Blog de maxwolosker_18841

Apesar da torcida em contrário, o Brasil se supera

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Acho que o Brasil tem coisas mais importantes a serem discutidas, do que se ficar perdendo tempo com troca de farpas entre a oposição e a situação, como no caso do número de participantes da motociata de São Paulo, comandada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no último fim de semana. Aliás, não importa o número de motos, mas sim de que havia muita, mas muita gente mesmo. A situação fala em mais de um milhão de pessoas, a oposição se refere a no máximo 12 mil, no entanto, basta se ver as fotos do alto para observarmos que o número de motociclistas era muito grande.

Acho que o Brasil tem coisas mais importantes a serem discutidas, do que se ficar perdendo tempo com troca de farpas entre a oposição e a situação, como no caso do número de participantes da motociata de São Paulo, comandada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no último fim de semana. Aliás, não importa o número de motos, mas sim de que havia muita, mas muita gente mesmo. A situação fala em mais de um milhão de pessoas, a oposição se refere a no máximo 12 mil, no entanto, basta se ver as fotos do alto para observarmos que o número de motociclistas era muito grande. Quem diz o contrário ou é míope, cego ou não quer dar o braço a torcer.

Talvez, toda essa celeuma seja para esconder, não deixar vir a público, que apesar de toda a torcida contra, o Brasil dá mostras de sua pujança e consegue se superar, dentro dessa crise mundial causada pela gripe chinesa. De acordo com o site da Agência Brasil, publicação em 8 de abril de 2021, “A produção de grãos no Brasil deve chegar a 273,8 milhões de toneladas na safra 2020/21, de forma a bater, novamente, o recorde com um crescimento de 6,5% em relação à safra anterior, percentual que corresponde a um aumento de 16,8 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados na semana passada, em Brasília, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ao anunciar o 7º Levantamento de Grãos Safra.

Segundo a Conab, o destaque deve-se, sobretudo, à “consolidação do plantio das culturas de segunda safra e início de semeadura das culturas de inverno, com sustentação no aumento geral de 68,5 milhões de hectares e boa performance da soja e do milho”. O número apresenta um aumento de 1,5 milhão de toneladas na comparação com a previsão anterior – aumento sustentado principalmente pelo crescimento de 1,1% na área plantada de milho segunda safra. Houve também ganho na produtividade da soja”.

Na esteira desse crescimento surge o aumento do PIB (Produto Interno Bruto, que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano). Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas). De acordo com publicação do portal de notícias G1, de 8 de junho de 2021, a economia brasileira deve crescer 4,5% este ano, segundo estimativa divulgada na semana passada pelo Banco Mundial. A previsão está em linha com a dos analistas de mercado brasileiros, que veem alta de 4,36%, segundo o boletim Focus do Banco Central.

É digno de se mencionar que o projeto de transposição do Rio São Francisco segue a todo vapor, com água chegando ao Ceará, após seu início e quatro presidentes, sendo o atual o quarto. A importância disso é que o estado passou a ser um grande produtor de trigo. Oswaldo Vasconcelos, pesquisador da Embrapa, disse: “Nunca imaginei colher trigo em apenas 75 dias. Isso é tempo de safra de feijão. Para comparar, na região sul, responsável pela produção de 85% do trigo nacional, a produtividade média é de 2.500 quilos por hectare e a colheita ocorre entre 140 e 180 dias após o plantio. No Cerrado, nesse mesmo período, a produtividade média é de 5.500 quilos por hectare, mas há plantios irrigados que chegam a 8.000 kg/ha. No Ceará, chegou a 5.300 quilos por hectare”.

Claro está que nem tudo são flores e o número de brasileiros mortos pela pandemia, que se aproxima dos 500 mil e do número de infectados que é de 17.374.818 casos, dados da última segunda feira, 14, é um caso concreto. Há de se levar em consideração que a tendência é de queda desses números, à medida que aumenta o percentual de vacinados no país. É o que acontece entre nós, em Friburgo, com relação à média de internados em enfermarias exclusivas para pacientes com Covid-19, que registrou queda de quase 40% e em UTIs Covid de quase 30%, em uma semana, à medida que cresce a população vacinada na cidade. Nova Friburgo estaria hoje na bandeira amarela.

Portanto, comparado aos demais países, o Brasil caminha e cabe a nós torcer a favor e rezar para um aumento da produção de vacinas pelo Instituto Butantã e pela Fundação Oswaldo Cruz, assim como a chegada das vacinas compradas pelo Governo Federal. Essa será a forma mais eficaz de diminuir a progressão da doença. Será também uma garantia do crescimento do mercado de trabalho e da volta do emprego, que tanto afeta o trabalhador brasileiro. Uma Ave Maria e um Pai Nosso antes de dormir, pelo Brasil, não nos custa nada.

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Ocupação de leitos de Covid não cai, mas quantos desses pacientes são moradores da cidade?

terça-feira, 08 de junho de 2021

Há pelo menos um mês que a taxa de ocupação dos hospitais de Nova Friburgo, seja de enfermarias, seja de UTIs específicas para os pacientes acometidos pela gripe chinesa (Covid-19) não ficam abaixo dos 75%. Talvez, uma das explicações para tal fato possa ser a chegada das baixas temperaturas trazidas pelo outono. É sabido que o SARS-CoV-2 se adapta melhor ás temperaturas frias; isso não significa que não haja contaminação no verão, mas as taxas costumam diminuir nessa estação.

Há pelo menos um mês que a taxa de ocupação dos hospitais de Nova Friburgo, seja de enfermarias, seja de UTIs específicas para os pacientes acometidos pela gripe chinesa (Covid-19) não ficam abaixo dos 75%. Talvez, uma das explicações para tal fato possa ser a chegada das baixas temperaturas trazidas pelo outono. É sabido que o SARS-CoV-2 se adapta melhor ás temperaturas frias; isso não significa que não haja contaminação no verão, mas as taxas costumam diminuir nessa estação.

