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Vivas para a Marilda

terça-feira, 09 de junho de 2020

No último domingo, 7, junto aos familiares, a simpática Marilda Frez (foto) comemorou antecipadamente mais um aniversário. Na verdade, ela estreia a nova idade hoje, 9. Por isso, esta coluna se une ao marido da Marilda, o Leonardo, assim como mãe Maria Judith, irmãos Valdecir, Altair, Beto, Vanda, Graça, Carlinhos e demais familiares, para deseja-la inúmeras felicidades.

Dez anos de união

No último domingo, 7, junto aos familiares, a simpática Marilda Frez (foto) comemorou antecipadamente mais um aniversário. Na verdade, ela estreia a nova idade hoje, 9. Por isso, esta coluna se une ao marido da Marilda, o Leonardo, assim como mãe Maria Judith, irmãos Valdecir, Altair, Beto, Vanda, Graça, Carlinhos e demais familiares, para deseja-la inúmeras felicidades.

Dez anos de união

O querido casal Bruno França Silva Tuller (ele do Corpo de Bombeiros de Nova Friburgo) e Marcella Schuabb Tuller Silva que é bancária, atingiu ontem, 8, uma bela e importante marca: dez anos de feliz união matrimonial, portanto Bodas de Estanho.

Há pouco mais de um ano, eles receberam um presente super especial: a filha Maria. Essa linda família merece os parabéns com louvor.

“Da” ou invés de “De”

Lamentavelmente, como já visto recorrentemente em épocas de grandes adversidades em que a população mais precisa da classe política, nos submetemos a mais uma.

Pelo visto, até que fosse estancada a situação, o tal hospital de campanha estava muito mais para o hospital da campanha (eleitoral).

Com novas idades

O último sábado, 6, foi de parabéns para dois queridos amigos: o médico veterinário Paulo Roberto Pecly e o profissional da área de seguros Jonas Bié Fernandes, ambos aí nas fotos. O Pecly completou seu 68°aniversário e o Bié chegou ao seu meio século de vida. Viva eles!

Aniversariantes do dia

Na onda dos parabéns pra você, hoje, 9, o coro animado vai para duas figuras especiais. Enviamos abraços de felicitações ao empresário Minelvino Antonio Gonçalves Neto e ao ex-comandante do 11° BPM, coronel Eduardo Vaz Castelano, que estreiam novas idades hoje. Salve eles!

Vivas para a Elisabeth

Mesmo não podendo comemorar com gostaria, rodeada de parentes e amigos, a querida Elisabeth Ruiz de Castro, atuante presidente do Rotary Clube Nova Friburgo Imperador aniversariou no último domingo, 7, e por isso, as muitas manifestações virtuais de carinhos e felicitações que recebeu pela data, juntamos os nossos desejos de felicidades mais e mais para ela.

Alô, porteiros!

Como existem as datas comemorativas para tudo, uma laboriosa classe não poderia ficar de fora.

Hoje,  9, é o “Dia do Porteiro” e em razão dessa satisfação nossas saudações a todos que atuam em prédios, condomínios, indústrias, empresas, clubes e todos os lugares que necessitam de seus importantes serviços.

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    Vivas para a Marilda

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    Com Idades novas (Paulo R. Pecly e Jonas Bié Fernandes)

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A simplicidade das maritacas e a poesia

segunda-feira, 08 de junho de 2020

Nestes tempos de pandemia, o pensamento reage como forma de apreender este momento tão estranho e absurdo. A filosofia, então, espalhada pelos tetos e paredes da casa, revela o espanto que nós, sujeitos tão bem capacitados e informados, temos fragilidade ante um vírus, um micro-organismo, que nos ameaça abater com tamanha eficiência e rapidez. Enquanto indefesos reféns, precisamos aceitar que estamos numa terrível guerra, mais ameaçadora das que se utilizam de bombas para atacar um inimigo visível e conhecido. O Covid 19 é um invisível desconhecido.

Nestes tempos de pandemia, o pensamento reage como forma de apreender este momento tão estranho e absurdo. A filosofia, então, espalhada pelos tetos e paredes da casa, revela o espanto que nós, sujeitos tão bem capacitados e informados, temos fragilidade ante um vírus, um micro-organismo, que nos ameaça abater com tamanha eficiência e rapidez. Enquanto indefesos reféns, precisamos aceitar que estamos numa terrível guerra, mais ameaçadora das que se utilizam de bombas para atacar um inimigo visível e conhecido. O Covid 19 é um invisível desconhecido. Estamos em plena batalha biológica que pegou o mundo com surpresa, tão diabólica que ainda mal sabemos como nos defender. Num redemoinho de preocupações, informações e questionamentos, sem conseguirmos compreender o significado dos acontecimentos, inéditos em nossas vidas, buscamos na filosofia, na história, na biologia e em ciências afins um conhecimento que amenize a angústia ante o incógnito. 

Eu, particularmente, cheguei a ler a respeito do sistema solar, da Via Láctea e da amplitude do universo para me deparar com outra questão mais complexa ainda. Quem somos nós? Afinal de contas, fazemos parte de um universo misterioso e chegamos a ser ainda bem menores do que o Covid 19, este ser microscópico que tanto nos atormenta! Ah, é uma questão transcendental à realidade factual, que precisamos nos debruçar sobre a metafísica. 

Aí, sorrateiramente, surge-me a poesia, que descreve empiricamente o que somos, como vivemos e o que podemos fazer dos nossos dias. Estava caminhando pelo meio da mata, mergulhada na natureza e conversando com pensamentos controversos, tentando entender um emaranhado de circunstâncias e informações, repentinamente, uma revoada de   maritacas passou sobre mim, indo de um lado a outro, piando, fazendo estardalhaço entre as copas das árvores, brincando com a vida. Parei e observei aquele modo simples e espontâneo de ser feliz. Um esbanjamento! Ah, como a alegria pode estar tão perto de nós, como as aves estavam de mim. As aves são seres ameaçados por doenças, incêndios na mata, predadores, ventanias, tempestades. São criaturas muito mais desabrigadas do que nós! 

