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Um centímetro é importante

sexta-feira, 25 de abril de 2025

O que faz a diferença entre obter sucesso ou fracassar? Será que tem que ver com condições ideais? Será na dependência de você colocar bem mais esforço? Será que pode ser usar uma porção dobrada do seu talento? Ou será que algumas pessoas simplesmente têm o que é preciso e outras não?

O que faz a diferença entre obter sucesso ou fracassar? Será que tem que ver com condições ideais? Será na dependência de você colocar bem mais esforço? Será que pode ser usar uma porção dobrada do seu talento? Ou será que algumas pessoas simplesmente têm o que é preciso e outras não?

Um técnico de futebol americano conseguiu tirar seu time de quinze temporadas ruins para campeonatos mundiais consecutivos. Como ele conseguiu isso? “Ele acreditava que o sucesso era uma questão de centímetros, pouca coisa de cada vez. Um pouco mais de concentração, um esforço extra nos treinos, um segundo esforço consistente para um pequeno ganho adicional. Ele não pedia que seus jogadores fossem algo diferente do que eram – ele pedia que melhorassem seu melhor centímetro por centímetro. Ele sabia que os centímetros se somam na vida, assim como nos esportes.” (Days of Healing, Days of Joy: Daily Meditations for Adult Children, 12/04/2025).

Na vida, como no esporte, muitas vezes são as pequenas coisas que contam, são elas que nos ajudam a superar algo difícil. Isso pode se relacionar com, por exemplo, se levantar e ir assistir a uma palestra educativa numa área que interessa a você em vez de ficar em casa. Pode ser dar sua opinião, expressar seu ponto de vista mesmo quando algum pensamento seu diz que o que você tem a dizer não é tão importante e por isso em geral você fica calado. Dar um passo de um centímetro apenas pode ser evitar aquela porção extra de comida quando você já comeu o suficiente. Ou fazer mais cinco minutos de exercício físico quando já queria parar.

Essa expansão na capacidade de melhorar seu desempenho na vida como pessoa, a melhora da habilidade em lidar com a frustração pode ser praticada. Outro exemplo, ao decidir arrumar seu armário em vez de se exigir que tenha que arrumar tudo, os cabides de roupas, todas as gavetas internas, as prateleiras, você decide ajeitar duas gavetas hoje e dá esse passo. Arruma pelo menos duas gavetas, quando o desejo era fechar as portas do armário e não mexer em nada lá dentro.

Um exemplo que melhora sua saúde e tem que ver com avançar um centímetro simbolicamente é respirar fundo puxando o ar pelo nariz e quando chegar no máximo que parecer possível ao puxar o ar para dentro dos pulmões, puxe um pouquinho mais. Isso fará com que o oxigênio inspirado chegue em mais partes do pulmão. Em seguida, expire o ar pela boca indo até o final e ao chegar no final, sopre um pouco mais o ar para fora. Esse “centímetro” a mais ajuda a expelir aquilo que precisa sair do corpo pela expiração. Esses pequenos centímetros a mais não são difíceis de serem praticados e ao longo do tempo fazem diferença no processo respiratório e, portanto, na oxigenação do seu corpo, incluindo do cérebro. São centímetros que fazem a diferença quando somados juntos.

Vamos trazer isso para o aspecto mental. Um primeiro exemplo pode ser quando você está irritado e quer soltar uma palavra irada contra alguém. O centímetro a ser avançado aqui é pensar consigo: “Não vou falar com essa pessoa de forma agressiva. Vou dar um tempo para eu mesmo me acalmar.” Outro exemplo pode ser ao você estar desanimado, entristecido e não querer sair da cama para dar uma caminhada, faz um esforço sem se concentrar em como se sente, e vai andar o que for possível naquele dia. Esse é o centímetro a ser avançado.

Tente fazer um progresso hoje, pequeno, mas importante progresso, dando um passo com um centímetro a mais em algo que você pode decidir fazer por escolha consciente e pessoal.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Mídias sociais, internet, vídeos e sua saúde

quinta-feira, 17 de abril de 2025

Vício é aquilo que se torna um deus para você, domina sua pessoa, seus sentimentos e atitudes. Drogas psicotrópicas (que afetam o cérebro) bloqueiam a percepção consciente de emoções que precisariam ser experimentadas e expressadas. Isto causa repercussão no comportamento e complica as relações do usuário com ele mesmo, com sua vida interior, e com as pessoas ao redor. Um vício isola a pessoa dela mesma.

Vício é aquilo que se torna um deus para você, domina sua pessoa, seus sentimentos e atitudes. Drogas psicotrópicas (que afetam o cérebro) bloqueiam a percepção consciente de emoções que precisariam ser experimentadas e expressadas. Isto causa repercussão no comportamento e complica as relações do usuário com ele mesmo, com sua vida interior, e com as pessoas ao redor. Um vício isola a pessoa dela mesma.

Qualquer um pode se viciar em coisas sem ser álcool, maconha, cocaína, crack, e outras drogas. Há vício sexual, de comida, compras, romance, de pessoas, de fama, de estética corporal. Veremos agora sobre o vício de Internet, pelo computador ou celular.

