). Pois bem, mas podemos pensar: quem tem a visão do mundo que promove uma ideologia? Esta pessoa ou grupo de pessoas que lança na sociedade uma ideologia, tem valores éticos, de boa conduta moral, de auxílio real para a sociedade, tem cientificidade, ou tem sua ideologia base científica comprovada? Nem sempre. Pessoas famosas no meio cultural, elogiadas na mídia, seja no campo da literatura, das artes, da ciência, da política, que promoveram e promovem ideologias destrutivas, perversas tiveram ou têm uma conduta particular devassa, imoral, às vezes violenta, cheia de disfunções comportamentais. Mas como se tratam de pessoas famosas, e o povo não sabe detalhes de seu caráter doentio, são aplaudidas, copiadas e se defende a ideologia delas.

O que é ciência? Um dicionário a define assim: “corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente.” Diante dessa definição, podemos perguntar: A ciência comprovou que o evolucionismo é científico? Não é o evolucionismo ideologia e não ciência, embora tido como oficial para o ensino nas escolas de qualquer nível acadêmico? Quem determinou que o evolucionismo deveria ser ensinado como científico embora a ciência não o tenha comprovado? O evolucionismo é uma teoria sobre a origem do Universo. Vou repetir: é uma teoria.

E o criacionismo? É científico? Existem muitos cientistas criacionistas (não evolucionistas, que falam do Design Inteligente), em muitos países do mundo, em universidades famosas e não famosas, sendo um dos mais famosos o Isaac Newton, (1643-1727) que foi um físico, astrônomo e matemático inglês. Seus trabalhos sobre a formulação das três leis do movimento levou à lei da gravitação universal, a composição da luz branca conduziram à moderna física óptica, na matemática ele lançou os fundamentos do cálculo infinitesimal. Ele disse: “Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilha, a harmonia e a organização do universo só pode ter se efetuado conforme um plano de um ser todo-poderoso e onisciente.” E também: “Considero as escrituras de Deus como sendo a filosofia mais sublime. Eu encontro mais marcas de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana, seja qual for.” Quer ter acesso a um site em Português de cientistas cristãos? Veja www.cristaosnaciencia.org.br 

A ciência não pode comprovar a existência de Deus e, portanto, tanto no estudo do criacionismo quanto do evolucionismo chegamos a um ponto em que se faz necessário exercer fé. Mas volto na pergunta: Por que, quem decidiu que o evolucionismo seria científico e o criacionismo não, sendo ambos teoria? Não foi a ciência. Não terá sido a ideologia de alguns que faz parte da guerra entre o bem e o mal, entre as trevas e a luz?

Comprovou a ciência que alterações da sexualidade, como o homossexualismo, é genético? Não. Autores sérios falam desta conduta como sendo sofrimento, embora muitos gays e lésbicas não a vivem como sofrimento, mas escolha agradável. Pelo menos conscientemente. Veja textos de Joseph Nicolosi, Anthony Storr, uma psiquiatra brasileira que fez um doutorado numa das melhores escolas de psicanálise do mundo nos Estados Unidos, o “The William Alanson Institute of Psychiatry,” a dra. Iracy Doyle com sua tese “Contribuição ao estudo da homossexualidade feminina”, só para citar estes poucos cientistas com profundo conhecimento sobre questões de homossexualidade. Quer ajuda nesta área? Veja por exemplo: www.exodus.org.br , www.amizadesverdadeiras.com.br

Instituições reguladoras de profissionais em psicologia proíbem que psicólogos atendam, escrevam, apresentem palestras, falem sobre a homossexualidade e outros comportamentos de conduta sexual conforme a crença pessoal e a de alguns cientistas como estes citados acima e tantos outros. E pior, mesmo que uma pessoa, gay, lésbica, etc., queira ajuda para seus sofrimentos ligados ao homossexualismo, os psicólogos são proibidos por estas instituições profissionais de oferecer tal ajuda. Isto é ciência ou ideologia? Na verdade é uma ditadura, um desrespeito pela liberdade de consciência, de crença, de visão do sofrimento humano, e uma violação da constituição de nosso país que permite a liberdade de crença inclusive científica. Conflitos de interesse ideológico sem base científica têm, infelizmente, dominado instituições de nossa sociedade, no meio científico, empresarial, e no meio político nem se fala. Mas a verdade vai vencer.

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Por que algumas pessoas se automutilam?

quinta-feira, 08 de abril de 2021

Parece epidemia, jovens se automutilando. Automutilação é agredir a si mesmo, sem necessariamente desejar o suicídio. A ideia do automutilador é que ao se ferir obtém alívio da dor emocional a qual ainda não sabe resolver maduramente. É uma troca entre a dor emocional e a dor física. Por que alguém decide machucar seu próprio corpo?

