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A palavra da cruz

quarta-feira, 15 de abril de 2020

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 1:18.)

A mensagem da cruz é dolorosa em todos os tempos.

Do calvário desceu para o mundo uma voz, a princípio desagradável e incompreensível.

No martirológio do Mestre situavam-se todos os argumentos de negação superficialmente absoluta.

O abandono completo dos mais amados.

A sede angustiosa.

Capitulação irremediável.

Perdão espontâneo que expressava humilhação plena.

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 1:18.)

A mensagem da cruz é dolorosa em todos os tempos.

Do calvário desceu para o mundo uma voz, a princípio desagradável e incompreensível.

No martirológio do Mestre situavam-se todos os argumentos de negação superficialmente absoluta.

O abandono completo dos mais amados.

A sede angustiosa.

Capitulação irremediável.

Perdão espontâneo que expressava humilhação plena.

Sarcasmo e ridículo entre ladrões.

Derrota sem defensiva.

Morte infamante.

Mas o Cristo usa o fracasso aparente para ensinar o caminho da ressurreição eterna, demonstrando que o “eu” nunca se dirigirá para Deus, sem o aprimoramento e sem a sublimação de si próprio.

Ainda hoje, a linguagem da cruz é loucura para os que permanecem interminavelmente no círculo de reencarnações de baixo teor espiritual; semelhantes criaturas não pretendem senão mancomunar-se com a morte, exterminando as mais belas florações do sentimento.

Dominam a muitos, incapazes do próprio domínio, ajuntam tesouros que a imprudência desfaz e tecem fios escuros de paixões obcecantes em que sucumbem, vezes sem conta, à maneira da aranha encarcerada nas próprias teias.

Repitamos a mensagem da cruz ao irmão que se afoga na carne e ele nos classificará à conta de loucos, mas todos nós, que temos sido salvos de maiores quedas pelos avisos da fé renovadora, estamos informados de que, nos supremos testemunhos, segue o discípulo para o Mestre, quanto o Mestre subiu para o pai, na glória oculta da crucificação.

Extraído do livro “Fonte viva”; espírito Emmanuel; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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A apavorante decisão de ser operado durante uma pandemia

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Há quase dois meses sofri uma queda, na Via Expressa, praticamente no término da minha caminhada matutina. No final dessa via existe um triangulo pintado de branco, com pitocos amarelos nas bordas; vários estão arrancados, permanecendo apenas os parafusos no asfalto. Foi num deles que meu pé direito bateu, me desequilibrando e fui projetado para o outro lado da via só não chocando minha cabeça com o meio fio, pela hiperextensão do braço direito, o que a manteve elevada. Como consequência tive a ruptura de dois tendões do ombro, o infra e o supra espinhosos.

Há quase dois meses sofri uma queda, na Via Expressa, praticamente no término da minha caminhada matutina. No final dessa via existe um triangulo pintado de branco, com pitocos amarelos nas bordas; vários estão arrancados, permanecendo apenas os parafusos no asfalto. Foi num deles que meu pé direito bateu, me desequilibrando e fui projetado para o outro lado da via só não chocando minha cabeça com o meio fio, pela hiperextensão do braço direito, o que a manteve elevada. Como consequência tive a ruptura de dois tendões do ombro, o infra e o supra espinhosos.

Quando esse tipo de acidente acontece, lamento que não tenha sido a genitora do prefeito de plantão na sede da prefeitura, que tenha tido o problema, pois nesse caso eles tomariam conhecimento (será?) do descaso que demonstram com os cidadãos desta cidade e o pouco caso com a qualidade de vida dos mesmos. Aliás, essa não foi minha primeira queda, em via pública. A outra há mais ou menos cinco anos, em plena governança de Rogério Cabral, foi em frente à entrada da residência da família Guinle, na Avenida Conselheiro Julius Arp, próximo ao Country Clube, em virtude da calçada estar em péssimo estado de conservação.

A queda atual se deu no governo de Renato Bravo, cuja administração, na minha opinião, deixa a desejar. Acho, inclusive, que ele foi eleito na confusão de nomes, pois existia um outro Renato, o Abi-Ramia, que também era candidato a prefeito. O eleitor friburguense optou pelo Renato errado.

A indicação para esse tipo de ocorrência é cirúrgica e, inclusive, já estou fazendo os exames pré-operatórios, mas confesso que estou muito preocupado, o que pode aumentar o risco que qualquer cirurgia trás no seu bojo. Estamos em plena crise na saúde coletiva, causada pela pandemia do Covid-19, o que levou os hospitais a limitarem as cirurgias eletivas, reservando os leitos hospitalares para os possíveis portadores da virose, cujo número de acometidos é exponencial e o número de doentes só tende a aumentar.

Como a fase três dessa doença requer internação em UTI (unidade de terapia intensiva), e Friburgo tem carência dessas vagas, os centros cirúrgicos, por contarem com respiradores artificiais, podem ser requisitados para aumentar a capacidade de atendimento aos pacientes que precisarem ser entubados.

