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Momento perigoso

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Para pensar:
“Algumas coisas são explicadas pela ciência, outras pela fé. A Páscoa ou Pessach é mais do que uma data, é mais do que ciência, é mais que fé, Páscoa é amor.” (Albert Einstein)

Para refletir:
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Jesus Cristo)

Momento perigoso

Para pensar:
“Algumas coisas são explicadas pela ciência, outras pela fé. A Páscoa ou Pessach é mais do que uma data, é mais do que ciência, é mais que fé, Páscoa é amor.” (Albert Einstein)

Para refletir:
“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Jesus Cristo)

Momento perigoso

No momento em que essas linhas estavam sendo escritas - e a tendência é que, infelizmente, essa informação não tarde a ficar desatualizada - havia 13 casos confirmados de Covid-19 em Nova Friburgo, representando um aumento de quase 86% em relação ao boletim anterior.

E não faltam indícios de que este quadro esteja subnotificado.

Chocolate amargo

Também enquanto essas linhas estavam sendo escritas, grande número de pessoas formavam longas filas em vários pontos da cidade, para comprar… chocolates!

Em Olaria as aglomerações que se formaram foram especialmente chocantes.

(Pausa para respirar)

E aí, o que dizer diante disso? 

Bom senso

Amigos, olha só, é compreensível que uma tradição tão consolidada - por mais comercial que seja - desperte em todos o desejo de celebrar de alguma forma, de não deixar passar em branco, de fazer um agrado a pessoas queridas e, vá lá, ajudar também a preservar empregos de uma indústria milionária, num momento em que preservar empregos é o que de mais importante e efetivo podemos fazer por nossa economia.

No entanto, há que se ter bom senso!

Sem pressa

Se, para comprar um ovo ou uma caixa de bombons, for preciso expor a si mesmo e a tantos outros a riscos evitáveis, num momento em que tantos estão fazendo sacrifícios pesadíssimos pela segurança coletiva, então, perdoem este colunista, que o chocolate seja comprado depois, em outra oportunidade.

O carinho e os efeitos serão os mesmos, e certamente pessoas amadas vão preferir que você esteja com saúde e possa distribuir chocolates por muitos anos no futuro.

Plantar e colher

A partir de tudo o que se passou ao longo desta semana, incluindo aí a multidão nos bancos no 5º dia útil do mês, o colunista teme pelo cenário que poderemos estar enfrentando daqui a dez dias, ou um pouco mais.

Gente, ninguém disse que o isolamento seria fácil.

Consequências econômicas, emocionais e sabe-se lá quais outras certamente viriam.

Está pesado para todos, mas há que se ter a maturidade para compreender que relaxar agora é afundar cada vez mais no problema…

Caso a caso

Bom, em meio a tudo isso, nossa prefeitura publicou mais alguns decretos, que merecem ser vistos caso a caso.

Começando pelo decreto 533, é justo dizer que no papel ele parece interessante, uma vez que autoriza o funcionamento reduzido de empresas industriais de Nova Friburgo que se disponham a fabricar “insumos, matérias-primas, equipamentos de proteção individual (EPIs) e máscaras de barreira, visando à prevenção e combate ao novo coronavírus”.

Beleza real?

De fato, temos por aqui um polo industrial pronto, de qualidade, e com capacidade produtiva para atender a uma carência nacional e ainda lucrar com isso.

Em teoria, o funcionamento restrito, controlado e direcionado de tais empresas talvez pudesse acumular saldo positivo, pesando-se todos os prós e contras envolvidos.

Mas, será que a realidade vai ser - ou já está sendo - assim tão bonita?

Porque a coluna não para de receber relatos sobre empresas friburguenses funcionando já há vários dias, em situações quase que normais.

Gratuidade restrita

O decreto 530, por sua vez, determinou “a suspensão, em caráter excepcional e pelo prazo de 90 dias, do direito de uso à gratuidade nos ônibus pelos idosos, especificamente, em todos os dias da semana e nos horários das 6h às 9h e das 16h às 20h”.

“Também fica limitado, em caráter excepcional e no prazo de 90 dias, o direito de uso da gratuidade pelos idosos à duas passagens diárias, ou seja, ida e volta, considerando a integração.”

Tudo, claro, a título de proteção aos idosos.

Déjà vu

O leitor deve recordar, no entanto, que iniciativas de natureza similar já foram propostas no passado com vistas a promover o reequilíbrio econômico da concessão, de tal modo que, especialmente nesse tempo pascal, a justificativa apresentada pela Prefeitura inevitavelmente faz lembrar um comunicado de uma fabricante de chocolates que justificou o encolhimento de seus produtos argumentando que “o controle de porções, praticado também pelas concorrentes, é uma maneira de incentivar a ingestão de menos calorias”.

E você aí pensando que era para levar menos pelo mesmo preço… Tsc, tsc, tsc.

Relembrando

Não custa repetir que ninguém aqui é contra a proteção aos idosos (muito ao contrário), nem tampouco o equilíbrio econômico do serviço de concessão.

Apenas não dá para ignorar que o contexto criado pela própria gestão municipal ao longo dos últimos anos não lhe dá a credibilidade necessária para convencer muita gente com esse discurso.

Apurações iniciais, inclusive, sugerem que haverá reações a este decreto.

Proteção?

Ainda a esse respeito parece pertinente observar que o decreto 531, que estabeleceu facultativo o ponto nas repartições públicas municipais na quinta-feira, 9, exceto naquelas cujo expediente seja considerado indispensável, foi publicado apenas na noite do dia anterior.

Ora, será que isso parece razoável para algum dos leitores?

Teria sido tão difícil assim publicar com um mínimo de antecedência?

Água

Mas, vamos lá, também há boas notícias.

Afinal de contas, o decreto 529 reconhece que os serviços de tratamento e fornecimento de água potável estão vinculados à saúde pública, e determina a proibição por 60 dias da interrupção da prestação do serviço em caso de inadimplência, garantindo ainda a suspensão da inclusão dos usuários nos cadastros restritivos de créditos.

Terminadas as restrições, antes de proceder a interrupção do serviço em razão da inadimplência anterior a março de 2020, a concessionária Águas de Nova Friburgo também deverá possibilitar o parcelamento do débito pelo consumidor.

Prazos

Também ficam prorrogadas por 30 dias as obrigações de pagamento das contas de água dos usurários que sejam cadastrados com as tarifas sociais, além de comerciantes, estabelecimentos de serviços e indústrias que estejam na faixa de consumo igual, ou menor, que a mínima da sua categoria, considerando a média aferida nos últimos 60 dias anteriores a edição do decreto.

Recomendações

No decreto, o prefeito Renato Bravo também recomenda que as concessionárias de energia elétrica e a de fornecimento de gás, atuem da mesma forma no sentido de não interromper os serviços essenciais de sua competência durante esse período.

Algumas dessas medidas trazem semelhanças com sugestões que haviam sido apresentadas anteriormente pelo vereador Isaque Demani.

Calendário fiscal (1)

Por fim, o decreto 532 alterou o calendário fiscal do exercício de 2020 do município.