Cinco características que indicam que o uso da Internet pode ter se tornado um problema: 1)Você tem ficado na Internet mais do que o previsto? Pensa em ficar minutos e fica horas? Se irrita se seu tempo on-line é interrompido? 2)Você vê roupas sujas se acumulando e deixa faltar produtos alimentícios em casa, por ter estado on-line? Fica até mais tarde quando todos já foram para casa para usar a Internet livremente? 3)Sua vida social e familiar está sofrendo pelo excesso de tempo gasto on-line? 4)Se sente mal se seu parente procura te incentivar a desligar o computador ou largar seu celular e passar tempo juntos? Você mente para seu chefe e parente sobre a quantidade de tempo que gasta on-line? 5)Usa a Internet como escape ao estar estressado, triste, angustiado, ou para gratificação prazerosa? Você tenta limitar seu tempo de Internet, mas não consegue?

Se você respondeu “sim” a um destes 5 itens, já é um forte indicativo de vício de Internet. Há também sintomas físicos deste vício: a)Síndrome do túnel do carpo (dor e dormência nas mãos e pulsos); b)Olhos secos ou visão tensa; c)Dores no pescoço e fortes dores de cabeça; d)Distúrbios do sono; e)Ganho ou perda de peso.

Susan Greenfield, Ph.D., neurocientista da Universidade de Oxford, comenta, na revista do Conselho Estadual de Medicina no Estado de São Paulo, “Ser Médico”, Jan/Mar 2013, que o imediatismo das imagens de Internet prejudica o desenvolvimento mental em crianças pequenas e adolescentes e que muito tempo na Internet infantiliza o cérebro, podendo produzir uma geração de jovens incapazes de pensar por si.

Porém, a criança que usa a Internet sob o controle dos pais e também brinca com as mãos, sobe em árvores, brinca no quintal ou playground do edifício, corre na praia, tem contato frequente com a Natureza, é melhor protegida contra os malefícios do excesso de exposição à Internet e vídeos. Essa cientista afirma que para evitar prejudicar o cérebro de crianças pequenas por, precocemente, colocá-las em contato com vídeos e imagens da Internet, é importante voltar ao que se fazia antigamente, quando avós ou pais contavam histórias com princípio, meio e fim, com significado, com boas lições para a vida, pois ajudam o cérebro a pensar em sequência, entender da causa para o efeito, e produz melhor funcionamento das estruturas nobres do encéfalo.

O cientista Fuchun Lin (2012) da Academia Chinesa de Ciências declarou: “Os jovens que navegam demais nas redes apresentam mudanças cerebrais semelhantes àquelas verificadas em compulsivos por jogos de azar.”

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O que é procrastinação e o que fazer com isso?

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Procrastinar é o ato de adiar ou atrasar tarefas, às vezes até o prazo final, geralmente porque você pode não gostar da tarefa e a deixa de lado mesmo sabendo que isso produzirá resultados ruins depois.

Você pode adiar um monte de coisas, uma pilha de roupa já lavada que precisa ser dobrada e guardada, arrumar as gavetas do seu guarda-roupa que está uma bagunça ou sua mesa de trabalho cheia de papéis e outros objetos, consertar um problema no carro, pagar uma conta, levar o eletrodoméstico para o conserto.

Procrastinar é o ato de adiar ou atrasar tarefas, às vezes até o prazo final, geralmente porque você pode não gostar da tarefa e a deixa de lado mesmo sabendo que isso produzirá resultados ruins depois.

Você pode adiar um monte de coisas, uma pilha de roupa já lavada que precisa ser dobrada e guardada, arrumar as gavetas do seu guarda-roupa que está uma bagunça ou sua mesa de trabalho cheia de papéis e outros objetos, consertar um problema no carro, pagar uma conta, levar o eletrodoméstico para o conserto.

Na prática não existe ninguém que nunca procrastina em algum momento. E isso é normal quando o que você adia não é urgente e surgiu algo mais necessário de ser feito agora.

Um passo que ajuda a resolver gradativamente o ato de procrastinar pode ser não pensar muito na tarefa e partir para a ação. Agir imediatamente, sentindo ou não vontade e ânimo, auxilia a não adiar o que precisa ser feito. E é importante perceber que você pode se ocupar de atividades que são mais prazerosas e deixar de lado as que são menos agradáveis. Nesse caso, não espere pelo sentimento de agradabilidade para fazer a tarefa. Faça com ou sem sensação agradável.

Outro ponto é que você pode descobrir que adia coisas e coloca no lugar as que podem ser adiadas, enquanto se enrola porque adiou as que não podiam ficar para depois. Em algum momento do dia pare e pense: “Isso que vou fazer agora precisa ser feito mesmo agora ou tem algo mais urgente a ser feito?” Pense e decida agir pensando nas coisas que não podem ser feitas amanhã, têm que ser hoje.

Você pode fazer uma lista por escrito de tarefas que dá para concluir rapidamente, talvez em cinco, quinze ou vinte minutos, e deixar para o fim da lista aquelas que podem esperar mais tempo. Daí decida começar por aquelas que são de rápida execução e têm prioridade.