Um outro fator que me preocupa é a imobilização dos movimentos das articulações do braço e cotovelo direito, entre quatro a seis semanas, o que resultará numa fisioterapia de no mínimo três meses, dado o tempo de inatividade dessas articulações. E o que é pior, seria a continuação da quarentena que já dura quase um mês. Teria que virar canhoto e depender da ajuda da minha mulher, em determinadas situações.

Outra coisa que me deixa muito preocupado é o fato de ter de frequentar o ambiente hospitalar, mesmo que seja por um dia apenas, na atual conjuntura. O consenso é o de só ir ao hospital, em não se tratando de um agravamento dos sintomas do Covid-19, em último caso, ou seja, numa urgência, principalmente, para as pessoas de risco, o que é o meu caso por ser hipertenso e ter 70 anos, completados no dia 7 de fevereiro.

Perdi algumas funções do braço direito, no que se refere à força, mas nada que me impeça de dirigir, escrever seja com a caneta ou no computador, nos movimentos; o que permanece mesmo é a dor, em determinados momentos, o que uma boa fisioterapia, talvez, possa minimizar. A sensação que tenho é a de que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, pois quanto mais tempo retardar a cirurgia, menor a possibilidade de êxito, pela retração natural do tendão. Não sei o que fazer, me sentindo como um cego no meio de um tiroteiro.

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A cara que temos

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quem, estando na praia, vê uma mulher bonita passar e presta atenção ao mar?

Quem, estando na praia, vê uma mulher bonita passar e presta atenção ao mar?

Albert Schweitzer disse que “com vinte anos todos têm o rosto que Deus lhes deu; com quarenta, o rosto que lhes deu a vida; e com sessenta, o rosto que merecem”. Atualmente, quando pergunto ao espelho se era isso que eu merecia, ele, com um impiedoso aceno de cabeça, responde que sim. Tanto quanto você, prezado leitor, e mais ainda você, prezadíssima leitora, eu gostaria de ter mantido a cara com que me vejo nas fotos da juventude. Mas voltar ao passado só mesmo nos filmes de ficção científica, ou em romances como “O retrato de Dorian Gray”, em que o personagem-título transfere para uma pintura as consequências de todas as safadezas e todos os crimes que comete.

 O truque de Dorian Gray para não envelhecer funcionou por anos afora, mas, quando chegou, a conta foi muita alta: ele finalmente ficou com a cara que merecia, e ela era feia como todos os pecados que ele havia cometido nos seus longuíssimos anos de juventude. Coisa parecida acontece com pessoas que tanto esticam a cara pra lá e pra cá, a poder de cirurgias plásticas que, no fim das contas, já não se sabe se foi Deus, a vida, o tempo ou o cirurgião que fez aquela obra.  

Recentemente vi na TV uma cantora a quem muito admiro, mas não sei se a vi realmente, porque a vista que eu tinha dela era muito outra, outra figura. A que agora apareceu na tela estava tão plastificada que, da senhora nobremente envelhecida que poderia ter sido, ficou uma visão assustadoramente feia, mais parecendo uma caricatura de si mesma. A vantagem é que, assim alisada a ferro de passar roupa, ela pode sem esforço economizar muitos movimentos faciais: para rir, basta piscar os olhos, para abrir os olhos, basta alongar o queixo.

Sim, envelhecer tem suas desvantagens, mas ninguém negará que, entre ficar velho e morrer jovem, a primeira opção ainda é a melhor, por maiores que sejam as dores nas costas. Assim sendo, não vale a pena acrescentar ao inexorável passar do tempo preocupações sobre o inexorável passar do tempo. Quanto às plásticas a que as mulheres recorrem para permanecerem bonitas, estou com Vinícius de Moraes: a beleza é fundamental. E a beleza feminina é a primeira entre todas, a que mais acrescenta encantos à paisagem. Quem, estando na praia, vê uma mulher bonita passar e presta atenção ao mar, ou, estando num jardim, repara que há flores ao redor?

Não sou eu, portanto, que vou criticar as mulheres se elas colecionam cremes e perfumes, vestidos e sapatos, ou mesmo se elas fazem uma discreta e secreta visita a um dos muitos pitanguys que a medicina moderna ponha à disposição delas. O problema é que algumas exageram e, quanto mais levantam o nariz ou encurtam a bochecha, piores ficam. Nem sempre toques a mais produzem rostos amenos. O bisturi do tempo é incessante, e vai traçando linha e abrindo sulcos, mesmo nos corpos mais perfeitos. Vejam Brigite Bardot, atriz que nos seus tempos de beleza enlouquecia os homens de desejo e as mulheres de inveja. Tão linda era, e agora poderia facilmente estrelar um filme de horror sem precisar de maquiagem. Sim, é bom e justo tentarmos evitar as marcas do tempo, mas sabendo que, 

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Brinde do bem

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Brinde do bem
Pelo menos três grandes marcas de cervejas estão com ações para ajudar bares, boates e restaurantes a se manterem nesses tempos de isolamento social. Alguns estabelecimentos de Nova Friburgo já entraram na campanha e fazem correntes nas redes sociais para angariarem recursos.

