A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a ampliação do tempo de uso do dispositivo intrauterino (DIU) hormonal Mirena para contracepção, que agora pode ser utilizado por até oito anos. Até então, o produto era indicado por um período máximo de cinco anos. As demais indicações do Mirena, como o tratamento de sangramento uterino anormal (SUA) e a proteção endometrial, seguem com uso recomendado por até cinco anos.
A nova indicação tem como base os resultados do estudo clínico internacional Mirena Extension Trial, que avaliou a eficácia do dispositivo entre o sexto e o oitavo ano de uso em 3.330 mulheres analisadas. Foram registradas apenas duas gestações (uma no sexto e outra no sétimo ano), resultando em uma taxa cumulativa de gravidez de 0,68% durante o período estendido.
O estudo apontou um perfil de segurança consistente, sem surgimento de novos efeitos adversos ou eventos inesperados. Os dados iniciais da extensão foram apresentados em 2022 durante congresso do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), e a publicação completa dos resultados será feita em breve.
Como funciona o Mirena
De maneira geral, o DIU leva a uma reação inflamatória intrauterina, o que impede o processo gestacional. O Mirena é um DIU hormonal que contém um reservatório de levonorgestrel com 52 mg, e libera 20 mcg diariamente, com diminuição gradual com o tempo.
A utilização do Mirena leva a uma resposta inflamatória a corpos estranhos. Dessa forma, torna o muco cervical espesso e hostil, o que afeta a função, motilidade e capacitação dos espermatozoides, e reduz o crescimento endometrial (atrofia endometrial). É um DIU que oferece benefícios adicionais à paciente por reduzir substancialmente o fluxo menstrual e a dismenorreia, além de oferecer proteção endometrial.
Contraindicações
As contraindicações para a colocação do DIU hormonal são:
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Gravidez ou suspeita de gravidez
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DIP (Doença Inflamatória Pélvica) em curso ou recorrente
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Infecção uterina pós-parto ou pós abortamento
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ITU (Infecção do Trato Urinário) baixa
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Infecção do colo uterino
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Diagnóstico ou suspeita de câncer de colo uterino
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Tumores dependentes de progesterona
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Doenças hepáticas
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Presença de miomas que deformam a cavidade uterina
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Hipersensibilidade ao levonorgestrel
(Fonte: CNN)
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