É importante enfatizar que quem procrastina talvez pense demais na tarefa. Por isso, evitar esse excesso de raciocinar sobre o assunto, ajudará a tomar uma atitude para resolvê-lo. Quando pensamos demais numa coisa, podem surgir dúvidas, cansaço e isso prejudica a realização da atitude necessária, adiando-a.

Vamos supor que você olhe seu armário e veja que precisa arrumá-lo. Mas para deixá-lo todo organizado você gastaria um tempo longo e tem outras coisas para fazer. Você pode começar imediatamente a arrumar o armário pensando: “Vou usar vinte minutos nessa tarefa. Depois vou parar e retorno em outro momento.” Pronto. Essa é uma estratégia que tira você da procrastinação sobre essa arrumação necessária porque você dá um primeiro passo sem se exigir que terá que deixar tudo arrumado naquele momento.

Dar um pequeno passo para não mais adiar alguma tarefa pode ser o suficiente para sair da inércia e da procrastinação sem grandes autoexigências de fazer tudo. E é importante compreender que para evitar procrastinar você precisa enfrentar o sentimento desagradável que empurra para adiar as tarefas, podendo ser tristeza, angústia, ansiedade. Enfrentando um sentimento doloroso e fazendo pelo menos uma parte da tarefa, isso vai animar você para a próxima vez que sentir vontade de procrastinar, não adiar, mas entrar em ação já.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Crianças são presentes, se as aceitarmos

quinta-feira, 03 de abril de 2025

Com esse título a escritora Kathleen Turner Crilly comenta sobre um texto de Melody Beattie, especialista sobre codependência afetiva. Vou citar parte do texto junto com ideias minhas, para nossa reflexão hoje.

Com esse título a escritora Kathleen Turner Crilly comenta sobre um texto de Melody Beattie, especialista sobre codependência afetiva. Vou citar parte do texto junto com ideias minhas, para nossa reflexão hoje.

Não tenho dúvidas de que crianças são presentes. Elas são como flores que enfeitam nossa casa. Alegram o ambiente com sua espontaneidade e pureza. Nossos filhos, se tivermos filhos, são um presente para nós. Pense bem que nós, como filhos, éramos presentes para nossos pais, não é mesmo? Entretanto, é verdade e uma infelicidade, que muitos de nós não recebemos a mensagem de nossos pais de que éramos presentes para eles e para o Universo. Talvez nossos pais estivessem sofrendo; talvez eles estivessem esperando que fôssemos seus cuidadores; talvez tenhamos nascido em um momento difícil na vida deles; talvez eles tivessem seus próprios problemas e simplesmente não foram capazes de aproveitar, aceitar e nos apreciar pelos presentes que somos.

Atendi em meu consultório ao longo do tempo muitas pessoas que sofriam com uma insegurança emocional de tal maneira que ao terem filhos se sentiam despreparados para isso e por causa dessa fraqueza emocional, não puderam curtir seus filhos, pelo menos nos anos em que o problema emocional os perturbava.

Muitos têm uma crença profunda, às vezes subconsciente, de que eram e são um fardo para o mundo e as pessoas ao redor. Essa crença pode bloquear a capacidade de aproveitar a vida e relacionamentos com os outros. Essa crença pode até prejudicar o relacionamento com Deus, o Criador do Universo.

Tem gente que sente ser um fardo para Deus. Essa sensação pode ser mesmo baseada nas experiências vividas ao longo da infância com pai e mãe, um ou outro, ou ambos, despreparados para a paternidade e a maternidade. Esse despreparo emocional é muito comum hoje em dia em milhares de jovens rapazes que engravidam garotas e nessas jovens que dão à luz crianças que sofrerão por falta de condições emocionais dos pais cuidarem delas.

Se você tem essa crença de ser um fardo para as pessoas e até para Deus, é hora de deixá-la ir embora. É hora de acabar com ela. É hora de começar a lutar para não permitir que ela fique em sua consciência perturbando. Você não é um fardo. Nunca foi, ainda que tenha sido uma criança mais peralta. Se você recebeu essa mensagem de seus pais, é hora de reconhecer que esse problema é deles para eles resolverem. Eles é que precisariam ou precisarão refletir sobre isso e aceitar que erraram com os filhos de uma forma que favoreceu o surgimento da crença psicológica na mente das crianças que diz que elas são um fardo.

Você tem o direito de lidar consigo mesmo como um presente para si, para os outros, para o mundo e para o Universo. Eu e você estamos aqui na vida e temos esse direito que nos foi dado pelo Criador.

Se você luta com este tipo de crença destrutiva, se achando um fardo, pense e decida agir com você mesmo dizendo assim: “Hoje, tratarei a mim mesmo e a quaisquer filhos que eu tiver como sendo um presente. Deixarei de lado quaisquer crenças que eu tenha sobre ser um fardo, e isso para meu Deus, para meus amigos, minha família e para mim mesmo.” E sendo pai ou mãe, pense: “Meus filhos são presentes especiais para mim.”

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Existe mulher violenta?

quinta-feira, 27 de março de 2025

Cerca de 48% das mulheres agredidas dizem que a violência ocorreu em sua residência (Pnad IBGE, 2009). Três em cada cinco mulheres jovens sofreram violência em relacionamentos (Instituto Avon, parceria com Data Popular - nov/2014).