Brinde do bem
Pelo menos três grandes marcas de cervejas estão com ações para ajudar bares, boates e restaurantes a se manterem nesses tempos de isolamento social. Alguns estabelecimentos de Nova Friburgo já entraram na campanha e fazem correntes nas redes sociais para angariarem recursos.

Pague agora, beba depois
Na prática, ganham todos: as marcas, os estabelecimentos e o próprio consumidor. A cervejaria Bohemia, por exemplo, pretende ajudar 15 mil pequenos bares de todo o país. Para participar, basta comprar vouchers de R$ 25, R$ 50 e R$ 100 pelo site da campanha, que poderão ser usados nos estabelecimentos participantes depois do isolamento social.

Ajude um boteco
A cervejaria custeará 20% do valor de cada voucher. Há também a possibilidade de doar diretamente aos bares valores em dinheiro a partir de R$ 10 pelo mesmo site. Este valor será dividido igualmente entre os participantes (que podem se cadastrar também pelo mesmo endereço: www.ajudeumbuteco.com.br)

Em dobro
Já a Heineken lançou a campanha Brinde do Bem. O esquema é o mesmo: vouchers para serem usados quando estivermos livres do coronavírus e do isolamento social. A marca holandesa doará o dobro do voucher comprado. Se o consumidor comprou R$ 50, poderá beber esse valor no bar escolhido até dezembro deste ano. O bar escolhido ganha, além dos seus R$ 50 de consumo, mais R$ 50 da cervejaria.

Restaurantes
Já a Stella está em campanha pelos restaurantes. Os estabelecimentos interessados devem montar combos e oferecê-los pelo site www.apoieumrestaurante.com.br. O cliente escolhe o combo no site e paga apenas a metade do valor. A outra metade é paga pela marca belga.

Dinheiro já
Na mecânica da campanha os consumidores precisam acessar o site, comprar um voucher de R$ 50 e, presencialmente no futuro, trocar por produtos que totalizem R$ 100. Desse modo, o cliente ganha 50% de desconto na compra, a cervejaria paga a outra metade e o restaurante ou bar arrecada receita mesmo de portas fechadas. Em todas as ações, o valor será 100% revertido aos estabelecimentos.

Estabelecimentos friburguenses
Tais campanhas são vistas como parte da salvação para esses estabelecimentos, mas dependem diretamente de engajamento e, claro, a adesão dos consumidores que devem priorizar os seus bares e restaurantes prediletos. Alguns estabelecimentos friburguenses já estão participando, mas o que não estão ainda têm tempo.

Futuro do futebol
Ainda é nebuloso o futuro do futebol brasileiro e mundial. O Friburguense que só voltaria a ter jogos em junho não sabe ainda quando voltará. A Copa Rio, próxima competição, foi em princípio cancelada. Se esse cancelamento se mantiver, teoricamente jogos oficiais só em dezembro pela seletiva do Estadual.

Incertezas
No entanto, enquanto o Estadual deste ano não for finalizado e não for definido o calendário das competições nacionais, não é possível cravar que a seletiva será mesmo em dezembro. Algo cada vez mais distante.

Caixa vazio
Mas o maior problema são os jogadores vinculados ao Friburguense que estavam ou seriam emprestados para outros clubes, especialmente da segundona do Estadual. Alguns voltarão para a folha do clube, já que não há competições e seus contratos se encerrarão. No mar de incertezas, a angústia da espera.

“Boi na sombra”
Poderia ser pior. Caso de América e Nova Iguaçu. Ambos a duas rodadas de definir qual dos dois será rebaixado. O Nova Iguaçu só tem mais um jogo, já que folga na penúltima rodada. Angústia também para o Americano que, apesar de livre do descenso, ainda tem um jogo para cumprir tabela contra o América. O Friburguense se livrou desse problema ao vencer o Grupo X que o colocou na seletiva do ano que vem.    

Palavreando
“Tenha a sua fé, mas aja. Tenha a sua teoria, mas se jogue. Tenha a sua filosofia, mas teste. Tenha seus medos, mas faça deles seus parceiros. Tenha sua arrogância, mas trate de esquecê-las na gaveta. Viva, porque nem a sua fé, teoria, filosofia, medo ou arrogância poderão te dizer até quando você as terá...”.

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Bondade sazonal

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Para pensar:

“A verdade é filha do tempo e não da autoridade, mas a dúvida é o começo da sabedoria.”

Galileu Galilei

Para refletir:

“As horas em que mais errei foram as que mais me ensinaram.”

Moraes Moreira

Bondade sazonal

Os adeptos da astrologia talvez saibam descrever essa conjuntura mágica que se repete a cada ano bissexto e exerce forte influência sobre o comportamento de candidatos (ou pré-candidatos) a cargos eletivos municipais.

Para pensar:

“A verdade é filha do tempo e não da autoridade, mas a dúvida é o começo da sabedoria.”

Galileu Galilei

Para refletir:

“As horas em que mais errei foram as que mais me ensinaram.”