No entanto, uma coisa que chama a atenção nos boletins distribuídos pela prefeitura, é a não informação de quantos pacientes internados nos setores de Covid são de outros municípios. Não que se defenda o fechamento dos hospitais de Friburgo para pacientes de fora; isso não só seria uma desumanidade, como uma afronta a Carta Magna do país, que assegura textualmente o direito do cidadão de ir e vir por todo o território nacional.

Porém, essa informação seria importante, pois num determinado dia, a taxa de ocupação dos leitos de UTI, do Hospital Raul Sertã era de 100%, mas somente 12 pacientes residiam em Nova Friburgo. Dos oito remanescentes, cinco eram de Teresópolis e três de municípios vizinhos. Isso se aplica também ao número de mortos, pois proporcionalmente, nossa cidade chegou a mais de 600 óbitos até agora; mas, nessa cifra trágica, quantos são de Friburgo e quantos são os de fora?

O significado disso, infelizmente, é o descaso de prefeitos com a saúde de seus conterrâneos, muitos deles seus eleitores. Pasmem! Teresópolis do alto de seus mais de 185 mil habitantes, não possui um hospital municipal; lá existem leitos disponíveis pelo SUS nos hospitais particulares e quando esses se esgotam o jeito é exportar pacientes para municípios vizinhos.

O grave disso tudo é que a pandemia já perdura por um ano e quatro meses, no Brasil, e os prefeitos de determinados municípios nada fizeram para preparar suas cidades. O enfrentamento a uma moléstia dessa dimensão, não se traduziu pela construção de hospitais e o consequente aumento de leitos. Se fizermos uma comparação com a pandemia de 1918 e 1919, a da gripe espanhola (não vi ainda nenhum comuna reclamar dessa denominação, como reclamam daqueles que chamam a atual de gripe chinesa), a atual mata muito mais gente, em termos relativos, levando-se em consideração os recursos da medicina daquela época e os de 2020 e 2021.

Aliás, cabe aqui uma explicação do porquê da denominação de gripe espanhola. Na realidade os primeiros casos começaram nos Estados Unidos, no entanto, como o país acabara de entrar na guerra de 14, a divulgação da gripe ficou proibida ou restrita. Como a Espanha era um país neutro, sua imprensa não se fartou de divulgar a gravidade da situação, citando números de contaminados, mortos, países mais acometidos etc. Daí, se pensar que os primeiros casos foram originários do país de Cervantes. Na realidade, foi nos acampamentos de treinamento do exército americano que se registraram os primeiros casos e de onde ela se alastrou para todo o país. Findo o treinamento, muitos soldados já contaminados, mas sem sintomas, disseminaram a doença nos navios transportando a tropa e vieram se somar aos milhares de casos do continente europeu. Como na atualidade, a Índia foi um dos países que teve mais óbitos. O total, no mundo inteiro chegou a 50 milhões de pessoas.

Se repararmos bem os números de Friburgo, eles nos colocariam no mínimo na bandeira vermelha, referencial que foi abandonado pela prefeitura. Mas, o que notamos é uma cidade que pouco a pouco está voltando à normalidade, apesar do alto índice de contaminação. Para nossa felicidade, o nosso número de vacinados aumenta a cada dia e, talvez, sejamos entre os municípios do interior do estado do Rio de Janeiro, um dos que mais vacinou até agora.

O que se verifica em todo o mundo é a diminuição dos casos, à medida que se atinge pelo menos a metade da população vacinada. Que esse dia para o Brasil e para Friburgo, chegue logo.

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Tarifa de luz mais cara a partir de junho

quarta-feira, 02 de junho de 2021

Atenção consumidores, pois a conta de luz que iremos receber já virá com aumento. De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em anúncio feito na última sexta-feira, 28 de maio, será acionada neste mês a bandeira vermelha patamar 2; com isso a tarifa extra embutida nas contas de luz sofrerá um aumento de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts/hora (Kwh) consumidos, fazendo com que as contas fiquem mais caras.

Atenção consumidores, pois a conta de luz que iremos receber já virá com aumento. De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em anúncio feito na última sexta-feira, 28 de maio, será acionada neste mês a bandeira vermelha patamar 2; com isso a tarifa extra embutida nas contas de luz sofrerá um aumento de R$ 6,243 para cada 100 quilowatts/hora (Kwh) consumidos, fazendo com que as contas fiquem mais caras.

Apesar das chuvas recentes nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o Centro-Oeste, Sul e Sudeste, onde estão localizados os nossos maiores reservatórios hídricos, passam por um grande período de seca o que compromete a produção de energia elétrica do país. Isso faz com que as concessionárias de energia sejam obrigadas a lançarem mão das usinas termoelétricas, o que encarece em muito o Kwh produzido, já que funcionam com óleo diesel. Em épocas de barril de petróleo com preço reduzido e dólar menos valorizado, esse custo seria menor. Assim, o impacto médio do Encargo de Aquisição de Energia Emergencial  nas contas de energia elétrica residenciais no Brasil será de aproximadamente 1,9%.

A lei 10.438/02 prevê isenção de pagamento aos consumidores residenciais com consumo mensal inferior a 350 kWh e rurais que consumam menos de 700 kWh por mês. A energia elétrica é vital para o desenvolvimento dos países, pois tanto a indústria quanto a produção rural dependem desse elemento para sua sobrevivência e progresso. As outras fontes de geração de energia mais conhecidas como a eólica, a solar e a nuclear são válidas, mas têm lá suas particularidades.

No Brasil temos apenas as usinas Angra 1 e Angra 2, no município de Angra dos Reis, na Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro, mas a tendência é a de sua extinção, pois é uma energia altamente poluente, em caso de acidente, como foi com os ocorridos na usina de Chernobyl, na Ucrânia e Fukushima, no Japão. Ambos chegaram ao nível 7 na Escala Internacional de acidentes Nucleares. Tanto a Alemanha quanto a França, maiores produtores desse tipo de energia, na Europa, estão desativando suas usinas de produção.