Agora, a segunda, terceira e quarta cotas de tributos municipais, como o IPTU e o ISS  passam a ter vencimentos até 10 de setembro, 10 de outubro e 10 de novembro, respectivamente. Já a terceira e quarta cotas terão vencimento em 28 de novembro e 28 de dezembro, respectivamente.

Calendário fiscal (2)

O recolhimento mensal do ISSQN, calculado sobre o movimento econômico das competências de março, abril e maio deverá ser quitado, respectivamente, em 20 de julho, 20 de agosto e 21 de setembro. Já a segunda, terceira e quarta cotas passam a ter vencimento em 30 de setembro, 30 de outubro e 30 de novembro. Enquanto a quarta e quinta cotas terão vencimento em 28 de novembro e 28 de dezembro.

Calendário fiscal (3)

As datas de pagamento previstas para o segundo, terceiro e quarto trimestres passam a ter o vencimento em 20 de outubro, 20 de novembro e 20 de dezembro. Já os parcelamentos referentes à dívida ativa, administrativa ou judicial, cujos vencimentos se operem em abril, maio, junho e julho, passam a ter o vencimento, respectivamente, em setembro, outubro, novembro e dezembro.

Feliz Páscoa!

O que temos diante de nós, neste momento, é uma oportunidade preciosa de vivermos a essência da Páscoa, cuja mensagem há de ser benéfica e proveitosa a qualquer pessoa que esteja aberta ao crescimento pessoal, independente de professar qualquer fé.

Aos amigos que dão sustentação a este espaço, a coluna agradece pela parceria e deseja que possamos nos encontrar novamente por aqui ao longo das próximas semanas, com saúde, unidos, e mais focados no que é essencial.

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Cartilha para confecção de máscaras

sexta-feira, 10 de abril de 2020

O Centro de Formação Profissional (Cevest) de Nova Friburgo lançou uma ficha técnica para a produção de máscaras por confecções ou mesmo em casa, especialmente pelas faccionistas. A cartilha conta com um molde e as recomendações para a eficiência da máscara.

Insumos sugeridos

O Centro de Formação Profissional (Cevest) de Nova Friburgo lançou uma ficha técnica para a produção de máscaras por confecções ou mesmo em casa, especialmente pelas faccionistas. A cartilha conta com um molde e as recomendações para a eficiência da máscara.

Insumos sugeridos

Com sete páginas, o trabalho assinado por Higor Linhares, Monique Breder e Ana Cristina de Carvalho sugere ainda o material a ser usado: tricoline 96% algodão, cotton a partir de 85% de algodão ou microfibra ou suplex a partir de 170/mg. O Cevest motiva a quem produz ou quer produzir que sejam enviados protótipos à unidade para que sejam feitos testes de sua eficácia. A ficha está disponível na internet.

Mudanças repentinas

Muito debate tem sido feito acerca da produção de máscaras. É sempre bom ressaltar que a Anvisa tem mudado quase que diariamente as normas para produção de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) de acordo com a demanda por conta do coronavírus.

Fique atento

Para evitar ilegalidades, reforça-se que a confecção de máscaras cirúrgicas, as usadas pelos profissionais nas unidades hospitalares, requer uma série de atributos na sua produção, dos materiais utilizados à sua forma de fabricação. O que se tem motivado a produzir aqui, são as máscaras domiciliares ou comerciais, que ainda que menos eficazes, protegem em maior ou menor grau, de acordo com a sua técnica.

TNT odontológico

A mais indicada é a de pano duplo TNT, com filtro e molde para se adaptar ao rosto. E não é qualquer um, preferencialmente o popularmente conhecido como TNT odontológico. No entanto, a dificuldade em se encontrar o insumo no mercado, faz com que as de outros materiais também sejam fundamentais no combate a propagação da pandemia.

Debate desnecessário

A comercialização ou doação dessas máscaras auxilia, inclusive as unidades hospitalares. Porque faz com que as máscaras cirúrgicas sobrem para quem mais necessita. O que se observou é que as máscaras cirúrgicas sumiram por conta da alta procura. Levando a uma escassez onde mais se precisava.

É possível

Há quem acredite que a falta das máscaras cirúrgicas leve a uma liberação da Anvisa da compra das máscaras comuns para as unidades hospitalares. Até o fechamento desta edição não havia nenhuma determinação nesse sentido.

Comparação para entender

Para os que são contra o uso de máscaras e pregam que de nada serve, a melhor explicação veio de um infectologista numa comparação com DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). Sem o uso do preservativo você está em alto risco. Com as máscaras, mais ou menos eficientes, você diminui o risco de contaminação. 

Pesquisas

Com 79% da população contra o retorno das atividades em Nova Friburgo, de acordo com pesquisa virtual da Associação Comercial (Acianf), como explicar o tanto de gente nas ruas da cidade? Ou são os 21% que discordam ou tem muitos entre os 79% que, apesar de concordarem com o isolamento horizontal, estão nas aglomerações.

Média nacional

Ainda que não tenha base científica para expressar a real opinião dos friburguenses, a pesquisa amplamente divulgada e noticiada aqui também em A VOZ DA SERRA, está em patamares semelhantes às pesquisas realizadas por institutos a nível nacional. O que demonstra que a opinião friburguense está numa média nacional. Será que também para outros temas? Arrisco dizer que bem próximo.

Previsível

Fato é que a primeira semana do mês já previa um aumento de pessoas nas ruas. Salários sendo pagos, boletos vencendo. Naturalmente, aposentados indo aos caixas bancários, sem contar a Páscoa. Previsível, mas mesmo assim o poder público não previu e agiu a reboque.

Antes tarde do que nunca

Fato também é que após o assustador número de aglomerações houve uma ação conjunta efetiva entre prefeitura, polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros para conscientizar e orientar as pessoas da importância de estar em casa. Justiça seja feita, os órgãos estaduais já trabalhavam nesse sentido. Mas com a prefeitura, a força-tarefa fica mais abrangente.

Números

Fato também é que as pessoas ainda não se atentaram que os números agora divulgados de casos de Covid-19 refletem o contágio de duas semanas atrás. Fora a subnotificação. E assim, permanecerá sendo. Não há dados em tempo real, o que dificulta entendimento e até ação pública mais assertiva.

O clamor

Enquanto não houver testes rápidos e em massa haverá de se trabalhar no esquema da previsibilidade. Assim, quem defende a volta imediata das atividades econômicas fica a dica estratégica de cobrar os testes rápidos e em massa. Só eles poderão referendar uma decisão para retomada da vida normal.

Mandamento dos mandamentos

Nem parece que é Páscoa. Na loucura da pandemia, até se pode esquecer a data, uma das mais importantes para o cristianismo. O sentido da Páscoa nunca foi tão pertinente. O mandamento de amar ao próximo nunca fez tanto sentido e pede urgência na sua prática. Praticá-lo significa, proteger aos seus, uns aos outros.

Palavreando

“Em tempos de Páscoa, nada mais notório do que massificar a boa nova: o amor. O amor que olha e enxerga o outro. O amor que respeita a existência do outro como a sua própria existência. O amor que veste a responsabilidade que cada um deve ter com o mundo e o coletivo desse mundo. O amor que acolhe e se doa sem querer ter publicidade com isso. O tal amor puro que não julga e nem se coloca acima de ninguém. Amor que não se conceitua ou que vangloria a sua verdade como sendo a verdadeira”.

