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Alerta à população feminina, isso é muito sério

quarta-feira, 11 de junho de 2025

De uns tempos para cá, temos assistido a um aumento desproporcional da prescrição do hormônio masculino Testosterona para mulheres. Com o intuito de aumentar massa muscular, disposição física e mental, e estimular a libido ou aumentar o desejo sexual, muitos profissionais da área médica e afim, que não os ENDOCRINOLOGISTAS, têm se intrometido onde não devem. É bom frisar, que apesar de lidar com doenças hormonais, são eles os que menos prescrevem hormônios por conhecer a fundo as vantagens e desvantagens desses componentes.

De uns tempos para cá, temos assistido a um aumento desproporcional da prescrição do hormônio masculino Testosterona para mulheres. Com o intuito de aumentar massa muscular, disposição física e mental, e estimular a libido ou aumentar o desejo sexual, muitos profissionais da área médica e afim, que não os ENDOCRINOLOGISTAS, têm se intrometido onde não devem. É bom frisar, que apesar de lidar com doenças hormonais, são eles os que menos prescrevem hormônios por conhecer a fundo as vantagens e desvantagens desses componentes.

Baseado nessa introdução, resolvi publicar a nota conjunta que recebi da Sbem, Febrasgo e DCM da SBC sobre o assunto. São sociedades sérias, que se preocupam com a saúde e o bem-estar da mulher.

Nota conjunta da Sbem, Febrasgo e DCM sobre o uso de testosterona na mulher:

“A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e o Departamento de Cardiologia da Mulher (DCM) da Sociedade Brasileira de Cardiologia, no cumprimento de seu compromisso com a ciência, a ética e a saúde da mulher, vêm por meio desta esclarecer pontos fundamentais relacionados ao uso da testosterona em mulheres, à luz das melhores evidências científicas e diretrizes nacionais e internacionais.

1. SOBRE A INDICAÇÃO DE TERAPIA COM TESTOSTERONA NA MULHER: Atualmente, a única indicação clinicamente reconhecida e respaldada pelas diretrizes internacionais e nacionais para o uso terapêutico da testosterona em mulheres é o tratamento do transtorno do desejo sexual hipoativo (TDSH) em mulheres na pós menopausa. O diagnóstico de TDSH é clínico e de exclusão, devendo ser realizado por profissional qualificado. Antes de se considerar a terapia androgênica, é imprescindível avaliar e tratar outras causas de desejo sexual reduzido, incluindo: o hipoestrogenismo; a depressão e outros transtornos psiquiátricos; os efeitos colaterais de medicamentos (notadamente antidepressivos); a obesidade e síndrome metabólica; disfunções do relacionamento conjugal ou fatores psicossociais. A decisão de iniciar a terapia com testosterona deve ser feita apenas após esgotadas essas abordagens e confirmada a persistência do quadro clínico.

 2. SOBRE A DOSAGEM SÉRICA DE TESTOSTERONA NA MULHER A SBEM, a FEBRASGO e o DCM da SBC reiteram que: Não há indicação para dosar testosterona sérica com o objetivo de diagnosticar deficiência androgênica na mulher saudável ou em mulheres com queixa de baixa libido. A dosagem sérica de testosterona não deve ser utilizada para rastrear “níveis baixos” como justificativa para prescrição de testosterona. A única indicação formal de dosagem de testosterona na mulher é a investigação de níveis elevados de androgênios, com vistas ao diagnóstico diferencial de hiperandrogenismo (ex.: síndrome dos ovários policísticos, hiperplasia adrenal congênita, tumores ovarianos ou adrenais, síndrome de Cushing, entre outros). A prática de dosar testosterona como exame de rotina ou sob alegação de “déficit androgênico feminino” não possui respaldo científico e pode induzir a medicalização inadequada e a prescrição hormonal sem indicação.

3. CONSIDERAÇÕES SOBRE A FISIOLOGIA DA TESTOSTERONA NA MULHER: A testosterona tem papel fisiológico importante na mulher, mas é fundamental esclarecer que a testosterona não sofre queda abrupta na menopausa. Seus níveis declinam progressivamente a partir da terceira década de vida, independentemente da menopausa, com redução discreta e gradual. Não há um limiar laboratorial bem definido que caracterize “deficiência androgênica feminina” validado para uso clínico. Portanto, o conceito de deficiência de testosterona associada exclusivamente à menopausa não possui fundamentação científica robusta.