Cerca de 48% das mulheres agredidas dizem que a violência ocorreu em sua residência (Pnad IBGE, 2009). Três em cada cinco mulheres jovens sofreram violência em relacionamentos (Instituto Avon, parceria com Data Popular - nov/2014). 77% das mulheres que vivem sob violência, sofrem agressões a cada semana ou dia, em mais de 80% dos casos, cometidas por homens ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das vítimas. (Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher.) www.compromissoeatitude.org.br/dados-e-estatisticas-sobre-violencia-contra-as-mulheres/(22Junho2016). Existe mulher violenta? Violência feminina é ideia irreal machista?

No estudo “A violência das mulheres: supressões e narrativas” Coline Cardi e Geneviève Pruvost, vol.VIII, 2011, par.13, citam que o primeiro trabalho científico que ousou combinar o estudo da violência contra as mulheres e violência produzida por elas foi feito por A. Farge e C. Dauphin. Citam a antropóloga Marie-Élisabeth Handman que disse: “… é necessário dizer que as mulheres não são menos violentas que os homens; simplesmente as causas da violência delas e as formas que elas assumem são usualmente diferentes daquelas dos homens e que o exercício de sua [das mulheres] violência cai dentro das margens deixadas para elas pelos homens (Handman, 2003, 73).”

Coline e Geneviève, dizem: “… quando pensarmos sobre violência feminina, devemos não somente estar interessados em exclusivas participações das mulheres em formas listadas de violência, mas também focar em mais formas sutis, mais microscópicas formas de violência (Handman, 1955) - … a violência pode pegar outros caminhos.” (par.21)

Liliane Daligand, psiquiatra professora de Medicina Legal na França, publicou o livro “La violence feminine”, Editora Albin Michel, 2016, e respondendo ao jornalista do Le Figaro sobre se é verdade que mulheres violentas foram vítimas de violência na infância, disse: “A grande maioria dessas mulheres foi vítima de violência e de rejeição. Elas experimentaram um caminho que é muito parecido com o das suas vítimas.” http://www.brasil247.com/pt/saude247/saude247/223091/Mulheres-violentas-Elas-estão-em-busca-de-poder-fálico.htm , visitado em 22Junho2016.

No trabalho “Mulheres e Práticas Violentas: Silêncio e Desvelamentos”, apresentado no Seminário Internacional Fazendo Gênero, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013, Claudia Priori, professora da Universidade Estadual do Paraná, cita Elizabeth Badinter que escreveu: “[...] do lado feminista, o assunto é tabu. Permanece impensável e impensado tudo aquilo que diminui o alcance do conceito de dominação masculina e da imagem das mulheres vítimas. Quando se fala disso, é sempre da mesma maneira: primeiro, a violência feminina é insignificante; segundo, é sempre uma resposta à violência masculina; por último, essa violência é legítima. (“Rumo Equivocado. O feminismo e alguns destinos.” Civiliz. Brasileira, 2005.)

Claudia afirma: “A ideologia dominante nos discursos e representações é a de uma feminilidade passiva e amistosa em oposição a uma masculinidade ativa e violenta. Um dualismo que coloca a mulher sempre como vítima e o homem sempre como o agressor, o algoz. A violência parece ser inerente à masculinidade, ao desejo de dominação masculina. Entretanto, não podemos negar a violência feminina, ela sempre existiu, existe e se manifesta de várias formas tanto na esfera privada quanto na pública.” http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384359615_ARQUIVO_ClaudiaPriori.pdf

A jornalista russa Cathy Young, no artigo “A Surpreendente Verdade Sobre Mulheres e Violência” (Time, 25 junho 2014), relatou casos como o da goleira da seleção norte-americana de futebol, Hope Solo, 32 anos, que numa explosão emocional agrediu a irmã e o sobrinho de 17 anos, e também citou o caso do jovem, David Vazquez, 25 anos, morto pela namorada que não aceitou o fim do namoro. Ao matar o rapaz, esfaqueando-o no peito, ela gritava: “Se não posso ter você, ninguém pode!”. Cathy termina o artigo na revista Time assim: “Se queremos que nossa cultura reconheça a capacidade das mulheres para liderança e competição, é hipocrisia negar e minimizar a capacidade das mulheres para a agressão e mesmo maldade. ... É tempo de ver as mulheres como completamente humanas – o que inclui o lado sombrio da humanidade.” http://time.com/2921491/hope-solo-women-violence/

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Precisamos de todos

quinta-feira, 20 de março de 2025

Alguns indivíduos nascem com melhor constituição física e mental do que outros e com habilidade de serem mais assertivos. Desde pequenos enfrentam a vida com mais força. Os problemas não os abalam como abalam outros até da mesma família. Realmente alguns têm lutas interiores que outros não têm metade disto. Por que algumas crianças nascem mais vulneráveis, mais sensíveis emocionalmente? Ou, mudando o lado da moeda, por que algumas crianças nascem mais guerreiras, mais autoprotetoras, com mais vantagens mentais para enfrentar a vida?

