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Botafogo, o grande campeão da série B do Brasileirão

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

Apesar de não gostar de falar em futebol na minha coluna, pois meu amigo Vinicius Gastin, que assina esta página esportiva todos os dias aqui em A VOZ DA SERRA, é muito mais competente do que eu, não poderia deixar de comentar o feito do Botafogo, ao conquistar o campeonato da série B do Brasileirão, com uma rodada de antecedência. Muitos torcedores sejam do alvinegro da estrela solitária, sejam de outros times, acham que título da segunda divisão é irrelevante e não merece comemorações.

No entanto, é a coroação de um trabalho árduo, com jogos em campos mal cuidados, sempre difíceis, em que a técnica muitas vezes é substituída pela raça e que o importante, na maioria das vezes, não é jogar bonito, mas vencer. Jogadores, comissão técnica e a torcida estão de parabéns e que essa conquista, na realidade um bicampeonato, pois o Fogão já fora campeão em 2015, marque a permanência, em definitivo, na série A e que seja um marco para novas conquistas.

Mas, a história desse penúltimo jogo, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, mostra as dificuldades que o Botafogo enfrenta fora de campo, por uma falta de coerência e de vontade da CBF para com o clube. Na segunda feira passada, o trio de arbitragens escolhido para apitar Brasil de Pelotas e Botafogo seria todo do Paraná. Ora, o Coritiba (Coxa) era o segundo colocado, a dois pontos do líder e, portanto, diretamente interessado no resultado desse jogo. (Uma explicação do porque a cidade se chama Curitiba e o clube Coritiba: é que um diretor do clube, muito pudico, cismou com a primeira sílaba do nome e mandou trocá-la). Se num pais sério isso seria uma aberração, imagina num país chamado Brasil, onde nem sempre dois mais dois são quatro.

A grita foi tanta, que escolheram um trio do Tocantins, na realidade trocaram meia dúzia por seis, pois a tradição desse estado com o futebol é nenhuma, principalmente, a experiência de um árbitro para conduzir um jogo de tamanha importância. O primeiro tempo terminou com a vantagem de 1 a 0 para o time da estrela solitária e como o Coxa empatava o seu jogo com o CSA, isso já era o bastante para o título. Aí, veio o lance, na área do Brasil, aos 12 minutos do segundo tempo, quando um defensor colocou a mão na bola, impedindo o seu curso normal. Pênalti claro, ignorado solenemente pelo juiz e sem nenhuma intervenção do Var (deveriam estar dormindo) e o prejuízo foi flagrante para o Fogão.

No lance seguinte, aos 14 minutos, num contra ataque rápido Barreto faz uma falta no atacante que, com toda certeza, empataria o jogo, pois só tinha o goleiro à sua frente. Falta com cartão amarelo; aí o Var acordou, chamou o juiz e mostrou que essa falta era para cartão vermelho, o que levou o plantel da estrela solitária a jogar os 31 minutos seguintes com um homem a menos. Felizmente, o time não sentiu muito porque ainda colocou uma bola na trave do adversário e teve um gol anulado por impedimento. No final, os cinco minutos de acréscimo viraram quase dez, mas mesmo que o Brasil empatasse o caneco ficaria com o Botafogo, pois o Coritiba perdia por uma a zero e dava adeus ao título de campeão.

Final de jogo, festa na arquibancada da fiel torcida alvinegra, festa dos jogadores em campo, festa em toda a torcida do Glorioso. Aliás, essa torcida é fantástica, sofre um bocado com diretorias incompetentes e inconsequentes, que contratam alguns jogadores sem critérios técnicos convincentes. No caso da atual é flagrante o amadorismo ou má intenção, pois Oyama, emprestado pelo Mirassol, de São Paulo, se destacou no meio do campo, mas veio por empréstimo, sem o preço do passe estipulado. Claro que se valorizou e o clube, provavelmente, não terá como adquiri-lo em definitivo.

Já o caso de Rafael Navarro, artilheiro do time, é mais emblemático. Desde julho, em função da lei Pelé, já teria condições de assinar um pré-contrato com outro time. A renovação deveria ter sido acertada antes. Agora ele saíra de graça, sem que nenhum tostão entre para os cofres do Botafogo.

Mesmo com toda essa incompetência, burrice, ou seja lá o que for, essa torcida não abandona jamais seu time de coração. Existe um movimento chamado Chapa Verde liderada por botafoguenses que desejam mudar essa situação, e que cresce dia a dia. Se você é botafoguense por convicção e coração procure se informar sobre a Chapa Verde, alie-se a ele, pois pode significar uma mudança sadia nos rumos do Botafogo de Futebol e Regatas.

Salve o Botafogo, bi campeão da série B do campeonato brasileiro.

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Botafogo consegue seu objetivo: a primeira divisão

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Foi um ano tenso, com a pandemia atingindo milhões de pessoas e ceifando milhares de vidas; lock down, confinamento, uma série de medidas a que o brasileiro não estava acostumado. Para os torcedores dos vários times espalhados por esse Brasil, o afastamento dos estádios e distância forçada de seus ídolos, restritos à tela dos televisores. Para os botafoguenses, uma complicação a mais, pois o time disputava a segunda divisão do Brasileirão e, no primeiro turno, estava mal próximo à zona de rebaixamento para a série C, a terceira divisão.

Foi um ano tenso, com a pandemia atingindo milhões de pessoas e ceifando milhares de vidas; lock down, confinamento, uma série de medidas a que o brasileiro não estava acostumado. Para os torcedores dos vários times espalhados por esse Brasil, o afastamento dos estádios e distância forçada de seus ídolos, restritos à tela dos televisores. Para os botafoguenses, uma complicação a mais, pois o time disputava a segunda divisão do Brasileirão e, no primeiro turno, estava mal próximo à zona de rebaixamento para a série C, a terceira divisão. Era o inferno astral para os torcedores da estrela solitária.