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A vida tem dessas coisas

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Era um dia comum. Tardezinha. A moça, sobrevivente, pôs-se a pensar. A premissa: cada dia em que estamos vivos é mais um dia de sobrevivência. Naquela ocasião, teve a oportunidade de tomar com calma a xícara de chá e por incrível que pareça ficou até o amanhecer sem fazer nada que não fosse pensar. Um privilégio, é verdade. A vida tem dessas coisas. Às vezes, se tem a oportunidade de parar ... e pensar.

Era um dia comum. Tardezinha. A moça, sobrevivente, pôs-se a pensar. A premissa: cada dia em que estamos vivos é mais um dia de sobrevivência. Naquela ocasião, teve a oportunidade de tomar com calma a xícara de chá e por incrível que pareça ficou até o amanhecer sem fazer nada que não fosse pensar. Um privilégio, é verdade. A vida tem dessas coisas. Às vezes, se tem a oportunidade de parar ... e pensar.

Dois pontos de partida tomaram seu tempo e suas reflexões. Primeiro, refletiu sobre as encruzilhadas da vida. Com o dedo da mão direita, desenhou na toalha de mesa e em seu imaginário, aquele ponto central entre dois caminhos, a plaquinha indicando para a esquerda um rumo, para a direita, outro e ela bem ali, no meio. Sem saber para onde ir. Sem saber para qual direção caminhar. É uma situação poética.

A vida tem dessas coisas. A encruzilhada, pelo olhar da moça naquele momento de descontração era uma metáfora. Mas na verdade, sentido na pele o desafio da escolha pelo caminho a perseguir, só conseguia perceber um nó. E a moça, naquele meio distante de um real ponto de equilíbrio, sentia que precisava tomar uma decisão. Só não sabia qual.

A vida tem dessas coisas. E nossa, como é difícil! Aquela velha frase de que cada escolha implica em renúncias é uma verdade sentida no âmago do ser. Há quem viva de olhar pra trás e se arrepender de ter ido pela direita ao invés da esquerda. Há quem olhe para frente e vislumbre um horizonte único que será perseguido em qualquer caminho, desde que se continue a andar adiante.

Às vezes, até mesmo o ponto nevrálgico da dúvida e da decisão pode merecer uma desconstrução. Pode ser que o tamanho do nó, o embaçamento da visão, o peso  preso aos pés e a necessidade de opinião do outro tenham muito a ver com nossas expectativas. Desconstruir barreiras também é um processo. E seguir em frente sem medo de se arrepender pelo que deveria ter sido e não foi é uma baita evolução. Essa foi a segunda reflexão.

A moça percebeu que deveria desconstruir de alguma maneira esse medo de dar errado e o temor de escolher o pior caminho e entender que o processo é assim mesmo e que quanto maior for seu autoconhecimento, maior a probabilidade de celebrar opções que tenham nexo com seus valores e sua trajetória. Percebeu que as questões da vida não vêm com gabarito. E que a encruzilhada não é um enunciado com resposta pronta. Percebeu que mesmo que depois venha a se reconhecer em outro direcionamento na trajetória da vida, aquilo tudo que um dia foi construído, de alguma maneira se permanecerá de pé.

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O vírus não pode ser sua única preocupação

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Não foi rápido, pelo contrário; a liberação do auxílio só começou a ser efetuada a partir de quinta-feira, 9, aos primeiros beneficiados – seguindo a ordem de pagamento – do “Corona Voucher”. Já estamos vivendo a terceira semana de isolamento social e as medidas demoraram muito a acontecer. Boa parte dos trabalhadores informais perderam sua fonte de renda e dependem desse auxílio governamental para continuarem a administrar suas vidas com o mínimo de dignidade.

Não foi rápido, pelo contrário; a liberação do auxílio só começou a ser efetuada a partir de quinta-feira, 9, aos primeiros beneficiados – seguindo a ordem de pagamento – do “Corona Voucher”. Já estamos vivendo a terceira semana de isolamento social e as medidas demoraram muito a acontecer. Boa parte dos trabalhadores informais perderam sua fonte de renda e dependem desse auxílio governamental para continuarem a administrar suas vidas com o mínimo de dignidade.

Entretanto, as preocupações não param por aí. Na última semana eu finalizei a coluna anunciando o que estaria por vir nesta edição, mas devido as circunstâncias abordarei um tema cuja necessidade de explanar conhecimento e informação fala mais alto.

 Ao passo que parte da população passa a ver uma luz no fim do túnel com este programa de injeção de capital na economia brasileira, pessoas de má índole veem – diante do contexto – oportunidades fraudulentas de extorquir dados de muitos cidadãos. Grupos de criminosos criaram aplicativos semelhantes ao da Caixa Econômica Federal (do auxílio) com o intuito de obter dados pessoais daqueles que caírem no golpe. Fique atento, se você se enquadra nos critérios para receber o auxílio e vai recorrer ao direito, confira em qual aplicativo está se cadastrando. Por via das dúvidas, o nome do aplicativo é “Caixa - Auxílio Emergencial” e tem como desenvolvedora do aplicativo a própria instituição.

Contudo, apesar deste fato infortúnio, não param por aí as preocupações em tempo de crise; nosso país viveu no passado uma péssima experiência com o congelamento das cadernetas de poupança e a preocupação vem novamente à tona. Se você recebeu alguma corrente do tipo ou ouviu falar sobre isso e se preocupou, pode ficar tranquilo: trata-se de mais uma fakenews e não vai acontecer desta vez.

Pense comigo, quando houve tal medida (o Plano Collor) durante o governo de Fernando Collor de Mello, o intuito era combater a inflação; o dinheiro existia, só precisava-se controlar os preços – e com isso a inflação. Na época, o planejamento se tornou um grande fracasso e o problema da hiperinflação no Brasil só foi solucionado em 1994 com o Plano Real durante o governo de Itamar Franco.

Hoje, não obstante, o problema é outro. A população não tem o dinheiro e a medida governamental a ser tomada é oposta: ao invés de congelar produtos financeiros, o que será feito é distribuir o dinheiro. Não há lógica econômica e nem amparo legal para haver uma medida como esta, afinal, anos depois foi aprovada a emenda constitucional 32/2001 que passou a vedar a edição de medida provisórias que visem “a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro”.

Ademais, tratando-se de fakenews fique atento a promoções absurdas e ofertas inacreditáveis. Estamos vivendo uma fase difícil demais para nos envolvermos em ainda mais problemas. Desconfie e se informe sobre tudo o que não transmite veracidade.

Se puder, fique em casa. Ajude a salvar vidas.