Alguns indivíduos nascem com melhor constituição física e mental do que outros e com habilidade de serem mais assertivos. Desde pequenos enfrentam a vida com mais força. Os problemas não os abalam como abalam outros até da mesma família. Realmente alguns têm lutas interiores que outros não têm metade disto. Por que algumas crianças nascem mais vulneráveis, mais sensíveis emocionalmente? Ou, mudando o lado da moeda, por que algumas crianças nascem mais guerreiras, mais autoprotetoras, com mais vantagens mentais para enfrentar a vida?

Não sabemos ainda bem a razão disto. Não temos todas as respostas. A genética não explica tudo. Talvez a epigenética explique mais, mas ainda faltam respostas. Ajudará muito se os pais destas crianças conseguirem pensar que seu filho, sua filha, pode ser uma destas crianças mais sensíveis, que naturalmente tem menos força para viver não conseguindo ser proativa, assertiva, como os pais gostariam que fosse. Não leve seu filho a um médico querendo uma medicação, ou a um psicólogo para ele ficar “esperto”, porque o perfil dele pode ser normal mesmo não sendo proativo! É uma crueldade a sociedade e a mídia exaltarem pessoas produtivas, batalhadoras na vida, como se este padrão de ser ou de estar na realidade fosse a única normalidade. Não é.

Se você é assertivo, toma decisões e age na vida, não deprecie alguém que não funciona assim. Seu cérebro trabalha de modo diferente da outra pessoa. O mundo precisa do indivíduo assertivo e do pensador. Um é bom para agir, e outro é bom para pensar e criar estratégias. Um ajuda a manter o ambiente sereno, outro agita todo mundo.

Têm empresários cruéis com seus funcionários porque a preocupação com a produção faz com que exijam deles agirem como máquinas. Querem faturar muito e rápido, e pode ser que demorem décadas para descobrir que o dinheiro é caro. Lá na frente podem ter conseguido muito dinheiro, mas perderam muita coisa preciosa pelo caminho. Então, fica caro. Evite cair na teia capitalista insana de ter que ser máquina de fazer dinheiro. Bem estar mental tem mais que ver com o desapego do que com acúmulo de bens.

Viva com serenidade. Você é uma destas pessoas não assertivas? Faça seu melhor. Faça o que pode hoje. Não deixe de fazer o que você pode mesmo não sendo uma destas pessoas mais bem “equipadas” para uma vida “agressiva no mercado de trabalho”. Não se acomode. Estude. Leia bons livros. Ajude alguém. Seja um instrumento para aliviar o sofrimento de alguma pessoa. Coloque isto como um dos alvos na sua vida. Assim você, proativo ou não, terá uma vida com significado valioso.

Por outro lado, você que se sente “poderoso”, “poderosa”, que já montou empresas, já adquiriu imóveis, tem uma fortuna nos bancos que daria para viver cinco vidas com pleno conforto, já viajou muito em cruzeiros ou voos de primeira classe, pare e pense: respeite as pessoas que são diferentes do seu jeito de ser. Elas são legais também. Elas têm coisas bonitas também. Elas são valiosas também. Dê uma olhada atenta, e veja que você está circundado de algumas delas que lhe ajudaram a conseguir sua riqueza. Já pensou nisso? Já demonstrou gratidão a elas por isto? Você não é um deus autossuficiente. “Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as roupas?” (Mateus 6.25).

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Você está viciado em tranquilizantes?

quinta-feira, 13 de março de 2025

É comum ficarmos preocupados com a dependência de drogas como o álcool, a maconha, anfetaminas, cocaína, e não pensarmos no vício em tranquilizantes prescritos por médicos e comprados em farmácias, chamados de “tarja preta”.

A verdade é que os tranquilizantes ou calmantes, cientificamente chamados de “benzodiazepínicos”, podem se tornar danosos para a saúde, se usados de forma abusiva, junto com outras drogas ou na retirada deles.

É comum ficarmos preocupados com a dependência de drogas como o álcool, a maconha, anfetaminas, cocaína, e não pensarmos no vício em tranquilizantes prescritos por médicos e comprados em farmácias, chamados de “tarja preta”.

A verdade é que os tranquilizantes ou calmantes, cientificamente chamados de “benzodiazepínicos”, podem se tornar danosos para a saúde, se usados de forma abusiva, junto com outras drogas ou na retirada deles.

No Brasil os tranquilizantes mais conhecidos e prescritos são: Alprazolam (Apraz, Frontal), Clonazepam (Rivotril), Diazepam (várias marcas), Lorazepam (Lorax) e, Bromazepam (Lexotan). Eles são usados para o tratamento de ansiedade, insônia, abstinência alcoólica, convulsões, sedação. Apesar de serem medicamentos com certa segurança no uso em doses normais, os abusadores deles correm risco não só de dependência física, mas também de terem que ser atendidos em emergência por causa de overdose, sendo que alguns podem morrer por isso.

Estudo feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) com 1.460 pessoas em 23 estados mostrou que os casos de depressão aumentaram 90%, estresse agudo 40% e crises de ansiedade 71% durante a pandemia da covid-19. As vendas do Rivotril (Clonazepam) aumentaram 22% em março e abril de 2020 comparado ao mesmo bimestre de 2019, pulando de 4,6 milhões para 5,6 milhões de caixas. Os benzodiazepínicos estão sendo prescritos em níveis alarmantes.