Repentinamente, eu me senti carregada pelo poema Instantes, de autoria incerta, frequentemente atribuída ao escritor argentino Jorge Luiz Borges:

Se eu pudesse viver novamente a minha vida,

na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade

Bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais,

contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,

nadaria em mais rios.

Iria em mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos letilha,

teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveram sensata e produtivamente

cada minuto da sua vida; claro que tive momentos de alegria.

Mas se pudesse voltar a viver, começara a andar descalço no começo da primavera e

continuaria assim até o fim de outono.

Daria mais voltas na minha rua,

contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças,

se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, como sabem, tenho 85 anos

e sei que estou morrendo.  

Quando voltei para casa e escutei o noticiário da televisão tomado por estatísticas e notícias atualizadas do vírus, perguntei-me de que vale ter o conhecimento de tantas questões, se a vida nos afasta do que é mais simples. Certamente, naquele momento, as maritacas me foram mais esclarecedoras do que qualquer explicação científica. Quando retornarmos à vida, pelo menos eu, vou valorizar ao momento de saborear uma tangerina, tanto quanto visitar a Torre Eiffel.

 

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Inventário

sábado, 06 de junho de 2020

Diante da inesperada repercussão das notinhas publicadas na edição de sexta-feira, 5, a respeito do fluxo de recursos relacionados ao combate ao coronavírus em Nova Friburgo, a coluna achou por bem quebrar alguns protocolos e fazer um apanhado completo desses números, divididos em cinco categorias: receitas; despesas custeadas com recursos da União; despesas custeadas com recursos do Estado; processos em fase inicial e receitas de incrementos de Média e Alta Complexidade (MAC) e do Piso de Atenção Básica (PAB).

Diante da inesperada repercussão das notinhas publicadas na edição de sexta-feira, 5, a respeito do fluxo de recursos relacionados ao combate ao coronavírus em Nova Friburgo, a coluna achou por bem quebrar alguns protocolos e fazer um apanhado completo desses números, divididos em cinco categorias: receitas; despesas custeadas com recursos da União; despesas custeadas com recursos do Estado; processos em fase inicial e receitas de incrementos de Média e Alta Complexidade (MAC) e do Piso de Atenção Básica (PAB).

As duas primeiras categorias já haviam sido publicadas, mas serão repetidas aqui a fim de agrupar todos os dados numa única coluna.

Receitas

Entre as receitas, o Palácio Barão de Nova Friburgo registra o recebimento, a partir da União, de R$ 3.485.241,99 no dia 9 de abril. Desses, R$ 1.140.630,60 somam o total de despesas empenhadas, com saldo de R$ 2.344.611,39.

Em seguida, no dia 14 de abril, pingaram no caixa do governo municipal R$ 4.448.211,58 vindos do governo estadual, representando mais uma parcela do total de R$ 18 milhões repassados como superávit do Finansus. Nesse caso as despesas empenhadas alcançam R$ 3.647.236,68, com saldo de R$ 800.974,90.

No dia 17 de abril o governo estadual repassou mais R$ 1 milhão, para a montagem de quatro centros de triagem. O valor foi investido integralmente.

Já no dia 27 de abril a União repassou mais R$ 54.974,28 a serem investidos no enfrentamento da Covid-19, mais especificamente no Centro de Nefrologia. O valor ainda não foi empenhado, e consta integralmente como saldo.

Por fim, no dia 1º de junho a União repassou mais R$ 1.440.000 para a habilitação de leitos de unidade de terapia intensiva. O valor ainda não foi empenhado e consta como saldo.

Despesas custeadas com recursos da União

Entre as despesas custeadas com recursos da União, o processo 30.328/2018, para estrutura de montagem (registro de preços) para postos de saúde, UPA e hospitais, encontra-se empenhado com contrato. O valor empenhado é de R$ 212.990,00, mas ainda não foi pago.

O processo 6537/2020, por sua vez, data de 18 de março e tem como objeto a aquisição de material de médico para toda a rede. O valor empenhado de R$ 62.904,20 ainda não foi pago.

Ainda entre as despesas custeadas com recursos federais, o processo 6658/2020, de 26 de março, tem por objeto a aquisição de detergente enzimático para a Maternidade e o Raul Sertã. O valor empenhado, de R$ 2.040 ainda não foi pago.

Em seguida temos o processo 6698/2020, datado de 2 de abril, que tem por objeto suprir a fórmula l Glutamina para o Raul Sertã. O valor empenhado, de R$ 3.588 ainda não foi pago.

Encerrando as despesas custeadas por Brasília estão os processos 6660/2020 e  6662/2020, ambos de de 26 de março. O primeiro tem por objeto aquisição de material de limpeza para toda a rede, ao passo que o segundo tem por objeto a limpeza hospitalar do Hospital Raul Sertã.

Ambos se encontram em fase de confecção de NAD. O primeiro, no valor de R$ 276.073,46; o segundo no montante de R$ 583.034,94, valores estes que, naturalmente, ainda não foram pagos.

Despesas custeadas com recursos do Estado

As despesas custeadas com recursos repassados pelo Palácio Guanabara têm início com o processo 6654/2020, de 20 de março, para “aquisição de EPI para prevenção do coronavírus em toda a rede municipal de saúde pública e também na prefeitura. O valor empenhado foi de R$ 2.353.961,42, e o valor efetivamente pago foi de R$ 1.765.826,00.

A seguir há o processo 6662/2020, de 26 de março, para limpeza hospitalar do Raul Sertã. O processo encontra-se em fase de confecção de Nota de Autorização de Despesa (NAD), em valor de R$ 135.775,26. Ainda não houve valor empenhado ou pagamento.

Há, por fim, o processo 6997/2020, de 22 de abril, para aquisição de máscaras de barreira a serem distribuídas à população friburguense. O valor empenhado foi de R$ 2.157.500,00, mas ainda não foi feito pagamento.

