Blog de maxwolosker_18841

Nova Friburgo resiste bem à pandemia

quarta-feira, 06 de maio de 2020

Muito se tem falado da pandemia do medo, denominação mais apropriada para a crise do Covid-19, no Brasil. O noticiário gira diuturnamente focado nesse assunto, com a divulgação do número de contaminados num crescente, ênfase no número de mortes, mas sem uma divulgação mais evidente do número de curados. Aliás, a meu ver, esse deveria ser um tópico a ser explorado, pois ele é importante para dar esperanças aos habitantes seja de um país ou de uma cidade.

Muito se tem falado da pandemia do medo, denominação mais apropriada para a crise do Covid-19, no Brasil. O noticiário gira diuturnamente focado nesse assunto, com a divulgação do número de contaminados num crescente, ênfase no número de mortes, mas sem uma divulgação mais evidente do número de curados. Aliás, a meu ver, esse deveria ser um tópico a ser explorado, pois ele é importante para dar esperanças aos habitantes seja de um país ou de uma cidade.

O meu objetivo, hoje, é o de tranquilizar nossa população, pois tenho notado um grau de estresse muito grande no meu círculo de amigos, que provavelmente reflete o que se passa numa grande parcela de moradores de Friburgo.

De acordo com os números que levantei, nas principais cidades serranas, em número de habitantes, ou seja, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, aqui nós estamos numa situação bem cômoda. Segundo o boletim expedido pela prefeitura, tínhamos 61 casos confirmados na última sexta feira, 1º, (19 entre os profissionais de saúde), com cinco óbitos. Existiam, ainda, 49 suspeitos dos quais 30 deles em casa, aguardando o resultado dos exames enviados ao laboratório de saúde Noel Nutels, no Rio de Janeiro.

Já em Teresópolis, segundo o boletim da prefeitura da cidade vizinha datado do último dia 3 de maio, existem 199 casos (98 mulheres, 92 homens e nove crianças) com dez internados, sendo cinco em estado grave, dez recuperados e quatro óbitos. Os dados que disponho de Petrópolis são 95 casos com uma morte. Tanto na terra do Cão Sentado, como na cidade imperial, não temos o número de pessoas curadas.

O que se pode concluir dessas informações é que a população de Nova Friburgo está cumprindo bem o seu papel, levando a quarentena a sério e seguindo as medidas propostas pelas autoridades, principalmente quanto à higiene do corpo, das mãos, das roupas e dos objetos que entram nas casas de cada um.

Fiz também um levantamento do número de internações nos hospitais da cidade e, pasmem, ela é muito baixa, corroborando o que foi dito acima. Na última segunda feira, 4, por exemplo, o Hospital Unimed não registrava nenhuma internação; o Raul Sertã, hospital municipal, referência da região, tinha quatro casos em enfermaria e quatro na UTI do Covid; o São Lucas acusava dois pacientes na enfermaria e três na UTI, sendo uma com mais de 15 dias, mas todos sem confirmação laboratorial.

Já no Hospital Serrano encontramos muita dificuldade em obter dados, sendo impossível me comunicar com a diretora médica, mesmo me identificando como colega de profissão. Talvez por ser um hospital que não tem plano próprio de saúde, atendendo indistintamente todos os demais, sujeito a receber pacientes vindos do Rio de Janeiro, já que a capacidade de vagas na capital está no limite, sua direção não queira se expor.

Aliás, se for isso, nada a criticar, pois na Europa, quando a capacidade de leitos se esgotou, na França e na Itália, eles transferiram pacientes para a Alemanha, que os aceitou após constatar que isso não comprometeria o atendimento dos alemães. É a chamada solidariedade que deve existir nesses momentos de angústia.

Mesmo assim tivemos acesso, através das redes sociais, de relatos da chegada de vários infectados que foram internados na UTI, vindos de fora. Se há pacientes na enfermaria, não conseguimos apurar.

Creio que a atitude tomada pelo prefeito Renato Bravo, de estender a quarentena, por mais uma semana, foi de consolidar essa menor disseminação da doença em Friburgo, o que traria mais segurança na hora de reabrir a cidade. Mas, que a população já não aguenta mais é uma constatação.

No entanto, fica aqui sempre o alerta de que todo cuidado é necessário, mantendo-se o uso de máscaras, luvas e álcool gel nas lojas, padarias e supermercados. Além disso, é importante o distanciamento social por mais algum tempo, evitando-se aglomerações em locais fechados e, principalmente, lavar as mãos com água e sabão com frequência e evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos.

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Já foi tarde

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Nosso presidente pode ser grosso, de cultura limitada (segundo ele mesmo), intempestivo, mas burro jamais. Um político com quatro mandatos como deputado federal tem traquejo suficiente para entender as nuances da atividade, jamais vai ser suplantado por um aprendiz, pois na realidade esse é o perfil atual de Sérgio Moro. Que não se enganem aqueles que idolatram Sérgio Moro, pois no episódio de sua saída do Ministério da Justiça, literalmente, ele saiu pela porta dos fundos.

Nosso presidente pode ser grosso, de cultura limitada (segundo ele mesmo), intempestivo, mas burro jamais. Um político com quatro mandatos como deputado federal tem traquejo suficiente para entender as nuances da atividade, jamais vai ser suplantado por um aprendiz, pois na realidade esse é o perfil atual de Sérgio Moro. Que não se enganem aqueles que idolatram Sérgio Moro, pois no episódio de sua saída do Ministério da Justiça, literalmente, ele saiu pela porta dos fundos.

Se o seu objetivo era esse, e hoje sabemos de sua intenção, quando se reuniu com o presidente, na véspera, seu papel de homem teria sido comunicar que estava de saída da pasta. Não, covardemente, convocar uma coletiva de imprensa e, ao vivo e a cores, informar sua saída da pasta da Justiça, sem antes falar mal do seu chefe, inclusive chamando-o de mentiroso. Tanto o ato foi premeditado, cinematográfico, que ao terminar informou à nação estarrecida de que iria para casa escrever sua carta de demissão.