Com relação à energia eólica, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o Brasil tem um potencial de geração estimado em cerca de 500 gigawatts (GM), o suficiente para atender o triplo da demanda atual de energia do país. Este número é mais de três vezes superior à produção de energia elétrica provinda de outras fontes. Ela ainda é pequena, já que os investimentos nacionais nesse campo são recentes, o nordeste é o seu maior produtor, sendo responsável, atualmente, por 85% de sua geração.

Já a energia solar corresponde àquela proveniente da luz e do calor emitidos pelo sol. Essa fonte de pode ser aproveitada de forma fotovoltaica ou térmica, gerando energia elétrica e térmica, respectivamente. No entanto, ela contribui, no momento, com apenas 0,1% da produção total da energia elétrica do país.

Assim, como ainda dependemos muito das usinas hidrelétricas para nosso consumo, enquanto as chuvas não chegam é bom economizar, para a conta não vir salgada no final do mês. Seguem algumas dicas que podem ajudar na economia:

  1. Chuveiro elétrico: Tome banhos de, no máximo, dez minutos. Coloque a chave na posição verão para economizar até 30% da energia. Limpe os buracos por onde a água sai, para aumentar a vazão.
  2. Geladeira: Faça o degelo na época certa; o gelo acumulado faz o motor trabalhar mais. Não seque roupas na grade traseira. Cheque se a borracha da porta está boa. Evite guardar alimentos quentes. Abra a geladeira o mínimo possível; abri-la faz com que o ar frio escape e o motor trabalhe mais para esfriá-la de novo. Instale a geladeira em local ventilado, longe do fogão e de áreas expostas ao sol.
  3. Iluminação: Prefira lâmpadas fluorescentes ou de LED. Mantenha os lustres limpos, para evitar o uso de lâmpadas mais potentes. Apague a luz sempre que sair de um cômodo. Evite apagar e acender a luz o tempo todo. O consumo maior das lâmpadas fluorescentes está no ato de acender.
  4. Ferro de passar: Junte a maior quantidade de roupas possível para passá-las de uma só vez. Passe as roupas que precisam de menos calor por último, depois de desligar o ferro, aproveitando enquanto ele ainda está quente.

Se você desconfia que seu consumo é menor do que mostra a conta de luz, faça um teste para saber se há fuga de energia na sua casa. Apague todas as luzes e desligue todos os aparelhos elétricos. Após alguns minutos, o medidor de luz deve ficar parado. Se ele continuar girando, procure um eletricista. Problemas na fiação podem estar causando fuga de energia.

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A batalha pela vida

quarta-feira, 26 de maio de 2021

A semana que passou foi muito triste para mim, pois perdi dois amigos, cujas vidas foram ceifadas por esse maldito vírus chinês. Anselmo, eu conhecia desde os sete anos de idade, vizinho que era da minha avó, em São Paulo; César, morador de Serra, no Espírito Santo, foi meu amigo de juventude, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Apesar de me comunicar, sempre, com a sua irmã, o último contato que tive com Anselmo foi há mais ou menos um mês, por telefone; com César falava sempre pelo “Face”, ainda mais que ele estava na Comunicação Social, com um programa de calouros na TV local.

A semana que passou foi muito triste para mim, pois perdi dois amigos, cujas vidas foram ceifadas por esse maldito vírus chinês. Anselmo, eu conhecia desde os sete anos de idade, vizinho que era da minha avó, em São Paulo; César, morador de Serra, no Espírito Santo, foi meu amigo de juventude, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Apesar de me comunicar, sempre, com a sua irmã, o último contato que tive com Anselmo foi há mais ou menos um mês, por telefone; com César falava sempre pelo “Face”, ainda mais que ele estava na Comunicação Social, com um programa de calouros na TV local. Rômulo, meu primo irmão, faleceu há mais ou menos um mês, em Niterói.

Minha irmã e meu cunhado, desde a última quinta feira, 20, sem falar no meu caseiro e seu filho, também testaram positivos para a praga que veio da China. O mais angustiante é que meu cunhado, minha irmã e Anselmo já estavam vacinados com as duas doses e César iria tomar a segunda dose no dia em que foi internado. Meu caseiro tomou a primeira dose a mais de 15 dias. Aliás, alguns relatos mostram que mesmo com teste positivo pode-se tomar a vacina, pois esta vai aumentar o número de anticorpos contra a virose.

Casos de pessoas que contraíram o coronavírus, mesmo imunizadas, têm causado dúvidas acerca da eficiência das vacinas disponíveis. Afinal, estarei protegido contra a doença se tomá-la? Como explicar o caso de pessoas que foram internadas ou morreram mesmo após serem imunizadas?

Para entender essas e outras questões, é preciso saber, em primeiro lugar, que é possível contrair o coronavírus mesmo que já se esteja vacinado. Isso porque nenhum imunizante disponível, atualmente no mundo tem eficácia de 100% contra o vírus Sars-CoV-2, o que significa que algumas pessoas podem ser infectadas mesmo depois de tomar as duas doses, afirma Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

No entanto, grande parte das vacinas disponíveis previne casos graves e óbitos por Covid-19, desde que haja tempo para o organismo desenvolver a imunidade necessária, após a segunda dose. Não dá para esperar eficácia semelhante ao divulgado nas pesquisas com apenas uma dose ou antes do tempo sugerido pelos pesquisadores, explica o infectologista Rodrigo Mollina, professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Mas, é possível que muitos adoeçam após tomarem a vacina por que como ela não previne a infecção, as pessoas podem ter Covid-19 e se contaminarem, se não houver tempo hábil para resposta do organismo à vacinação. E, apesar dos estudos apontarem que os imunizados podem ter sintomas mais leves, os casos graves que aparecem entre eles, geralmente, estão relacionados com pacientes idosos, cujas doenças prévias são pioradas com a Covid-19, ou entre doentes crônicos com diabetes, problemas cardíacos ou pulmonares, que têm seus quadros agravados enquanto a vacina ainda não fez efeito.