Pouco antes do final do primeiro turno, o técnico Marcelo Chamusca foi demitido e Enderson Moreira foi contratado. Mudança da água para o petróleo (mais escuro que o vinho) e seu dedo, mais as contratações pontuais da diretoria, fizeram vislumbrar uma luz ao final do túnel e já faltando oito rodadas para o final do campeonato, o Botafogo assumia a liderança do torneio, com as chances de volta à primeira divisão se tornando, pouco a pouco uma realidade.

A última segunda-feira, 15 de novembro de 2021, uma data para ficar na memória dos botafoguenses de coração e carteirinha. O estádio Nilton Santos, o popular Engenhão, lotado com quase 30 mil torcedores, foi palco de uma festa há muito nunca vista, num jogo histórico, pois a vitória contra o Operário do Paraná, significaria o retorno tão sonhado à série A do Brasileirão, em 2022.

Como não poderia deixar de ser, tensão em cada milímetro do estádio, que era vista também nos torcedores e nos jogadores. Pela primeira vez jogavam com estádio cheio, os jogos anteriores tinham sido ou com estádio vazio ou com capacidade de público limitada; sentiam a responsabilidade de não frustrar uma torcida apaixonada e, porque não, sofrida.

É claro que para o Fogão nada é fácil e, aos 16 minutos do segundo tempo, o Operário marcou o seu gol naquilo que poderia ser uma ducha de água fria nas pretensões alvinegras. Todos sentiram o golpe, o caldeirão criado pela torcida alvinegra fervia e não era da forma esperada. Atrás no placar, a pressão em campo e vinda das arquibancadas se voltou contra o Botafogo. Mas o que parecia desastre voltou a ser festa no gol de empate de Pedro Castro, de cabeça, após bela jogada de Chay. Diga-se de passagem, que as duas primeiras substituições promovidas por Enderson, foram providenciais e mudaram a dinâmica do jogo.

 Aos 38 minutos, o Nilton Santos explodiu da forma esperada pela torcida. Após cruzamento da esquerda de Matheus Frizzo, o artilheiro alvinegro, Rafael Navarro, apareceu na primeira trave para desviar e virar a partida a favor do Botafogo: 2 a 1 e uma festa incontrolável da massa alvinegra. O estádio explodiu da forma esperada pela torcida. O placar, agora marcava 2 a 1 e a festa tomou conta da massa alvinegra, nas arquibancadas.

Foram mais 11 minutos de ansiedade, pois o juiz acrescentou mais quatro em função das paralisações, até que com o apito final, a tensão desapareceu e a comemoração da tão esperada volta à primeira divisão extravasou as fronteiras do Nilton Santos.

Foi muito legal ver os jogadores com seus filhos no gramado, o goleiro Diego Loureiro com sua filha de meses era a expressão pura da satisfação, apesar da dúvida se segurava um bêbe ou a bola. O filho do grande capitão Joel Carli, com os olhos marejados ao lado do pai e a filha do maestro da equipe, Chay, brincando dentro de um dos gols, por coincidência aquele em que o Operário marcou o seu gol.

O campeonato ainda não acabou, faltam duas rodadas e o objetivo, agora, é o título da segundona, pois ao contrário dos que muitos pensam, deve ser comemorado, sim. Premia o esforço de um grupo de jogadores que se comprometeram a recolocar o Botafogo no lugar de onde nunca deveria ter saído, de um técnico que soube tirar o máximo de cada um e de uma torcida que nunca abandonou seu time do coração.

E para terminar ão, ão, ão, Fogão é primeira divisão.

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Brasília, última etapa da viagem

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Nossa estadia, na capital federal, foi muito boa passamos bons momentos com nossos dois filhos que aqui moram e, na última segunda-feira, 8, iniciamos nosso retorno para Nova Friburgo. Seguindo a experiência de muitas pessoas, já nos utilizamos desse estratagema, na Europa, decidimos optar por uma locação pelo AirBnb, em que se aluga um apartamento ou flat, por uma quantia mais em conta que um hotel, ou uma locadora tradicional. Infelizmente, dessa vez, o ditado de meu saudoso avô foi uma realidade. Muitas vezes o barato sai caro.

Nossa estadia, na capital federal, foi muito boa passamos bons momentos com nossos dois filhos que aqui moram e, na última segunda-feira, 8, iniciamos nosso retorno para Nova Friburgo. Seguindo a experiência de muitas pessoas, já nos utilizamos desse estratagema, na Europa, decidimos optar por uma locação pelo AirBnb, em que se aluga um apartamento ou flat, por uma quantia mais em conta que um hotel, ou uma locadora tradicional. Infelizmente, dessa vez, o ditado de meu saudoso avô foi uma realidade. Muitas vezes o barato sai caro.

Entrei no site do AirBnb e escolhi uma locação no hotel flat Saint Moritz, no SHN (setor hoteleiro norte). É bem central e em frente ao shopping Conjunto Nacional, o primeiro estabelecimento desse gênero, em Brasília; aliás, foi modernizado e não fica nada a dever aos bons shoppings do Rio de Janeiro. Mas, infelizmente, o estúdio que aluguei foi um problema sério. Avisei para o proprietário que chegaria entre 11h e meio-dia do dia 30 de outubro; perguntei-lhe se a cozinha estava equipada, se tinha roupa de cama e banho, se tínhamos acesso à garagem e que deixasse a senha da internet, para que pudéssemos nos conectar.

Quando procurei a portaria do hotel fui informado de que a responsável pela limpeza tinha acabado de chegar e que a chave do flat estava com ela, que deveríamos esperar ela acabar. Disseram-me, também, que o proprietário não tinha disponibilizado a garagem. O problema é que ele não me deixou um telefone de contato, como é usual na Europa e só se comunicava comigo pelo e-mail. Sem poder usar o notebook, tive de recorrer ao celular e não há nada pior do que comunicação por e-mail, via telefone.