A princípio pensei, como muitos o fizeram, que Bolsonaro tinha dado um tiro no pé. Afinal, Moro, juntamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes, eram os ministros da república mais em evidência. Mas, como nesse país temos de dar um tempo para digerir os acontecimentos, pouco a pouco a verdadeira face desse imbróglio começou a vir à tona.

Moro foi um juiz nota dez, apesar de seu egocentrismo exacerbado e de uma arrogância impar, mas como político, sua atuação começou de maneira desastrosa. Sim, porque no momento em que renunciou à magistratura e se tornou ministro, abandonou uma carreira de sucesso e abraçou outra de consequências duvidosas. No Brasil é difícil ser um político de peso, reconhecido. Muitos só o são, depois de ou abandonarem a vida pública ou morrerem.

Como ministro jamais lembrou o magistrado, muito pelo contrário deixou muito a desejar. A insubordinação de governadores e prefeitos; os abusos das polícias militares contra cidadãos, durante a quarentena, nos estados comandados por esses governadores; o não mostrar o seu repúdio contra ofensas de membros do STF à figura do presidente; a indicação para sua pasta de pessoas que comungavam na mesma cartilha de adversários do presidente, como llona Szabó e Giselly Siqueira, esta última, nora de Míriam Leitão, conhecida jornalista que abomina Bolsonaro, não resultaram em nenhuma ação do ministro.  Ou seja, considerou a sua escolha como o degrau para a carreira política, mas jamais comungou com os ideais do presidente.

Tanto é assim, que ao admitir ser candidato à presidência da República pelo PSDB, demonstra simpatia pela Sociedade Fabiana, surgida em Londres, em 1883, que pregava a revolução socialista sem derramamento de sangue, com a inserção sutil e gradual de ideias socialistas na cultura. Difunde a destruição da família como alicerce da sociedade burguesa. Essa é a posição do milionário George Soros, mantenedor da Open Society, que defende o aborto, a identidade de gêneros e o desarmamento da população, ou seja, princípios contrários àquilo que pregava Bolsonaro em sua campanha eleitoral. Ilona Szabó é adepta de Soros.

Mas, a gota d´água de sua demissão foi o afastamento do superintendente da Polícia Federal, Maurício Valeixo, seu indicado pelos princípios de carta branca que o presidente lhe deu, abrindo mão de sua prerrogativa constitucional. A Abin já havia informado o presidente de que Valeixo optara pele declaração de incapacidade mental do esfaqueador de Juiz de Fora, mesmo já tendo elementos que sugerissem um desfecho diferente para tal affaire.

O mesmo se deu com a não criminalização de Grenwald, quando este, através de hackers, expôs conversas telefônicas de ministros de estado e do próprio Moro com Dallagnol, seu adjunto, em Curitiba, o que é crime, numa clara tentativa de desestabilizar o governo. E o que é pior, não fazer nada em defesa do presidente, nas manobras de Dória, Maia, Alcolumbre, FHC e Toffoli, que tramam sua derrubada. Ou seja, na realidade nunca se alinhou ao projeto do presidente de livrar o país da velha política do toma lá da cá, rompendo com a politicagem e corrupção que tanto corroeu o país na época de Fernando Henrique, Luís Inácio, Dilma e Temer.

Eu fui adepto de Sérgio Moro, o magistrado, mas confesso que me decepcionei com o Moro cidadão. Num período tão conturbado, em função da pandemia do coronavírus, sua atitude intempestiva não tem explicação. Estivesse preocupado com o Brasil e não com sua biografia, teria postergado sua demissão que era incontornável. Para um ministro que pouco fez, uma semana ou um mês a mais, não faria a mínima diferença. Mandetta, ao contrário, saiu com dignidade, além de médico é um político calejado.

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Coronabrás, a nova estatal brasileira

terça-feira, 21 de abril de 2020

Devo alertar aos leitores de que meus dados são colhidos via internet, pois estando confinado em casa, pela orientação da Prefeitura de Nova Friburgo e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, fica difícil obter as informações in loco, ou seja, na Secretaria de Saúde ou nos hospitais. Mas, como vou me basear nas situações de Friburgo e Cabo Frio, onde consigo informações com colegas médicos desses municípios, creio que não estarei tão defasado assim.

Devo alertar aos leitores de que meus dados são colhidos via internet, pois estando confinado em casa, pela orientação da Prefeitura de Nova Friburgo e do Governo do Estado do Rio de Janeiro, fica difícil obter as informações in loco, ou seja, na Secretaria de Saúde ou nos hospitais. Mas, como vou me basear nas situações de Friburgo e Cabo Frio, onde consigo informações com colegas médicos desses municípios, creio que não estarei tão defasado assim. Daí poder afirmar, sem medo de errar, que nossas autoridades estão se locupletando do medo espalhado pelas redes de televisão, mal intencionadas, para aproveitar desse momento de pandemia e tragédia nacional.

A decretação de estado de emergência em saúde, sancionada pelas prefeituras de Nova Friburgo e Cabo Frio, levando-se em conta a estirpe de nossos políticos soa no mínimo como um alerta de que a gastança poderá ser desproporcional à realidade. Senão vejamos, de acordo com um colega médico, Friburgo tinha até o último domingo, 19, 30 casos diagnosticados positivos, com 44 suspeitos, quatro mortos sob investigação e um óbito confirmado. Havia, também, 32 pessoas em isolamento domiciliar e quatro internados.

Mas, o curioso é que não sabemos o número diário de infectados, pois se os resultados dos exames levam de 15 a 20 dias para chegarem, muitos desses 30 pacientes já se recuperaram e voltaram à vida normal. Além do mais, segundo o que apurei na internet, a “prefeitura parou de divulgar casos descartados”.