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Inaugurada a Escola Hortz Garlipp, na Fazenda São José

sexta-feira, 10 de abril de 2020

Edição de 11 e 12 de abril de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 11 e 12 de abril de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • Inauguração da Escola “Hortz Garlipp” – Fazenda São José - Mais um outro modelar estabelecimento de ensino primário que a administração do prefeito Amâncio Azevedo acaba de construir, sem qualquer auxílio ou participação mínima de outro órgão público. Já ultrapassada a previsão de construção por parte da prefeitura, de colégios da zona rural, neste ano, o Executivo Municipal decidiu duplicar a sua estimativa orçamentária destinada à meritória finalidade.
  • Dr. Raphael Jaccoud - No cargo de secretário de Comunicação e Transportes tomou posse o dr. Raphael Jaccoud, uma das grandes expressões da sociedade e da política friburguense. Nosso ilustre conterrâneo é conhecido, competente e acatado engenheiro, tendo deixado na construção civil de nossa terra traços marcantes, através de imponentes edifícios, verdadeiro pioneirismo no setor, assinalador, inclusive, da sua dedicação ao torrão natal. No campo da política partidária, Raphael Jaccoud foi sempre distinguido pela sua retilínea conduta moral, escravo da palavra empenhada, sempre com atuações límpidas e merecedoras de francos louvores até dos seus adversários. Um homem com “H” maiúsculo, para o qual o combinado vale e o respeito pessoal aos direitos do outro é doutrina.
  • Honoris causa - O nosso assíduo colaborador, jornalista Juvenal Marques, foi eleito, por unanimidade de votos, membro “honoris causa” do Instituto Campograndense de Cultura e do Círculo Brasileiro de Trovadores, do Estado da Guanabara. Ex-presidente, durante seis anos consecutivos, da Academia Friburguense de Letras, membro efetivo da Academia Brasileira de Trova, do Rio de Janeiro; e também “honoris causa” das Academias Campista de Letras e Pedralva de Letras e Artes, de Campos, e da Sala de Letras e Artes “Gabriela Mistral”, de Petrópolis, de longa data, como sócio remido, integra o quadro dos veteranos da Associação Brasileira de Imprensa.  
  • Sorteio “Suas notas” voltará reformulado - O secretário de Finanças, dr. Ednilo Soares, informou que o concurso “Suas notas valem notas” foi suspenso por uma decisão de seu antecessor no cargo, sr. Renato Tinoco Faria, que resolveu acatar, “por julgá-la necessária à avaliação de todas as suas implicações no campo da prática”. A medida foi acordada pelo sr. Renato Tinoco Faria, em princípios do ano, antes de deixar a Secretaria de Finanças, para assumir a coordenação geral do Grupo de Planejamento e Orçamento do Estado. À época, o ex-secretário de Finanças considerou importante a suspensão do concurso, para, depois de levantamentos, optar por sua continuação ou reformulação.
  • Peixe servido no restaurante da Fábrica Filó intoxicou quase uma centena de operários. História precisa ser esclarecida - A peixaria fornecedora entregou ao consumo enorme quantidade de pescado sem que os consumidores sofressem qualquer abalo físico. Foi devidamente apurado o que aconteceu com o produto após a entrega ocorrida às 6h e somente consumido por ocasião do almoço? Quando o médico e o dietista da organização fabril examinaram o produto? As indagações estão sendo feitas a este jornal, em sucessivas chamadas telefônicas, o que é natural, dado que existiram muitas vítimas, embora todas elas estejam fora de perigo.
  • No mais bonito edifício da cidade surge a nova sede da Casa de Crédito - Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais – Inaugurado em 24 de abril de 1932, 38 anos servindo as classes produtoras, colaborando com as iniciativas em prol do progresso de Nova Friburgo, o município que conta com o auxílio de um estabelecimento que executa todas as transações bancárias, atendendo ao seu crescente desenvolvimento. No próximo dia 24 de abril acontecerá a abertura festiva da agência de Friburgo, em prédio próprio, do Banco Comércio e Indústria de Minas, na Praça Dom João VI, 26, no coração da cidade.

Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Dr. César Guinle, Tânia Lugon (11); Yolanda Mecceni de Souza (12); Laura Milheiros de Freitas (13); Laercio Rangel Ventura e, Irma Marreto (14); Luzia Bazzetti de Oliveira (15); Dylma Ventura, Olga Magliano Bastos, Terezinha Rangel de Almeida, Roberto Abicalil, Hilda Thurler de Lima e Waldir Ramalhete Lemos (16); José Brasil Emerick, Elvira Azevedo Gandur.
Foto da galeria
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Exemplos externos

quinta-feira, 09 de abril de 2020

Para pensar:
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.” (Antoine de Saint-Exupéry)

 

Para refletir:
“O laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais.” John Kennedy

Exemplos externos

O colunista tem ao menos quatro amigos friburguenses que hoje residem nos Estados Unidos e já contraíram a Covid-19.

Para pensar:
“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.” (Antoine de Saint-Exupéry)

 

Para refletir:
“O laço essencial que nos une é que todos habitamos este pequeno planeta. Todos respiramos o mesmo ar. Todos nos preocupamos com o futuro dos nossos filhos. E todos somos mortais.” John Kennedy

Exemplos externos

O colunista tem ao menos quatro amigos friburguenses que hoje residem nos Estados Unidos e já contraíram a Covid-19.

Felizmente, todos estão se recuperando bem.

As identidades serão preservadas, mas a essência dos relatos passados à coluna talvez ajude a reforçar a necessidade da manutenção, dentro do possível, do isolamento e das demais medidas de proteção.

Perfis

Estamos falando de dois homens na faixa dos 40 anos, um menino de 6 e uma mulher também próxima aos 40.

A criança, felizmente, quase não apresentou sintomas.

A mulher, por sua vez, teve febre alta durante apenas dois dias, e perdeu o olfato durante duas semanas.

Casos graves

Os dois homens, no entanto, apresentaram quadros bem mais graves, evoluindo para dupla pneumonia, em meio a febres na casa dos 40 graus ao longo de duas semanas.

Os dois disseram ao colunista que em determinado momento pensaram que iriam morrer, pois a doença continuava a evoluir e não havia leitos para que pudessem ser tratados de maneira adequada.

“Os melhores hospitais de Nova Iorque estavam parecendo as unidades mais precárias do Rio de Janeiro. Vi coisas horríveis, o médico me disse que não havia como me atender, e eu teria de superar a doença sozinho”, relatou um dos infectados.

Capacidade de atendimento

Os relatos que chegam dos EUA enfatizam o verdadeiro risco com o qual estamos lidando: a eventual saturação da capacidade de atendimento, redundando na perda de vidas que, noutro contexto, poderiam ser preservadas.

E é exatamente por isso que a coluna não pode deixar de repercutir a importantíssima confirmação de que um hospital de campanha será erguido no ginásio esportivo Frederico Sichel, no Prado, ainda que informações básicas - como número de leitos, cronograma de atividades, origem da mão de obra e fontes de custeio - ainda não tenham sido divulgadas.

Tomara

A coluna entende que a unidade temporária será erguida aqui porque atendemos a requisitos de interesse regional, mas ainda assim - e apesar dos riscos que a vinda de pacientes de outras cidades pode representar - só pode encarar como uma notícia muito positiva a ampliação de nossa capacidade de atendimento a uma doença tão contagiosa e ainda muito subnotificada.

Tomara que, quando tudo isso passar, nossos esforços tenham parecido excessivos.