Estes medicamentos não são perigosos se usados em dose normal, por tempo limitado e com orientação médica. O vício pode surgir por eles aumentarem os níveis de dopamina, uma substância química cerebral responsável por sentimentos de prazer. Um cérebro normal não medicado controla a liberação de dopamina, mas sob uso de benzodiazepínicos, esses medicamentos alteram o mecanismo cerebral para a regulação da dopamina e permitem que ela inunde o cérebro.

Os efeitos colaterais mais frequentes devido ao uso destes tranquilizantes incluem: tontura, sonolência, confusão, fraqueza muscular, sedação, fala meio arrastada, boca seca, perturbação na memória de curto prazo, visão embaçada, sensação de muita ansiedade quando tenta deixar a medicação e reflexos motores diminuídos.

Quando a pessoa em uso de um benzodiazepínico ingere bebidas alcoólicas ou outras drogas com função depressora do sistema nervoso central, ela pode apresentar respiração lenta ou interrompida, perda da função cognitiva (dificuldade de pensar), reflexos lentificados, aumento da probabilidade de ficar dependente do remédio e pode ter outras reações graves como entrar em coma.

Se você está viciado em tranquilizantes, peça ajuda a seu médico para ele fazer um plano de “desmame” sem que você passe pela síndrome de abstinência, que é um conjunto de sinais e sintomas que surgem pela falta da medicação ou da dosagem que sedava a pessoa. Podem surgir dores no corpo, contrações musculares, sudorese, perda de peso, respiração ofegante, crises de ansiedade, náusea, vômito, depressão, insônia, alucinações, dificuldade de concentração, tremores.

Os benzodiazepínicos têm indicações médicas precisas. Nem todos que começam a usar estes medicamentos por recomendação médica terão problemas com eles desde que sigam a prescrição corretamente. O problema surge quando se usa por conta própria ou se aumenta a dose sem indicação médica. E também quando a pessoa tem a ideia de que seu sofrimento mental será resolvido só com medicação, sem precisar ajuda para compreender as causas dele e trabalhar nelas, que é feito no tratamento psicoterápico.

A medicação ajuda a aliviar os sintomas, e a psicoterapia ajuda a entender as causas deles e aprender técnicas de autocontrole e autoconhecimento que produzirão alívio dos sintomas e evitará o surgimento de dependência do medicamento.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Quer melhorar sua coragem?

quinta-feira, 06 de março de 2025

A cada semana, recebo da Fundação Hazelden, dos Estados Unidos, especializada em atendimento e treinamento em saúde mental, incluindo dependência química, sua newsletter com um texto de reflexão sobre recuperação de alcoolismo e de outras drogas. Compartilho com você um texto recente que inicia com uma frase de Mark Twain, pseudônimo do escritor norte-americano, Samuel L. Clemens, que diz: “Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, não ausência de medo.”

A cada semana, recebo da Fundação Hazelden, dos Estados Unidos, especializada em atendimento e treinamento em saúde mental, incluindo dependência química, sua newsletter com um texto de reflexão sobre recuperação de alcoolismo e de outras drogas. Compartilho com você um texto recente que inicia com uma frase de Mark Twain, pseudônimo do escritor norte-americano, Samuel L. Clemens, que diz: “Coragem é resistência ao medo, domínio do medo, não ausência de medo.”

Há anos, um colega que gosta de pilotar aviões me convidou e fizemos um voo sobre Campinas, SP. Era um avião pequeno, tipo Cessna, e senti muito medo estando lá em cima! Ele pilotava o avião com satisfação e perguntei: “Você não tem medo de voar num avião pequeno?”. Ele disse que antes de decolar, sente certa ansiedade, mas enfrentando-a, ele a supera. A satisfação se torna maior do que o medo.

É comum as pessoas sentirem medo. Mas não é muito comum admitirem que têm medo. Você deve conhecer pessoas a quem admira, crendo que elas nunca sentem ansiedade, tristeza, medo. Isso pode te levar a pensar que não é tão bom quanto elas porque sente medo vez ou outra, ou porque às vezes fica ansioso ou triste e parece que elas não. Será que a pessoa que você sempre a vê alegre, nunca sente tristeza? Será que alguém calmo nunca tem ansiedade? Será que ter coragem significa nunca ter medo? Coragem é ausência de medo?

Existem os que sentem medo patológico, doentio, que se chama fobia. Mas isso é diferente do medo normal que todos experimentamos em certas situações na vida.

Coragem não é ausência de medo. Ser corajoso não significa nunca sentir medo. Coragem é não deixar o medo impedir você de fazer o que precisa fazer. É fazer mesmo sentindo algum medo, ansiedade ou tristeza. Por exemplo, não é raro quem fala em público se sentir ansioso antes de se levantar para falar. Mas vai em frente.

Quando você estiver sentindo medo, pode se entregar ao seu medo e desistir da tarefa, ou admitir seu medo, falando dele ou não para outras pessoas, e fazer o melhor que puder sem desistir. Seguir em frente mesmo sentindo medo é coragem.