Processos em fase inicial

O processo 6778/2020 foi aberto no dia 8 de abril para a aquisição de três respiradores, a serem incorporados de maneira permanente ao patrimônio do Hospital Raul Sertã. O processo atualmente aguarda a definição do valor da despesa.

O processo 6829/2020, por sua vez, foi aberto no dia 14 de abril para aquisição de termômetros e oxímetros para toda a rede municipal. No momento encontra-se em fase de cotação na Secretaria de Infraestrutura e Logística.

Seis dias mais tarde foi aberto o processo 6965/2020 para contratação de cinco médicos através de RPA, que neste momento aguarda instrução processual.

A seguir, no dia 28 de abril, foi aberto o processo 7064/2020, para aquisição de teste rápido Covid para o Hospital Raul Sertã. No momento este processo está aguardando a empresa enviar as certidões.

O processo 7347/2020 foi aberto no dia 8 de maio para aquisição de “Material médico II: filtro mecânico Hepa; aerocâmera retrátil para terapia com aerossol através de respiradores e sistema fechado de aspiração traqueal; filtro ventilação mecânica tipo HMEF pediátrico; caso para cadáver grande e saco para cadáver pequeno”. Este processo também está em fase de cotação na Secretaria de Infraestrutura e Logística.

Os processos 7633/2020, para aquisição de “máscara área Covid”; 7654/2020, para aquisição de poltrona hospitalar; e 7662/2020, para aquisição de 20 biombos estão todos em fase de cotação na Secretaria de Infraestrutura e Logística, e a coluna não conseguiu apurar suas datas de abertura.

Por fim, no dia 22 de maio foi aberto o processo 7664/2020 para aquisição do medicamento Tocilizumare, e este processo também encontra-se em fase de cotação.

Receitas - Incrementos MAC e PAB

As receitas de incrementos de Média e Alta Complexidade (MAC) e do Piso de Atenção Básica (PAB) são todas procedentes da União, e estão distribuídas em cinco portarias do Ministério da Saúde: três referentes a MAC, e duas ao PAB.

A primeira portaria de incrementos de Média e Alta Complexidade data de 9 de janeiro de 2020, no valor de R$ 4 milhões.

No dia 8 de abril outra portaria acrescentou mais R$ 1 milhão, e desse montante foram gastos R$ 3.576.808,05, restando saldo de R$ 1.423.191,95. Também para Média a Alta Complexidade foi recebido o montante de R$ 1.150.000 no dia 5 de maio, e estes recursos ainda não foram gastos.

Com relação ao Piso de Atenção Básica (PAB), no dia 24 de abril foram recebidos R$ 500 mil, e no dia 22 de maio foi recebido mais R$ 1 milhão. Nenhum dos dois recursos havia sido gasto até o fechamento desta apuração.

Saldos

Na última quinta-feira, 4, o saldo disponível para o enfrentamento da Covid-19 era de R$ 4.640.560,57. Somando-se a esse valor o saldo dos incrementos, o valor disponível para o combate à Covid-19 até quinta-feira, 4, era de R$ 8.713.752,52.

Cabe salientar, no entanto, que cada valor recebido pelo Fundo Municipal de Saúde está vinculado a uma portaria do Ministério da Saúde, ou a uma Resolução do Estado do Rio de Janeiro que orienta a execução da despesa.

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Prefeitura dá a largada para a construção da rodoviária na Rua Alberto Braune

sábado, 06 de junho de 2020

Edição de 6 e 7 de junho de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes

Edição de 6 e 7 de junho de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes

  • Estação Rodoviária Interestadual - A Prefeitura de Friburgo receberá propostas, até o dia 8, para a construção de moderna e funcional Estação Rodoviária, no terreno da Rua Alberto Braune, lado norte da sede do Executivo Municipal. Os termos da concorrência pública constam do órgão oficial 154, de 23 de maio de 1970.
  • Reimplantada pelo INSS a assistência médico-hospitalar dos previdenciários - Devido ao absoluto fracasso do Plano Nacional de Saúde, nesta região, assumiu novamente os encargos de assistência aos seus associados o Instituto Nacional de Previdência Social. O fato do INPS ter assumido o controle do serviço agradou aos contribuintes, cansados de serem mal servidos pelo tal "Plano" embora descontando boa parcela. Mesmo com os naturais embaraços da implantação, espera-se que tudo seja normalizado e a assistência médico-hospitalizar funcione a contento. Uma coisa não pode ser contestada: o falecido Plano de Saúde, que somente serviu a um reduzido grupo de felizardos e outro bem maior de aproveitadores, teve o fim merecido. E agora, João!
  • Governador Geremias de Mattos Fontes - A autoridade máxima de nosso Estado confirma que ficará no posto de comando até o último dia do seu mandato e que presidirá o pleito como verdadeiro magistrado. O gesto de desprendimento do jovem administrador da terra fluminense vem calando muito bem nos redutos da alta política e administração brasileira.
  • Sem lógica e sem nexo, a obrigatoriedade imediata, da venda do leite em saquinhos de plástico -Tal medida apenas satisfaz aos interesses comerciais, já que o decreto federal que regula essa ação situa o problema sem a rigidez que se quer atribuir. Proceder a ordenha no interior, conduzir o leite para a Guanabara, para de lá trazê-lo empacotado pela cooperativa Vigor, não passa de um recurso comercial para afastar o pecuarista da sua zona de distribuição comum. Estamos empenhados no esclarecimento do momentoso assunto. A obrigatoriedade do leite empacotado, sem que na nossa região exista ainda o maquinismo necessário, importa no acréscimo de 50 cruzeiros antigos, por litro. Devido a dificuldades na aquisição das máquinas para o empacotamento, em nenhum município vizinho e nem na Guanabara, São Paulo e Niterói, o fornecimento está sendo feito em consonância com o decreto federal.
  • Leite empacotado… Friburgo continua recebendo boa quantidade da Cooperativa de Macuco, organização que vem servindo ao povo. Tendo o Governo Federal tornado obrigatória a venda de leite em pacotes invioláveis, uma outra cooperativa propôs cumprir o decreto, de imediato, desde que a municipalidade proibisse a entrega do produto a granel, como vem sendo feito e deveria continuar até que o maquinário destinado a exigência fosse entregue aos produtores. Permita-se, então, que a nova fornecedora venda o leite como queira e entenda. Nunca, porém, com proibições extemporâneas. Para que possa ser bem cumprida a promessa da concorrente, o leite terá que viajar do local da ordenha até o Rio de Janeiro e de lá voltar empacotado e congelado para o consumo friburguense, custando as idas e vindas, no mínimo a bagatela de cinquenta cruzeiros antigos por litro. Quem pagará essas despesas? A cooperativa Vigor, além do mais cobrará as despesas do invólucro, embora esteja disposta a sacrificar seus interesses para ajudar na concorrência a conquista do mercado de Friburgo.