Respiradores

Ainda a esse respeito, a coluna pode acrescentar que o Hospital Unimed em Nova Friburgo tem três respiradores/ventiladores, todos em funcionamento, além de uma usina de oxigênio, uma unidade de isolamento e 15 unidades de cuidados intermediários.

Com isso, podemos atestar que a rede particular do município conta com 23 respiradores (dez no São Lucas e dez no Hospital Serrano), além dos 29 que a Secretaria de Saúde informa estarem operacionais na rede pública, dos oito que aguardam reparos, e dos 29 que foram adquiridos e ainda aguardam entrega.

Por vias oficiais, são essas as informações que foi possível reunir.

Contagem iniciada

Por aqui, parece interessante acompanharmos a evolução do contágio, tendo em mente que neste dia 7 foram observadas diversas aglomerações em nossas ruas, sobretudo em agências bancárias.

Como será que estaremos lá pelo dia 22?

A resposta para essa pergunta pode representar um bom termômetro a respeito do nível de isolamento que precisamos sustentar.

Viciante

A recente onda de pedidos de exoneração nos primeiros escalões do governo municipal indica que muitos dos integrantes da atual gestão municipal pretendem seguir na vida pública no futuro próximo, concorrendo a uma das 21 vagas de nosso plenário municipal.

É notório como quem bebe dessa fonte encontra dificuldades para se abster dela.

Lista de proteção

O leitor talvez não se dê conta, mas um candidato nem sempre precisa ser eleito para se perpetuar na vida pública.

Na maioria das vezes, uma boa votação acaba se traduzindo em indicação para cargos que originalmente deveriam ser técnicos, quer seja como “contrapartida” ao reforço prestado à nominata, quer seja como apoio à manutenção do capital político, uma plataforma de visibilidade, a fim de que os votos sejam mantidos, ou eventualmente ampliados, em pleitos posteriores.

Curiosidade

O colunista não nega que desde já fica um pouco curioso para ver o que algumas dessas pessoas dirão no momento de justificar por que deveriam ser eleitas para um cargo que tem na fiscalização e na independência de poderes um de seus pilares mais sagrados...

Passagem

A tradição católica celebra nesta quinta-feira santa, dia 8, a instituição da Eucaristia, na Santa Ceia, e durante toda a madrugada de sexta-feira, 9, o cristianismo relembra a Paixão de Cristo.

O colunista entende que viveremos todos, neste ano de 2020, uma Páscoa muito diferente, mas também especial.

Afinal, a ausência de coisas às quais talvez tivéssemos nos acostumado, certamente vai se fazer sentir e chamar atenção para o que realmente é essencial.

A coluna deseja a todos uma Páscoa plena de significado e reflexão.

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A imigração japonesa em Nova Friburgo

quinta-feira, 09 de abril de 2020

Conforme o historiador Marcionilo Carlos Neto em sua obra “A Imigração Japonesa no Estado do Rio de Janeiro”, os japoneses se dirigiram para o estado fluminense na década de 1930, do século 20, vindos do Estado de São Paulo. Na região serrana, os imigrantes nipônicos se estabeleceram em Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Cordeiro e Cantagalo. Um pouco antes dessa imigração, na década de 1920, chegou à Nova Friburgo o primeiro imigrante japonês Tohoru Kassuga em busca de terras em clima temperado.

Conforme o historiador Marcionilo Carlos Neto em sua obra “A Imigração Japonesa no Estado do Rio de Janeiro”, os japoneses se dirigiram para o estado fluminense na década de 1930, do século 20, vindos do Estado de São Paulo. Na região serrana, os imigrantes nipônicos se estabeleceram em Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Cordeiro e Cantagalo. Um pouco antes dessa imigração, na década de 1920, chegou à Nova Friburgo o primeiro imigrante japonês Tohoru Kassuga em busca de terras em clima temperado.

Na chácara do Tingly, Kassuga iniciou a plantação de árvores frutíferas de caqui. Originário da China, essa fruta se tornou muito popular no Japão. Trazido pelos imigrantes japoneses, o caqui se adaptou muito bem nas regiões mais frias do Brasil. No entanto, eclodiu a Segunda Guerra Mundial e o sentimento antinipônico se manifestou. O Brasil e o Japão romperam relações diplomáticas prejudicando a situação dos imigrantes japoneses.

As sanções aplicadas pelo governo brasileiro, a exemplo de confiscar os bens das famílias nipônicas acarretaram o deslocamento interno de japoneses pelo país. No Rio de Janeiro, os jornais incitavam a animosidade contra os japoneses. Embora o clima pós-guerra não fosse tranquilo houve o reinício da imigração japonesa a partir da década de 1950. São famílias que imigraram para Nova Friburgo bem como seus descendentes, Tohoru Kassuga, Hiroshi Higuchi, Hideo Kato, Tunney Kassuga, Kenji Abe, Yoshiyuki Ban, Yasutaka Deguchi, Sadao Fuchigami, Nagamitsu Fujimaki, Hajime Fukuoka, Takuma Hashimoto, Hajime Inoue, Koh Inoue, Nelson Yukio Inoue, Itsuji Itoh, Paulo Kawakami, Kiyoshi Kawamura, Heiji Kikuchi, Masayoshi Matsumoto, Jun-Ichi Matsura, Toshiharu Matsuoka, Takeo Miura,  Hisayoshi Miyamoto, Makoto Miyatake, Sohei Nagai, Masayoshi Nagao, Namizo Nakahara, Hisayoshi Nobata, Kaoru Odawara, Kogorô Ohta, Akira Ôki, Shigeru Ôki, Toshiharu Ôki, Tamotsu Shiratô, Tadashi Takisawa, kin-Ichi Tanizaki, Geizô Yoshimura, Rinji Haga, Jotaro Kashaio, Hideichi Hayanishi, Masao Murakami, Matsuo Murakami, Kazuhiko Zama, Nobukazu Abe, Osamu Abe, Shigemasa Amano, Koichi Furuya, Shokichi Horie, Cecil Ito, Sueo Ito, Yoshihiko, Asayo Kitami, Kinji Kunigami, Mototeru Kokuga Kunigami, Matao Shimizu Mitsunaga,  Hisakichi Nakashima, Konosuke Noguchi, Hiroshi Okazaki, Eitaro Watanabe, Jun Watanabe, Rikei Yamaguchi, Takanosuke Yamaguchi e Kinzo Suzuki.

Em Nova Friburgo entrevistei Hiroshi Higuchi plantador de caqui em sua propriedade no Córrego Dantas. Higuchi chegou ao Brasil em 15 de agosto de 1963 e inicialmente foi para o município de Dourados, no Estado do Paraná. No entanto, optou por residir em Nova Friburgo já que tinha conhecimento de que havia uma colônia de conterrâneos no município. Começou a trabalhar como meeiro em uma plantação de rosas em Conselheiro Paulino.

Higuchi nos informou que o governo japonês incentivava a emigração para o Brasil, subsidiando a aquisição de terras e dando todo o suporte material para que deixassem o país. Segundo ele, o Japão passava por uma crise financeira e com excesso de população. Durante um ano recebeu uma pensão do governo para a sua manutenção.