Moraes Moreira

Bondade sazonal

Os adeptos da astrologia talvez saibam descrever essa conjuntura mágica que se repete a cada ano bissexto e exerce forte influência sobre o comportamento de candidatos (ou pré-candidatos) a cargos eletivos municipais.

Curiosamente, nas esferas estadual e federal, o mesmo efeito se faz sentir também a cada quadriênio, mas de forma intercalada, em anos de Copas do Mundo.

Mistério.

Caridade pública

Nessas circunstâncias, pessoas que jamais tiveram suas condutas marcadas por engajamento ou filantropia são tomadas por impulsos altruístas, que só desviam do ideal cristão na parte em que Jesus Cristo ensina que o que uma mão faz a outra não deveria saber.

Mas aí talvez já seja demais, não é?

Porque é um tal de gravar vídeo, de fazer textão, de assinar denúncias públicas, de sugerir soluções populistas e dar máxima divulgação a ações beneficentes...

A fronteira

Diante dos inevitáveis questionamentos sobre a legitimidade de tais ações - que isoladamente são benéficas, quer sejam legítimas ou não -, muitas dessas pessoas dão o primeiro sinal de que o custo de tais iniciativas pode se revelar muito alto.

Respostas simplistas, reducionistas e populistas acendem a luz amarela ao denunciarem a aposta íntima no desrespeito à inteligência do eleitor.

E quem cruza essa fronteira fatalmente se torna um político nocivo.

Sombra

Observar essa postura em jovens, que deveriam ser o relicário do idealismo, é especialmente doloroso.

Tantas pessoas com uma vida pública inteira pela frente, e que desde já parecem ter aceitado que o segredo para ter sucesso na política é abrir mão da vergonha e buscar a apropriação de louros a qualquer custo, sem se importar se os elogios ou créditos possuem lastro ou não.

A postura de tais pessoas representa um duro golpe sobre a esperança de dias melhores.

Efeitos conhecidos

Infelizmente, por aqui, temos vários exemplos de tudo isso que foi descrito acima.

Role as linhas do tempo em redes sociais, e, se tiver a devida isenção, saberá reconhecer perfeitamente algumas encarnações destes perfis.

Por décadas a fio temos visto, na prática, o resultado da eleição de tais tipos.

Porque quem demonstra desespero para alcançar o poder, ou para se perpetuar nele, jamais o faz pelas melhores intenções.

E quem se dispõe a mentir, a atuar, vai fazer isso o tempo todo.

Critérios

Ao ver a história começar a se repetir, parece oportuno lembrar que é o eleitor quem estabelece a altura da barra que candidatos precisam superar.

Queremos pessoas verdadeiramente empáticas e comprometidas, ou continuaremos nos achando espertos a cada voto que vendemos (ou leiloamos)?

Queremos pessoas realmente engajadas e comprometidas, ou pessoas dispostas a enganar para conseguirem o que desejam?

Afinal, se tudo isso ainda acontece é porque tem dado certo até aqui - ao menos para eles.

Ventania

Vivemos dias atípicos e especialmente favoráveis a teorias de conspirações, bem como a abordagens passionais sobre o que quer que seja.

Então, se um lado diz que a ameaça da pandemia é real e merece esforços preventivos, outro desdenha e diz que é cortina de fumaça, e logo temos algumas reputações sendo postas em xeque a depender de como se portará a curva de contágio, e acusações de que uns torcem pelo vírus, outros vendem curas milagrosas e ignoram protocolos.

Melhor opção

Evidentemente tudo isso está muito longe do que se poderia chamar de uma postura adulta e ponderada, dado que é perfeitamente possível unir a recomendação de esforços (e sacrifícios) ao desejo de que estes venham a se revelar (ou ao menos parecer) excessivos.

De fato, no melhor dos cenários, restará em todos a sensação de que não era para tanto.

Mas, se isso ocorrer, será o caso de celebrarmos, não de apontarmos dedos.

Afinal, a outra opção é muito, muito pior.

Nunca é demais

Toda essa introdução para dizer que a coluna tem se mantido em contato com profissionais de saúde, a fim de buscar informações em fontes seguras.

E celebra iniciativas como a da Unimed, que começou a divulgar boletins próprios ampliando a oferta de informações a respeito do panorama friburguense.

Seria muito positivo se outros hospitais fizessem o mesmo, num momento em que o próprio governador Wilson Witzel informa ter testado positivo.

Grau de saturação

Pois bem, nesse momento em que ainda aguardamos pelos efeitos da notória redução do isolamento social, observável em Nova Friburgo desde o início da semana passada, o cenário visível parece apontar para a efetividade das medidas adotadas, apesar do número crescente de testes positivos.

Ainda que tudo possa se alterar em velocidade exponencial, relatos colhidos no momento em que estas linhas eram escritas davam conta de que ainda não estamos próximos da saturação de nossa rede de cuidado e atendimento.

Ainda bem.

Dando resultado

Naturalmente a coluna não divide tais informações com os leitores a fim de provocar relaxamento, mas, ao contrário, de estimular a manutenção dos pesados esforços, confiando mais uma vez na maturidade de quem frequenta este espaço.