Parece epidemia, jovens se automutilando. Automutilação é agredir a si mesmo, sem necessariamente desejar o suicídio. A ideia do automutilador é que ao se ferir obtém alívio da dor emocional a qual ainda não sabe resolver maduramente. É uma troca entre a dor emocional e a dor física. Por que alguém decide machucar seu próprio corpo?

A dor mental básica no ser humano é a angústia que produz sintomas físicos como aperto no peito, dificuldade para respirar, pressão na nuca, frio na barriga, perda ou aumento do apetite, sensação de dificuldade de engolir, e outros sintomas. Manifestações físicas da angústia ocorrem por ser uma forma de aliviar a mente.

Lidar conscientemente com dores emocionais é um desafio. A dor dói e não queremos pensar nela. Mas a dor da angústia é um sinal, um alarme dizendo que há algo errado que precisa conserto, não necessariamente através de medicação. É como a luz vermelha do painel do carro que ao acender indica um defeito. A angústia não é inimiga. Ela serve como sinal de que existe algo na sua vida que precisa ajuste, mudança, reparo.

Ao se machucar intencionalmente, a dor provocada pela automutilação diminui o sofrimento da angústia porque a pessoa passa a se concentrar na dor da ferida física. Em torno de 20% dos jovens adolescentes se mutilam, sendo 88% do sexo feminino, e mais comum entre os 14 e 16 anos de idade. Em 60% dos casos há um diagnóstico de transtorno do humor e 90% escolhem se cortar ou se arranhar. Muitos fazem isto em locais no corpo que dá para disfarçar com o uso de calça comprida, camisa ou blusa com manga longa, mesmo que esteja no verão.

Alguns automutiladores possuem uma alteração de caráter chamada Transtorno de Personalidade Borderline. Mas nem todos que se automutilam são borderlines. A palavra “borderline” significa “fronteira”, “limite”. Pessoas com características borderline apresentam um comportamento fronteiriço ou no limite entre a normalidade e a loucura. Muitos jovens praticam a automutilação ao estar vivendo sob forte pressão psicológica, possuem sentimentos de auto-depreciação e têm dificuldade de expressar verbalmente o que sentem. Em cima disso, eles têm uma imaturidade do ego, uma fragilidade psicológica que facilita esta atitude doentia.

Geralmente se ferem dando socos em si mesmos, se cortando com gilete, faca, vidro, ou outro objeto cortante, dão chicotadas em si, mordem uma parte do corpo, batem a cabeça na parede, usam agulhas para furar a pele, entre outras formas de se mutilar. A forma mais comum de automutilação é fazer cortes nas pernas, coxas, barriga, braços e pulsos. Dentre os motivos que levam pessoas a se automutilarem estão: punir a si mesmas; diminuir a ansiedade, frustração, raiva, tristeza; tentativa de mostrar o quanto aguentam uma dor física; falta de autocontrole emocional; fugir da sensação dolorida de vazio; querer se vingar de alguém e gerar culpa no outro; e também para evitar o suicídio.

Apesar de que a principal função da autoagressão é provocar dor física para aliviar a dor emocional, atendi uma jovem moça que me disse que se automutilava porque se sentia um nada. Ela havia sido desprezada pelo pai que se separou da mãe e não a procurava como filha, e a mãe havia ido para longe, deixando-a com uma avó grosseira com ela. Ela se sentiu desprezada. Se sentiu não ser uma pessoa. E ao se cortar e sentir a dor, era como se dissesse para si mesma: “Eu sou alguém! Eu sou esta pessoa que sente esta dor!”

A automutilação pode causar complicações como infecções, cicatrizes, lesões permanentes e morte. O tratamento envolve psicoterapia para a pessoa poder desabafar, ser acolhida, entender os traumas que viveu e o que tem feito com eles, aprender a lidar com suas emoções dolorosas de forma consciente e auto-protetora. Em alguns casos pode ser preciso tomar alguma medicação temporária prescrita pelo médico psiquiatra para reduzir a ansiedade excessiva, a alteração do humor ou outro sintoma complicado.

Até que a pessoa aprenda a administrar saudavelmente suas emoções e pensamentos distorcidos, o profissional ensina a diminuir o modo de se machucar. Exemplo, ao invés de se cortar com gilete, a pessoa pode segurar uma pedra de gelo por alguns minutos.