Os boletins oficiais da Prefeitura de Nova Friburgo são divulgados nas segundas, quartas e sextas-feiras. Até o boletim da última quarta-feira, 15, o Executivo municipal vinha informando a quantidade de testes para Covid-19 com resultados negativos para a doença. Naquele dia, 107 testes tinham dado negativo para a doença e foram descartados. Entretanto, na sexta-feira, 17, o boletim não trouxe essa informação”. A prefeitura alegou que os dados estariam criando parâmetros comparativos, o que seria negativo no momento em que é preciso o isolamento social.

É raro, mas quando saio de casa e passo pelo Hospital Raul Sertã, o movimento é normal, não se registrando movimentação anormal naquela unidade e colegas que lá trabalham, como plantonistas ou diaristas, não observam aumento do movimento de pessoas, o que seria de se esperar, num momento de pandemia.

Cabo Frio, que também decretou estado de emergência em saúde está até melhor do que nós, pois lá são nove casos confirmados, até o último domingo, 19, com 107 suspeitos, 44 descartados e um óbito. É importante frisar que esses dois municípios têm quase a mesma população, entre 190 e 200 mil habitantes, e que Cabo Frio nos ultrapassou, com uma estimativa atual de 226 mil moradores.

Portanto, o número de infectados é real, mas nada que justifique essas medidas extremas em que o Poder Executivo passa a ter o direito de gastar, sem necessidade de licitação. Aliás, quando essas são feitas, sempre paira dúvidas sobre a veracidade do resultado e se o custo da obra é aquele mesmo, sabemos que o superfaturamento sempre foi a tônica desses procedimentos.

Agora que a imprensa comprometida está fazendo a festa é uma triste constatação. Já repararam que os repórteres da Globo fazem questão de realçar o número de novos infectados e, principalmente, de mortos, mas nenhuma referência sobre o total de doentes recuperados? Na visão deles, ninguém fica curado. O jornal Le Monde publicou, no último sábado, 18, que durante dois dias seguidos, na França, o número de altas tinha sido maior que o de internações, mostrando que a doença estava entrando em sua curva de declínio. E aqui?

Fiquei surpreso com a declaração do presidente da Organização Mundial de Saúde (OMS) que, ao contrário do que sempre afirmava há até poucos dias, disse que países da África, Ásia e América Latina deveriam rever suas posições, pois muitos trabalhadores são autônomos e o isolamento horizontal comprometeria a renda mensal, trazendo fome para as famílias. Ou seja, virou aliado do presidente Bolsonaro, que sempre defendeu o isolamento vertical.

Mas, qualquer isolamento é inócuo diante da ignorância e irresponsabilidade do povo. Em Teresópolis, pasmem, tem gente alugando máscara a R$ 1, para quem precisa entrar em lojas em que ela seja exigida.

Vale apena reforçar que o presidente Jair Bolsonaro decretou estado de emergência em saúde, no Brasil, no dia 8 de fevereiro. O carnaval começou, oficialmente, em 21 de fevereiro, sem que os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro ou Bahia, em nenhum momento, cogitassem em suspender os festejos momescos, para não comprometer a arrecadação estadual. Fica mais fácil pendurar a conta da pandemia agora nas costas do Governo Federal.

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A apavorante decisão de ser operado durante uma pandemia

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Há quase dois meses sofri uma queda, na Via Expressa, praticamente no término da minha caminhada matutina. No final dessa via existe um triangulo pintado de branco, com pitocos amarelos nas bordas; vários estão arrancados, permanecendo apenas os parafusos no asfalto. Foi num deles que meu pé direito bateu, me desequilibrando e fui projetado para o outro lado da via só não chocando minha cabeça com o meio fio, pela hiperextensão do braço direito, o que a manteve elevada. Como consequência tive a ruptura de dois tendões do ombro, o infra e o supra espinhosos.

Há quase dois meses sofri uma queda, na Via Expressa, praticamente no término da minha caminhada matutina. No final dessa via existe um triangulo pintado de branco, com pitocos amarelos nas bordas; vários estão arrancados, permanecendo apenas os parafusos no asfalto. Foi num deles que meu pé direito bateu, me desequilibrando e fui projetado para o outro lado da via só não chocando minha cabeça com o meio fio, pela hiperextensão do braço direito, o que a manteve elevada. Como consequência tive a ruptura de dois tendões do ombro, o infra e o supra espinhosos.

Quando esse tipo de acidente acontece, lamento que não tenha sido a genitora do prefeito de plantão na sede da prefeitura, que tenha tido o problema, pois nesse caso eles tomariam conhecimento (será?) do descaso que demonstram com os cidadãos desta cidade e o pouco caso com a qualidade de vida dos mesmos. Aliás, essa não foi minha primeira queda, em via pública. A outra há mais ou menos cinco anos, em plena governança de Rogério Cabral, foi em frente à entrada da residência da família Guinle, na Avenida Conselheiro Julius Arp, próximo ao Country Clube, em virtude da calçada estar em péssimo estado de conservação.

A queda atual se deu no governo de Renato Bravo, cuja administração, na minha opinião, deixa a desejar. Acho, inclusive, que ele foi eleito na confusão de nomes, pois existia um outro Renato, o Abi-Ramia, que também era candidato a prefeito. O eleitor friburguense optou pelo Renato errado.

A indicação para esse tipo de ocorrência é cirúrgica e, inclusive, já estou fazendo os exames pré-operatórios, mas confesso que estou muito preocupado, o que pode aumentar o risco que qualquer cirurgia trás no seu bojo. Estamos em plena crise na saúde coletiva, causada pela pandemia do Covid-19, o que levou os hospitais a limitarem as cirurgias eletivas, reservando os leitos hospitalares para os possíveis portadores da virose, cujo número de acometidos é exponencial e o número de doentes só tende a aumentar.