Esperemos (e façamos nossa parte para) que continue assim.

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Vivas, ele merece!

terça-feira, 14 de abril de 2020

Vivas, ele merece!

No último sábado, 11, quem completou mais um aniversário, foi o simpático Luiz Fernando Oliveira (foto), conhecido e admirado por muitos também por ser conhecido como o “gentleman do Cadima Shopping”.

Carioca de nascimento e friburguense de coração há algumas décadas, Luiz Fernando é expert e admirável profissional na área de administração de shoppings centers e, ainda, em consequência do que é como ser humano, é um grande colecionador de amigos e admiradores. Parabéns Luiz Fernando com votos de muitas e muitas felicidades.

Vivas, ele merece!

No último sábado, 11, quem completou mais um aniversário, foi o simpático Luiz Fernando Oliveira (foto), conhecido e admirado por muitos também por ser conhecido como o “gentleman do Cadima Shopping”.

Carioca de nascimento e friburguense de coração há algumas décadas, Luiz Fernando é expert e admirável profissional na área de administração de shoppings centers e, ainda, em consequência do que é como ser humano, é um grande colecionador de amigos e admiradores. Parabéns Luiz Fernando com votos de muitas e muitas felicidades.

Perguntinha que fica

Será, que se nos próximos dias ou meses, o Covid-19 não fizer o volume de vítimas que as autoridades projetam - e tomara que assim seja - os hospitais de campanha que vêm sendo montados, poderão ajudar a resolver os diversos problemas de saúde que muitos enfrentam e aguardam há tempos.... será?

Vamos ajudar o Laje!

 Assim como outras instituições, o Lar Abrigo Amor a Jesus está enfrentando sérias dificuldades, sobretudo depois da impossibilidade de realizar seu grande yakisoba solidário mês passado e também, quanto a posicionamentos da prefeitura sobre os repasses que tem direito.

Por isso, o Laje está solicitando a todos para ajudar no que suas possibilidades e generosos corações permitir e para isso, informa as seguintes contas bancárias: Itaú agência 6542 conta corrente 08635-7; Caixa agência 0186 conta 071-7 ou Bradesco agência 0540 – conta corrente 106943-8.

Parabéns, Suely!

Na última quinta-feira, 9, o dia foi da querida Suely, esposa do José Nilson da Silva, o Nilsinho, presidente da banda Euterpe Friburguense, aí com ele na foto, completar seus bem vividos 67 anos de idade.

Assim se juntando aos carinhos de muitos amigos e todos que integram o clã dos Iecker e Silva, nossas congratulações a querida Suely do Nilsinho.

Campanha contra o frio

Cientes de quer ser bom para os outros é bom e fazer o bem é muito bom, os mais recentes empossados membros da Loja Maçônica Jacques de Molay, que se localiza no bairro Tingly, contando com apoio de todos os demais integrantes daquela instituição e maçonaria friburguense, partiram para uma iniciativa das mais louváveis, dignas de aplausos e melhor de tudo, que realmente merece ser apoiada por todos que se interessarem.

Trata-se do lançamento de uma campanha com vistas a arrecadar agasalhos e cobertores para os que necessitam e assim, nesta época e também na pós pandemia, de fato vão precisar mais que nunca.

Assim, os amigos da Jacques de Molay já estão apelando a todos que  aproveitem este período de confinamento em casa, para separar as roupas, agasalhos e cobertores em desuso. Oportunamente, quando este período passar, eles e esta coluna, estarão informando como fazer contatos para agendamentos de coletas ou eventuais pontos que possam ser deixadas as doações.

Dicionário de Palavras Cruzadas

O conhecido friburguense em razão das atividades ligadas ao segmento industrial e comercial que já desempenhou, Cleber Lima Sardou, não esconde de ninguém que é apaixonado por se divertir e ao mesmo tempo aprender mais, com o gosto de fazer palavras cruzadas. Por isso, ele foi além que todos que curtem este hobby.

Recentemente, o Cleber (foto) materializou um antigo sonho, que era o de editar e lançar um Dicionário de Palavras Cruzadas. Uma bela iniciativa.

 

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Ainda bem que aos 75 anos, A VOZ DA SERRA pode circular sem restrições!

terça-feira, 14 de abril de 2020

Para quem já tem costume de viajar sem sair de casa, como eu, ao ler a edição de cada fim de semana de A VOZ DA SERRA, as viagens são super interessantes,  porque vamos até de pijama. Não é bem o caso de ficar em casa por uma determinação no atual momento de tensão com o vírus, pois, no fundo, no fundo, não estamos tranquilos. Contudo, o Caderno Z nos trouxe um tema cheinho de dicas para que possamos transpor o isolamento sem nos sentirmos presos. E a internet está em todas, com passeios variados: Louvre e Museu do Vaticano são inesquecíveis.