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Norberto Rocha (7); Luiz Antonio Ennes Cariello (8); Eduardo Antonio Nogueira (9); Frederico Sichel e Antonio Lima – Manga (11); Geraldinho Ventura e Antônio Roberto de Oliveira (12).

 

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Edição de 6 e 7 de junho de 1970
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O jornalista é um libertário por natureza e pela convicção de sua própria natureza

sábado, 06 de junho de 2020

Sou filho das Diretas Já. Nasci em meio àquela luta por democracia, liberdade, tolerância. Quando o verde amarelo pertencia aos brasileiros e não a um grupo que se autointitulou proprietário da pátria, como se o modo deles fosse o único de ser patriota. A bandeira brasileira é dos brasileiros, de todos os brasileiros. Não há escolhidos para serem melhores do que os outros, ou donos uns dos outros. Pedaços de Brasil podem até ter donos, mas o Brasil é de todos os brasileiros.

Sou filho das Diretas Já. Nasci em meio àquela luta por democracia, liberdade, tolerância. Quando o verde amarelo pertencia aos brasileiros e não a um grupo que se autointitulou proprietário da pátria, como se o modo deles fosse o único de ser patriota. A bandeira brasileira é dos brasileiros, de todos os brasileiros. Não há escolhidos para serem melhores do que os outros, ou donos uns dos outros. Pedaços de Brasil podem até ter donos, mas o Brasil é de todos os brasileiros.

São nossas atitudes que separarão o joio do trigo, ou melhor, a terra da mandioca. Sempre foi assim. Uma hora chegará o momento do julgamento, não para condenar o passado, mas para fazer um novo futuro. É preciso aceitar que as atitudes de nossos antepassados nos tornaram todos ladrões, exceto os índios (vítimas) e os africanos (sequestrados). Não basta a história ser contada por esse ponto de vista, é preciso vivenciá-la com interpretação profunda não apenas dos fatos, mas com olhar jornalístico. 

Sou jornalista por formação. Fui formado exatamente quando o judiciário interferiu em desfavor da notícia, do profissionalismo e abriu espaço para repórteres de ocasião. E, justamente a decisão veio para inaugurar esses tempos em que redes sociais se tornaram campo de batalha de verdades absolutas, nascendo assim as Fake News. É meia verdade dizer que as redes sociais democratizaram a informação. Basta ver o valor de patrocínio cobrado por essa e aquela plataforma para impulsionar publicações. 

Aliás, é preciso estar atento: ninguém patrocina volumosamente suas postagens sem a intenção de vender ou se vender como bom produto. Em tempos de pandemia, essa simples observação já mostra muita coisa sobre quem é quem no jogo do poder. Que emana do povo... Que engana o povo! O tempo, no entanto, trata de separar os que são forjados pelo juramento de servir e transformar, daqueles que não tem qualquer compromisso para além de seus próprios umbigos que perseguem poder e fama momentânea. 

O jornalista, o verdadeiro jornalista, é um libertário por natureza e pela convicção de sua própria natureza. Uma natureza sensível e acolhedora. Uma convicção observadora de libertar mais do que a verdade, mas a transformação em benefício da sociedade. Opressão e jornalismo são antagônicos, para não dizer rivais, inimigos mortais que jamais serão parceiros. 

A liberdade está tão intrínseca ao jornalismo que quando falta, acaba por burlar a tentativa da verdade. De tal maneira que a liberdade é o mais importante instrumento de trabalho do jornalista e nenhuma outra profissão, nenhum outro setor como a imprensa, depende tanto da liberdade para se realizar.  

Em todos os tempos obscuros – não nos enganemos, estamos em tempos obscuros, de novo – a imprensa corajosa foi fundamental para resistir e transformar. Assim, repito meu automanual: o jornalismo exige, acima de tudo, sensibilidade. Não pode ser um mero relator de acontecimentos. 

E tem desafios que beiram o sobre-humano: deve ver poesia, sem se tornar poeta; deve fazer artes, sem ser artista; deve ensinar, sem ser professor; deve revisitar e entender a história, sem ser antropólogo; deve apostar na ciência, sem ser cientista; deve lutar pelo que acredita, sem ser militante. Deve, acima de tudo se abster, sem ser omisso. Nada de ser candidato a Clark Kent - mas se for necessário heroísmos – que assim seja para manter a imprensa livre para si, para os demais, para os que virão e para o povo.  

 

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Hipocrisia

sexta-feira, 05 de junho de 2020

Para pensar:
"Quando você tem mais confiança em si mesmo, você é automaticamente mais tolerante.”
Hélio Gracie

Para refletir:
“A verdadeira função do homem é viver, não existir. Eu não gastarei os meus dias a tentar prolongá-los. Usarei o meu tempo."
Jack London

Hipocrisia

Para pensar:
"Quando você tem mais confiança em si mesmo, você é automaticamente mais tolerante.”
Hélio Gracie

Para refletir:
“A verdadeira função do homem é viver, não existir. Eu não gastarei os meus dias a tentar prolongá-los. Usarei o meu tempo."
Jack London

Hipocrisia

Mesmo em meio a tantos assuntos de tão grande relevância, temos sido obrigados a tratar de episódios envolvendo organizações sociais e gestão terceirizada de recursos da Saúde, pelos motivos aos quais infelizmente já estamos habituados.