Como a fase três dessa doença requer internação em UTI (unidade de terapia intensiva), e Friburgo tem carência dessas vagas, os centros cirúrgicos, por contarem com respiradores artificiais, podem ser requisitados para aumentar a capacidade de atendimento aos pacientes que precisarem ser entubados.

Um outro fator que me preocupa é a imobilização dos movimentos das articulações do braço e cotovelo direito, entre quatro a seis semanas, o que resultará numa fisioterapia de no mínimo três meses, dado o tempo de inatividade dessas articulações. E o que é pior, seria a continuação da quarentena que já dura quase um mês. Teria que virar canhoto e depender da ajuda da minha mulher, em determinadas situações.

Outra coisa que me deixa muito preocupado é o fato de ter de frequentar o ambiente hospitalar, mesmo que seja por um dia apenas, na atual conjuntura. O consenso é o de só ir ao hospital, em não se tratando de um agravamento dos sintomas do Covid-19, em último caso, ou seja, numa urgência, principalmente, para as pessoas de risco, o que é o meu caso por ser hipertenso e ter 70 anos, completados no dia 7 de fevereiro.

Perdi algumas funções do braço direito, no que se refere à força, mas nada que me impeça de dirigir, escrever seja com a caneta ou no computador, nos movimentos; o que permanece mesmo é a dor, em determinados momentos, o que uma boa fisioterapia, talvez, possa minimizar. A sensação que tenho é a de que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, pois quanto mais tempo retardar a cirurgia, menor a possibilidade de êxito, pela retração natural do tendão. Não sei o que fazer, me sentindo como um cego no meio de um tiroteiro.

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Isolamento horizontal ou vertical, eis a questão

quarta-feira, 08 de abril de 2020

É muito estranho acompanhar a postura dos governadores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, dois deles sabidamente futuros candidatos à eleição presidencial de 2022, com relação ao caos instalado, no Brasil, com a disseminação do Covid-19. Agora, defendem a defesa da vida em detrimento da economia. Acho que essa postura é corretíssima, mas não custa lembrar que, na realidade, eles dançam ao sabor da evolução dos fatos.

É muito estranho acompanhar a postura dos governadores dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, dois deles sabidamente futuros candidatos à eleição presidencial de 2022, com relação ao caos instalado, no Brasil, com a disseminação do Covid-19. Agora, defendem a defesa da vida em detrimento da economia. Acho que essa postura é corretíssima, mas não custa lembrar que, na realidade, eles dançam ao sabor da evolução dos fatos.

Os primeiros casos de Covid-19 foram notados na cidade de Whuan, província de Hubei na China, em final de novembro de 2019. Em dezembro esse número já era bem expressivo e a tendência era a disseminação mundial, pois com a globalização, as pessoas viajam o mundo inteiro, principalmente os chineses, dado os interesses econômicos desse país fora da China. Como era de se esperar, a Itália que possui um número muito grande de confecções chinesas, estava ameaçada. E assim foi, pois os primeiros italianos infectados apareceram em fevereiro, mais precisamente, no dia 21 daquele mês. Nos Estados Unidos e Coréia do Sul, a partir de 20 de janeiro.

Ora, o carnaval esse ano começou, exatamente, na sexta feira 21 de fevereiro e, como todos sabemos, a grande concentração de foliões, se dá nas capitais do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, com os desfiles de escolas de samba, blocos carnavalescos que atraem multidões e os famosos trios elétricos baianos, também muito concorridos. Para esses lugares, a circulação de dinheiro é muito grande, a ponto de Dória ter estimado a entrada de R$ 15 bilhões nos cofres públicos paulistas. Os hotéis cariocas ostentaram uma das maiores taxas de ocupação da história, assim como os de Salvador. Essa ocupação era não só de brasileiros, como também de estrangeiros.

Duvido que João Dória, Witzel ou Antônio Carlos Magalhães Neto em algum momento tiveram o pensamento voltado para a suspensão dos festejos momescos. Será que se o tivessem feito os estados mais afetados do Brasil estariam vivendo esse verdadeiro caos social e econômico, que se abate sobre eles? Será que se defenderem o isolamento social horizontal, agora, não é uma maneira de expiar a culpa que sentem por serem parte ativa dessa desgraça nacional? Ou, são tão insensíveis que não têm essa percepção? Não vou entrar nessa discussão, pois existem opiniões pró e contra entre os vários infectologistas do mundo inteiro com relação àquela e a vertical que atingiria apenas, crianças, idosos e imuno depressivos.

A Coréia de Sul têm um número menor de casos, no momento, apesar de no início ter sido o quarto país mais afetado, com 10.284 infectados, 6.598 curados e apenas 186 mortes; mas além de ter partido para uma política agressiva, disponibilizou todo o seu sistema de saúde para diagnosticar a presença do Covid-19 nos habitantes de áreas críticas do país, explicou Bugyeong Jung, jornalista do serviço coreano da BBC. Há um exemplo interessante sobre isso: Estados Unidos e Coreia do Sul anunciaram o primeiro caso de coronavírus em cada um deles no mesmo dia, 20 de janeiro. Mas até a semana passada, os americanos tinham feito teste em 4,3 mil pessoas em seu território. Já o país asiático chegou a 196 mil testes no mesmo período. Ficou mais fácil saber quem estava infectado, isolá-los e comunicar à população por onde havia pessoas infectadas, para que redobrassem os cuidados.

Lá, com incentivo do governo, a própria população passou a usar máscaras de proteção, independentemente de estarem infectados ou não. O governo local instaurou alguns pequenos bloqueios, porém não fechou nenhuma região completamente. Seul diz que utilizou sua experiência anterior com o surto de Síndrome Respiratória do Oriente Médio, em 2015.