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Álcool e gravidez

quinta-feira, 01 de abril de 2021

Quando se estuda o alcoolismo e seus efeitos sobre o corpo humano, nos deparamos com um amplo espectro de doenças ligadas ao consumo do álcool, o TEAF, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal. Uma delas é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é um conjunto de alterações no bebê durante a gravidez pelo fato da mãe ingerir bebidas alcoólicas.

Quando se estuda o alcoolismo e seus efeitos sobre o corpo humano, nos deparamos com um amplo espectro de doenças ligadas ao consumo do álcool, o TEAF, Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal. Uma delas é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que é um conjunto de alterações no bebê durante a gravidez pelo fato da mãe ingerir bebidas alcoólicas.

Cerca de 25%, uma em cada quatro, das crianças com TEAF têm defeitos cardíacos congênitos relacionados com o consumo de álcool pela mãe. Congênito significa que o bebê já nasce com o defeito ou a doença. Mas em 2019 foi realizado um estudo para verificar se a ingestão de álcool pelo pai também poderia estar relacionado com o aumento do risco de defeitos cardíacos congênitos no bebê.

Este estudo científico envolveu uma meta-análise, ou seja, um estudo de dados combinados de pesquisas importantes na China, Europa e Estados Unidos. Analisaram 41.747 alcoólatras e 297.587 consumidores controlados. Este estudo foi publicado no European Journal of Preventive Cardiology (Revista Europeia de Cardiologia Preventiva). Descobriram que o consumo de álcool pelo pai aumenta muito a probabilidade de o recém-nascido apresentar doenças cardíacas congênitas.

Parece que o álcool danifica o DNA e o RNA no esperma do homem. E isto pode ser mais grave se ele consome muita bebida alcoólica. Para que o pai não contribua com a possibilidade do seu filho ter doença cardíaca congênita, ele não deve consumir álcool pelo menos nos três meses antes da concepção.

Bebidas alcoólicas aumentam outras doenças congênitas, favorece o câncer, mata cerca de três milhões de pessoas por ano, e é responsável por 5% das doenças em geral no mundo. O consumo do álcool está ligado a acidentes, afogamentos, crime e violência doméstica.

A Síndrome Alcoólica Fetal atinge cerca de dois bebês em cada mil, sendo a principal causa de retardo mental nos Estados Unidos. “Acredita-se que a SAF e esses outros transtornos afetem cerca de 40 mil crianças por ano em todo o globo, mais do que a síndrome de Down, distrofia muscular e espinha bífida somadas, segundo a organização não-governamental The National Organization on Fetal Alcohol Syndrome”. (http://brasil.babycenter.com/a3500005/s%C3%ADndrome-alco%C3%B3lica-fetal#ixzz38uMfPbVT)

"Há uma estimativa de que um em cada cinco casos de deficiência mental no mundo seja causado pelo álcool ingerido pela gestante”, diz Dartiu Xavier da Silveira, co-fundador e coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Universidade Federal de São Paulo. (http://brasil.babycenter.com/a3500005/s%C3%ADndrome-alco%C3%B3lica-fetal#ixzz38uN7fqQu)

Se uma mulher costuma ingerir bebidas alcoólicas e quer engravidar ou engravidou, ela deve parar o consumo de álcool imediatamente. Se não consegue parar sozinha, deve procurar ajuda. E um alerta é que os bebês com a Síndrome Alcoólica Fetal têm tamanho menor, peso abaixo do normal, nariz e maxilar reduzidos, geralmente possuem olhos e cabeça menores do que o normal, lábio superior bem fino, podem ter defeitos no coração, rins e pulmões, na audição e visão. Ao crescer podem ter problemas de comportamento, dificuldades com memória e aprendizado, sendo o pior problema o retardo mental.

Mesmo quantidades pequenas de álcool podem ser danosas para o bebê na barriga da mãe. Nenhuma quantidade de álcool é segura, assim mulheres grávidas deveriam evitá-lo durante toda a gravidez, seja cerveja, vinho, bebidas destiladas, e os “coolers”. Mesmo não tomando bebidas alcoólicas diariamente, se ela ingere num só dia três ou mais drinques, o nível de álcool no sangue aumenta rapidamente, e ela coloca em risco a vida do bebê.

A melhor maneira de prevenir a Síndrome Alcoólica Fetal é parar de ingerir bebidas alcoólicas assim que a mulher pensar em engravidar, e substituir por água, sucos de frutas e água de coco. O álcool é tóxico para nosso corpo, especialmente para o cérebro. O melhor para a saúde não é beber com moderação, mas evitar bebidas alcoólicas.