Para quem já tem costume de viajar sem sair de casa, como eu, ao ler a edição de cada fim de semana de A VOZ DA SERRA, as viagens são super interessantes,  porque vamos até de pijama. Não é bem o caso de ficar em casa por uma determinação no atual momento de tensão com o vírus, pois, no fundo, no fundo, não estamos tranquilos. Contudo, o Caderno Z nos trouxe um tema cheinho de dicas para que possamos transpor o isolamento sem nos sentirmos presos. E a internet está em todas, com passeios variados: Louvre e Museu do Vaticano são inesquecíveis. A Pinacoteca, de São Paulo, tem mais de nove mil obras de arte. O Metropolitan, o Masp e a Galeria Uffizi estão também entre as dicas para visitação durante a quarentena.

 E tem muito mais. Filmes na Netflix e em outras plataformas. Livros para baixar gratuitamente, podendo até escolher “entre literatura clássica até dissertações de mestrado e doutorado”. Muita coisa boa recomendada e uma infinidade de jogos. Mas, para quem se cansou de tudo, que tal ir para a cozinha preparar delícias para a família? O “Z” trouxe umas receitas fáceis, nada sofisticadas, com ingredientes que a gente costuma ter no estoque culinário. É só meter a mão na massa e partir para o aplauso. Nós saímos do Caderno Z conduzidos por Wanderson Nogueira que nos deu de presente um “Poeminha sobre esses dias de pandemia...” e... “Depois desses dias que vigore a alegria e o comprometimento de nos amarmos mais.”. E o momento pede: Fique em casa!

Em tempos de coelhinho, Vinicius Gastin nos contou uma historinha interessante sobre o chocolate. A expressão usada no futebol “tomar um chocolate”, para mexer com o adversário que estivesse levando uma goleada, teria surgido em função de uma revanche do Vasco, uma espécie de vingança pela derrota da final do Brasileirão em 1979. O Apolinho, da Rádio Nacional, começou a cantar a música El Bodeguero: “Toma chocolate / Paga lo que debes...”. A expressão logo pegou. Lembra, primo Juca Bravo Berbert?

O chocolate veio bem a calhar nos relatos de Vinicius Gastin e até com humor é bom que as pessoas se lembrem dessa expressão. Mas o “chocolate amargo” que Massimo nos serviu, esse foi mesmo de amargar. O colunista presenciou filas enormes em vários pontos da cidade, inclusive, em Olaria, tudo para a compra de chocolates. É chocante!

Seria muito bom que o coelhinho pudesse atender as demandas dos pequenos, médios e grandes chocólatras. A não ser que ele, o coelhinho, acatasse as recomendações de Silvério, na charge. Há um enorme distanciamento entre compreender a gravidade da crise e colaborar para não aumentar o seu alcance. Aliás, há divergências demais entre os que creem na enormidade do problema e os que acreditam na “blindagem” do brasileiro. Entretanto, não é o que os dados atuais comprovam no Brasil.

E Nova Friburgo, sendo uma cidade de povo ordeiro e educado, bem que podia dar bons exemplos para as demais cidades, fazendo a diferença ante a crise. Lamentável. A situação é confusa. Os decretos municipais ajudam: prorrogação de IPTU e outros tributos. O que pode e o que não pode funcionar. Filas com distanciamento entre as pessoas e restrições à circulação dos idosos.  E me fica uma interrogação: geralmente os idosos moram com pessoas mais novas que podem circular pela cidade. E esses “mais novos”, abaixo dos 60 anos, não estão sujeitos a transportarem o vírus para as suas casas?

Ainda bem que completando 75 anos o jornal pode circular sem restrições! Pelo menos uma coisa boa, pois, essa semana, A VOZ DA SERRA festejou seu Jubileu de Brilhante. Nossa diretora, Adriana Ventura, comentou na rede social: “Teríamos uma linda festa”. Eu respondi: A festa de nossa Voz é no dia a dia, com edições confiáveis e imparciais. Mais adiante, ao comentar sobre a matéria em que Adriana disse que “os filhos herdam a loucura dos pais”, eu fiz uma trova:  “Se os filhos herdam loucura / desde os tempos de criança, / seja a loucura mais pura / essa loucura de herança!”.  E ainda arrematei: A VOZ DA SERRA eu bendigo / a tua fidelidade,  / pois, na verdade, és o amigo / o defensor da cidade!” Parabéns Adriana Ventura e equipe. Feliz jornal para todos nós!

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Nova decepção

terça-feira, 14 de abril de 2020

Para pensar:

“As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia.”

Jorge Luís Borges

Para refletir:

“A esperança não será a prova de um sentido oculto da existência, uma coisa que merece que se lute por ela?”

Ernesto Sábato

Nova decepção

Para pensar:

“As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia.”

Jorge Luís Borges

Para refletir:

“A esperança não será a prova de um sentido oculto da existência, uma coisa que merece que se lute por ela?”

Ernesto Sábato

Nova decepção

Na semana passada a coluna dividiu com os leitores a forma como diversas vezes, nos bastidores da política, manifestou o quanto estaria disposta a elogiar o governo municipal caso o Palácio Barão de Nova Friburgo optasse por utilizar parte dos R$ 18 milhões recebidos do governo estadual para a quitação das rescisões dos ex-funcionários da UPA de Conselheiro Paulino.