Mas, o que chama a atenção é o nível de educação do povo. Aqui, em Nova Friburgo, apesar da orientação de se manter ao menos a 1,5 metro de distância entre uma pessoa e outra, nos postos de vacinação contra a gripe o que se vê são pessoas se esbarrando, como se isso fosse acelerar o processo. Em várias comunidades do Rio de Janeiro os bailes funks persistem, os barzinhos apinhados e as crianças brincando ao ar livre, como se nada estivesse acontecendo. Isso acontece, também, nos caixas de supermercados quando a distância não é respeitada, apesar da existência de identificações pintadas no chão. O mesmo se dá com a atividade física, já que as caminhadas não estão proibidas, mas respeitando-se a distância mínima e evitando o ajuntamento.

A Prefeitura de Nova Friburgo confirmou o primeiro caso de  coronavírus no município no último dia 3.  Ainda de acordo com o mais recente boletim divulgado, o município tem 75 casos suspeitos e quatro confirmados. Dois óbitos ainda estão sendo investigados. O problema é que não temos ainda testes rápidos de confirmação, o que dificulta o conhecimento real da contaminação, em nossa cidade.

Que Deus nos proteja e não nos abandone jamais.

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As máscaras e o Covid-19

quarta-feira, 01 de abril de 2020

Muito se tem falado sobre as máscaras cirúrgicas simples e a N-95.  Nesses tempos de pandemia, as pessoas simplesmente passaram a compra-las indiscriminadamente e elas desapareceram do mercado. E o que pior, quando as achamos, são vendidas por preços abusivos. No entanto, qual o valor desse tão cobiçado objeto na atual situação em que estamos vivendo?

Muito se tem falado sobre as máscaras cirúrgicas simples e a N-95.  Nesses tempos de pandemia, as pessoas simplesmente passaram a compra-las indiscriminadamente e elas desapareceram do mercado. E o que pior, quando as achamos, são vendidas por preços abusivos. No entanto, qual o valor desse tão cobiçado objeto na atual situação em que estamos vivendo?

A máscara que as pessoas usam normalmente é a mais comum, feita em polipropileno não tecido (TNT), isenta de fibra de vidro, na cor branca, atóxica, não estéril e não inflamável. Pode ter um clique nasal para auxiliar a fixação junto ao rosto; já a N-95 é para proteção das vias respiratórias e redução da exposição contra certos aerodispersóides em uma faixa de tamanho de partículas de 0,1 a 10 micra (diâmetro aerodinâmico médio) ou maiores. É recomendado ainda para uso como barreira de nível médio (máscara cirúrgica) em procedimentos nos quais exista risco de respingos ou projeções de sangue e outros fluidos corpóreos potencialmente contagiosos sobre a face do usuário. Neste caso, deve ser utilizado em conjunto com protetor facial ou óculos de segurança, preferencialmente do tipo ampla visão.

Dito isso, de acordo com as recomendações de virologistas e da própria OMS (Organização Mundial da Saúde) o uso de máscaras de polipropileno, deveria ser somente feito pelas pessoas infectadas, impedindo assim a dispersão do vírus. O mais importante, para quem não está contaminado, é lavar as mãos com frequência ou com aplicação de álcool gel (quando esse é encontrado), evitando esfrega-las no rosto, olhos ou nariz. É importante manter os locais bem arejados, evitar concentração de pessoas e manter uma distância mínima de um metro e meio entre os indivíduos. A transmissão é feita pelas gotículas em suspensão no ar, provenientes da tosse, em particular, ou do contato das mãos com superfícies onde elas se depositam e, em seguida, passadas no rosto.

Quanto à N-95 ela é mais para uso do pessoal que trabalha em hospitais, principalmente em CTI onde, aliás, deve ser usada em conjunto com outros EPIs (equipamento de proteção individual); mesmo assim, muitos médicos e paramédicos têm se infectado, pois é muito importante a maneira como se retira esses equipamentos e é, aí, que pode ocorrer a contaminação.

Existe uma histeria coletiva com relação a atual pandemia, estimulada pela mídia mal intencionada, ávida em transmitir desgraças e mais desgraças, esquecendo que um alerta bem feito e bem substanciado é muito mais eficaz. Lembro-me da famosa enchente que assolou a cidade do Rio de Janeiro, em 1961. Foi a cobertura diária, mostrando a desgraça dos mais pobres, massacrando os ouvidos e olhos das pessoas com notícias a todo momento que alavancou a Rede Globo e a tornou líder de audiência a partir daí. Na pandemia atual, ela age da mesma maneira, em busca da retomada perdida da preferência do telespectador.

Confesso que desisti, pois estava chegando num ponto de estresse tamanho que, fatalmente, iria comprometer a minha saúde.  Hoje, respeitando esse período de quarentena, limito-me a assistir o Jornal da Record, às 19h45, a TV-5, francesa, aos filmes dos canais fechados e a uma boa leitura.

Mas, a cabeça não deixa de trabalhar, pois existe a certeza de que a quarentena horizontal vai levar a economia mundial à bancarrota, exceto os chineses, grande beneficiados por esta crise, por mais que o “embaixadorzinho de olhos rasgadinhos” fique irritado quando se toca nesse assunto. Regimes de esquerda sempre cultivaram a arte de mentir e quem nos garante que a situação na China voltou realmente à normalidade? Na realidade quem mais lucrou e está lucrando com a desgraça dos outros é a China, cuja economia vai sair desse período muito mais fortalecida.

Portanto, talvez o isolamento vertical, ou seja, dos idosos, imuno depressivos e crianças, pelo risco que essas podem trazer para os demais, seja uma condição a ser estudada, a partir de agora.

O Covid-19 é genuinamente “Made in Chine” e ainda é tempo de repensarmos e começarmos a recusar produtos daquele país. Podem ser mais baratos, mas às custas de trabalho escravo e cheios de risco.