Fui obrigado a pedir ajuda ao funcionário do hotel, que me deu o telefone de uma outra proprietária acostumada a alugar sua garagem e paguei um aluguel correspondente aos dez dias de minha estadia. Ou seja, paguei por uma coisa a que tinha direito se meu locador tivesse feito, corretamente, o seu dever de casa. Depois de meia hora de espera, conseguimos subir com nossa bagagem para o apartamento 605.

Só que nossos problemas ainda não haviam terminado, pois a meia sola da limpeza foi horrível e tivemos de sair para comprar pano de chão e detergente. O lençol disponibilizado pelo proprietário era curto e não havia outro para cobrir nem uma manta, se a temperatura caísse durante a noite. Como ficaríamos por dez dias, deveria ter sido entregue um jogo de toalhas e lençóis suplementares, ou me avisassem que deveria trazer comigo, o que não teria sido problema, por estarmos de carro. Tive de pedir emprestado à minha nora.

O ar refrigerado, quando posto em funcionamento começou a pingar, o que me obrigou a colocar um recipiente de plástico para coletar a água; quando outro pingo apareceu, o jeito foi usar uma panela. Para terminar, a geladeira estava entupida de gelo, com suco derramado em seu interior. Após desligada, ficou a tarde toda descongelando. Felizmente, não houve dano no motor e após ser limpa, nos serviu a contento.

Na realidade, a conclusão a que cheguei foi que o meu locador delegou a uma companhia de limpeza o trabalho que deveria ser dele, o de supervisionar os serviços de manutenção. O mínimo que se exige de quem se mete nesse tipo de empreendimento, é de estar presente na entrega das chaves ou delegar esse ato a uma pessoa responsável. Outra coisa importante é marcar a entrada do próximo locatário apenas após uma limpeza de fato, ter sido concluída. Se quem me antecedeu saiu às 11h, eu deveria ter sido avisado que só poderia chegar depois das 16h.

Eu e minha esposa ficamos dez dias no apartamento e não vai ser uma limpeza de meia hora que vai resolver o problema, mesmo que sejamos cuidadosos. O próximo locatário que se cuide. Como já disse o local é muito bom, tínhamos a nossa disposição a piscina e a academia de ginástica do hotel; isso sem falar que ficamos bem perto de nossos filhos. Nossa primeira viagem longa, pós-pandemia, foi muito agradável e a apesar de nossa experiência com o AirBnb, em terras tupiniquins, não ter sido um mar de rosas, vale uma segunda tentativa.

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Pirenópolis, primeira viagem longa, depois de dois anos

terça-feira, 02 de novembro de 2021

Segunda feira, 25 de outubro, iniciamos nossa viagem a Brasília, com direito a uma pausa de quatro dias em Pirenópolis-GO. Acostumado a viajar, hábito que cultivo desde novo, esse confinamento de dois anos por causa da pandemia teve consequências, pois me obrigou a ficar em casa por longos períodos e a saúde mental foi afetada. E tome de Cloridrato de Citalopram para combater a Síndrome do Pânico. No entanto, essa primeira etapa de nossa viagem mostrou que eu já estava curado, em função dos contratempos que enfrentamos.

Segunda feira, 25 de outubro, iniciamos nossa viagem a Brasília, com direito a uma pausa de quatro dias em Pirenópolis-GO. Acostumado a viajar, hábito que cultivo desde novo, esse confinamento de dois anos por causa da pandemia teve consequências, pois me obrigou a ficar em casa por longos períodos e a saúde mental foi afetada. E tome de Cloridrato de Citalopram para combater a Síndrome do Pânico. No entanto, essa primeira etapa de nossa viagem mostrou que eu já estava curado, em função dos contratempos que enfrentamos.

De Nova Friburgo a Pirenópolis são cerca de 1.200 quilômetros, o que nos obrigou a parar na metade do caminho. Dormimos em Bom Despacho-MG, após dez horas de estrada e seguimos na manhã seguinte. Já no estado de Goiás tivemos o primeiro problema, pois um caminhão tombou na pista, derramou óleo e despencou ribanceira abaixo. Ficamos parados por duas horas, para que a estrada fosse liberada. Continuamos após o almoço e pouco depois de Aparecida de Goiás, 74 quilômetros antes do nosso destino, uma árvore tombou na BR-153. Quando chegamos nesse ponto, a interrupção do tráfego já durava quatro horas e ficamos retidos por mais duas. Conclusão, só chegamos a Pirenópolis às 22h, depois de 15 horas de estrada.

Mas, esses contratempos foram compensados pela beleza da cidade. Fundada em 7 de outubro de 1727 por portugueses, que vieram para o garimpo de ouro, com o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte e, mais tarde, Cidade de Meia Ponte. O metal amarelo era encontrado no terreno aluvionário do Rio das Almas, portanto, o tipo de garimpo aqui empreendido era o de aluvião, que consistia em revirar e lavar o cascalho das margens do rio até poder apurá-lo com a batéia. Aliás, a presença de ouro no local, foi descoberta pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, em 1682.

O nome “Meia Ponte” surgiu em virtude de uma grande enchente do Rio das Almas ter carregado a ponte que ligava as duas margens, só restando a metade dela. A partir de 1890, passou a chamar-se Pirenópolis, a cidade dos Pireneus, serra cujo nome lembrava para alguns os Montes Pireneus da Europa, divisa da Espanha com França.