E, talvez de forma ingênua, o colunista chegou mesmo a acreditar que isso aconteceria, a partir dos esforços levados adiante por alguns profissionais do corpo técnico municipal.

Triste

Em vez disso, vejam só, temos hoje o dever de informar que o Ministério Público do Trabalho (MPT) teve de instaurar inquérito civil para apurar o procedimento efetivamente adotado, uma vez que a Prefeitura de Nova Friburgo fez o pagamento ao Instituto Unir e agora os ex-funcionários têm sido confrontado com “propostas” ultrajantes, que giram em torno de 50% do valor que seria devido a cada profissional.

A decepção deste que vos escreve para com o atual governo municipal continua a se aprofundar, mesmo quando isso já não parecia ser possível.

Atuação necessária

A coluna já levantou muitas informações a este respeito, e chegou a manifestar publicamente o entendimento de que o Ministério Público do Trabalho deveria ser provocado em relação ao caso.

De fato, a apreciação prévia assinada no último dia 7 pelo procurador do Trabalho, Leandro Moreira Batista, aponta que “inegavelmente o elemento denunciado enseja a atuação do Ministério Público do Trabalho, uma vez que o presente caso envolve, em tese, violação a direitos mínimos da sociedade”.

Determinações

Além da instauração do procedimento investigatório na forma de inquérito civil, o procurador também determina que “inclua-se o Município de Nova Friburgo no polo passivo do inquérito civil”; que “expeça-se ofício à investigada Unir Saúde, (...) a fim de que se manifeste sobre os fatos narrados em dez dias”;  que “intime-se o procurador do Município (...) e a Controladora do Município, (...) com cópia do presente despacho, bem como da NF, (...) para que busquem apurar os fatos narrados, com a máxima urgência, ante a responsabilidade subsidiária do município, no prazo de dez dias”.

Aviso

A peça acrescenta ainda que a manifestação deve ser remetida “com os documentos, à assessoria, para análise. Não atendido, considerarei o desinteresse da inquirida a solucionar de forma extrajudicial a demanda e iniciarei o aprofundamento da investigação para o fim de se for o caso, proceder à necessária responsabilização judicial”.

Desnecessário

Cá entre nós, num momento em que o MPT já vem sendo demandado para uma infinidade de questões, parece um absurdo que toda essa situação não tenha sido evitada por quem tinha poder para fazê-lo.

É muito triste não poder contar com muitos daqueles que, em tese, deveriam representar os interesses da população.

Problema crescendo

A coluna não se furta a cobrar ou questionar o que entende não ser correto, e o transporte coletivo não é exceção à regra.

Todavia, com a mesma franqueza com que eventualmente manifesta opiniões sobre medidas relacionadas a este tópico, a coluna agora chama atenção para a crescente prática das chamadas “lotadas” em nossa cidade, amparada por fartos registros sobre horários, locais e mesmo de veículos envolvidos na prática.

Nocivo

Existem várias abordagens possíveis sobre o assunto, e todas elas nocivas quando se considera o quadro completo.

Poderíamos, por exemplo, falar sobre a (falta de) segurança de circular num carro cheio e de alta rotatividade, que muito dificilmente estará sendo submetido aos processos de higienização dispensados aos ônibus, por exemplo.

Ou poderíamos falar sobre os impactos sobre os serviços regularizados, e as consequências previsíveis para quem teimosamente segue jogando pelas regras.

Respeito às regras

Por qualquer ângulo que se encare, a prática precisa ser combatida.

Se existe insatisfação em relação ao transporte coletivo, é apenas agindo de forma correta que podemos preservar a estrutura existente e cobrar com o máximo de respaldo ações que promovam as melhorias desejadas e necessárias.

Seguir por atalhos, aqui ou em qualquer seara, serve apenas para aumentar os problemas, e é o próprio cerne daquilo que historicamente mantém o Brasil tão distante daquilo que poderia ser.

Arte necessária

A Fundação Cultural Ormeo Junqueira Botelho, através da Usina Cultural Energisa Nova Friburgo, vem fazendo um convite a todos os artistas nesse período de quarentena: gravar um vídeo na horizontal contando o que estão fazendo para se divulgar ou trabalhando em projetos.

O conteúdo será publicado na página do Facebook da Usina Cultural (https://www.facebook.com/usinaculturalfriburgo), que em junho completa 19 anos.

Vai passar

Segundo a coordenadora do espaço, Elizabeth Maldonado, "em breve haverá uma grande festa para comemorar a vida, porque isso tudo vai passar".

Outras informações podem ser obtidas pelo WhatsApp 22-98146-2493.

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Nesta Páscoa

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Sentimento urgente

                                              Clarice Linspector

Saudade é um pouco como fome
Só passa quando se come a presença
Mas, às vezes, a saudade é tão
profunda que a presença é pouco
Quer-se absorver a outra pessoa toda
Essa vontade de um ser o outro para
uma unificação inteira
É um dos sentimentos mais
urgentes que a vida tem

 

Sentimento urgente

                                              Clarice Linspector

Saudade é um pouco como fome
Só passa quando se come a presença
Mas, às vezes, a saudade é tão
profunda que a presença é pouco
Quer-se absorver a outra pessoa toda
Essa vontade de um ser o outro para
uma unificação inteira
É um dos sentimentos mais
urgentes que a vida tem

 

Escrevo esta coluna no domingo de Páscoa, inspirada pela poesia de Clarice, a sábia escritora nossa, brasileira. A saudade sobrevoa este dia, marcado pelo isolamento que abraça nossos sentimentos.