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Um agradecimento aos heróis da pandemia

quarta-feira, 25 de março de 2020

Quando sentei no meu escritório para escrever o meu artigo da semana, pensei em não tocar no assunto do planeta, na atualidade, a pandemia da gripe chinesa. Sim, pois o vírus veio de lá e, apesar de terem batido duro no Eduardo Bolsonaro, o prefeito da cidade de Huan, onde foi o início dessa praga internacional, confessou que ele demorou, no mínimo, 15 dias para divulgar o aparecimento do primeiro caso do Covid-19. Quinze preciosos dias que poderiam ter mudado a história da propagação da virose. 

Quando sentei no meu escritório para escrever o meu artigo da semana, pensei em não tocar no assunto do planeta, na atualidade, a pandemia da gripe chinesa. Sim, pois o vírus veio de lá e, apesar de terem batido duro no Eduardo Bolsonaro, o prefeito da cidade de Huan, onde foi o início dessa praga internacional, confessou que ele demorou, no mínimo, 15 dias para divulgar o aparecimento do primeiro caso do Covid-19. Quinze preciosos dias que poderiam ter mudado a história da propagação da virose. 

A única referência que faria é o de reverenciar os médicos e paramédicos que estão na linha de frente no combate à doença, se expondo e a seus familiares, sem esmorecer e trabalhando à exaustão. Aliás, não é um problema só nosso, pois os colegas franceses reclamam da mesma coisa: se expõe sem material adequado para se protegerem, pois o estado, para variar, está sempre atrás dos acontecimentos. Li no jornal Le Monde, de hoje, que no último domingo, 22, faleceu o Dr. Jean-Jacques Razafindranazy, de 67 anos, médico da cidade de Compiègne, no departamento de l’Oise. É a primeira vítima entre os médicos franceses.

Domingo tive uma queda acentuada de pressão, passei mal e, o que é pior, comecei com uma discreta coriza, mas sem febre, tosse ou dores de garganta. O problema é que li um artigo que diz que o Covid-19 pode provocar, como sintoma inicial, perda do olfato, pois acomete áreas do sistema nervoso responsáveis por esse sentido. Se fosse leigo, isso passaria despercebido, mas ao ser, também do ramo, a primeira coisa que me veio à cabeça foi pensar que meus primeiros sintomas estavam no cérebro, daí minha hipotensão. Liguei para o meu clínico, Marcos David, e pelo timbre da sua voz pensei que o estivesse acordando. Quando me disse que estava no hospital, fiquei assustado, mas, descobri que aquela voz era fruto do cansaço de quem está na linha de frente, trabalhando sem parar.

Tranquilizou-me e se dispôs a passar na minha casa, quando saísse do Hospital São Lucas, onde estava de plantão. A figura de Marcos David é a representação de todos aqueles que estão se desdobrando no cuidado da população, seja aqui, no Brasil inteiro ou a nível mundial, tentando minorar as consequências mais graves da atual pandemia. O meu reconhecimento a todos e que a população, sempre que puder, perca um minuto para rezar pela saúde desses verdadeiros heróis e de seus familiares. Felizmente, melhorei e meu amigo pode ir para casa, para um justo repouso.

Mas, a título de curiosidade, encontrei, também, no Le Monde, algumas amenidades que merecem ser repassadas aos meus leitores. A primeira é que o número de pessoas que estão se curando e recebendo alta está em curva ascendente. Na China já são mais de 70 mil, num universo de 80 mil pesquisados e na França, entre 18 e 19 de março, 2 400 pacientes tiveram alta hospitalar. Isso sem levar em conta aqueles que se curam em casa, quando são acometidos por um simples estado gripal provocado pela doença. Desde o último dia 19 que o país asiático também não registra nenhum caso de origem local.

As águas da cidade de Veneza se tornaram límpidas como há muito não se vê. Não é pela diminuição da poluição, mas sim pela falta de turistas o que faz com que a lama no fundo dos canais seja menos remexida, pela passagem de barcos e gôndolas. Ainda na China, um dos maiores poluidores mundiais, a emissão de poluentes caiu cerca de 30%, em relação ao ano de 2019. Muitos estão redescobrindo o canto dos pássaros, pois ao ficarem em casa, têm tempo de observar as arvores e acompanhar a sinfonia gratuita proporcionada por melros, canários e muitos outros. Além disso, ursos, cobras, porcos espinhos, tartarugas, espécies selvagens habitualmente vendidas na China, vão poder respirar um pouco. Após o aparecimento dos primeiros casos da doença, Pequim anunciou medidas para eliminar o consumo excessivo da fauna selvagem. 

Saiamos de casa o mínimo possível e vamos colaborar para minorar os efeitos dessa pandemia aqui, no Brasil e no mundo. Respeitemos as orientações das autoridades.

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O Covid-19 está entre nós e todo cuidado é pouco

quarta-feira, 18 de março de 2020

Chegou o momento de encararmos, no Brasil, o Covid-19, pois estamos numa verdadeira pandemia, em muito, semelhante à gripe espanhola que assolou o mundo de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Essa foi causada pelo vírus Influenza que se espalhou por quase toda parte do mundo. Era de uma virulência incomum e frequentemente mortal de uma estirpe do vírus Influenza A do subtipo H1N1.

Chegou o momento de encararmos, no Brasil, o Covid-19, pois estamos numa verdadeira pandemia, em muito, semelhante à gripe espanhola que assolou o mundo de janeiro de 1918 a dezembro de 1920. Essa foi causada pelo vírus Influenza que se espalhou por quase toda parte do mundo. Era de uma virulência incomum e frequentemente mortal de uma estirpe do vírus Influenza A do subtipo H1N1.

É preciso deixar de lado os antagonismos políticos e as picuinhas dos três poderes que governam essa nação e, em conjunto, atacarmos de frente o problema. Se foi uma irresponsabilidade o presidente se expor como o fez no último domingo, 15, e a imprensa o atacou como sempre faz. Foi também uma irresponsabilidade o ato do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que entrou no meio da multidão, para mandá-los para casa. Isso sem falar na inauguração do novo canal de televisão, a CNN Brasil, que reuniu em ambiente fechado 1.200 pessoas, inclusive os presidentes da Câmara, do Senado e do STF. Olhar para o próprio rabo antes de destilar fel, é sempre bom.