 4. SOBRE FORMULAÇÕES E SEGURANÇA DA TERAPIA COM TESTOSTERONA: Atualmente, não existe no Brasil formulação de testosterona aprovada pela ANVISA para uso em mulheres.  Quando indicada, a terapia com testosterona deve ser realizada com formulações de qualidade farmacêutica comprovada, monitoramento clínico rigoroso. Hormônios divulgados como sendo bioidênticos, biodisponíveis ou naturais constituem, na realidade, apenas estratégias de marketing para comercialização de formas manipuladas por farmácias magistrais e têm riscos semelhantes aos hormônios sintéticos.  Não se recomenda o uso de implantes subcutâneos, pellets ou formulações manipuladas de testosterona, devido à ausência de controle de qualidade, farmacocinética imprevisível e riscos aumentados de eventos adversos. A prescrição de testosterona para mulheres fora da única indicação reconhecida (TDSH na pós menopausa) configura prática off-label sem respaldo das sociedades científicas, com riscos significativos de efeitos adversos, incluindo hirsutismo, acne, alopecia, dislipidemia, hepatotoxicidade, alterações cardiovasculares, efeitos virilizantes e até mesmo dependência psíquica. A SBEM, a FEBRASGO e o DCM da SBC reforçam que a abordagem da saúde sexual da mulher deve ser baseada na ética e na Ciência, evitando reducionismos hormonais. A terapia hormonal da menopausa permanece baseada no uso de estrogênio e progesterona, principais hormônios femininos. Não existe respaldo científico para uso de testosterona com fins estéticos, para aumento de massa magra, emagrecimento, melhora de disposição ou efeitos antienvelhecimento. Também afirmamos que não há na literatura mundial absolutamente nenhuma evidência de que a testosterona tenha indicação primária para prevenção cardiovascular. Por fim, alertamos para os riscos da prescrição hormonal sem indicação formal, prática que pode trazer mais danos que benefícios à saúde da mulher. As sociedades se mantêm à disposição dos profissionais de saúde para atualização científica contínua sobre este tema e da população feminina para orientação correta”.

(Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DCM da SBC)).

Por isso, você mulher, sempre que, não importa quem, principalmente um médico, lhe prescrever Testosterona, ouça antes a opinião de um Endocrinologista, pois eles são as pessoas mais gabaritadas para lhe dar informações e prescrever, se necessário, tal medicação.

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Câncer da Tireóide

quarta-feira, 04 de junho de 2025

A Tireóide é um órgão situado na base do pescoço, constituída por dois lobos (o direito e o esquerdo), ligados pelo istmo, com um formato de uma borboleta. É uma glândula endócrina que secreta dois hormônios ricos em iodo, a tetraiodotironina (T4) e a triiodotironina (T3) e um terceiro chamado de calcitonina, importante na regulação da taxa do cálcio sanguínea.

A Tireóide é um órgão situado na base do pescoço, constituída por dois lobos (o direito e o esquerdo), ligados pelo istmo, com um formato de uma borboleta. É uma glândula endócrina que secreta dois hormônios ricos em iodo, a tetraiodotironina (T4) e a triiodotironina (T3) e um terceiro chamado de calcitonina, importante na regulação da taxa do cálcio sanguínea.

Uma das primeiras citações sobre a glândula Tireóide data de cinco mil anos atrás, na China; foi também de um imperador chinês, em torno de 2800 a.C., a utilização da palavra bócio, que vem a ser um aumento do volume tireoidiano. Mais ou menos por volta de 1600 a.C. surge o tratamento desses bócios com algas e esponjas marinhas, ministradas por médicos chineses; tal tratamento tinha sucesso em função do alto teor de iodo dessas espécies.

Apesar de raro, o aparecimento do câncer da tireóide vem aumentando no mundo inteiro e isso se deve em grande parte às ferramentas de diagnóstico à disposição dos endocrinologistas, principalmente a punção biópsia com agulha, muito útil quando realizada em nódulos suspeitos. No Brasil, a incidência é semelhante aos demais países do mundo, em torno de 8,7 casos em cada 100.000 pessoas.

Podemos classificar esses tumores em três categorias: A) Diferenciados, também chamados de papilíferos ou foliculares, de acordo com o tipo celular presente. Respondem por oitenta por cento dos casos, sendo mais frequentes nas mulheres que nos homens, na proporção de três para um; B) Não diferenciados ou anaplásicos, na realidade os mais malignos e de mal prognóstico. São mais comuns a partir da sexta década da vida, a taxa de incidência é de cerca de sete por cento e o risco de metástases é muito grande; C) Medulares que se desenvolvem a partir das células C, secretoras de calcitonina, sendo esse hormônio um marcador da doença. Seu aparecimento também está em torno de sete por cento e o prognóstico também é bom, desde que diagnosticado a tempo e sem acometimento de gânglios linfáticos do pescoço. A grosso modo, temos uma sobrevivência global de noventa e cinco por cento nos carcinomas papilíferos, setenta e sete por cento nos foliculares e de oitenta e cinco por cento nos medulares sem gânglios, em dez anos.