A cidade foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1989, como conjunto paisagístico e em 1997 iniciou-se um projeto de revitalização do Centro Histórico, quando a Igreja Matriz, o Cine-Pireneus, o Teatro de Pirenópolis e outros monumentos foram restaurados, reformados e reconstruídos criteriosamente. Uma das primeiras cidades do estado de Goiás, sua arquitetura lembra em muito a de Ouro Preto, em Minas Gerais. A diferença marcante entre as duas é que enquanto a mineira se caracteriza por seus sobrados centenários, a goiana tem a maioria de seu casario com um andar apenas.

Poderia ser conhecida, também, como a cidade das águas, pois próxima dos rios Tocantins e Araguaia e cortada pelo Rio das Almas, Pirenópolis tem catalogadas, cerca de 80 cachoeiras, sendo a mais famosa, pela beleza, a do Abade. Apesar do clima quente e seco, as águas das quedas d´água são bem frias, geladas até. Mas, um banho nesses lugares é muito reconfortante.

Hoje, uma das indústrias mais fortes de Pirenópolis é a do turismo e várias são as pousadas preparadas para receber os visitantes. Os restaurantes são para todos os gostos e, a maior concentração deles está na Rua do Lazer, uma passagem estreita, sem acesso aos carros, onde se serve desde a culinária local até pratos internacionais. Outra característica é a presença de várias lojas que vendem o artesanato local, muito influenciado pelas diversas tribos indígenas que aqui habitaram, entre os séculos 16 e 17.

Vale a pena uma visita a Pirenópolis, um colírio para os olhos e um bálsamo para a alma.

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18 de outubro, Dia do Médico

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O dia do médico é comemorado em 18 de outubro, dia que a Igreja Católica comemora a memória de São Lucas, o evangelista, que tornou-se o padroeiro dos médicos. Ele nasceu na Antioquia, onde atualmente está a Turquia, e estudou medicina em Alexandria, tendo exercido sua profissão em Roma, onde foi médico do imperador Tibério. Apesar disso, buscava praticar a medicina entre os mais necessitados afastando-se por isso, depois de certo tempo, das atividades no palácio.

O dia do médico é comemorado em 18 de outubro, dia que a Igreja Católica comemora a memória de São Lucas, o evangelista, que tornou-se o padroeiro dos médicos. Ele nasceu na Antioquia, onde atualmente está a Turquia, e estudou medicina em Alexandria, tendo exercido sua profissão em Roma, onde foi médico do imperador Tibério. Apesar disso, buscava praticar a medicina entre os mais necessitados afastando-se por isso, depois de certo tempo, das atividades no palácio.

Na bíblia, as primeiras citações sobre Lucas estão nas epístolas de Paulo, que fazem referência a ele como "colaborador" e "o médico amado" (CO 4:14). Apesar disso, antes mesmo de se converter ao cristianismo, ele dedicava a vida aos humildes, pregando a solidariedade e o amor. Por isso, desde o século 15, comemora-se o Dia do Médico na data de seu nascimento, 18 de outubro.

Esse introito se faz necessário não só para explicar a razão da comemoração dessa data, mas também para deixar claro que, na realidade, o dia do médico é todo dia, pois esse profissional é imprescindível no exercício diário de zelar pela saúde do ser humano. Seja nas ações preventivas, seja nas ações curativas, seja na capacidade de ouvir e consolar seu semelhante, o médico tem de estar a postos, sempre que solicitado.

Nesses últimos dois fatídicos anos, em que o planeta foi assolado pela pandemia da Covid-19, esses profissionais, juntamente com toda a equipe de saúde, exerceram papel relevante na preservação da vida humana. Foi uma luta encarniçada em que muitos tombaram pelo caminho, mas dignificaram uma categoria que muitas vezes é criticada, mas que mostra sempre o seu valor, principalmente quando posta à prova. Muitos foram aqueles, durante o pico máximo da contaminação, que foram obrigados a dormirem fora de casa, para não arriscarem contaminar os seus entes queridos. Sacrificaram a própria família em razão de sua missão de cuidar dos seus semelhantes.

Como diz Pedro Rachid, “o médico não é mais especial do que nós, não ele não é, somos todos iguais, sem nenhuma distinção diante do Criador. Mas, possuem algo que não desfrutamos, enquanto humanos”. “O médico tem nas mãos vidas, a grande criação de Deus, por isso são extraordinários, exclusivos e essenciais aos planos do Senhor”. E continua: “Em patamar elevado, cuida de nós, sara nossas feridas, cura nossas doenças e salva vidas. Guiados pelas mãos divinas, são anjos disfarçados, dependentes de carinho e do amor da gente”. E conclui: “São exclusivos, mas naturais, o que os difere vem do perfume da alma, são como nós, apenas uma aura em seu estado áureo, sempre pronto a salvar vidas, o maior e mais importante presente de Deus”.

Tudo o que sou devo à medicina e ao período de 43 anos em que atuei como médico, seja no âmbito público ou no privado, onde fiz muitos amigos, pois ao longo da profissão não são poucos os pacientes que se tornam amigos de seus médicos. Encostei o estetoscópio em 2017, pois senti que os mais jovens que chegavam para engrossar a lista de endocrinologistas da cidade, eram capazes de conduzir o bastão com dignidade e, sobretudo, com capacidade.

Mas, não me desliguei totalmente da profissão, pois ser médico é para sempre. Assim, atendi ao convite de prestar ajuda à Adinf (Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo), me dedicando de novo aquilo que fiz durante toda a minha vida, agora num trabalho cuja remuneração maior é o reconhecimento daqueles que necessitam de cuidados e, sobretudo, de ajuda.

Um excelente Dia do Médico a todos os meus colegas de profissão, com ênfase naqueles que se desdobraram no combate ao maldito vírus chinês. Um especial agradecimento aos que perderam a vida para o coronavírus e a seus familiares, pois o sacrifício deles não foi em vão.

 

Max Wolosker é médico e jornalista. Escreve às quartas-feiras.

