A Secretaria estadual de Infraestrutura e Obras Públicas (Seiop) divulgou um vídeo, na semana passada, com imagens que mostram as obras do futuro Hospital do Câncer de Nova Friburgo em reta final. Nesta terça-feira, 20, o coordenador regional da pasta, Nami Nassif, confirmou, com exclusividade para A VOZ DA SERRA, que as intervenções já estão mais de 90% concluídas e que, em junho, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, anunciará o término oficial das obras estruturais de adaptação do antigo Centro Adventista de Vida Saudável (Cavs), na Ponte da Saudade.
A partir daí, terá início a segunda etapa do projeto: a entrega do prédio à Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ) que irá dotar a nova unidade de saúde com os equipamentos necessários para seu pleno funcionamento. Ainda segundo Nami, a SES já está se mobilizando para isso. A expectativa é que a inauguração do Hospital Estadual de Oncologia Francisco Faria com o início do atendimento aos pacientes aconteça até o final deste ano.
No mês passado, o secretário estadual de Infraestrutura e Obras Públicas, Uruan Andrade, acompanhado de Nami Nassif, vistoriaram as obras estruturais do futuro hospital e constataram a instalação de geradores de energia e a finalização das intervenções em vários ambientes. O próximo passo será uma nova inspeção das equipes responsáveis pelos setores de exames e de mobiliário. Em março, foram instalados três reservatórios de água, com capacidade de 100 mil litros cada. Cada reservatório, denominado como castelo d'água, pesa cinco toneladas. Primeira unidade especializada no diagnóstico e tratamento de câncer na Região Serrana, o hospital recebeu, até agora, um investimento de R$ 65,3 milhões.
Por enquanto, sem radioterapia
O Hospital do Câncer de Nova Friburgo começará a funcionar sem oferecer o serviço de radioterapia, como esperado. Nami Nassif explicou que por tratar-se de um projeto antigo foi preciso fazer novas adaptações para contemplar a unidade com o serviço de alta complexidade que não pode mais ser realizado em compartimentos revestidos com paredes de chumbo. Para isso o Governo do Estado terá que fazer uma licitação para contratar uma empresa que assumirá a instalação de um bunker de concreto para abrigar o serviço de radioterapia. Essa construção será erguida em uma área do estacionamento do futuro hospital.
O bunker de radioterapia é uma estrutura blindada onde os equipamentos para a realização deste procedimento são instalados. Trata-se de um acelerador linear para proteção dos pacientes e funcionários. Esses bunkers são construídos em espaços dotados com paredes e telhados de concreto armado e pesados para bloqueio total da radiação. As portas são motorizadas e blindadas para garantir a segurança. Um bunker de radioterapia pode custar de R$ 750 mil a mais de R$ 10 milhões.
Ainda segundo o Governo do Estado, a nova unidade de saúde vai começar a funcionar com 48 leitos de enfermaria, dez de CTI, centro cirúrgico com cinco salas, um centro de imagem - com ressonância magnética, tomógrafo, mamógrafo, aparelhos de raio-X e de ultrassonografia -, laboratório para exames de análises clínicas, consultórios e um setor exclusivo para quimioterapia.
O hospital contará também com acessibilidade em toda a sua extensão, com rampas em todos os pavimentos, quatro elevadores internos e um externo, ligando o estacionamento ao hospital. Além disso, a unidade dispõe de um quadro elétrico independente para as salas do complexo cirúrgico, evitando que em caso de queda de energia elétrica o procedimento seja afetado.
“O Hospital Oncológico será um marco não só para a Região Serrana, mas para todo o estado. Será fundamental para diminuir o sofrimento das pessoas que precisam de tratamento especializado e têm que se submeter a viagens longas até a capital ou outras cidades. Com o funcionamento desse hospital, pacientes oncológicos da região e de municípios vizinhos ganharão mais comodidade”, observou o secretário Uruan Andrade.
Uma longa e angustiante espera
A inauguração do Hospital do Câncer é um sonho antigo, principalmente dos pacientes oncológicos. A pedra fundamental da obra foi lançada em 2012. A partir de então, o projeto sofreu diversas alterações. Além disso, a obra foi paralisada algumas vezes devido a embargos judiciais, saques e até incêndios. Os serviços de adaptação das antigas instalações do Cavs no futuro hospital de oncologia foram retomados em 2022. A última previsão de entrega das obras era este primeiro trimestre de 2025. Inicialmente, a conclusão dos serviços estava prevista para o final do ano de 2024, mas houve atrasos para instalação e readequação de todo o complexo.
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