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Fazer as pazes com nossas limitações

quinta-feira, 25 de março de 2021

Em julho de 2017 a revista “Psychology Today” publicou um artigo escrito pelo doutor em psicologia Leon Seltzer, com o título: “Sim, você não pode! – Por que você deve afirmar suas limitações.” Nos acostumamos, talvez desde que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, a escutar a frase: “Yes, you can!”, “Sim, você pode!”. Mas não podemos? Vamos pensar nisso compartilhando ideias minhas e do dr. Seltzer.

Em julho de 2017 a revista “Psychology Today” publicou um artigo escrito pelo doutor em psicologia Leon Seltzer, com o título: “Sim, você não pode! – Por que você deve afirmar suas limitações.” Nos acostumamos, talvez desde que Barack Obama era presidente dos Estados Unidos, a escutar a frase: “Yes, you can!”, “Sim, você pode!”. Mas não podemos? Vamos pensar nisso compartilhando ideias minhas e do dr. Seltzer.

Muitos livros de autoajuda tratam sobre como se auto-superar, transcender seus limites, vencer barreiras, e se alguém lhe diz que você precisa aceitar suas limitações, ou seja, se diz “você não pode” no sentido de não conseguir, isso pode causar um sentimento de pessimismo, não é mesmo? Mas podemos fazer as pazes com nossas limitações.

Não somos bons em tudo. Nascemos com algumas habilidades e aprendemos outras. Temos alguns talentos e não temos outros. Por mais que você se sinta uma pessoa forte, suas limitações inatas irão influenciar o que você pode e o que não pode fazer na vida.

A mídia exalta jogadores de futebol e os clubes pagam milhões de reais, dólares ou euros para estes que nasceram com habilidade motora nos pés que os fazem hábeis jogadores de futebol, embora muitos sejam maus exemplos de conduta moral. Se você não tem habilidade psicomotora para este esporte, você pode treinar muito, e nunca chegará na performance dos jogadores que nasceram com esta capacidade. É o seu limite natural.

Sim, você deve dar o seu melhor, fazer esforços, se aprimorar com cursos, superar expectativas profissionais e alcançar seus objetivos. O dr. Leon Seltzer afirma que “uma das razões pelas quais esses esforços geralmente valem a pena é que muitas vezes você só consegue reconhecer seus limites imutáveis depois de ter lutado fortemente para superá-los (e às vezes com ajuda externa também).” Damos de cara com nossas limitações após fazer o máximo que foi possível. E agora?

Cuidado para não se estressar, se desapontar repetidamente, conviver com sentimentos de fracasso e adoecer por insistir em algo que está além de suas limitações. Isto não é fracasso, mas limitação natural. Dependendo da situação, pode ser melhor simplesmente dizer a si mesmo: 1 - “Acho que finalmente sei o quanto esse negócio é cruel. Não fui feito para chegar aqui no topo. Não sou agressivo o suficiente, não estou motivado para fazer as conexões que preciso e não tenho vontade ou resistência para isso.”; 2 - ”Preciso enfrentar isso. Ela [ou ele] não está interessado em mim. Fiz tudo o que pude para atraí-lo (a). Não importa o quanto gosto dessa pessoa, tenho que enfrentar o fato de que ele/ela nunca vai retribuir meus sentimentos apaixonados.”; 3 - “Posso amar guitarra, pratiquei muito, e é hora de enfrentar o fato de que nunca serei bom o suficiente para ganhar a vida tocando numa banda. Posso fazer da guitarra uma parte da minha vida recreativa, mas simplesmente não consigo fazer disso minha profissão.”; 4 - “Sei que sou um ‘animal político’ por ficar absorvido no mundo da política. Gostaria de poder influenciar a direção que este país está tomando. Mas nunca vou conseguir bajular as pessoas, beijar bebês durante a campanha ou fazer tudo o que os políticos fazem para ser eleitos. Vou procurar algo pelo menos relacionado à política que me satisfaça.”

Saltzer levanta a pergunta: “Então, isso é sobre desistir de seus sonhos? É sacrificar seus ideais, resignando-se a uma vida de frustração, tédio ou mediocridade?” Ele mesmo responde: “Dificilmente. A vida pode ser cheia de compromissos, mas, para a maioria de nós, também está cheia de escolhas. É raro que apenas uma coisa na vida possa atrair sua atenção ou interesse. Embora seja difícil renunciar a um sonho que você teve talvez desde a infância, é pior apegar-se ferozmente a uma fantasia que a vida já demonstrou que simplesmente excede seu alcance mental, físico ou emocional.”