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O projeto Tampax

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em agosto, e pelo Senado, em setembro, a lei que institui no Brasil o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214/21, conforme informa a Agência Câmara de Notícias), de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE).

Foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em agosto, e pelo Senado, em setembro, a lei que institui no Brasil o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual (lei 14.214/21, conforme informa a Agência Câmara de Notícias), de autoria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE). Conforme a lei, o programa tem o objetivo de combater a precariedade menstrual – ou seja, a falta de acesso a produtos de higiene e a outros itens necessários ao período da menstruação da mulher.

O presidente da República sancionou a lei, mas vetou os principais pontos da proposta aprovada pelos parlamentares, como a previsão de distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes carentes dos ensinos fundamental e médio, mulheres em situação de vulnerabilidade e presidiárias. As justificativas para tais vetos foram elencadas por Jair Bolsonaro entre as quais a de não indicar a fonte de custeio ou medida compensatória, em violação à Lei de Responsabilidade Fiscal, à Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano e à Lei Complementar 173/20, que criou o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus. (Agência Câmara de Notícias).

Parece brincadeira de mau gosto e é, o Congresso Nacional se preocupar com a distribuição gratuita de absorventes íntimos, como o popular Tampax. É por essas e outras que Carlos Alves de Souza Filho, um diplomata brasileiro e genro do ex-presidente Arthur Bernardes proferiu esta famosa frase: "O Brasil não é um país sério". Em 1962, ele foi o intermediário entre o governo brasileiro e Charles de Gaulle, durante a visita do presidente francês ao Brasil. A citação foi erroneamente atribuída a de Gaulle. Aliás, é bom lembrar que próximo aos festejos momescos, o Ministério da Saúde faz uma campanha de distribuição em massa de preservativos; isso se dá por ser público e notório que o carnaval é uma festa popular em que a liberdade dos costumes se encontra a flor da pele e os riscos de gestações indesejáveis, de aumento da incidência da Aids e das DST (doenças sexualmente transmissíveis).

Mas, essa despesa seria pontual e não permanente, como no caso da distribuição gratuita de absorventes íntimos, como previsto na nova lei federal. Afinal, no período fértil, as mulheres costumam menstruar por um período de três a cinco dias a cada mês, doze meses por ano durante, em média, 31 anos, dos 14 aos 45 anos de idade, em média.

A deputada pernambucana é filiada ao PT e parte do princípio de que apenas uma parcela da população deveria ser protegida. Esquece, no entanto, de que o dinheiro público é de todos, pois é proveniente de impostos pagos pelo contribuinte, fruto do esforço dos que trabalham o ano inteiro. Portanto, seu emprego tem de ser muito bem pensado uma vez que tem de beneficiar a sociedade como um todo. Se toda mulher durante o ciclo reprodutivo menstrua, o benefício deveria ser estendido a todas e não somente a um grupo específico. A Agência Câmara de Notícias abriu espaço para comentários de leitores sobre esta nova lei e cito aqui dois deles que vão na esteira do que falo acima:

“Creio que a decisão do Executivo foi acertada tecnicamente. Na técnica não há o quê se questionar. Ainda sobre esse tema, penso que não é correto jogar sobre os ombros da sociedade, mais essa despesa. Despesa com a menstruação alheia? Fim do mundo. Se isso passa é sinônimo de que o Brasil está mesmo longe de ser um lugar sério. Isso decorre da sociedade ainda ver o dinheiro meramente como público, enquanto deveriam vê-lo como o dinheiro do contribuinte, do pagador de impostos. Daqueles que acordam cedo para trabalhar correndo risco inclusive de serem assaltados!” 

“E fácil resolver. E só o Congresso indicar a fonte de recursos específica para esse gasto extra, sem comprometer o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Da forma que está é pegadinha”. Acho que o correto, quando da aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional que envolva despesa suplementar, seria vir na esteira dessa lei a fonte onde os recursos seriam captados para fazerem frente aos gastos. O Legislativo é muito chegado a esse tipo de conduta, ou seja, cria a benesse e o Executivo que se vire. Se existe o veto, o ônus vai ser sempre do Executivo.

Era só o que faltava: Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Se foi Charles de Gaulle ou Carlos Alves de Souza, que afirmou não sermos um país sério, não importa. Pelo jeito decididamente, não somos. Isso me faz lembrar de um episódio relatado por Sérgio Porto (Stanislau Ponte Preta) em seu famoso livro “Febeapá - O festival de besteiras que assola o país”. Conta ele que um prefeito de uma cidade nordestina foi avisado por Brasília que o equinócio de verão chegaria em dois dias, a sua cidade. No que o prefeito prontamente respondeu: “Seu Equinócio ainda não apareceu por aqui. Quando chegar será recebido com banda de música, homenagens e coquetel”.

 

Max Wolosker é médico e jornalista.

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A CPI da Covid está chegando ao fim

quarta-feira, 06 de outubro de 2021

O Grande Circo Brasileiro (CPI da Covid) está chegando ao fim e suas estrelas maiores, os humoristas Renan Calheiros (relator), Omar Aziz (presidente) e Randolfe Rodrigues (curinga ou vice) se preparam para o espetáculo final. Mas quem são esses senadores escolhidos para tão alto posto, primeira fila da ribalta mais divertida de 2021? Aliás, antes de continuar, um lembrete para Luciano Hang, não confundir com Luciano Hulk.