Para melhorar sua coragem é importante procurar entender de onde vêm seus medos e por que eles surgem. Daí é possível usar estratégias para enfrentá-lo. Por exemplo, em vez de você ficar prestando a atenção em suas reações corporais de medo, como sudorese, tremor nas mãos, taquicardia, se esforce para focalizar sua mente no assunto que está sendo abordado naquele momento onde você está, seja numa reunião social, palestra, exposição em sala de aula. Tire o foco de você.

Outro passo é admitir seu medo e mesmo assim aceitar o desafio pensando que o medo vai passar na medida em que você o enfrentar. Não espere ter coragem para ir adiante. Vá mesmo com algum medo. Também não se preocupe em se mostrar forte o tempo todo porque isso não é a realidade de todos nós.

Se prepare bem para alguma tarefa para que o medo fique sob controle. Por exemplo, estude bem o assunto que você vai apresentar numa palestra, reunião ou aula. Use alguma ilustração como um cartaz, apresentação em Power Point, Keynote ou outro, anote os tópicos num papel que ficará em suas mãos.

Evite assumir o que não é sua área de conhecimento e prática só para agradar alguém, porque isso aumentará seu medo. Aceite suas limitações e se envolva no que você sabe fazer. Por outro lado, ajuda a exercitar a coragem quando você decide sair da sua zona de conforto e enfrenta coisas que podem ser praticadas e que você não tem esse costume, como ir sozinho comer num restaurante, assumir a liderança de algum projeto em seu trabalho, comunidade religiosa ou outro local.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Vício em amor e dependência emocional

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

O artigo “Estudo associa o ‘vício em amor’ com a dependência emocional” do escritor sobre assuntos de ciência, Giulio Nigro, foi publicado em 24 de fevereiro de 2025 no site de informações médicas, o Medscape. Vamos pensar sobre isso.

O artigo “Estudo associa o ‘vício em amor’ com a dependência emocional” do escritor sobre assuntos de ciência, Giulio Nigro, foi publicado em 24 de fevereiro de 2025 no site de informações médicas, o Medscape. Vamos pensar sobre isso.

Normalmente se elogia um viciado em trabalho com adjetivos positivos para ele, como “produtivo”, “empreendedor”, “trabalhador”, enquanto que ele ou ela pode estar canalizando para o trabalho tensões emocionais que aliviam ou são “esquecidas” enquanto se envolve nas tarefas profissionais. De forma paralela, pessoas afetivas em excesso, sempre ligadas em assuntos de “amor”, “romance”, “paixão”, podem ser tidas como “amáveis”, podendo ser viciadas em “amor”.

Claro que um bom relacionamento conjugal precisa de certa dose de romance, paixão, amor, aliás, diferentes categorias de afeto. E essa dose pode se tornar exagerada, quando se configura uma alteração por se tornar um comportamento vicioso, chamado de “dependência emocional do parceiro” ou “vício em amor”.

Como qualquer vício, a dependência emocional é um comportamento alterado que prejudica não só o relacionamento do casal, mas a própria saúde física, mental, social e até espiritual do dependente. Para saber se uma pessoa está dependente de uma substância, de um relacionamento ou outros fatores, ela deve apresentar três principais características: (1)fissura pelo assunto, vive pensando na coisa de forma obsessiva, gasta tempo e energia avaliando como obter o objeto de seu vício; (2)desenvolve tolerância, que é a necessidade de usar mais tempo ou mais quantidade do objeto viciante para ter os mesmos resultados de satisfação, e (3)surgem crises de abstinência ao não poder lançar mão do que ela é dependente, com muita ansiedade, tremores, irritação, insônia, entre outros sintomas.

Já que a dependência emocional afeta pessoas do mundo todo, pesquisadores da Libera Universitá Maria Santíssima Assunta, de Roma, e da Universitá di Firenze, também na Itália, fizeram um estudo para identificar possíveis ligações entre alguns fatores psicológicos de risco de dependência emocional entre estudantes universitários, e se concentraram em avaliar o apego adulto, a ansiedade de separação e mecanismos de defesa. Participaram do estudo 332 estudantes universitários com idade média de 23 anos que preencheram questionários sobre dependência emocional, vício, questionário de defesa de quarentena, de casais.

Os resultados mostraram que a dependência afetiva ou “vício em amor” estão ligados ao apego temeroso, que é ter ideia negativa tanto de si como dos outros, junto com ansiedade excessiva e alta evitação, que significa fugir de situações ou pensamentos que podem causar desconforto emocional. 

Os cientistas da pesquisa pensaram que esses achados indicam que a dependência emocional seria uma estratégia para tentar regular externamente estados emocionais internos, e que pessoas com um estilo de apego temeroso costumam ter baixa autoestima e medo do abandono, o que reforça a dependência de fontes externas de regulação emocional. O dependente emocional pode usar formas imaturas de lidar com sentimentos dolorosos, porque não aprendeu a lidar com esses sentimentos de forma positiva. Mas pode aprender.

Como 80% dos participantes da pesquisa eram mulheres, isso limitou os dados para analisar a dependência emocional no sexo masculino. O que se observou traz dados científicos sobre “vício em amor”, necessitando mais estudos sobre esse tema.