O governo japonês igualmente financiou uma parte do valor do sítio que adquiriu. Mesmo com todos esses incentivos, alguns japoneses que imigraram com ele retornaram ao Japão. Casou-se com a compatriota Satimi Minato que veio para o Brasil em agosto de 1961. Hiroshi Higuchi cultiva atualmente diversos tipos de caqui como o mikado, ramaroute, guiombo, fuiou e costata. Ele, inclusive, admite que trouxe mudas de caqui do Japão clandestinamente e iniciou uma experiência inédita produzindo caquis desidratados. Os japoneses têm a tradição desidratar o caqui, que denominam de hoshigaki, para que a fruta possa ser consumida durante o ano inteiro. No Japão é um verdadeiro mimo ganhar uma caixa desses caquis desidratados porque são muito caros.

No Campo do Coelho, terceiro distrito de Nova Friburgo, a lavoura de tomate e de outros legumes era rasteira, com muita perda em razão do contato com o solo que deixa os produtos mais vulneráveis às pragas. Os japoneses nessa região ensinaram os agricultores brasileiros a usarem estacas verticalizando a planta e com isso ganharam em produtividade. Igualmente instruíram na preparação de estufas revolucionando o modo de plantio entre os agricultores.

Os japoneses e seus descendentes mantêm suas tradições através de eventos que realizam em sua sede, no distrito do Campo do Coelho. Igualmente faz parte do calendário de Nova Friburgo a festa das cerejeiras promovida pela comunidade nipônica.

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    Hiroshi Higuchi cultiva caquis no Córrego Dantas

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    Os japoneses têm a tradição desidratar o caqui, que denominam de hoshigaki

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    Satimi Minato Higuchi prepara o caqui para ser desidratado

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Vivendo em família 24 horas por dia em quarentena

quinta-feira, 09 de abril de 2020

Última parte

Última parte

No artigo anterior comentei que muitas famílias estão vivendo em alto estresse porque foram pegas de surpresa com o isolamento social devido à pandemia viral. Expliquei que traria algo prático na segunda parte do artigo, mas que cada membro da família, marido, esposa, ou outro adulto dentro do mesmo convívio, tomasse a decisão inicial de lutar consigo para ter autocontrole emocional e não perturbar o outro em casa. Isto já seria um grande passo. Vejamos agora dicas práticas para que o comportamento familiar neste momento de quarentena seja vivido com o mínimo de tensão, briga, e desarmonia possível.

1 - Evite atitudes de crítica

Agora não é o momento de ficar apontando falhas do outro. Na verdade, isto deve ser evitado em qualquer momento, mas principalmente nesta emergência que vivemos. Se você evitar críticas, isto previne estresse, tristeza, irritação. Agora é hora de apreciação, valorizar, elogiar o outro para criar um clima calmo. Não critique seu marido porque ele não arruma a louça como você. Não critique sua esposa porque ela não cozinha tão bem como sua mãe.

Agradeça seu marido por colocar o lixo fora, coisa que talvez ele nunca fazia. Agradeça sua esposa por ela ter ficado com as crianças sem a babá ou a vovó enquanto você trabalhava home office, se isolando num cômodo da casa. Antes de dormir você pode dizer para seu cônjuge três coisas que apreciou nele/nela naquele dia. Não se pode conviver juntos em paz sendo críticos. Seja gentil um com o outro.

2 - Procure ser mais curioso do que furioso

Se perceber que seu marido/sua esposa está irritada num certo momento, não se irrite também. Procure saber o que está ocorrendo com desejo de ajudar. Incentive a pessoa a falar e expressar sua contrariedade e não traga aquilo como algo pessoal. Claro, a pessoa precisará falar sem atacar você ou outro membro da família. Quando as pessoas estão estressadas é perigoso o que elas dirão, e é também difícil ouvirem. Fale, sem agredir o outro, e escute o desabafo do outro com respeito.

3 - Permita que seu familiar em casa se sinta mal ou bem quanto à esta crise da pandemia

Otimistas poderão se sentir melhor, sem tanto medo e ansiedade. Não a critique porque ela não está ansiosa como você. Outros mais preocupados e sensíveis poderão com mais frequência se sentir mal, impacientes, com medo. Neste caso, não critique a pessoa que é mais medrosa e preocupada. Cada um lida emocionalmente com esta pandemia da maneira que consegue, e isto não tem que ser igual para todos.

Ao lidar com um familiar que fica muito ansioso neste momento, basta ser empático, ou seja, escutar a pessoa falar do medo, das preocupações, e você pode até ir além de oferecer ouvidos atentos, repetir para ela o que ela está expressando para mostrar que você está entendendo o sofrimento dela. Você pode dizer após a pessoa falar que está tensa com medo de contaminação pelo vírus corona e começar a chorar: “Puxa, que chato este seu medo. Chorar pode aliviar. Mas procure evitar ficar pensando em coisas trágicas.” Veja que nesta frase você oferece compreensão, não critica a pessoa porque ela chorou, e deixa uma ideia positiva para ela lidar com os pensamentos de medo.

4 - Negocie o tempo em casa

Você, seu marido ou sua esposa podem querer estar algum tempo sozinho, sozinha, sem as crianças por perto. Ofereça ficar com as crianças num certo período do dia e depois vocês trocam, o outro fica com as crianças para você fazer algo sozinho que desejar ou precisar. Então, vai ter momento para cada um ficar só, outro para todos ficarem juntos, outro para o casal conversar a sós sem as crianças perto, e outro momento para as crianças brincarem sozinhas ou fazer alguma tarefa escolar. Não é nem todo mundo junto o tempo todo e nem todo mundo separado o tempo todo, se não houver complicações clínicas com ninguém.

5 - Planeje seu dia, mas sem rigidez

Dividam as tarefas em casa. Colocar lixo no lixo, ração para o cachorro e limpar as sujeiras dele, ajudar na cozinha no preparo do alimento, cada um cuidar de sua roupa, da sua cama, da sua toalha de banho. Cada um assumir tarefas escolares e do trabalho feitas agora em casa. Claro, crianças pequenas não podem assumir coisas difíceis, mas dependendo da idade já podem cooperar com tarefinhas simples.

6 - Surgiu uma tensão difícil que agitou os sentimentos?

Respire fundo. Conte até 50. Vá tomar um banho. Deixe o sangue esfriar. Pense. Evite soltar os cachorros imediatamente. Deixe passar pelo menos meia hora para você ter tempo de refletir, acalmar as emoções para depois falar com serenidade. Mas evite deixar isto para o dia seguinte. Conversem pensando em resolver o impasse, o problema, e não para criar mais tensão. Seja honesto e pense: No que estou errando? O que é culpa minha? Como falar de forma respeitosa? Seus filhos não querem ver os pais brigando. Eles sofrem com isso. Portanto, procurem resolver a situação tensa que surgiu da melhor maneira possível.

7 - Respeite os limites

Se seu marido ou sua esposa está isolada num cômodo trabalhando, respeite, não deixe as crianças interromperem o trabalho batendo na porta, gritando, ou chamando o pai ou a mãe. Combinem uma hora em que será a hora do trabalho e que só poderá se interrompida se ocorrer alguma emergência. Explique para as crianças que papai/mamãe está trabalhando ali no quarto ou no escritório da casa e que daqui há pouco ele/ela sairá para tomar a refeição juntos e conversar.