O Grande Circo Brasileiro (CPI da Covid) está chegando ao fim e suas estrelas maiores, os humoristas Renan Calheiros (relator), Omar Aziz (presidente) e Randolfe Rodrigues (curinga ou vice) se preparam para o espetáculo final. Mas quem são esses senadores escolhidos para tão alto posto, primeira fila da ribalta mais divertida de 2021? Aliás, antes de continuar, um lembrete para Luciano Hang, não confundir com Luciano Hulk. Em sua ótima entrevista a Lacombe, na Rede TV, sobre seu depoimento na tal de CPI, Hang disse que senadores eram servidores públicos... Na realidade eles não são servidores, pois estes necessitam de concurso para adentrar no serviço público, seja municipal, estadual ou federal. Na realidade são cidadãos eleitos (muitas vezes com uma velada ou descarada compra de votos) com a missão de representar o povo, o que cai no esquecimento assim que tomam posse.

Mas quem são esses três senadores, em evidência desde abril de 2021? Renan Calheiros tem seu curral eleitoral no estado de Alagoas, onde entrou para a vida pública em 1979 como deputado estadual. Atualmente, exerce seu quarto mandato como senador e já foi presidente do senado; é um político profissional e expert em ganhar eleições. Aliás, antes de entrar na política, Renan chegou a morar de favor na casa de um amigo e possuía apenas um Fusca de patrimônio. Hoje, Renan é dono de fazendas, imóveis e diversas empresas que movimentam milhões. Mas, em contrapartida tem vários processos na justiça, sendo um de 2016, ´por peculato que lhe valeu a perda da presidência do senado. Posteriormente, o STF, sabe-se lá porque, devolveu-lhe a presidência, mas sem o direito de exercer a presidência da república em caso de ausência do titular. Muito boa gente. Em sua trajetória de 26 anos no Senado Federal, Calheiros acumulou desde inquéritos por crimes contra a honra até os conhecidos inquéritos por corrupção nas operações Lava Jato, Zelotes e no âmbito da Postalis, o instituto de previdência dos Correios. No momento, existem 10 processos em tramitação, pois os outros, ou foram arquivados ou caíram no decurso de prazo.

Osmar Aziz está na política desde 1996, quando foi vice-prefeito de Manaus. Já foi vice-governador do Amazonas, Governador desse mesmo estado e, atualmente, é senador. Foi um dos indicados para integrar a CPI que vai investigar as responsabilidades de autoridades e mal uso de recursos públicos na pandemia. No entanto, é investigado por desvios de recursos para a área da saúde quando ele foi governador do Amazonas (CNN Brasil).

Aziz foi alvo de uma operação do Ministério Público Federal chamada “Maus Caminhos”. Ela foi deflagrada em 2016 e houve uma série de desdobramentos. O objeto principal da investigação é o sumiço de cerca de R$ 260 milhões de verbas públicas da saúde por meio de contratos milionários firmado com o governo do estado do Amazonas (CNN Brasil). Ele é investigado porque, quando estava no cargo, parte desses contratos foi firmado e um relatório parcial da Polícia Federal, o da Operação Vertex, um desdobramento da Maus Caminhos, cita seu nome 256 vezes em 257 páginas.  Mais parece a raposa tomando conta do galinheiro. Um dos trechos diz que “os indícios da atuação de OMAR AZIZ para a criação e manutenção da organização criminosa formada em torno do Instituto Novos Caminhos são robustos e permeiam toda a investigação”.

Quanto a Randolfe Rodrigues nasceu na cidade pernambucana de Garanhuns, em 1972, mas mudou-se para o Amapá com oito anos de idade. Professor de História, formado pela Universidade Federal do Amapá, entrou para a política em 1998, quando elegeu-se deputado estadual do estado. É senador desde 2010. Foi acusado de participar do “mensalinho” da Assembleia Legislativa do Amapá, entre 2009 e 2012, que pagava 20 mil reais a determinados deputados, no segundo mandato do ex-governador João Capiberibe, para votarem projetos de relevância do executivo. Seu processo foi arquivado pela PGR, pelo MPF e pelo STF, por falta de provas.

Diga-se de passagem, a CPI da Covid é um grande palanque eleitoral cujo fim principal é o de desgastar o atual governo, na tentativa de retorno da esquerda ao poder. Como pode ser séria uma ação que tem pelo menos dois representantes exercendo os mais altos cargos, com supostas contas a ajustar com a justiça? Essa CPI vai investigar as responsabilidades de autoridades e mal uso de recursos públicos na pandemia, acusações que também pesam sobre Renan e Aziz.

Aguardemos o relatório final que está para ser lido e aprovado em 20 de outubro.

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27 de setembro, dia de São Cosme e Damião

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Na realidade existe uma controvérsia em relação à data de comemoração desses santos, pois nesse dia a igreja católica comemora, também, a de São Francisco de Paula. Por isso, ela foi alterada para 26 de setembro, já que São Francisco de Paula é outro santo muito venerado pelos católicos. Mas, como a tradição fala mais alto, a data que permanece é mesmo o dia 27. Nesse dia, aliás, devemos redobrar a atenção, pois reza a lenda que os dois irmãos, que eram médicos, distribuíam balas para as crianças para mitigar as dores de seus sofrimentos.

Na realidade existe uma controvérsia em relação à data de comemoração desses santos, pois nesse dia a igreja católica comemora, também, a de São Francisco de Paula. Por isso, ela foi alterada para 26 de setembro, já que São Francisco de Paula é outro santo muito venerado pelos católicos. Mas, como a tradição fala mais alto, a data que permanece é mesmo o dia 27. Nesse dia, aliás, devemos redobrar a atenção, pois reza a lenda que os dois irmãos, que eram médicos, distribuíam balas para as crianças para mitigar as dores de seus sofrimentos. Daí que muitos devotos para agradecerem as graças recebidas confeccionam saquinhos com muitas guloseimas, para distribuir às crianças. E, como elas correm pelas ruas à cata de doces, há o risco de se acidentarem ou serem atropeladas.