De maneira geral a presença de um nódulo ou vários, muitas vezes percebido pela simples palpação da região anterior do pescoço, leva o paciente ao médico ou esse, num exame de rotina percebe a presença de um “caroço” que deve ser investigado. A ausência de sintomas é uma característica dessa doença, a não ser que exista junto um hipotireoidismo (baixo funcionamento da tireóide) ou um hipertireoidismo (produção aumentada dos hormônios tireoidianos) concomitantes. No caso do anaplásico, se o crescimento for muito rápido, pode causar compressão das estruturas do pescoço causando falta de ar, dificuldade em engolir, tosse, sangramento, etc. Esses cânceres não têm uma causa precisa e somente o medular, pode ter uma hereditariedade comprovada, em função de uma mutação genética.

A presença de um nódulo leva à realização de uma ultrassonografia da tireóide e se ele for hipoecóico (pouco denso) impõe a biópsia com agulha. Mas, as características do nódulo também são importantes, pois, a consistência, o tamanho e o tipo de irrigação sanguínea, podem acusar a presença de uma malignidade em nódulos isoecóicos (densidade normal) ou hiperecóicos (densidade aumentada), o que é mais raro. Quanto à cintilografia com iodo radioativo, muito difundida até o início da década de oitenta, é menos utilizada nos dias de hoje.

Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento de escolha é a extirpação total da glândula, muitas vezes com retirada dos gânglios do pescoço. Se houver metástase à distância, usa-se a dose terapêutica com iodo radioativo, visando à destruição dessas células tireoidianas. A quimioterapia e a radioterapia são tratamentos extremos, principalmente nos carcinomas anaplásicos e nas metástases volumosas.

O uso de hormonioterapia substitutiva se impõe por duas razões: pelo fato de não haver mais produção de hormônio tireoidiano em função da extirpação da glândula e para prevenir o aparecimento de metástases. Faz-se necessária também uma visita periódica ao especialista para exames de manutenção e acompanhamento.

Se for para ter um câncer, que ele seja da tireoide, desde que o anaplásico seja excluído. O diagnóstico precoce e um acompanhamento bem conduzido são a garantia da preservação de uma boa qualidade de vida. Mas, lembre-se, se você apalpar a região anterior do seu pescoço e notar a presença de um “caroço”, não importa o tamanho, procure um ENDOCRINOLOGISTA, pois ele é o profissional mais indicado para investigar tal anomalia. Já vi, quando exercia a medicina, pacientes serem tireoidectomizados, sem necessidade, porque a primeira consulta e o seguimento do caso foi feito por um cirurgião. Num deles, o exame anátomo patológico da peça cirúrgica, mostrou tratar-se de um nódulo simples. O paciente se viu condenado a tomar hormônio tireoidiano, desnecessariamente, por toda a vida.

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Carta aberta ao prefeito festeiro

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Caro prefeito, uma cidade feliz não é aquela que só tem festas, ela precisa de ruas com calçamento digno, bem iluminadas, limpas e conservadas além de um trânsito ordeiro com motoristas que respeitem as suas regras. No entanto, uma parcela importante de seus moradores, seus eleitores ou não, precisam bem mais do que estão recebendo. Não vamos falar da saúde, tópico sempre explorado durante as campanhas eleitorais e relegada ao ostracismo tão logo os alcaides e vereadores tomam posse. O hospital Raul Sertã é a amostra viva do atual estado da saúde pública friburguense.

Caro prefeito, uma cidade feliz não é aquela que só tem festas, ela precisa de ruas com calçamento digno, bem iluminadas, limpas e conservadas além de um trânsito ordeiro com motoristas que respeitem as suas regras. No entanto, uma parcela importante de seus moradores, seus eleitores ou não, precisam bem mais do que estão recebendo. Não vamos falar da saúde, tópico sempre explorado durante as campanhas eleitorais e relegada ao ostracismo tão logo os alcaides e vereadores tomam posse. O hospital Raul Sertã é a amostra viva do atual estado da saúde pública friburguense. Jogado às traças, relegado a um segundo plano, nem por sombras lembra um passado recente, de quando se chamava Santo Antônio, da então Santa Casa de Misericórdia de Nova Friburgo. Sua municipalização foi um desastre e, esse, talvez tenha sido o maior erro do então prefeito Paulo Azevedo. A partir daí, desceu ladeira abaixo e representa uma sombra do que já ostentou na saúde do município. Mas nada justifica a maneira como foi tratado por seus antecessores e por você.