Nesses casos o que fazer? Primeiro lamente porque sua primeira escolha, seu Plano A, não vai se tornar sua realidade. Mas também não fique obcecado e ruminando sobre essa perda. Lamente por um pouco de tempo e siga em frente. Pergunte a si mesmo o que mais, relacionado à primeira escolha ou não, você gostaria de fazer? E, é claro, essa escolha deve estar dentro do seu nível verificado de competência. Uma parte importante para seu bem estar mental é encontrar um desafio adequado para você, o qual definitivamente está dentro de sua capacidade de realizá-lo. Fazendo as pazes com nossas limitações nós vamos para a frente na vida.

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Dor física e dor emocional: qual a pior?

quinta-feira, 18 de março de 2021

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

Algumas pessoas perguntam isso, qual é o pior tipo de dor: física ou emocional? Vários autores cientistas defendem a ideia de que a dor emocional ou mental é a pior. Mas nem sempre. Creio que vai depender de que tipo de dor emocional é, a intensidade que ela atinge a pessoa, quais recursos psicológicos a pessoa sabe usar, entre outros fatores.

O doutor em psicologia, Guy Winch, publicou um artigo no site Psychology Today em 20 de julho de 2014 no qual ele dá cinco maneiras pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física (www.psychologytoday.com/us). Vamos dar uma olhada nisso e colocarei algumas ideias minhas também.

Ele comenta que temos a tendência de monitorar nosso corpo e nossa saúde física mais do que nossa saúde emocional. As pessoas com condições financeiras ou com bom plano de saúde geralmente fazem check-ups ou avaliações clínicas ou físicas a cada ano. Mas o que você acha da ideia de fazer um 'check-up psicológico'? Não parece uma ideia estranha para nós?

Sabemos que se uma pequena lesão física, como um corte, tornar-se mais dolorosa com o tempo, é sinal de infecção mais séria. Mas se não conseguirmos promoção no trabalho isto pode ser emocionalmente doloroso após várias semanas, e talvez não teremos consciência de que começamos a ficar deprimidos por causa desta perda no trabalho.

Ainda Guy afirma que “temos a tendência de reagir à dor física de maneira muito mais proativa do que à dor emocional. No entanto, exceto por lesões ou doenças catastróficas, a dor emocional frequentemente afeta nossa vida muito mais do que a dor física.” E são citadas cinco razões pelas quais a dor emocional é pior do que a dor física:

1. Memórias desencadeiam dor emocional, mas não dor física: relembrar a ocasião em que você quebrou a perna não a fará doer, mas relembrar a ocasião em que você se sentiu rejeitado por quem se sentia apaixonado ou apaixonada no colégio poderá causar dor emocional importante. 

2. Usamos a dor física como distração da dor emocional, não vice-versa. Alguns adolescentes e adultos se automutilam, ou seja, ferem a si mesmos, por exemplo, cortando a pele com uma lâmina, porque a dor física que isso produz os distrai de sua dor emocional, oferecendo-lhes alívio. Mas o mesmo não funciona ao contrário, ou seja, querer usar uma dor emocional para aliviar ou resolver uma dor física.

3. Em geral a dor física atrai mais empatia dos outros do que a dor emocional. Quando vemos um estranho sendo atropelado por um carro, estremecemos, ofegamos ou até gritamos e corremos para ver se ele está bem. Mas quando vemos um empregado numa loja recebendo uma bronca agressiva do seu chefe, coisa que produz dor emocional naquele funcionário, é improvável que façamos qualquer uma dessas coisas. 

4. A dor emocional produz ecos de maneiras que a dor física não faz isso. Se você recebeu uma ligação sobre a morte de seu pai ao estar num almoço romântico com seu marido ou com sua esposa no dia de aniversário de casamento, provavelmente levará alguns anos antes que você possa voltar a desfrutar uma comemoração como esta sem ficar bem triste. Mas se você quebrou o pé jogando futebol com amigos, provavelmente estará de volta ao campo assim que estiver totalmente curado da fratura. 

5. Uma dor emocional, mas não física, pode prejudicar nossa noção de valor pessoal, nossa saúde mental a longo prazo. A dor física deve ser extrema para prejudicar nossa saúde mental, claro, a menos que as circunstâncias também sejam emocionalmente bem traumáticas. Ser reprovado em um exame no vestibular ou Enem pode criar ansiedade e medo do fracasso, ou uma única perda dolorosa pode levar a anos de fugir de relacionamentos causando a consequente solidão.

Embora apliquemos uma pomada antibacteriana em um corte ou arranhão na pele imediatamente, fazemos pouco para proteger nosso respeito pessoal ao nos depreciar. Valorize sua dor emocional não no sentido de fazer propaganda dela por aí nas redes sociais e em diálogos com os outros, mas no sentido de entender o que está machucando sua vida emocional e o que pode e deve fazer para melhorar sua saúde mental.

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