Assim como em relação a muitos santos nascidos nos primórdios da religião católica, pouco se sabe sobre a origem de São Cosme de São Damião. Tudo indica que nasceram por volta de 260 da era cristã, na cidade de Egéia (agora Ayas), na Ásia Menor. Eram gêmeos, filhos de uma família nobre e a fé cristã foi lhes incutida por sua mãe, de uma maneira tão forte que Jesus Cristo passou a ser o centro de suas vidas. Tinham mais três irmãos que, posteriormente também foram martirizados em função de sua fé em Cristo.

Ainda jovens decidiram estudar medicina e foram para a Síria, que, na época, era uma província do Império Romano, para iniciar a aprendizagem. Após diplomados, passaram a exercer a profissão atendendo à população carente das redondezas de onde viviam. Uma particularidade da atuação deles é que não aceitavam pagamento pelos serviços prestados, não importava a classe social a que pertencessem seus pacientes. Muitas de suas curas eram fruto se seus conhecimentos científicos e de orações. Essa era, também, uma maneira de atraírem pessoas para sua crença.

A associação de doces com os santos, além da já citada acima de que seria uma forma de mitigar o sofrimento das crianças, tem outra explicação. De acordo com o professor Agnaldo Cuoco Portugal, do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília (UnB), como havia muita repressão na época da escravidão no Brasil aos cultos africanos, os negros precisavam adorar suas divindades sempre associando a algum santo católico. E foi isso que aconteceu com São Cosme e São Damião. Naquela época, os escravos africanos não tinham a possibilidade de cultuar os seus orixás, as suas divindades livremente. Eles tinham que fazer essa associação com alguns santos católicos, para não serem perseguidos. A tradição de dar doces tem a ver com esses dois orixás crianças que foram associados a Cosme e Damião. 

“Os irmãos não cobravam absolutamente nada pelos tratamentos, mas tudo faziam com caridade e dedicação. A fama de Cosme e Damião despertou a ira do imperador Diocleciano, implacável perseguidor do povo cristão. O governador deu ordens imediatas para que os dois médicos cristãos fossem presos, acusados de feitiçaria e de usarem meios diabólicos em suas curas”, conta Antônio Leão, que é padre da Igreja Católica em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio.

Os irmãos foram torturados e mortos por se negarem a aceitar os padrões religiosos do imperador romano. Hoje santificados, Cosme e Damião são lembrados, através dos doces que costumavam distribuir como exemplos de solidariedade e cuidado. 

Conta ainda a história que na sua execução foram apedrejados e flechados, mas que não foram atingidos; seus algozes, então, resolveram queimá-los vivos numa fogueira, mas o fogo não os atingiu. Tentaram afogá-los num rio, mas foram salvos por anjos; então, partiram para um método mais radical e ambos foram degolados.

Nas cidades do interior a tradição das crianças baterem de porta em porta para ganharem doces, ainda permanece viva. Nas grandes cidades, com o advento da violência, essa prática está em extinção, o que é uma pena.

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Fakenews no futebol

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

No último domingo, 19, a ex-Vênus Platinada, atual Vênus de Lata, nos proporcionou um episódio bizarro, que vai entrar para a história do telejornalismo esportivo como uma falta de cuidado acima de qualquer suspeita. É também um alerta para repórteres e jornalistas, não importa a matéria, de que a informação é muito importante para o ouvinte ou leitor e que ela deve ser tratada com o máximo de carinho, para que seja um esclarecedor genuíno dos fatos em andamento.

No último domingo, 19, a ex-Vênus Platinada, atual Vênus de Lata, nos proporcionou um episódio bizarro, que vai entrar para a história do telejornalismo esportivo como uma falta de cuidado acima de qualquer suspeita. É também um alerta para repórteres e jornalistas, não importa a matéria, de que a informação é muito importante para o ouvinte ou leitor e que ela deve ser tratada com o máximo de carinho, para que seja um esclarecedor genuíno dos fatos em andamento.

No estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, jogavam Vasco da Gama e Cruzeiro e ao final do primeiro tempo, o placar mostrava a vitória parcial da equipe cruzmaltina por 1 a 0. No segundo tempo, já no final do período normal deu-se a lambança da Rede Globo. Daniel Amorim marcou o segundo gol para o Vasco da Gama, mas a arbitragem anulou o tento, auxiliada pelo Var (árbitro de vídeo), alegando que Gabriel Pec havia colocado a mão na bola, no início da jogada. No entanto, quem acompanhou a partida de casa achou que o jogo tinha terminado em 2 a 1 para o Vasco, haja vista o lance não ter sido compreendido pela equipe que cobria o evento.

O que aconteceu entre o jogo visto pelos torcedores no estádio e o transmitido pela Rede Globo? Desatenção inadmissível. O narrador Luiz Roberto de Múcio, os comentaristas de futebol e ex-jogadores Roger Flores e Paulo Nunes discutiam sobre quem seria o melhor jogador do jogo e, numa falha grosseira, não observaram o que se passava em campo. O árbitro André Luiz de Freitas Castro foi alertado pelo Var de que Gabriel Pec havia tocado com o braço na bola, antes da conclusão da jogada. O mais estranho é que Sandro Meira Ricci, comentarista de arbitragem da Globo, também presente à transmissão, nada falou. E, o repórter de campo, que tentava avisar o ocorrido não teve o som aberto no estúdio. Aos 49 minutos, ainda na prorrogação, o Cruzeiro empatou o jogo, com um gol de Ramon.

O curioso é que o marcador da Globo acusava 2 a 1 para o Vasco e o comentarista Roger Flores não entendia a vibração dos cruzeirenses com o gol que apenas selava a derrota de sua equipe. Ainda comentou com Luiz Roberto o estranho comportamento dos jogadores do Cruzeiro. Aliás, esse é o mal de transmissões de estúdio onde a visão é tão limitada como a dos tele espectadores. Se estivessem nas cabines de São Januário, teriam notado que o placar do estádio marcava 1 a 1 e poderiam corrigir a tempo esse erro lamentável.