No entanto, a cidade precisa de muito mais, principalmente quando é incensada pela imprensa em geral, elogiando as belezas naturais que o município ostenta, sua gastronomia bem estruturada e distribuída e sua história. Aliás, essa, com o envelhecimento de parte da população ligada as suas tradições de origem suíça, tende a ser esquecida. Talvez, você nem saiba que a cidade teve seu início com a chegada dos colonos helvéticos, nos idos de 1819 e 1820, e por muito tempo ostentou a alcunha de Suíça Brasileira devido a seu clima e ao grande número de descendentes suíços que aqui ainda moram. Mas, como uma folha de papel que perde a consistência com o passar dos anos, nossa história fenece a olhos vivos. Basta ver o estado de abandono que se encontra o complexo da Queijaria Escola, outrora motivo de orgulho de Friburgo. Outras cidades como Monte Verde, Campos do Jordão, com clima semelhante ao nosso, mas com uma visão muito mais acurada do que seja uma cidade bem cuidada, estão roubando-nos o título que por tantas décadas nos foi atribuído. Têm consciência de que o atrativo para o turista não é somente suas festas, mas o cuidado e o zelo que a ela é dispensada, pela administração municipal. E, essas festas, têm de ser muito bem pensadas, pois o objetivo é atender os vários segmentos da sociedade.

Nossas ruas são uma sucessão de buracos sem fim, talvez só Cabo Frio nos ultrapasse, pois lá prefeitos e vereadores conseguem ser ainda piores dos que os de cá. Não há um único bairro que não exiba crateras de bom tamanho, ameaçando a integridade de pedestres e automóveis. Aquelas cujo calçamento é de paralelepípedo então, estão num estado deplorável, pois além dos buracos apresentam desníveis importantes.  Na época da campanha eleitoral, para mostrar serviços e angariar votos, você deu um banho de asfalto em algumas ruas, mas bastou ganhar as eleições para tudo se tornar como dantes.

Vou me ater um pouco, no Cônego e Cascatinha, pois com um dos IPTUs mais altos da cidade, deveriam ser olhados com outros olhos. Ainda com muitos terrenos disponíveis têm sido a menina dos olhos dos construtores locais e do governo, pois todos se locupletam dos empreendimentos aos magotes. Sem o mínimo levantamento das necessidades desses bairros, as concessões para novos condomínios não param. Em consequência, o deslocamento tornou-se um problema sério, sendo quase impossível se encontrar vagas para estacionamento, não importa a hora do dia. À noite, então, nem se fala, pois com os muitos restaurantes que tornaram o bairro um importante polo gastronômico, achar uma vaga é como achar uma pepita numa mina abandonada. Não podemos, também, nos esquecer do abastecimento de água desses bairros. Eles estão crescendo e ninguém pensa na construção de um reservatório para as necessidades crescentes do precioso líquido.

No entanto, estacionamento virou um estorvo crônico na cidade, pois muitas vezes os “mautoristas” não têm nenhum escrúpulo e param em fila dupla, seja no centro ou nos bairros. E aqui ocorre outro problema, pois como os empregados da Smomu são funcionários públicos, só trabalham até às 17 horas. A partir daí é um deus nos acuda, sem nenhuma fiscalização.

 Como a sua meta é a deputança, federal ou estadual não importa, nesse quase um ano que falta para as eleições de 2026, que tal se preocupar menos com festas e mais com a cidade, pensando em angariar votos por méritos próprios. Afinal, um deputado eleito, com muitos votos, é sempre bem-visto na câmara.

A população de Friburgo, aquela que paga impostos e é um dos alicerces para a manutenção da máquina administrativa, agradeceria um novo enfoque do nosso alcaide.

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Deve ser complicado morar na Via Expressa, em Olaria, em dias de festa

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Dia 16 de maio comemorou-se os 207 anos de fundação da cidade de Nova Friburgo. Não faltou combustível para o prefeito festeiro festejar essa data. Mais uma vez, o ponto escolhido para as comemorações foi o terreno ao lado do Cieps de Olaria, local tradicional de atividades de lazer ou cultural da cidade. Ali se realizam festas, shows e instalações de circos, que fazem a alegria da garotada e, por que não, dos adultos, também. Vou confessar que o meu sonho de criança, era fugir num circo e viver essa vida de aventuras.