 Poderia ser indagado o porquê de muitas pessoas morrerem após serem imunizadas; na maioria das vezes isso tem relação com outras doenças ou comorbidades existentes antes do diagnóstico de Covid-19. Essas pessoas costumam ter o sistema imune debilitado e, por isso, nos casos de óbitos entre pessoas que tomaram a vacina, deve ser levado em conta o histórico médico e de doenças, além do tempo de imunização. É importante avaliar cada caso, investigar as comorbidades e a faixa etária.

Na realidade, ao sermos contaminados, passamos a travar uma grande batalha que é a manutenção da vida. Como em toda guerra há pessoas que saem ilesas, outras feridas (no caso aqui, sequelas) e, infelizmente, aqueles que pagam com a própria vida. Se lamentamos a morte daqueles que não conhecemos, imagine a dos nossos amigos, parentes e entes queridos. É uma dor profunda que nos deixa tristes e sem palavras.

Rômulo, Anselmo, César, vocês deixam muitas saudades e um vazio enorme no coração de seus parentes e amigos, pois por mais que saibamos que a morte é uma consequência da vida, jamais nos acostumaremos a ela. Mesmo que as religiões tentem minimizar esse fato, nos prometendo a vida eterna. Descansem na paz do Senhor e zelem por nós.

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Nova Friburgo, uma senhora de 203 anos

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Pelo segundo ano consecutivo, não tivemos como comemorar o aniversário da cidade. Nova Friburgo completou 203 anos no último domingo, 16, sem festas ou desfiles em virtude da pandemia que nos assola e transtorna a nossa existência. Nova Friburgo foi a primeira colônia não lusitana a ser fundada no Brasil em caráter oficial, no dia 16 de maio de 1818. D. João VI recém-coroado rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, ansioso por desenvolver a agricultura e intensificar a colonização no interior do Brasil. D.

Pelo segundo ano consecutivo, não tivemos como comemorar o aniversário da cidade. Nova Friburgo completou 203 anos no último domingo, 16, sem festas ou desfiles em virtude da pandemia que nos assola e transtorna a nossa existência. Nova Friburgo foi a primeira colônia não lusitana a ser fundada no Brasil em caráter oficial, no dia 16 de maio de 1818. D. João VI recém-coroado rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, ansioso por desenvolver a agricultura e intensificar a colonização no interior do Brasil. D. João VI assinou um decreto em que autorizava o agente do Cantão de Fribourg, na Suíça, a estabelecer uma colônia de 100 famílias na antiga Fazenda do Morro Queimado, no alto da serra.

Acreditava-se naquela época que o clima da região seria mais favorável para os imigrantes suíços apesar do terreno escolhido não ser o mais apropriado para a agricultura. A sede da colônia recebeu o nome de Nova Friburgo em função da procedência dos seus primeiros colonizadores, oriundos em maior quantidade do cantão suíço de Fribourg.

Como a patifaria é universal, Sebastien Nicolas Gachet incluiu mais 161 famílias do que havia sido combinado nos contratos firmados entre Portugal e a Suíça e, de 1819 a 1820, chegavam à Fazenda do Morro Queimado, pertencente ao município de Cantagalo, 261 famílias, pois Gachet quis lucrar mais do que o combinado. Talvez a confusão em se falar que Nova Friburgo foi colonizada por suíços advenha do fato de que a maioria das famílias que aqui chegaram, ser de colonos. Eles vieram para cá fugindo da fome e de dois invernos rigorosos que destruíram suas lavouras.

Assim, na realidade, eles foram os fundadores da cidade, pois, até 1818, o Brasil era uma colônia portuguesa, já que Pedro Alvares Cabral, nosso descobridor, era português e, quando aqui chegou em 1500, estava a serviço de D. Manuel, rei de Portugal.

A chegada de mais 161 pessoas foi um transtorno já que as acomodações não previam esse número, o que obrigou as autoridades a colocar mais de uma família por casa. Esse fato além da qualidade das terras disponíveis não ser adequada ao cultivo, desagradou os recém-chegados e muitos migraram para Lumiar, Bom Jardim e Santa Maria Madalena. O bisavô do meu sogro, um dos Voirol que aqui chegou, migrou para Sumidouro. O sobrenome da família foi aportuguesado para Warol.

São 203 anos de puro encanto, deixando uma marca no coração até de quem não é filho da terra. E desde os tempos mais antigos, essa cidade de temperatura amena no verão e fria no inverno, dona de belas paisagens vem conquistando fãs. Eu, por exemplo, vivo aqui desde 1977.

Tive de conhecer a história da cidade desde sua fundação, para entender o seu dinamismo, sua caminhada para o sucesso, suas conquistas. Foi de grande importância para escrever minha monografia de conclusão da faculdade de Comunicação Social, cujo título era “Rádio Sociedade de Nova Friburgo: A mídia falada chega a Friburgo”.

Além de ter sido um grande polo industrial até a crise do petróleo em 1982, a cidade foi e continua sendo um centro importante de cultura. Para se ter uma ideia dessa afirmação contávamos com pelo menos três bons teatros (hoje são quatro) e vários cinemas sendo os mais conhecidos o São José, o Leal e o Marabá, todos desaparecidos (hoje são seis, três no Friburgo Shopping e outros três no Cadima Shopping). Grandes colégios contribuíram e contribuem para o ensino não só de friburguenses como de jovens de outras cidades, pois o Anchieta em sua fase inicial era um internato, assim como Fundação Getúlio Vargas cujas atividades foram encerradas em 1977.

Além dos colégios mais tradicionais como o Nossa Senhora das Dores, o Mercês, o Jamil El-Jaick, o Ribeiro de Almeida (hoje Instituto de Educação de Nova Friburgo, Ienf), a cidade tem outros que contribuem para a educação dos futuros friburguenses.

Tudo isso, sem falar do seu potencial turístico não só por suas belezas (nossas montanhas, nossos vales e nosso visual principalmente ao entardecer), sua gastronomia, seu polo de moda íntima, o teleférico, a Queijaria Escola e muitas outras atrações.

Parabéns Nova Friburgo e que sua população reflita sobre o seu passado e projete um futuro ainda melhor.