A postura do Instituto Unir Saúde em relação a seus ex-funcionários, por exemplo, é definitiva para lançar por terra a hipocrisia de continuarmos tratando tais organizações como se não tivessem fins lucrativos.

Quase sempre

E o que dizer do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), que teve seu contrato com o governo estadual rompido após o surgimento da notícia de que que os 500 aparelhos que a OS estava comprando não eram respiradores, mas carrinhos de anestesia que não atendem às necessidades dos hospitais de campanha?

Evidentemente a coluna não está generalizando, mas apenas se curvando à evidência de que, na grande maioria dos casos, a gestão terceirizada da saúde pública tem sido a senha para alguns bons serviços no início dos contratos, e muitos problemas no fim deles.

Que tal?

Diante do quadro desenhado em linhas gerais pelas relações que sustentam tais parcerias, parece bastante coerente que determinado tipo de político seja entusiasta desse tipo de terceirização.

E é válido observar que nosso leque de pré-candidatos a prefeito também está representado nesse sentido.

Aí cabe perguntar ao leitor: já imaginou se em vez de UPA e Hospital de Campanha estivéssemos falando do Raul Sertã ou da Maternidade?

E aí, que tal?

Contabilidade

Muito tem sido falado a respeito dos recursos envolvendo o combate à Covid-19 em nosso âmbito municipal.

E não é para menos.

Afinal, são muitos repasses de esferas superiores, muitos investimentos não previstos em orçamento, e ainda temos todos as lembranças do que se passou por aqui em 2011.

Enfim, todo cuidado e toda transparência são poucos.

Nesse sentido, a coluna passa a dividir com os leitores alguns números oficiais importantes.

Receitas (1)

Entre as receitas, o Palácio Barão de Nova Friburgo registra o recebimento, a partir da União, de R$ 3.485.241,99 no dia 9 de abril. Desses, R$ 1.140.630,60 somam o total de despesas empenhadas, com saldo de R$ 2.344.611,39.

Em seguida, no dia 14 de abril, pingaram no caixa do Governo Municipal R$ 4.448.211,58 vindos do governo estadual, representando mais uma parcela do total de R$ 18 milhões repassados como superávit do FinanSUS. Nesse caso as despesas empenhadas alcançam R$ 3.647.236,68, com saldo de R$ 800.974,90.

Receitas (2)

No dia 17 de abril o governo estadual repassou mais R$ 1 milhão, para a montagem de quatro centros de triagem. O valor foi investido integralmente.

Já no dia 27 de abril a União repassou mais R$ 54.974,28 a serem investidos no enfrentamento da Covid-19, mais especificamente no Centro de Nefrologia. O valor ainda não foi empenhado, e consta integralmente como saldo.

Por fim, no último dia 1º, a União repassou mais R$ 1.440.000 para a habilitação de leitos de unidade de terapia intensiva. O valor ainda não foi empenhado e consta como saldo.

Despesas (1)

Entre as despesas custeadas com recursos da União, o processo 30.328/2018, para estrutura de montagem (registro de preços) para postos de saúde, UPA e hospitais, encontra-se empenhado com contrato. O valor empenhado é de R$ 212.990,00, mas ainda não foi pago.

O processo 6537/2020, por sua vez, data de 18 de março e tem como objeto a aquisição de material médico para toda a rede. O valor empenhado de R$ 62.904,20 ainda não foi pago.

Despesas (2)

Ainda entre as despesas custeadas com recursos federais, o processo 6658/2020, de 26 de março, tem por objeto a aquisição de detergente enzimático para a Maternidade e o Raul Sertã. O valor empenhado, de R$ 2.040 ainda não foi pago.

Em seguida temos o processo 6698/2020, datado de 2 de abril, que tem por objeto suprir a fórmula l_Glutamina para o Raul Sertã. O valor empenhado, de R$ 3.588 ainda não foi pago.

Despesas (3)

Encerrando as despesas custeadas por Brasília estão os processos 6660/2020 e  6662/2020, ambos de 26 de março.

O primeiro tem por objeto aquisição de material de limpeza para toda a rede, ao passo que o segundo tem por objeto a limpeza hospitalar do Raul Sertã.

Ambos se encontram em fase de confecção de NAD. O primeiro, no valor de R$ 276.073,46; o segundo no montante de R$ 583.034,94.

Valores estes que, naturalmente, ainda não foram pagos.

Continua...

Nos próximos dias a coluna dividirá com os leitores outros dados importantes a esse respeito.

Por ora, complementando os esforços em prol da transparência, registramos que o vereador Joelson do Pote protocolou projeto de lei ordinária com a intenção de estabelecer “a obrigatoriedade de publicação pelo Poder Executivo, no site oficial da prefeitura, através do Portal da Transparência e nos boletins epidemiológicos de todas as informações atualizadas e detalhadas acerca dos leitos de enfermaria e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) utilizados em decorrência da pandemia da Covid-19”.

Dados

A redação da matéria demanda dados atualizados sobre “quantidade de leitos de enfermaria ocupados para o atendimento aos pacientes com Covid-19; quantidade de leitos de enfermaria disponíveis para o atendimento aos pacientes com Covid-19; quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados para atendimento aos pacientes com Covid-19; quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para atendimento aos pacientes com Covid-19; quantidade de leitos de enfermaria ocupados para o atendimento aos pacientes com Covid-19 na ala infantil; quantidade de leitos de enfermaria disponíveis para o atendimento aos pacientes com Covid-19 na ala infantil.”

Apoio irrestrito

A coluna não apenas apoia enfaticamente a iniciativa, crucial para que possamos orientar corretamente as políticas públicas no momento de retomada gradativa da atividade econômica, como também convida a rede particular a tomar parte voluntariamente neste esforço.