O Covid 19 está mudando o mundo, reafirmando o movimento da vida que vai se fazendo e refazendo ao acontecer, se esperado ou não. O acontecer desta Páscoa foi inesperado e exigiu o distanciamento entre pessoas como forma de preservar a vida e como expressão do desejo que o outro sobreviva ao Corona vírus, esta terrível ameaça viral. Ah, como este sentimento diferente nos invadiu ante a impossibilidade de participar daqueles momentos de encontro presenciais entre familiares e amigos, característicos desta época do ano. A distância se tornou a possibilidade de amar e respeitar.

Mas não deixou de haver a aproximação virtual entre as pessoas, tão afetiva, quanto a presencial. Se, ao mesmo tempo, o sentimento de tristeza e vazio tomou conta de nós, a sensação de enternecimento preencheu a ausência, através das mensagens e conversas.

O prazer de saborear o chocolate não foi maior do que a responsabilidade de preservar a saúde. Amanhecemos neste domingo de Páscoa, pensando em todos que não estão presentes e tudo o que vivenciarmos terá o sabor da falta.

Sei que esta coluna está triste. Mas faço questão de terminá-la com um toque de esperança, acenando a bandeira branca e orando o Pai Nosso, traduzido do aramaico, que está escrito numa pedra de mármore branca, no Monte das Oliveiras, em Jerusalém.

 

Pai-Mãe, respiração da vida,
Fonte do som, ação sem palavras, Criador do Cosmos!
Faça sua Luz brilhar dentro de nós, entre nós e fora de nós
Para que possamos torná-la útil.

Ajude-nos a seguir nosso caminho,
Respirando apenas o sentimento que emana do Senhor...

... Nosso Eu, no mesmo passo, possa estar com o Seu
Para que caminhemos como Reis e Rainhas
Com todas as outras criaturas.
Que o Seu e o nosso desejo, sejam um só, em toda a Luz,
Assim como em todas as formas, em toda existência individual,
Assim como em todas as comunidades...

... Faça-nos sentir a alma da Terra dentro de nós,
Pois, assim, sentiremos a Sabedoria que existe em tudo.
Não permita que a superficialidade
E a aparência das coisas nos iluda,
E nos liberte de tudo aquilo que impede nosso crescimento...

... Não nos deixe ser tomados pelo esquecimento
De que o Senhor é o Poder e a Glória do mundo,
A canção que se renova de tempos em tempos e que a tudo
embeleza.

Possa o Seu amor ser o solo onde crescem nossas ações.

Que assim seja

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Poeminha sobre esses dias

sábado, 11 de abril de 2020

Esses dias de pandemia
Nos vacinam de empatia,
Pois só a empatia pode nos salvar.
Mesmo quando a pandemia passar
(e há de passar),
Nos sobrará a empatia,
Para a empatia imperar.
Empatia pelo dia a dia,
Já que passamos por cada dia
Sem glorificar:
O irmão,
O aperto de mão,
O coração noutro coração,
O prazer de trabalhar.

Esses dias de pandemia
Nos vacinam de empatia,
Pois só a empatia pode nos salvar.
Mesmo quando a pandemia passar
(e há de passar),
Nos sobrará a empatia,
Para a empatia imperar.
Empatia pelo dia a dia,
Já que passamos por cada dia
Sem glorificar:
O irmão,
O aperto de mão,
O coração noutro coração,
O prazer de trabalhar.

Tanta falta faz essa paz das multidões.
Mais paz nos traz saber que esse momento...
Não é em vão.
A terra,
Esse grande organismo vivo,
Está nos chamando a atenção!
Aceite a convocação!
Esses dias,
De oração em oração,
Nos levarão a novo dia,
De harmonia
Propulsão a elevação.

Retração?
E-vo-lu-ção!

Não estamos sós
E nenhum de nós
Pode fugir da missão.
Coragem para se desfazer dessa miragem
Em que a imagem é a desigualdade,
E, será realidade,
Se invocada a nossa humanidade,
Para a existência da tal sustentabilidade
Que há de nos salvar.

Que esses dias de ruas vazias
Cheias de saudades das ruas cheias,
Nos injete nas veias
O antídoto que se anseias
Desde nossos mais remotos ancestrais:
O amor e só o amor
Pode cessar essa dor
De não sermos considerados como iguais.

Empatia, empatia e empatia
Para esse dia que há de surgir desses dias,
Para ir além, muito além desses dias
De despedidas doídas,
Saudades sadias,
Pandemia...
Depois desses dias
Que vigore a alegria
E o comprometimento de nos amarmos mais. 

 

Foto da galeria
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