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Uma reflexão necessária

quarta-feira, 05 de maio de 2021

É muito difícil para um colunista agradar gregos e troianos, pois as colunas são escritas baseadas nos acontecimentos, sejam eles locais ou nacionais. Muitas vezes até internacionais, pois as fontes de consultas incluem também a mídia estrangeira. No meu caso, a de língua francesa que é o idioma que domino e falo fluentemente. Claro está que os assuntos abordados vão depender do interesse do colunista, uma vez que esse nem sempre vive o dia a dia do jornal e suas referências passam longe das informações diárias que a redação recebe.

É muito difícil para um colunista agradar gregos e troianos, pois as colunas são escritas baseadas nos acontecimentos, sejam eles locais ou nacionais. Muitas vezes até internacionais, pois as fontes de consultas incluem também a mídia estrangeira. No meu caso, a de língua francesa que é o idioma que domino e falo fluentemente. Claro está que os assuntos abordados vão depender do interesse do colunista, uma vez que esse nem sempre vive o dia a dia do jornal e suas referências passam longe das informações diárias que a redação recebe.

Mas, uma coisa é líquida e certa no ato de informar, ou seja, a pesquisa séria de tudo o que vai ser publicado, muitas vezes com a citação dos locais consultados. Claro que todo jornalista se preocupa em manter anotadas as pesquisas feitas, mesmo que não as cite na matéria. Daí que certas acusações de leviandade, omissão ou desinformação devem estar muito bem consubstanciada por quem as emite, para não parecer simples opinião jogada ao vento, o popular achismo. Nos bancos acadêmicos da faculdade de Comunicação Social aprende-se que o jornalista não acha, tem que ter compromisso com aquilo que publica.

Lembro-me que quando o ex-presidente Luís Inácio da Silva foi acusado de beberrão, por um correspondente do New York Times, fiz um artigo em que criticava o jornalista americano. Não que desconhecesse o gosto do presidente pela aguardente, mas pelo fato daquele tipo de notícia não ter nenhum interesse jornalístico a não ser o de denegrir a figura de um chefe de estado. Ainda citei que se um correspondente brasileiro fizesse esse tipo de comentário sobre Bush filho, ex-viciado confesso, (“Antes de seu casamento, Bush teve vários episódios de consumo abusivo de álcool. Em um desses casos, em 4 de setembro de 1976, foi preso perto da residência de verão de sua família em Kennebunkport, Maine, por dirigir sob a influência de álcool. Declarou-se culpado, foi multado em 150 dólares e teve sua carteira de motorista de Maine brevemente suspensa”.) teria sido no mínimo multado e suspensa sua credencial de jornalista, em solo americano.

Lembro-me também que aluno ainda da faculdade, fui orientado por um professor de esquerda e eleitor de Luís Inácio, de que o que estava em jogo era a liberdade de imprensa e, que nesse caso, o jornalista americano não deveria ser admoestado. Ou seja, a mesma ocorrência pode ter interpretações diversas; o fato foi noticiado, mas a opinião de cada um é livre.

Assim sendo, apesar de receber críticas toda vez que escrevo algo que possa parecer uma defesa do atual presidente, continuarei abordando os assuntos que julgar pertinentes. Na minha última publicação falei sobre o voto ser impresso após a conclusão da votação pelo eleitor. Minha coluna foi uma das mais lidas da semana, o que mostra a importância do fato. Sempre tive minhas reticências contra a urna eletrônica, e sei que muita gente também as tem daí ser um adepto da impressão desse voto. Ele não seria entregue ao eleitor, mas ficaria armazenado para uma posterior conferência, se fosse necessário. Muitos leitores pensam como eu e muitos discordam, o que é a verdadeira expressão da democracia. A unanimidade é burra, como já dizia o saudoso Nelson Rodrigues.

O que existe no Brasil de hoje é uma polarização da esquerda contra a direita, em que aqueles que se julgaram “derrotados” pelas urnas em 2018, não digeriram bem esse “fracasso” e não analisam o porquê desse resultado. A crítica é uma necessidade desde que seja construtiva o que, infelizmente, não é o observado por aqui. A negação de um fato com o único propósito de negá-lo é puro fanatismo, ainda mais quando se torce para que não dê certo.

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O voto impresso é uma necessidade, num país de más intenções

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Ganha força o projeto de, já nas próximas eleições, termos o voto impresso no momento da confirmação, na urna eletrônica. É preciso entender que a impressão de um papel não irá para a mão do eleitor, mas após aparecer na tela os candidatos escolhidos por ele, surgirá, também, o que será impresso. Após essa confirmação, esse impresso será depositado numa urna acoplada à eletrônica. Assim, caso um candidato levante qualquer suspeita quanto à contagem dos votos, eles poderão ser recontados, o que não acontece atualmente, pois se o chip da urna for adulterado, não será descoberto.

Ganha força o projeto de, já nas próximas eleições, termos o voto impresso no momento da confirmação, na urna eletrônica. É preciso entender que a impressão de um papel não irá para a mão do eleitor, mas após aparecer na tela os candidatos escolhidos por ele, surgirá, também, o que será impresso. Após essa confirmação, esse impresso será depositado numa urna acoplada à eletrônica. Assim, caso um candidato levante qualquer suspeita quanto à contagem dos votos, eles poderão ser recontados, o que não acontece atualmente, pois se o chip da urna for adulterado, não será descoberto. O que vale é a totalização.

Esse assunto começou a ser ventilado desde que as urnas eletrônicas fizeram sua aparição entre nós, pois se hackers são capazes de se infiltrarem até no Pentágono, nos Estados Unidos, porque as urnas brasileiras estariam a salvo? Sem falar que os presidentes do STE (Supremo Tribunal Eleitoral) são oriundos do STF (Supremo Tribunal Federal) e, o atual não tem a confiança que deveria ter, da população brasileira. Para refrescar a memória de muitos, quando Dias Toffoli presidiu o STE, na eleição durante o seu mandato, mandou fechar as portas do local de apuração das urnas e o mesmo só foi reaberto para comunicar o resultado final das eleições. Aonde estava a transparência necessária para um acontecimento de tamanha envergadura?