Quem sofre desse tipo de dependência pode ser ajudado por profissionais em saúde mental para aprender a corrigir o apego excessivo, diminuir a ansiedade de separação e saber usar melhores defesas psicológicas sem ser a fuga do problema.

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Amor Autoritário ou Sentimental: para onde estamos indo?

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

O arqueólogo Rodrigo Silva, em seu livro “Descobertas da Fé” (p.20, 2025) cita John Gillis, historiador norte-americano, professor da Universidade Rutgers, que estudou culturas alemã e britânica e ao pesquisar sobre relações de idade, casamento, culturas da vida familiar europeia e americana, verificou que a partir do século 19 o amor passou a ter duas tendências: autoritária e sentimental.

O arqueólogo Rodrigo Silva, em seu livro “Descobertas da Fé” (p.20, 2025) cita John Gillis, historiador norte-americano, professor da Universidade Rutgers, que estudou culturas alemã e britânica e ao pesquisar sobre relações de idade, casamento, culturas da vida familiar europeia e americana, verificou que a partir do século 19 o amor passou a ter duas tendências: autoritária e sentimental.

A autoritária se manifesta por imposições de terem que amar você como você deseja. Pode ser expressa assim: “Você tem que me amar como eu quero!”, ou “Se eu faço tudo o que você quer, porque não me ama como eu quero?”. Horrível, não é? E quantos com essa postura autoritária crê que ama mesmo!

A outra tendência de amar que Gillis verificou existir na sociedade foi a sentimentalista. Dela surgem filmes, livros, novelas cheias de romance idealizado, paixões doentias, tudo em nome do amor, como se o amor maduro funcionasse sob o domínio da emoção, a qual é ideia atraente, mas ilusória e disfuncional. Viver contemplando comportamento romântico idealizado, perturba a relação humana que inevitavelmente precisa viver na realidade das dificuldades que cada um tem em seu caráter. Mas como isso tem audiência, não é mesmo?

A forma autoritária de amar facilita a violência. Também por isso ela não é amor maduro, o qual não produz agressão verbal nem física, mas respeita. Muitos ficam dependentes afetivamente de indivíduos que parecem ter grande amor por elas. Isso acontece, em parte, porque este indivíduo faz “loucuras” pela pessoa amada, a qual se apaixona e fica cega para sinais de domínio e violência geralmente do companheiro, ou companheira, já que também têm mulheres violentas.

Um homem ou mulher pode dizer que ama você, querendo estar sempre em sua companhia, mas isso pode confundir e dar a sensação de que você é realmente amado ou amada por ele/ela. Isso porque ele ou ela pode querer controlar você proibindo de sair com amigos ou estar com familiares, amigos seus já falaram que ele ou ela explode fácil, sinais que revelam tendência violenta. A prudência recomenda cortar esse relacionamento. Como é mais frequente a violência contra as mulheres, é comum elas ficarem anestesiadas pela paixão, na ilusão de que amor é sentimento, e permanecerem nesse tipo de relacionamento até serem violentadas por aquele que diz amá-las. Elas passam por cima da percepção dos sinais indicadores de abusos contra elas talvez por causa da paixão pelo indivíduo. Paixão é diferente de amor saudável. Paixão é um sentimento conectado à imaginação. A paixão é ligada à imagem idealizada que se faz do outro, e a pessoa por quem você se diz apaixonada pode ser bem diferente do que ela é na realidade.

O amor verdadeiro não é o sentimento porque o sentimento flutua. Quando amamos alguém não sentimos o mesmo tipo de sentimento o tempo todo. Então, a interpretação sentimentalista de amor é danosa para as relações humanas saudáveis, infelizmente muito divulgadas em novelas, filmes, séries e livros.

Rodrigo, arqueólogo, graduado em Teologia e em Filosofia, doutor em Teologia Bíblica e em Arqueologia Clássica, e com pós-doutorado em Arqueologia Bíblica, diz: “A rápida ascensão de ideologias autoritárias, atraindo ativistas radicais em nome de novas formas de amar, e a anulação do pensamento em favor do sentimento são sintomas dessa nova era do amor. Dificilmente vemos um momento em que as pessoas são incentivadas a pensar; o estímulo é para que apenas sintam, sem amarras e moralismos. Porém, a emoção se impõe sobre os princípios, fazendo com que valores eternos sejam sacrificados em nome do aqui e agora.” (p.20).

Para onde estamos indo? Descendo rápido a ladeira do bom senso, da justiça social, da ética e dos valores positivos rumo ao caos disfarçado de bem, de inclusão social, bem comum. Os sintomas doentios psicossociais são evidentes: materialismo, hipocrisia e corrupção política, casamentos desfeitos, filhos superprotegidos e prejudicados para uma vida útil, ou negligenciados e propensos a compensar a carência emocional com sexo, álcool, drogas, inclusive psiquiátricas e delinquências. Será que isso pode ser resolvido com cerveja, carnaval, futebol, churrascos, shows artísticos, liberação das drogas e a ideologia de que o que vale é o que você sente? A resposta é não. Essas coisas iludem o povo que se deixa iludir.

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Cesar Vasconcellos de Souza

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