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Uma troca de técnico para lá de benéfica

Max Wolosker
Max Wolosker
Economia, saúde, política, turismo, cultura, futebol. Essa é a miscelânea da coluna semanal de Max Wolosker, médico e jornalista, sobre tudo e sobre todos, doa a quem doer.
Com apenas uma alteração no time que enfrentou o Vasco da Gama, no último sábado 12, Montoro entrando no lugar de Allan, o Botafogo voltou a jogar seu futebol vistoso e que encantou torcedores e imprensa não comprometida. O que o português Renato Paiva não entendeu, Davide Ancelotti, novo treinador da equipe, em apenas dois dias ajustou o time e elevou a estima do torcedor alvinegro. Aliás, chega de portugas na direção da equipe, pois depois de cinco, na realidade só dois deram certo e, mesmo assim, por pouco tempo atraídos que foram pelos dólares sauditas.
O atual técnico, italiano de origem, tem como indicação o fato de ser filho do já consagrado Carlo Ancelotti, atual manager da seleção brasileira, e de ter sido seu auxiliar por muitos anos, em vários clubes europeus. Na realidade, o Botafogo é sua primeira experiência como treinador, ele que antes de se tornar auxiliar do seu pai, foi jogador de futebol, atuando no meio-campo. Talvez, por isso, tenha percebido a joia que os scouts do time alvinegro descobriram no futebol argentino e tenha lançado Álvaro Montoro, desde o início, no jogo de sábado. Na minha opinião ele não deixa saudades de Thiago Almada, também argentino e que foi emprestado pelo Fogão, ao Lyon da França, pois é muito melhor.
O Botafogo não fez feio na copa do mundo de clubes, encerrada no domingo 13, mas poderia ter ido mais longe se tivesse no comando um treinador mais inteligente e corajoso. Tudo bem que contra o Paris Saint Germain, atual campeão francês e da Liga dos Campeões da Europa, Paiva escalasse um time mais defensivo, com três volantes no meio de campo e sem nenhum armador, apostando nos contra-ataques. Inclusive, na estreia, o PSG batera o Atlético de Madri por 4 a 0, deixando claro as suas credenciais.
No entanto, ele modificou a maneira de jogar do Botafogo e manteve o time contra esse mesmo Atlético de Madri, se classificando em segundo, na sua chave, após a derrota por 2 a 0. Pior, nas oitavas de final, ao enfrentar o Palmeiras, seu velho conhecido e nenhum bicho papão, foi incapaz de modificar o time, despedindo-se precocemente do torneio, após ser derrotado por 1 a 0. Deixou clara a sua intenção de tentar a sorte na disputa por pênaltis, já que o gol do Palmeiras saiu no final da prorrogação, após um empate nos 90 minutos regulamentares. Na realidade, tínhamos time para ir mais longe, como foi o caso do Fluminense, que adotou a cautela como estratégia, mas sem jamais abdicar da busca pela vitória.
Davide Ancelotti de burro não tem nada, pois sendo italiano, fala um português do Brasil mais do que suficiente para se fazer entender por seus jogadores, o que facilita em muito sua tarefa, pois não precisa de intérpretes. Aliás, cobrou de seus auxiliares diretos, que em um mês aprendam o suficiente para se fazerem entender pelos jogadores. Paiva, apesar de dominar o português, por ser sua língua materna, não conseguiu a empatia tão desejada entre comandante e comandados. Tentou impor uma filosofia de jogo totalmente diferente daquela que já estava memorizada pelos jogadores, filosofia essa que levou o time, em 2024, a ser campeão do Brasileirão e da Libertadores da América. Foi uma passagem curta e desastrosa no comando do Glorioso.
Ancelotti estreou com pé direito, reativou a maneira de jogar do ano passado, ou seja, fez com que o memorizado durante todo o ano de 2024 voltasse à lembrança dos seus comandados. Além do mais, o aprendizado dos anos em que passou como auxiliar técnico de um treinador vencedor, vai ser benéfico para a equipe de Botafogo. Alguns comentaristas já disseram que ele, na realidade, ajudou muito o pai a renovar ideias que já estavam um tanto quanto desgastadas, no dia a dia de Carlo Ancelotti.
Que ele tenha sucesso nessa nova etapa de sua carreira, que traga muitas vitórias e títulos para o Botafogo e que John Textor tenha visão suficiente para, ao final da temporada, renovar seu contrato baseado na sua performance, para não correr o risco de perder treinadores vencedores como foi o caso de Luís Castro e Artur Jorge.

Max Wolosker
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