Creio que a impressão dos votos é imprescindível nas próximas eleições, pois Jair Bolsonaro é candidato à reeleição e a oposição e a esquerda usarão de todos os meios, mesmo os ilícitos para tentar barrar um novo mandato do atual presidente. Haja vista, as manobras da segunda turma e do plenário daquela que já foi a mais alta corte do país, tornando Luís Inácio da Silva inocente e em condições de disputar as próximas eleições presidenciais. Com várias canetadas conseguiram denegrir e acabar com a maior operação de combate à corrupção, que foi a operação Lava-Jato. O mal, na política sempre triunfa, haja vista que o mesmo ocorreu com a operação Mãos Limpas, na Itália.

Seja na república velha seja na que se seguiu, manipulação ou tentativa de manipulação de votos sempre houve na política brasileira. Em 1982, nas primeiras eleições diretas aos governos dos estados, desde a intervenção militar de 1964, tivemos o famoso caso Proconsult em que Leonel de Moura Brizola quase perdeu as eleições por causa de um esquema fraudulento concebido por aquela empresa. O esquema da fraude deveria funcionar na etapa de totalização final dos votos, quando, em função de um cognominado ‘diferencial delta’, os programas instalados nos computadores da empresa Proconsult, contratada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio para o serviço, subtrairiam uma determinada porcentagem de votos dados a Brizola transformando-os em votos nulos, ou promoveriam a transferência de sufrágios em branco para a conta do então candidato governista, Moreira Franco.

A falsificação na contagem foi descoberta graças ao trabalho da imprensa, sobretudo a partir do esquema de apuração paralela ao do TRE-RJ montado pela Rádio Jornal do Brasil – cuja cobertura daquelas eleições concorreu e levou larga vantagem sobre o aparato armado pelo conglomerado de mídia hegemônico no estado, as Organizações Globo. A Rádio JB pôde revelar em primeira mão a fraude que se armava, dada as discrepâncias entre os números que anunciava e os constantes nos boletins oficiais do TRE. A apuração foi interrompida e o esquema, descoberto, então desmontado às pressas.

O resultado final mostrou o que as ruas já haviam indicado durante a campanha: Leonel Brizola foi eleito com 1.709.180 votos (ou 34,2% dos votos válidos), Moreira Franco ficou com 1.530.706 (30,6%), Miro Teixeira com 1.073.446 (21,5%), Sandra Cavalcanti obteve 536.383 (10,7%) e Lysâneas Maciel contou 152.614 votos (3,1%). Como se pode notar, a diferença de Brizola para Moreira Franco foi de 3,6% dos votos, um percentual facilmente manipulável, se o esquema não tivesse sido descoberto.

Portanto, nas próximas eleições todo cuidado será precioso para que não paire nenhuma dúvida sobre a veracidade do resultado final, daí a necessidade do voto impresso. Essa seria uma maneira eficaz de dirimir dúvidas caso elas venham a existir. Como diz o ditado popular espanhol “Yo no creo em brujas, pero que las hay, las hay” (eu não creio em bruxas, mas que existem, existem).

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Um sábado de vacinação mais tranquilo

quarta-feira, 21 de abril de 2021

O último sábado, 17, começou com mais um drive-thru para a aplicação da segunda dose da vacinação anti Covid-19 nos idosos entre 70 e 75 anos. Ao contrário da primeira dose, o tempo de espera na fila foi bem menor e a equipe encarregada conseguiu imprimir uma dinâmica mais ágil. No entanto, já me acostumei às surpresas da vida friburguense, mas confesso que fiquei pasmo com a conversa que tive com um dos responsáveis pela vacinação.

O último sábado, 17, começou com mais um drive-thru para a aplicação da segunda dose da vacinação anti Covid-19 nos idosos entre 70 e 75 anos. Ao contrário da primeira dose, o tempo de espera na fila foi bem menor e a equipe encarregada conseguiu imprimir uma dinâmica mais ágil. No entanto, já me acostumei às surpresas da vida friburguense, mas confesso que fiquei pasmo com a conversa que tive com um dos responsáveis pela vacinação.

Comentei mais uma vez, que o único guarda municipal visto no trajeto desde o batalhão da Polícia Militar, foi no Paissandu, próximo à antiga Rua Baronesa. Nenhuma indicação ou sinalização em todo o trajeto, fazendo com que muitos motoristas só se dessem conta de que não se tratava de um simples engarrafamento, após permanecerem algum tempo parados. Esse responsável me contou que tinha sugerido a colocação de fitas plásticas sinalizando todo o trajeto, mas que não houve resposta da Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana.

Mas, a informação mais grave e estarrecedora estava por vir: no dia da primeira dose, a prefeitura não providenciou nem alimentação, nem água e nem tendas de proteção para o caso de chuva ou proteção à exposição solar. Dessa vez, foi comunicado à prefeitura que a equipe só trabalharia, caso as exigências fossem cumpridas. Pelo menos, quando entrei no Country Clube havia duas tendas de proteção montadas, uma em frente à outra. Quanto à alimentação, foi me garantido que ela estaria assegurada.

É um absurdo o que aconteceu no dia da primeira dose, pois a ordem era de que as 15h seria colocada uma placa atrás do último veículo da fila, encerrando o acesso à vacinação. Mas, todos na frente seriam imunizados. Conclusão, os trabalhos que se iniciaram às 10h só terminaram quase 12 horas depois. Sem comida e sem água é uma desumanidade típica de homens públicos sem nenhum traquejo para o cargo que exercem. É muito bonito sentar em cadeiras confortáveis de gabinetes, com ar condicionado, cafezinho e água gelada e colher os louros de um trabalho realizado pelos funcionários, expostos a todo tipo de intempéries, e sem uma única palavra de muito obrigado. Essa equipe está de parabéns, é nota mil.