O Covid-19, apesar de menos letal, tem uma taxa de mortalidade razoável, sendo de 3% a 6% entre a população jovem, mas muito mais elevada entre os mais de 60 anos, de 15% a 20%. Nos jovens, de cada 100 contaminados, pode haver de três a seis mortes; já entre os idosos, essa proporção é de uma a cada cinco. Ele provoca não uma gripe, mas um estado gripal, sem tratamento a não ser o de sustentação. É importante frisar que o melhor é sair o menos possível de casa e suspender viagens. Quem está fora, volte o mais rápido possível, pois os países estão fechando suas fronteiras e as companhias de aviação reduzindo os voos.

Aqui no Brasil elas já anunciaram uma supressão de 40% a 60% nos nacionais e de 95% nos internacionais. Se essa “gripe” evoluir para uma falta de ar, esse é o momento de procurar um hospital. O corona vírus ocasiona uma bronco pneumonia que não é detectável nem à escuta, nem no simples raio x; só a tomografia computadorizada vai mostrar uma imagem tipo vidro fosco, selando o diagnóstico. Aliás, esse é o momento para entubar o paciente, para melhor expandir os pulmões. O problema é que nos grandes hospitais é fácil fazer a tomografia, mas e nos hospitais de periferia ou de cidades mais pobres?

O grande problema é a falta de leitos, sendo que na Itália, antes do nosso ministro da Saúde tomar as mesmas medidas aqui, já tinham cancelado as cirurgias eletivas e usando centros cirúrgicos como CTI, pois eles têm respiradores. O caso está tão sério na Itália e na Europa, que a Alemanha e a França recusaram um pedido de socorro dos italianos, no que diz respeito a cederem respiradores. Esses estão vindo da China.  Por mais irônico que isso possa ser, pela primeira vez eles mandaram para o mundo um produto chinês genuíno e não as habituais falsificações. Os primeiros casos de corona vírus começaram numa cidade chinesa.

As medidas preventivas são fundamentais, e vi um vídeo de um médico orientando no sentido de ao chegar à casa, primeiro limpar o nariz e depois lavar as mãos. Isso porque se a transmissão é pelo ar, as secreções nasais são as primeiras a entrarem em contato com o Covid-19. Daí, ficar em casa é fundamental e aos primeiros sintomas, isolamento, com colocação de máscara para não contaminar os demais moradores. Só sair para ir ao supermercado, à farmácia, coisas que são indispensáveis. Evitar praia, bares, restaurantes no intuito de diminuir a disseminação.

Sabemos que é um problema, pois tem gente que tem de sair para trabalhar e com as escolas fechadas, com quem vão ficar as crianças? Deixá-las com os avós não é a melhor opção, pois elas têm uma proteção maior, podem tirar de letra, mas são de grande risco para a transmissão para seus avós.

É importante uma boa alimentação, idem para hidratação, com muitas frutas e legumes, de preferência frescos, evitando ao máximo contrair doenças que possam comprometer a imunidade e abrir as portas para essa virose que é o novo flagelo da humanidade.

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Dráuzio Varela se expõe ao ridículo

quarta-feira, 11 de março de 2020

Ridículo o espetáculo grotesco e de mau gosto patrocinado pela “Vênus de Lata” no seu carro chefe de domingo, o Fantástico. Rafael Tadeu de Oliveira Santos, o Suzy, foi preso e condenado a 36 anos de cadeia, após estuprar e matar um menino de nove anos, Fábio dos Santos Lemos, morador da zona leste da capital paulista. O mais grave é que Suzy era amigo da família do menino.

Ridículo o espetáculo grotesco e de mau gosto patrocinado pela “Vênus de Lata” no seu carro chefe de domingo, o Fantástico. Rafael Tadeu de Oliveira Santos, o Suzy, foi preso e condenado a 36 anos de cadeia, após estuprar e matar um menino de nove anos, Fábio dos Santos Lemos, morador da zona leste da capital paulista. O mais grave é que Suzy era amigo da família do menino.

Eis que no malfadado programa do último domingo, 8, o médico Dráuzio Varela, travestido de repórter, resolveu fazer uma entrevista com o criminoso. O objetivo era mostrar a solidão em que vivem esses tipos de condenados, pois se deixados no convívio com os presos comuns, são executados, de acordo com a “lei” que impera nas cadeias. E, para cúmulo do absurdo, ao fim do relato de Rafael, Dráuzio emocionado, deu um abraço nessa verdadeira fera humana. Ridículo e como diria Boris Casoy, uma vergonha.

Esse triste episódio mostra o porquê dos sindicatos dos jornalistas lutarem pela dignidade da profissão, pois o risco de picaretas não acostumados ao meio, cometerem idiotices, é muito grande. Se Dráuzio tivesse sido formado, também, em Comunicação Social, mesmo apresentando uma matéria que lhe tivesse sido imposta, estudaria o perfil do entrevistado, exatamente para não se expor ao ridículo e transformar os telespectadores em vítimas de uma farsa.

De sã consciência nenhum jornalista de formação, faria qualquer matéria sem antes obter informações sobre os fatos acontecidos, quando, como e por que. Se tivesse feito isso, veria que Suzy tinha uma ficha criminal extensa, inclusive com vários relatos de estupros a menores. Uma tia dele, entrevistada pelo Jornal da Cidade online informou que desde os 12 anos, Rafael roubava, inclusive com arma, usava maconha e abusava de uma criança de três anos. Fugiu da casa da tia para não ser morto pelos pais da criança e se escondeu na casa de um irmão, onde tentou estuprar o sobrinho. Um pedófilo psicopata desde o início da adolescência. Ou seja, jamais seria motivo para participar de um programa que se diz sério.