8 - Seja claro ao fazer um pedido ao seu esposo ou esposa

 Algumas pessoas têm dificuldade de pedir ajuda e por isso se sobrecarregam de tarefas. Então, especialmente agora com todo mundo junto o tempo todo em casa, peça ajuda, mas de forma clara, com humildade e sem manipular. Isto é importante porque o outro pode não perceber que você está com uma carga pesada de tarefas. Daí ser importante pedir ajuda.

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Questões trabalhistas

quarta-feira, 08 de abril de 2020

Para pensar:
“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.” (Hannah Arendt)

Para refletir:
“Sendo motivado pela compaixão e amor, respeitando os direitos dos outros – essa é a verdadeira prática da religião.” (Dalai Lama)

Questões trabalhistas

Para pensar:
“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.” (Hannah Arendt)

Para refletir:
“Sendo motivado pela compaixão e amor, respeitando os direitos dos outros – essa é a verdadeira prática da religião.” (Dalai Lama)

Questões trabalhistas

Dias atrás a coluna falou sobre a situação que vem sendo vivida por ex-funcionários da UPA de Conselheiro Paulino, que em vez de receberem todos os direitos trabalhistas que fizeram por merecer, vêm sendo confrontados com propostas ultrajantes que se situam em torno de apenas 50% do passivo trabalhista.

Condição

Pois bem, um trabalho de fiscalização legislativa que vem sendo realizado pelo vereador Professor Pierre não apenas confirma o pagamento realizado pela prefeitura ao Instituto Unir, como também indica que chegou a haver esforços no sentido de amarrar tal pagamento à condição de que as rescisões trabalhistas seriam quitadas a partir de tais recursos.

Querendo entender

Até aí tudo perfeito, mas ao que consta tais esforços acabaram não frutificando a partir de interferências internas que, dadas as consequências, este colunista gostaria muito de compreender melhor.

Se o governo tiver algo a dizer a respeito, certamente seria muito oportuno.

Funcionalismo municipal

E já que estamos falando sobre questões trabalhistas, nesta semana o Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Nova Friburgo (Sinsenf) se manifestou oficialmente a respeito do pacote de medidas proposto pelo Palácio Barão de Nova Friburgo para o enfrentamento deste período de quarentena e restrições produtivas.

A nota é grande demais para que possa ser reproduzida na íntegra, mas pertinente demais para que possa ser apenas mencionada.

Abaixo, portanto, a coluna destaca alguns trechos específicos.

Medidas

“Diante do quadro que já vinha se apresentado no Brasil, em fevereiro foi publicada a lei 13.979/2020 que dispõe sobre medidas de enfrentamento ao coronavírus. Posteriormente o Governo Federal, através das MPs 927 e 928, visou regular as relações de trabalho (regidas pela CLT). Ocorre que, entre as medidas adotadas pela União, estão a restrição temporária de locomoção intermunicipal. A MP 927 traz, em seu artigo 3º, medidas para que as empresas possam enfrentar a pandemia, dentre elas destacamos: o teletrabalho, antecipação de férias e banco de horas; medidas essas abordadas no decreto municipal 520 de 28 de março de 2020.”

Concordância

“Dos pontos destacados apontamos inicialmente o teletrabalho como sendo uma medida viável, apesar de custosa ao município. A maioria dos servidores não tem suporte em suas residências para aderir ao home office, contudo, o município fornecendo o material em comodato, assumido o ônus de eventuais encargos, é uma medida que consideramos justa, visando a continuidade ao serviço. No que tange a antecipação de férias, destacamos também como um ponto bastante razoável (previsto pela MP 927), e o servidor, por seu turno, estaria ciente de que nos próximos anos não teria o descanso. Por fim, no tema férias, destaca que a administração também poderá pagar o terço ao final do ano e o salário relativo a férias até o quinto dia útil do mês subsequente, o que é razoável diante de tal momento histórico.”

Discordância

“Já no que toca o banco de horas, o Sinsenf ressalta que a municipalidade vem tomando medidas as quais consideramos desleais em face ao servidor. Explicamos: já houve, por ato da administração a redução do número de ônibus na cidade e nas cidades vizinhas como medidas de prevenção do avanço da contaminação. Há servidores que dependem do transporte público para chegar aos seus postos de trabalho e muitos não conseguem. Desta forma não pode a municipalidade empurrar para o servidor o ônus pela sua falta ao serviço em decorrência de ato da própria administração. E o aspecto mais importante do banco de horas é que necessita de acordo ou convenção coletiva. A MP 927 expõe que pode ser estabelecido por acordo individual e, a nosso ver, afronta a Constituição. Caso a municipalidade leve adiante a promoção deste instituto, conforme o memorando circular 002, será judicialmente combatido por não ter havido qualquer negociação junto a entidade sindical. Por inúmeras vezes em 2019 o Sinsenf se reuniu com o Executivo a fim de discutir o banco de horas justamente para harmonizar a relação entre servidor e administração, o que não foi feito até a presente data.”

EPIs

“O sindicato vem recebendo denúncias sobre as chefias de determinados setores que têm coagido os servidores a irem trabalhar mesmo sabendo que estes não dispõem de transporte público ou qualquer outro meio oficial para levá-los aos postos de trabalho, e também denúncias acerca da falta de material de higiene e EPIs, principalmente para os servidores atuantes nas unidades de saúde. Solicitamos o fornecimento imediato a todas unidades em funcionamento neste período, pedindo prioridade para os atuantes em unidades hospitalares. Esperamos que a municipalidade cumpra com o solicitado a fim de evitar qualquer imbróglio judicial.”

Politização

Infelizmente a questão acabou sendo politizada, e isso definitivamente não ajuda em nada os esforços de razoabilidade de quem busca encarar o contexto atual sem motivações passionais.

Uma vez mergulhada no maniqueísmo reducionista e binário que marca nossos dias, começa a parecer contraditório que alguém defenda ao mesmo tempo saúde e economia, ou que apoie a quarentena e também manifeste preocupação para com os que perdem suas rendas como consequência do isolamento social.

Tudo ligado

A coluna, todavia, já manifestou seu entendimento de que as questões estão umbilicalmente conectadas, e, em última análise, o melhor para a saúde pública acaba sendo, também, o melhor para a economia - como se a preservação de vidas não fosse, por si só, argumento suficiente.

Reconhecer a importância do isolamento, portanto, não passa por ignorar suas terríveis consequências econômicas.

Chocante

Ao contrário, é justamente por reconhecer o sacrifício de tantos que se torna tão chocante ver as ruas cheias de gente, como observamos nesta terça-feira, 7.

Afinal, desrespeitar o isolamento não é apenas colocar e expor a riscos seu círculo social mais próximo e querido, mas também um profundo ato de desrespeito para com aqueles que estão fazendo sacrifícios enormes em razão da proteção coletiva.

Quando se pensa no que tantos estão passando, aglomerações evitáveis se tornam inaceitáveis.