Já era para ter tocado nesse assunto anteriormente, mas meditei muito antes de passar adiante essa informação, para não deixar as pessoas mais preocupadas do que já estão. Nova Friburgo está recebendo dois tipos de vacinas, a chinesa CoronaVac e a AstraZeneca/Oxford. O grande diferencial é a percentagem de imunização desses produtos. A vacina chinesa, admitido pela primeira vez por um dirigente do alto escalão do governo da China, responde por 54% de proteção, estando previsto estudos para a mistura de outra vacina ou uma terceira dose. A de Oxford chega a 85% de proteção após a segunda dose.

Uma das explicações poderia estar na diferença de fabricação, pois na primeira é utilizado o processo da atenuação do vírus e na segunda trata-se de uma versão mais fraca do vírus da gripe comum em chimpanzés (inofensivo em seres humanos), contendo igualmente proteínas contidas no material genético do vírus Sars-Cov-2.  Nesse caso, após a vacinação, o adenovírus penetra em algumas poucas células do corpo humano. Essas células utilizam o gene para produzir a proteína Spike (espícula, ou picos, na superfície do vírus). O sistema imunológico então reconhece isso como estranho e, em resposta, produz anticorpos e células T, que idealmente protegem contra a infecção com o coronavírus, o Sars-CoV-2.

É importante que todos tomem a vacina, que é o método mais eficaz para conter a propagação da doença, no entanto não se pode esquecer, nunca, que as medidas de higiene como lavar sempre as mãos com água e sabão ou usar álcool gel 70, evitar aglomerações e procurar sempre estar em ambientes arejados, manter uma alimentação saudável e uma hidratação adequada é, também, muito importante. Acho que o somatório desses fatores vai nos livrar dessa praga.

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Odorico Paraguaçu ressuscitou

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Foi na terra do Cão Sentado que aconteceu um dos episódios mais insólitos desde o aparecimento da pandemia, lá se vai mais de um ano. Nessa cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, a elevação dos casos de contaminação pela Covid-19 e, consequentemente, o de mortes aumentaram muito e o sistema hospitalar chegou à beira do colapso. Numa determinada semana de abril, a média de ocupação de leitos de UTI exclusivos para pacientes infectados pela Covid-19 atingiu 98% e das enfermarias, cerca de 80%.

Foi na terra do Cão Sentado que aconteceu um dos episódios mais insólitos desde o aparecimento da pandemia, lá se vai mais de um ano. Nessa cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro, a elevação dos casos de contaminação pela Covid-19 e, consequentemente, o de mortes aumentaram muito e o sistema hospitalar chegou à beira do colapso. Numa determinada semana de abril, a média de ocupação de leitos de UTI exclusivos para pacientes infectados pela Covid-19 atingiu 98% e das enfermarias, cerca de 80%. Isso veio a reboque de um aumento da taxa de contaminação de todo o estado, inclusive da Região Serrana.

É claro que existe uma dúvida permanente no ar e que deveria ser esclarecida pelas autoridades. A internação de pacientes graves, seja daqui ou de fora, é uma questão de necessidade, mas é preciso que saibamos qual o percentual de leitos ocupados por pacientes de outras localidades. Se existem 50 leitos de UTI Covid e todos estão ocupados com friburguenses, a taxa de contaminação está muito alta, no entanto, se um percentual importante é de pessoas de outro município, essa taxa será menor. Lógico que a positividade aumentada de testes diagnósticos é o maior diferencial, mas leitos vagos podem significar uma virulência menor da doença.

Algo deveria ser feito para fazer frente a esse grave problema de saúde pública. Por outro lado, as consequências de um blacaute são catastróficas, pois a economia de uma cidade, de um estado, de um país depende da produção, ou seja, do trabalho da sua população. Impostos têm de ser pagos, aluguéis idem, comida tem de ser comprada, salários são necessários, o desemprego ronda a todos os assalariados. Aliás, várias medidas extremas já foram adotadas e a eficácia duvidosa; o fechamento de várias indústrias e lojas leva a uma quebradeira importante. Pelo andar da carruagem, morre-se de Covid ou de fome.

Mas, a solução encontrada pelo prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon, foi surreal, no mínimo esdrúxula. Ao optar pela abertura de indústrias, comércio, supermercados, padarias e etc. de acordo com o número final do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), pares em dias pares e ímpares em dias impares ele conseguiu instalar o caos na cidade. Pelo menos teve um mérito, o de deslocar muita gente de um bairro para outro. Por exemplo, no último sábado, 10, a padaria do bairro Cascatinha e as duas do Cônego estavam fechadas, e quem precisou comprar pão teve de ir até Olaria ou ao Centro. O mesmo ocorreu com os mercados, que de quatro, só um permaneceu aberto, com grande afluxo de consumidores e provocando congestionamento nos de Olaria.

Para completar seu surrealismo, se a bandeira roxa permanecer inalterada de uma semana para outra, inverte-se o cronograma: o que é par vira ímpar, o que é ímpar vira par. Elementar, pois assim ninguém será prejudicado, já que os dias pares são maiores que os ímpares. Vale observar que a população não tem como saber o número final do CNPJ das lojas que pretende comprar algo. Corre-se, portanto, o risco de bater com a cara na porta num dia, e ter de voltar no outro. E cá para nós, nossa cidade foi a única no mundo a fechar supermercados e padarias. O mundo se curvou a Nova Friburgo.

Se o objetivo era diminuir a quantidade de pessoas nas ruas, o mais inteligente seria utilizar o rodízio do CPF de cada cidadão. A fiscalização ficaria por conta dos estabelecimentos e a prefeitura teria a oportunidade de faturar dobrado, pois se alguém fosse pego com CPF errado, seriam multados estabelecimento e a pessoa. Essa medida teria, também, o mérito de diminuir a lotação do transporte coletivo, desde que o número de veículos permanecesse o mesmo.