Essa velha postura da Globo de tentar defender bandidos não vem de hoje, mas um médico, escritor com vários livros que tiveram uma tiragem acima da média, deveria salvaguardar sua imagem e ter sempre em mente a norma de cada macaco no seu galho. O pior, é que reabriu uma ferida que jamais cicatrizará no coração da família e não teve, sequer, uma palavra de consolo para com os pais da criança cruelmente assassinada.

O mínimo que Dráuzio tem a fazer, a partir de agora, é procurar a família do garoto Fábio e, longe das câmeras e holofotes pedir desculpas sinceras pela mancada que foi dada. Depois, seria esquecer o sensacionalismo barato e apresentar temas médicos de interesse para a população, no que concerne ao significado da doença, aos sintomas, ao tratamento, às complicações e, principalmente, à prevenção. Você estaria prestando um serviço muito mais digno e útil, colocando a serviço do telespectador toda sua bagagem advinda dos bancos da faculdade de medicina.

Jornalismo é coisa séria, deixe-o para quem sabe fazer, aqueles que como você fez medicina, e frequentaram uma faculdade de Comunicação Social.

 

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Botafogo perde Valdir Espinosa, seu grande comandante de 1989

quinta-feira, 05 de março de 2020

A semana que passou foi de tristeza para a torcida do Botafogo, pega de surpresa com a morte de Valdir Espinosa, no último dia 27. Ele foi o grande comandante do título de campeão carioca de 1989, colocando fim a um jejum de 21 anos, com o grito de “É campeão” entalado na garganta do torcedor botafoguense. E, no último domingo, 1º, antes do jogo Botafogo e Boa Vista, no estádio Nilton Santos, vimos uma cena emocionante: o minuto de silêncio, em sua homenagem, foi total, capaz de se ouvir um mosquito voando.

A semana que passou foi de tristeza para a torcida do Botafogo, pega de surpresa com a morte de Valdir Espinosa, no último dia 27. Ele foi o grande comandante do título de campeão carioca de 1989, colocando fim a um jejum de 21 anos, com o grito de “É campeão” entalado na garganta do torcedor botafoguense. E, no último domingo, 1º, antes do jogo Botafogo e Boa Vista, no estádio Nilton Santos, vimos uma cena emocionante: o minuto de silêncio, em sua homenagem, foi total, capaz de se ouvir um mosquito voando. E vejam bem, o saudoso Nelson Rodrigues já dizia que no Brasil, até o minuto de silêncio é passível de vaias.

Sua última passagem pelo glorioso foi breve, pois seu contrato como gerente de futebol durou pouco mais de dois meses; mesmo assim, ele foi responsável pela chegada do atual treinador, Paulo Autuori, campeão brasileiro com o Botafogo, em 1995. Nele a torcida deposita a confiança de que dias melhores virão, nesse 2020.

Conheci Espinosa, aqui em Friburgo, em junho de 1989, quando a delegação do Botafogo veio se preparar para o segundo jogo, contra o Flamengo, que indicaria o campeão, já que o primeiro jogo tinha sido 0 a 0 e o rubro negro jogaria pelo empate. Nessa época, eu trabalhava no Sesi e como a concentração era no antigo hotel Olifas, fui até lá e conversei com ele, dizendo que nós tínhamos, já naquela época, um serviço radiológico e um laboratório de qualidade e que a delegação poderia usar em caso de necessidade. Isso foi numa segunda-feira e no dia seguinte, eu e o saudoso dr. Chevrand estivemos com ele, no Friburguense que tinha colocado suas instalações à disposição do Botafogo.

Muito educado, bom de papo, querido e respeitado pelos jogadores, Espinosa me passou a convicção de que nosso jejum terminaria naquela noite de 21 de junho de 1989. Ainda brinquei com Chevrand, dizendo que ele deveria reforçar seu estoque de fogos. Aliás, essa era uma característica dele, que soltava rojões sempre que o glorioso marcava um gol ou que o Flamengo sofria um gol. Maurício, nosso ponta direita estava na banheira térmica, tentando se recuperar de uma contusão e com febre, consequência de uma gripe. A preocupação era grande, pois nosso ponteiro era uma figura de peso naquela equipe.

Numa quarta feira à noite, no vestiário do Maracanã, Maurício disse para Valdir Espinosa que não tinha condições de entrar em campo. E aí entrou o dedo do grande comandante ao dizer que havia sonhado com a vitória e que o gol tinha sido dele. Maurício foi para o jogo e ao final de primeiro tempo, com um terrível placar de 0 a 0, ele disse que não voltaria para o segundo tempo. Aí, Espinosa reforçou que ele deveria voltar e seria substituído aos 20 minutos de jogo. Precisamente, aos 12 do segundo tempo, Mazolinha recebeu um passe na lateral esquerda, próximo da grande área e cruzou em direção de Maurício que só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes. Era o gol do tão sonhado título, que lavou a alma dos botafoguenses. Faltavam poucos segundos para o jogo terminar e os repórteres já o cumprimentavam pelo título, quando ele olhou para o placar luminoso e disse: só comemorarei quando aparecer a frase “É campeão”. E assim foi feito.

Terminado o jogo Maurício disse para Espinosa que o sonho do treinador tinha se realizado, e recebeu como resposta que não tinha havido sonho nenhum, pois ele estava tão nervoso, que passara a noite em claro. Mas, ali nascia a paixão de Valdir Espinosa pelo time da estrela solitária e sua volta, 31 anos depois para encerrar sua carreira, agora como gerente de futebol do Botafogo.

Seu velório ocorreu no salão nobre, da sede de General Severiano, onde ele recebeu as últimas homenagens de dirigentes, antigos comandados, jogadores do elenco atual e da apaixonada torcida botafoguense que sempre o teve na mais alta estima.

Descanse em paz, nosso grande comandante. A homenagem prestada pelos torcedores no último domingo, 1º, foi algo de emocionar, de arrepiar.

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