Mais que mil palavras

A foto que ilustra a coluna de hoje foi feita por Regina Lo Bianco e captura com muita dignidade as dificuldades desse momento que estamos vivendo, convidando a todos para que mantenham o isolamento e cuidem daqueles que mais estão precisando.

Tem gente precisando urgentemente de apoio.

O momento é de aprofundar a união, não a divisão.

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Mais que mil palavras
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Saem as calcinhas, vêm as máscaras

quarta-feira, 08 de abril de 2020

A produção de máscaras de TNT pode impulsionar a economia friburguense, especialmente o setor de moda-íntima. O que começou como um serviço de voluntariado, com fabricações isoladas de facções de fundo de quintal, pequenas confecções ou mesmo produções caseiras, despertou um mercado em alta demanda.

Máscaras de TNT

A produção de máscaras de TNT pode impulsionar a economia friburguense, especialmente o setor de moda-íntima. O que começou como um serviço de voluntariado, com fabricações isoladas de facções de fundo de quintal, pequenas confecções ou mesmo produções caseiras, despertou um mercado em alta demanda.

Máscaras de TNT

Até aqui, o município tem produzido máscaras de pano comum, de algodão. Essas máscaras ajudam na proteção, ainda que não sejam as mais indicadas, mesmo para a população em geral. Mas segundo especialistas é melhor do que nada. Para comercialização em larga escala, existem variados tipos, sendo as de TNT as mais recomendadas.

Grande demanda

Com a falta das máscaras no mercado nacional e a ausência para exportação, a expertise friburguense aparece como salvação. Salvação para um país com alta demanda e oferta reprimida e salvação para a economia local com preservação de empregos e até um novo mercado.

Um milhão de máscaras pedidas

Somente uma grande confecção da cidade recebeu encomenda de um milhão de máscaras de uma grande loja nacional de departamentos. Pedido que veio como súplica, tendo em vista a proibição de produção industrial nos últimos dias. Há consórcios de saúde de municípios que também estariam dispostos a encomendar para distribuição a população.

Implicações

Importante dividir dois tipos de máscaras: as usadas por médicos e demais profissionais de saúde, das demais máscaras. Apesar da retirada de burocracia por parte da Anvisa para a produção de máscaras, continuam válidas diversas implicações legais para as máscaras que são usadas pela saúde. A venda errada pode surtir em fortes penalidades, inclusive criminais.

Sem parque industrial

Nova Friburgo hoje não tem tempo hábil para se estruturar para a produção de máscaras médicas. Essas precisam ser fabricadas em espaços de piso frio e azulejos, além de roupas especiais para quem confecciona. Uma logística que não se implanta da noite para o dia.

 

O que é possível?

Já as máscaras domiciliares, a mais recomendada é a de TNT com panos duplos, ventilação e outros requisitos, mas que para o mercado comum não tem toda essa implicação estéril das de saúde e podem ser imediatamente produzidas aqui, com dependência da matéria prima específica, exceto para elástico e linha.

Equilíbrio e bom senso

Fica no radar a importância de se equilibrar as ações de modo que seja a produção encarada como um serviço emergencial e essencial, ao mesmo tempo sem colocar em risco a saúde dos trabalhadores e das próprias empresas. É preciso tomar as medidas de acordo com as representações sindicais, tanto patronal, como dos empregados e organismos do judiciário, sabendo-se que a palavra final, num primeiro momento é do executivo municipal.

Determinações de proteção à vida

Para tanto, essencial é regulação e fiscalização específicas do poder público, orientadas pelas diretrizes dos órgãos de saúde. A decisão de liberar a produção específica não só de máscaras, mas também de outros EPIs (equipamentos de proteção individual), representam um alento para quem temia perder o emprego ou empresas que projetavam falência.       

O joio do trigo

Vale uma nota: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Produzir neste momento calcinhas e outros produtos do vestuário é querer encalhar produtos. A procura por vestuário caiu 70%, não só porque as lojas estão fechadas, mas porque, naturalmente, não são prioridades de compras.

Prioridade de consumo

Alimentos e medicamentos, além de produtos de energia como gás e gasolina, sem contar a economia que as famílias estão fazendo com medo do colapso futuro são as prioridades de hoje e de algumas semanas para frente. A própria fabricação de máscaras deve perdurar por pelo menos três meses com forte demanda, mantendo-se no hall do essencial.

Para ficar claro

Ficar em casa para quem pode, continua sendo a tática escolhida por todos os países do mundo e por todas as autoridades maiores, exceto por uma no planeta todo. O isolamento horizontal continua sendo o mecanismo mais eficaz, até que se possa fazer a transição para um isolamento vertical. Mas isso só será possível, quando a curva achatar e ter testes rápidos em massa.                 

75 anos

Não posso deixar de registrar a minha alegria em fazer parte da história de A VOZ DA SERRA. Participo de apenas 14 dos seus 75 anos completos neste último dia 7. Sou mais da geração online (20 anos) do que da prensa (75 anos), é verdade. Mas nada como manusear o papel do jornal e perceber que é mais do que papel, mas histórias, testemunhos, biografia de um povo e sua relação com a cidade.

O jornal de ontem e amanhã

Por curiosidade, voltei no tempo, e reli o artigo que escrevi há dez anos, ou seja, nas celebrações dos 65 anos: “O Jornal de Amanhã”. Digo lá: “o jornal de ontem jamais poderia supor o que diria o jornal de hoje. A primeira edição de A VOZ DA SERRA, em 7 de abril de 1945, há exatos 65 anos atrás, jamais poderia prever que o jornal de amanhã, esse que vai às bancas de encontro ao leitor, hoje, seria assim feliz por ser da gente”.

O tempo voa

Queria que fosse só de notícias felizes. De dez anos para cá, tanta coisa mudou. O jornal de ontem jamais poderia supor noticiar a tragédia climática de 2011 ou agora a pandemia do coronavírus que afeta o mundo inteiro. Inusitadamente, dois únicos fatos que tiraram o impresso de circulação por uns dias.

Saudades

Por mais que não queiramos, o jornal de ontem sabia que o do amanhã teria que noticiar a perda de pessoas queridas, como a do seu diretor, Laercio Ventura, e de tantas outras que deixaram legado e saudades. O tal ciclo da vida que faz esse que escreve mais cascudo, não menos insensível, talvez menos ingênuo e mais experiente.   

Feliz por ser da gente

“O jornal de ontem jamais poderia supor que assim seria no jornal de amanhã que chega hoje! E A VOZ DA SERRA hoje, como ontem, continua sendo esse jornal do amanhã que chega primeiro”. Parabéns a Adriana Ventura por manter acesa a chama que seu avô acendeu lá atrás, aos meus colegas de trabalho e a todos que fazem de A VOZ DA SERRA o mais importante e respeitado veículo de comunicação de Nova Friburgo. 

Palavreando

“A VOZ DA SERRA é rito diário e mais do que contar, registrar e testemunhar as histórias acaba se confundindo com a própria história, por ser ela mesma, personagem que retrata e é retratado. A VOZ DA SERRA venceu a todas as intempéries, todas as batalhas psicológicas, econômicas e ideológicas. Eles passaram, passarão, mas A VOZ DA SERRA fica e ficará”.

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