Esse controle já vem sendo usado há algum tempo na vizinha Teresópolis, e na última sexta feira, 9, a taxa de ocupação de UTIs por lá era de 65% e de enfermaria um pouco mais de 50%. Ainda de acordo com o portal da prefeitura, a taxa de isolamento da cidade estava em 40,1%. É claro que o sistema tem seus problemas por depender da compreensão da população, nem sempre disposta a sacrifícios, até que a Covid lhe suprima um ente querido.

Felizmente, na época, o defunto do prefeito Odorico, de Sucupira, inaugurou o cemitério da cidade fictícia. Num momento de crise, as ações têm de ser muito bem pensadas, amadorismo ao invés de profissionalismo pode ser catastrófico. Daí a necessidade de todos que disputam cargos eletivos, terem a obrigação de frequentar um curso de Gestão Pública e serem aprovados com nota mínima de 80%.

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Friburgo, como era de se esperar, lotou no feriadão

quarta-feira, 07 de abril de 2021

Como era de se esperar, Nova Friburgo lotou na semana passada durante o superferiadão espetadual. As ruas principais do Cônego, retrato fiel do movimento de turistas, ficaram cheias de carros e o comércio essencial botando gente pelo ladrão. A feirinha em frente à igreja de Sant’Ana funcionou a todo vapor. Com o “feriadão” no Rio e em Niterói, quem tinha casa na serra viajou e veio se descontrair no ar puro das montanhas de Friburgo. Nada contra, pois eu poderia ter ido para Cabo Frio e passar a Páscoa na Região dos Lagos.

Como era de se esperar, Nova Friburgo lotou na semana passada durante o superferiadão espetadual. As ruas principais do Cônego, retrato fiel do movimento de turistas, ficaram cheias de carros e o comércio essencial botando gente pelo ladrão. A feirinha em frente à igreja de Sant’Ana funcionou a todo vapor. Com o “feriadão” no Rio e em Niterói, quem tinha casa na serra viajou e veio se descontrair no ar puro das montanhas de Friburgo. Nada contra, pois eu poderia ter ido para Cabo Frio e passar a Páscoa na Região dos Lagos. Lá, a espera para transpor as barreiras sanitárias era de duas horas. Quem possui casa aqui e paga IPTU tem todo o direito de usufruir quando bem lhe aprouver.

Com praias, bares, restaurantes, shoppings, cinemas e teatros fechados seria realmente muito difícil para a população ficar trancafiada dentro de casa; quem tinha condições aproveitou. Ainda mais que quarentena rígida, lock-outs e outras medidas restritivas que não tiveram o consenso dos estudiosos. Muitos as defendem, outros são contrários. Além do mais, agora em abril, completa-se um ano e meio de pandemia período em que a vida de todos nós virou de cabeça para baixo, muitos ficaram desempregados, muitos comerciantes faliram e a economia dos países foi completamente comprometida.

 Parece ser unanimidade que o distanciamento social, as medidas de higiene, o uso de máscara e, principalmente, a vacinação em massa são as medidas mais efetivas para frear a disseminação do vírus. Tanto isso parece ser real, que Thierry Breton, comissário junto à indústria encarregada da implantação das vacinas na comunidade europeia, declarou que a imunidade coletiva contra o novo coronavírus poderá ser atingida pelos 450 milhões de habitantes da União Europeia, na metade de julho (notícia de destaque na edição de ontem, 6, do jornal Le Monde).

Eu, em particular, não acredito, pois a vacinação patina em solo europeu, com apenas 11,61% da população atendida. Lá as entregas também estão atrasadas e a comunidade europeia tem dificuldades em partilhar as doses adquiridas. Enquanto isso, no Brasil, já temos 19,4 milhões de habitantes imunizados, o equivalente a 9,2%. No entanto, nós somos metade da população do velho continente e ao contrário de lá, nosso número de vacinados tende a aumentar, com a produção em larga escala do Butanan e da Fundação Oswaldo Cruz. Sem falar na compra de lotes de outros fabricantes. Aliás, o Ministério da Saúde estima serem necessárias 425 milhões de doses para imunização de toda a população brasileira, até o final do ano. O maior problema é que dependemos de fabricantes de fora do país e nem sempre o organograma deles pode ser cumprido fielmente.

É certo que, no Brasil, a situação é caótica, vários estados estão com a capacidade hospitalar quase esgotada no que se refere à internação em UTIs; no caso de Friburgo, na quinta feira santa (último dia 1º) havia pouquíssimas vagas disponíveis, uma no Hospital Raul Sertã e outra no Hospital São Lucas. Os hospitais Unimed e Serrano estavam com 100% das vagas ocupadas. Mas, infelizmente, esse caos é mundial, só havendo melhora do quadro naqueles países onde a imunização atingiu mais de 40% da população.

Em nossa cidade, a prefeitura decretou bandeira roxa que não sabemos ser uma realidade sanitária ou uma possível prevenção pelo iminente encerramento das atividades da empresa de ônibus. É que nessa cor a frota só roda com capacidade aumentada nos horários de pico, entre as 6h e 10h e entre as 17h e 20h. No entanto, os comerciantes não estão satisfeitos com a ordem de fechamento do comércio, pois salários, contas a pagar, impostos e outras taxas continuam chegando para serem quitadas. Na outra ponta, supermercados, farmácias, padarias e feiras livres continuam funcionando o que causa aglomeração do mesmo jeito. Talvez a abertura do comércio, com limitação do número de consumidores, no interior das lojas, fosse mais inteligente e menos desgastante.

Outro disparate que chama a atenção é que as indústrias podem abrir com a capacidade limitada, mas as confecções têm de permanecerem fechadas. Afinal, confecção é igual a  lanchonete, bar ou restaurante? Nada contra esses estabelecimentos, mas para eles ainda resta a opção do delivery.

Nesta terça feira, 6, soube pelo informativo da TV Zoom que a prefeitura decidiu reabrir o comércio na Avenida Alberto Braune, de acordo com o número do CNPJ. Os de final par abrem nos dias pares e os de final ímpar, nos dias ímpares. É uma meia sola gasta.

A sensação que tenho é de que sai prefeito entra prefeito e Nova Friburgo continua a deriva.

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