Precisamos, mais do que nunca, de informações atualizadas e precisas que sejam capazes de fundamentar a tomada de decisões.

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Mortes por Covid-19

sexta-feira, 05 de junho de 2020

Números de cartório, através do Portal da Transparência da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) mostram 18 mortes a mais por Covid-19 (42 x 24) em Nova Friburgo, em comparação ao último boletim oficial divulgado pelo município.

Números diferentes

Números de cartório, através do Portal da Transparência da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) mostram 18 mortes a mais por Covid-19 (42 x 24) em Nova Friburgo, em comparação ao último boletim oficial divulgado pelo município.

Números diferentes

Nesse mesmo boletim municipal, havia três mortes suspeitas. Os dados de totais de morte pelo registro civil nacional vão de 16 de março —quando houve a primeira morte por Covid-19 no Brasil— a 4 de junho. Por esses registros, a última morte por Covid-19 no município foi no dia 29 de maio.

Atraso nos dados

É preciso considerar, porém, que os cartórios têm até 13 dias para atualizar os dados. A família do falecido tem até 24 horas após a morte para registrar o óbito em cartório com a causa de morte assinada por um médico. O cartório, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro de óbito, e depois até oito dias para enviar o ato feito à Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional).

Formato

Também é importante esclarecer que para essas estatísticas é considerada a causa mencionada na última linha da certidão de óbito. Assim, além da Covid-19 declarada como causa suspeita ou confirmada, se avaliam outras causas relacionadas à doença por coronavírus.

Subnotificação

Outros dados dos cartórios levantam preocupação quanto aos reflexos de uma possível subnotificação. Quatro óbitos foram assinados como doença respiratória indeterminada. No ano passado não houve nenhum registro do tipo. Foram 62 mortes por pneumonia, sendo dez a mais na comparação com o mesmo período do ano passado: 16 de março e 4 de junho.

Faixas etárias

Mais do que dobrou o aumento de falecimentos na faixa etária de 50-59 anos (20 x 9) e saltou de 32 para 43 as mortes entre 70 e 79 anos. Justamente as duas faixas com mais óbitos pela Covid-19. Pelos registros de cartórios, não houve morte pela Covid-19 em pessoas com menos de 40 anos de idade.

Mais mortes

Quanto as demais doenças respiratórias, houve pequena queda em mortes por insuficiência respiratória (32 x 27) e por septicemia (60 x 52). No número de óbitos por demais causas que não respiratórias, Nova Friburgo registrou no período 189 mortes em 2019 ante 177 em 2020. Somadas, Nova Friburgo teve aumento de mortes: 333 em 2019, contra 364 em 2020.     

Vitor Ferraz

Uma super live aguarda os friburguenses acostumados com as apresentações do sertanejo Vitor Ferraz. Ele completa dez anos de carreira e fará uma apresentação especial no seu canal no YouTube neste sábado, 6, às 15h. Uma grande estrutura foi montada, com todos os protocolos de saúde para um show consciente.

Show de solidariedade

Vitor Ferraz aproveitará o evento para arrecadar doações que serão revertidos em benefício de quem precisa. Um QR Code estará disponível para a ação que já começou com a doação de patrocinadores. Segundo o cantor, é importante a ação local, já que as doações arrecadadas nas grandes lives nacionais dificilmente chegam a Nova Friburgo.

Palavreando

“A angústia parece morar no estômago. Entoo mais do que nunca o mantra: "mais coração, menos estômago. Mais coração, menos estômago. Mais coração, menos estômago..." A angústia quer ser vomitada. O organismo busca expulsá-la como sugere quando o alimento não faz bem. A alma não deixa. Tento religar minha alma ao meu corpo. Meu coração à minha mente. Mas está tudo tão desconexo. Eu sei que minha alma está ali, num canto qualquer de mim. Meu coração pulsa, e, se faz mais acelerado para mostrar para mim que ainda está ali - vivo e pleno”.

 

 

Foto da galeria
Propaganda de 1948 em uma revista de circulação nacional do arquivo da Biblioteca Nacional exalta os motores mais potentes e registra a viagem para Nova Friburgo que, durava três horas e 40 minutos, em média, e passou a ser feita em três horas. Essas e outras curiosidades podem ser conferidas no perfil Nova Friburgo Antiga, no Instagram
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Castelo de areia

sexta-feira, 05 de junho de 2020

Hoje me permitirei a paráfrase. De mim mesma. Das minhas próprias palavras publicadas. Muita coisa continua igual, infelizmente, embora o cenário esteja ainda pior. Em fevereiro de 2018, nesta coluna, publiquei um texto intitulado “O mundo não é bipolar”. E continua não sendo, embora a dicotomia se mostre absolutamente presente em algumas estruturas de pensamento, a meu ver, humildemente, limitadas.

Hoje me permitirei a paráfrase. De mim mesma. Das minhas próprias palavras publicadas. Muita coisa continua igual, infelizmente, embora o cenário esteja ainda pior. Em fevereiro de 2018, nesta coluna, publiquei um texto intitulado “O mundo não é bipolar”. E continua não sendo, embora a dicotomia se mostre absolutamente presente em algumas estruturas de pensamento, a meu ver, humildemente, limitadas.

Somos hoje o triste epicentro da crescente curva de contaminados e mortos da pandemia provocada pelo coronavírus. Nenhum dos nossos vizinhos se depara com tamanho desafio e os números absolutos de vítimas passam longe de nós. Somos parte de um país absolutamente desigual. Nossa desigualdade histórica, estrutural, abissal e das mais diversas ordens vem se agravando nesse momento. E infelizmente há quem siga teimando em ampliar as lacunas e evidenciar lados, fomentando ainda mais as disparidades sociais seríssimas que experienciamos e enaltecendo uma guerra de lados cujos perdedores somos todos nós.