Só com o apito final e com a confusão instalada no gramado é que o repórter de campo pode informar o que se passava e acertar o placar da Globo. Para os três patetas o jogo terminara 2 a 1 para a equipe cruzmaltina. Para a grande torcida vascaína que comemorava, diante de seus aparelhos de televisão uma vitória fictícia, a frustração de mais um empate e a triste sensação de que a subida para a série A está cada vez mais difícil.

Mas o que esperar de uma emissora que desde há muito trata a notícia não como algo sério, mas sim como uma mercadoria a serviço de seus interesses. A cobertura da pandemia da Covid-19 foi, a meu ver, o anti jornalismo, pois o mais importante era apavorar o leitor ou tele espectador. Se retrocedermos um pouco, a Globo endeusou e participou ativamente da eleição de Fernando Collor de Mello para a presidência do Brasil em detrimento daquela de Luís Inácio; foi essa mesma Globo que ajudou na sua queda, apostando no seu impeachment. O caçador de marajás virou marajá.

Com relação ao presidente Jair Bolsonaro, ela jamais informou algo de maneira isenta, principalmente se isso ajudasse na ladainha contra o atual ocupante do Alvorada, eleito com  quase 60 milhões de votos. Não há um dia que a Vênus de Lata não fale mal do presidente, elogios, jamais. Mas, divulgar falsas pesquisas em que Luís Inácio (vai poder se candidatar?) está na frente no primeiro e segundo turnos é uma constante. Se erram no resultado de uma partida de futebol, como acreditar serem sérios nas demais notícias veiculadas pela rede?

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O Botafogo está surpreendendo

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

Confesso que quando o Brasileirão da Série B estava na décima rodada, metade do primeiro turno, temi o pior e vi meu time caindo para a Série C, ou seja, a terceira divisão do campeonato brasileiro. Se o início tinha sido razoável, a partir da quinta rodada, quando ainda estava no G4 (os quatro primeiros sobem para a primeira divisão), o Fogão teve um seguimento horrível e ficou muito próximo da zona de rebaixamento, o Z4. A equipe era sofrível e o técnico, que naquele momento era o Chamusca, péssimo. Chamuscava os torcedores, não os adversários.

Confesso que quando o Brasileirão da Série B estava na décima rodada, metade do primeiro turno, temi o pior e vi meu time caindo para a Série C, ou seja, a terceira divisão do campeonato brasileiro. Se o início tinha sido razoável, a partir da quinta rodada, quando ainda estava no G4 (os quatro primeiros sobem para a primeira divisão), o Fogão teve um seguimento horrível e ficou muito próximo da zona de rebaixamento, o Z4. A equipe era sofrível e o técnico, que naquele momento era o Chamusca, péssimo. Chamuscava os torcedores, não os adversários.

No dia 20 de julho, após a derrota de 2 a 0 para o Goiás, em pleno estádio Nilton Santos, no Rio, a casa do Botafogo, a diretoria dispensou Chamusca e contratou Enderson Moreira. Estávamos na 13ª rodada, a torcida preocupada e achando que a vaca se já não estava, não demoraria muito para ir para o brejo. O plantel tinha uma das defesas mais vazadas, um ataque inoperante e sem esquema de jogo; era que nem time de pelada de casados contra solteiros, cada um por si e Deus por todos. Num dos meus sonhos, ou seria pesadelo, escutei Deus sussurrando no meu ouvido: “Com esse time e esse técnico não tenho a mínima condição de dar uma mãozinha”.

Mas, as preces da torcida foram ouvidas e a partir da rodada seguinte o alvinegro da Rua General Severiano conquistou dez vitórias e um empate. Atualmente têm, ao lado do Guarani o ataque mais positivo com 34 gols marcados e um saldo de gols de 12, dois apenas abaixo do líder Coritiba. Aliás, a diferença para o time de Curitiba é de quatro pontos e de um para o Goiás, vice-líder da competição. Isso quer dizer que, no momento, o Botafogo tem, pelas contas do matemático Tristão Garcia, 75,5% de chance de alcançar seu objetivo e ainda lutar pelo bicampeonato dessa série, por ter sido campeão em 2015.

Nesse ano o time venceu 21 jogos, empatou nove e perdeu oito. Além disso, fez 60 gols e sofreu 30. Faltam ainda 15 jogos para o final do campeonato e, a continuar nesse ritmo, será possível ver a luz ao final do túnel.

Não resta a menor dúvida de que o atual técnico tem uma atuação muito positiva nessa recuperação, pois além de mudar a maneira de jogar do time, conseguiu melhorar a auto estima dos jogadores, mudou a postura deles em campo e o melhor, melhorou o rendimento daqueles considerados mais importantes para o grupo. A reintegração do zagueiro argentino Joel Carli, um dos líderes do grupo melhorou a defesa que não toma gols há três jogos.

Não devemos nos esquecer de Chay, o melhor disparado dos jogadores à disposição do técnico, seja pela visão de jogo, pelo empenho e pela inteligência com que antevê as jogadas. Aliás, Carli, Chay (atual artilheiro), Navarro, Kanu, Oyama e Diego Gonçalves são o diferencial desse Botafogo 2021. Chay se destacou na Portuguesa carioca, durante o campeonato do Rio e teve seus direitos federativos adquiridos pelo clube da estrela solitária. É botafoguense de coração o que é importante na fase atual do time.

Por falar em botafoguense de coração, o lateral direito Rafael, que atuou no Manchester United, Lyon e, ultimamente, estava no Basaksehir, da Turquia, assinou contrato com o Botafogo até 2023.

A fase atual do Fogão animou até os mais céticos e as duas últimas contratações aumentaram a qualidade e a experiência do time, que tem tudo para voltar à elite do futebol brasileiro. É torcer e torcer.

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