Repito: que enfadonha essa tentativa de dividir o posicionamento e as opiniões das pessoas em esquerda ou direita, certo ou errado, bem ou mal, sim ou não, como se não existissem plúrimas visões e interpretações sobre os mesmos fatos, como se a vida devesse ser necessariamente polarizada. Não deveria. Mas às vezes tem sido. É enfadonha, aliás, a própria necessidade de se ter opinião sobre tudo quando o que se faz necessário em um cenário atipicamente caótico como o atual é aparato técnico-científico, pesquisa, estudo de credibilidade, fonte fidedigna e verdadeira de conteúdo sério produzido por quem tem expertise para tanto.

Não é porque você está certo que eu estou errada. E vice-versa. Tudo tem mais de um lado, que não só o seu ou o meu. Há liberdade de pensamento, de crenças, de ideologias políticas, de filosofia de vida, embora tanta gente teime em categorizar a vida em apenas dois lados. Não é bem assim, não é sempre assim. Ou não deveria ser. Mas há momentos em que as divergências não podem ser o ponto central da questão, simplesmente porque não vão resolver as mazelas sociais, não apresentarão respostas às questões sérias que envolvem vidas humanas.

O que achamos ou deixamos de achar, se não for impactar positivamente nas vidas das pessoas, passa a ser pensamentos lançados ao vento sem nenhuma eficácia prática. Precisamos de soluções concretas, pensamentos voltados para o que interessa, pois se chega a um ponto em que valores intransponíveis estão em jogo: vidas humanas. Não dá para brincar, não é possível resetar a partida, bagunçar o tabuleiro, parar de jogar.

Não é a imprensa. Não é culpa do professor. Não é o político X, o filósofo Z ou o amigo Y. Não somente. É a bagagem de vida, são os pensamentos, os valores, as vivências que livremente fazem parte de nossas existências e nos transformam no que somos: seres múltiplos, complexos, diferentes. E de nada adiantarão se não puderem transformar esse ambiente compartilhado chamado Planeta Terra.

A vida polarizada tem se mostrado deveras triste. O vírus está entre nós. Matando nossa gente. Corroendo nossas bases. Evidenciando nossas feridas. Causando falta de ar. Falta de tudo. E ainda assim, vale o bate-boca, a guerra de perdedores, a disputa de egos, a irresponsabilidade desvairada. Vergonha alheia que não tem mais fim. Não se consegue focar no combate à pandemia com a seriedade e devida importância que a situação impõe. O vírus fez morada por aqui e se deparou com um ambiente fértil de propagação: desordem, descaso, despreparo, desunião, desmando, deboche, desumanidade.

Enquanto isso, nosso povo vai perecendo, as pessoas vão morrendo e as ausências jamais serão supridas. Há muita batalha. Há aqueles que estão lutando com suas próprias vidas para salvar a de outros. Há os que se solidarizam. Os que buscam alternativas. Os que estendem mãos. Os que pensam em saídas. Que pensam no próximo. Que pensam nas vidas.

E há os que quando não indiferentes, riem e se aproveitam disso tudo que está aí. Palavras ao vento. Castelo de areia. Que pena.

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Especial Sala de Aula I - Educação financeira e conceitos básicos

sexta-feira, 05 de junho de 2020

O tempo passa rápido e hoje atingimos a marca da 30ª edição desta coluna. Parece que começamos ontem; mas muito conhecimento já passou por aqui e com certeza ainda temos muito conteúdo para aprender. Logo nas primeiras semanas como colunista deste jornal, decidi criar um quadro curto, com conceitos de educação financeira indispensáveis ao conhecimento cidadão. Contudo, a partir de hoje, iniciamos mais um quadro dedicado a estes aprendizados; mas desta vez a proposta é seguir com a série Sala de Aula durante as quatro sextas-feiras de junho.

O tempo passa rápido e hoje atingimos a marca da 30ª edição desta coluna. Parece que começamos ontem; mas muito conhecimento já passou por aqui e com certeza ainda temos muito conteúdo para aprender. Logo nas primeiras semanas como colunista deste jornal, decidi criar um quadro curto, com conceitos de educação financeira indispensáveis ao conhecimento cidadão. Contudo, a partir de hoje, iniciamos mais um quadro dedicado a estes aprendizados; mas desta vez a proposta é seguir com a série Sala de Aula durante as quatro sextas-feiras de junho.

Ainda não há um calendário, mas serão abordados aqui desde conceitos básicos e iniciais, até as noções mais complexas de investimentos, mercado financeiro e produtos de crédito. Pois, então, começaremos com o princípio mais básico: você sabe, afinal, o que é e para que serve a educação financeira?

Antes de mais nada, é importante entendermos o contexto financeiro da população brasileira; afinal, mais de 40% da população adulta está inadimplente. Dívidas responsáveis – veremos isso ao longo deste quadro – são uma vantagem para o consumidor bem planejado, mas infelizmente não é sobre isso que estamos falando e esse cenário preocupante representa o reflexo da falta de conhecimento financeiro da nossa população. A propósito, nos relatórios de letramento financeiro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil briga pelas últimas colocações do ranking e sempre bastante abaixo da média geral das pesquisas; realidade preocupante, pois um cidadão sem tais conhecimentos torna-se refém de um sistema de crédito responsável por fabricar ainda mais desigualdade entre a população do Brasil.

Não obstante, para finalizarmos a resposta ao questionamento feito num dos últimos parágrafos, de acordo com a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef) – inspirada pelo conceito definido pela OCDE em 2005 e adaptado à conjuntura brasileira –, educação financeira é “o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e dos produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação claras, adquiram os valores e as competências necessários para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos neles envolvidos e, então, façam escolhas bem informados, saibam onde procurar ajuda, adotem outras ações que melhorem o seu bem-estar, contribuindo, assim, de modo consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro”.

Agora você já é capaz de compreender a tamanha importância da educação financeira para a conjuntura brasileira e está na hora de saber como lidar com o seu dinheiro. O primeiro passo para uma relação saudável é entender como seus recursos podem ser alocados (destinados): basicamente, tudo o que você adquirir com o seu dinheiro pode ser definido como ativo ou passivo financeiro.

  • Ativos: bens ou serviços que agregam rentabilidade. Adquirido um ativo, futuramente você terá ainda mais do que quando o comprou (investiu).
  • Passivos: bens ou serviços com carga de desvalorização e despesas com o passar do tempo.

Para exemplificarmos, carro e casa própria são passivos: a casa própria pode até valorizar com o decorrer do tempo, mas enquanto este passa as despesas não dão trégua; o carro, por outro lado, desvaloriza e gera despesas. Portanto, esteja sempre muito bem preparado antes de adquirir um passivo.

Os ativos, por sua vez, trazem rentabilidade real no futuro: de investimento em educação ao produto mais complexo do mercado financeiro, vemos exemplos de bens ou serviços que agregam rentabilidade ao recurso alocado.

Na próxima semana veremos mais alguns conceitos financeiros, além de outros pontos para desenvolver seu conhecimento; como mapeamento financeiro e orçamento doméstico. Por hora, estude.

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Presencial

quinta-feira, 04 de junho de 2020

Para pensar:

"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas, depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.”

Buda

Para refletir:

Para pensar:

"Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas, depois de muita análise e observação, se você vê que algo concorda com a razão e que conduz ao bem e benefício de todos, aceite-o e viva-o.”

Buda

Para refletir:

“A única coisa que importa é colocar em prática, com sinceridade e seriedade, aquilo em que se acredita."

Dalai Lama

Presencial

Após várias semanas restrita a reuniões remotas, a Câmara Municipal volta a realizar hoje, 4, uma sessão presencial.

E a tendência é que isso se mantenha no futuro próximo, apesar do número de casos de Covid-19 continuar subindo de modo acelerado.

Insatisfatório

Colocando dessa forma tudo parece um enorme contrassenso, mas é justo observar que as conexões de internet em muitos momentos não foram satisfatórias, e prejudicaram a qualidade e o andamento das sessões remotas.

De fato, estava sendo difícil deliberar sobre temas complexos em meio a tantas falhas de comunicação, considerando-se que eram sempre 21 possibilidades simultâneas de alguma falha técnica se manifestar.

Cuidados

Diversas medidas foram tomadas no sentido de evitar possibilidades de contágio, em respeito às recomendações das organizações de saúde.

Os vereadores terão isolamento de 1,5 metro de distância, os equipamentos serão higienizados antes e depois das atividades, o acesso ao plenário ficará restrito aos servidores essenciais à realização dos trabalhos e os vereadores que se encaixam no grupo de risco poderão participar de forma virtual.

Controverso

Todavia, se todo este contexto é capaz de justificar a realização de encontros presenciais, tanto mais quando tantas atividades seguem paralisadas, é algo que cabe a cada um avaliar.

Relembrando

O leitor esporádico da coluna a essa altura já deve estar ciente de tudo o que se passou nos últimos meses em relação ao pagamento feito pela prefeitura ao Instituto Unir Saúde, em valor pouco superior a R$ 5,2 milhões, a título de quitação das rescisões trabalhistas dos ex-funcionários da UPA de Conselheiro Paulino.

E sabe também que tão logo a transferência foi realizada, advogados da OS começaram a procurar os ex-funcionários com propostas aviltantes que giravam em torno de 50% dos valores devidos.

Mudança de rumos

O leitor habitual também já sabe que no início dessas tratativas o Instituto Unir havia concordado formalmente que o pagamento fosse feito diretamente aos ex-funcionários, e que esse foi o caminho originalmente trilhado pela Controladoria, e mantido sem alterações no âmbito dos assuntos litigiosos da Procuradoria-Geral do Município, até sofrer uma decisiva mudança de rumos a partir da tramitação pela Fazenda e, mais tarde, com a realização de uma reunião ainda envolta em fumaça.

Surpresa?

Em essência o Palácio Barão de Nova Friburgo optou por transferir os recursos diretamente ao Instituto, e após algum tempo de inatividade diante do drama vivido pelos ex-funcionários que deveria ter protegido - e da própria possibilidade de vir a arcar duas vezes com o mesmo pagamento, posto que é responsável solidariamente por esse passivo trabalhista - deu andamento a um pedido de tutela de urgência cautelar de arresto, transferindo ao Judiciário a responsabilidade de preservar os meios para a resolução deste imbróglio tão evitável.

Coerência

Pois bem, no fim do mês passado o juiz do Trabalho, Luis Guilherme Bueno Bonin, optou por não conceder essa tutela de urgência.

Em vez disso, concedeu prazo de cinco dias para a OS se manifestar sobre o caso, num posicionamento que só pode ser tratado como coerente, diante do fato de que o próprio Governo Municipal teve condições comprovadas de evitar toda essa situação.

Agora, salvo melhor interpretação, o pedido cautelar deve demandar uma ação principal que possa expor o mérito dessa tutela antecipada.

Resta esperar para ver o que será argumentado.

Orgulho serrano

A friburguense Verônica Mayer, titular da cadeira de marketing do curso de Turismo da UFF, publicou nesta semana, em parceria com a professora Mariana Coelho, o primeiro artigo no Brasil dedicado à gestão de serviços turísticos no pós-Covid-19, atendendo a uma chamada da revista Gestão & Sociedade no sentido de levar reflexões e possíveis ensinamentos do setor de Turismo para outras esferas de serviços.

O texto aborda vários temas que devem nortear pesquisas futuras, e pode ser lido também através do link: https://ges.emnuvens.com.br/gestaoesociedade/article/view/3306.

Fala, leitor!

“O momento é delicado com certeza, temos que levantar a nossa autoestima. Mas isto não significa que devemos ficar calados em meio a tanto abandono. A comunidade do Tingly clama por uma limpeza em acesso ao seu bairro. Está ficando difícil e perigoso, com muito mato nas calçadas. A qualquer momento podemos ter alguém picado por cobras e aranhas, árvores prestes a cair por cima da fiação elétrica. Lamentável como a comunidade é ignorada.”

Moura Rodrigues assina a mensagem.

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