Dia 16 de maio comemorou-se os 207 anos de fundação da cidade de Nova Friburgo. Não faltou combustível para o prefeito festeiro festejar essa data. Mais uma vez, o ponto escolhido para as comemorações foi o terreno ao lado do Cieps de Olaria, local tradicional de atividades de lazer ou cultural da cidade. Ali se realizam festas, shows e instalações de circos, que fazem a alegria da garotada e, por que não, dos adultos, também. Vou confessar que o meu sonho de criança, era fugir num circo e viver essa vida de aventuras. Oportunidades não faltaram, pois na minha época de Rio de Janeiro, a Pça. Onze era o local de instalação das grandes empresas circenses da época.

No entanto, o local é passagem e chegada de três bairros importantes da cidade, Olaria, Cônego e Cascatinha, sem falar no Sítio São Luís, Vargem Grande e Granja do Céu, o que torna a via um corredor extremamente movimentado. Então, em dias comuns o barulho do tráfego já é intenso, o que já incomoda um pouco a vida de quem mora nas proximidades, na hora do rush, principalmente. Mas, imaginem nas festas, quando o vai e vem de pessoas, o barulho das músicas, nem sempre agradáveis de se ouvir, o burburinho das conversas se torna infernal. Sem falar no trânsito que fica caótico, pois nos dias 16 e 17, num trecho da Via Expressa, colocaram divisórias na pista e adotou-se o trajeto em mão e contramão. Bem, pelo menos não fecharam a via e desviaram todo o tráfego de Olaria para o Cônego e Cascatinha pela Avenida Júlio Antônio Thurler. Aliás, esse era o caminho normal, antes da implantação da Avenida João Pires Barroso (nome da Via Expressa), nos idos de 1992, mais precisamente no dia 9 de março.

Não deve ser fácil morar nesses condomínios, nos dias de fuzarca, pois a barulheira começa muito antes, com a instalação das barracas de venda de alimentação, das caixas de som, sem contar com o barulho dos motores de caminhões e furgões, transportando todo esse material. Terminada a festa, ainda têm de suportar o “day after” para a devolução da via totalmente liberada. Outro problema, esse inerente à má educação do povo brasileiro, é o cheiro de urina que fica ao longo da ciclovia, nas imediações do terreno. O número de banheiros químicos é insuficiente e as pessoas aliviam-se onde encontram um lugar disponível.

Na realidade foram dois dias (sexta e sábado) de balbúrdia, pois no domingo de manhã o local começou a ser liberado e, à tarde, o trânsito estava fluindo normalmente pelos dois lados da via. Aliás, esse não é o comportamento habitual, pois já que se gastou dinheiro com aluguel do espaço e da instalação de toda a traquitana, o domingo também é aproveitado, só se encerrando a festa à tarde. Os moradores das adjacências ficaram aliviados.

Além da Fri Fest foi montada uma programação especial para marcar a data. As comemorações incluíram o tradicional desfile cívico-militar e um concerto da Banda Sinfônica Campesina Friburguense. O desfile, como não podia deixar de ser, foi realizado na Avenida Alberto Braune, começando com o hasteamento das bandeiras em frente à prefeitura. À noite, as homenagens continuaram com a apresentação da Banda Sinfônica Campesina Friburguense no Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura, em um concerto especial que celebrou a história e a música de Nova Friburgo. O evento contou com participações especiais do tenor Agni de Souza e da mezzosoprano Isabela Passos.

Mais um ano de vida da nossa querida Nova Friburgo, uma cidade rica em história, tradições, com uma trajetória cultural importante e, o fato de não ser mais bela, se deve à falta de comprometimento de alguns prefeitos que não compreenderam a sua importância no cenário estadual e do Brasil. Me mudei para cá há exatos 48 anos, cresci profissionalmente, criei meus filhos e aqui pretendo ficar até quando Deus permitir. Parabéns, Nova Friburgo.

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Será que agora vai?

quarta-feira, 14 de maio de 2025

E não é que no domingo, 11 de maio, o Botafogo desencantou? A vitória de quatro a zero em cima do Internacional de Porto Alegre foi convincente, apesar de não ter sido um jogo de encher os olhos e mesmo contra um time recheado de reservas. Nos dez primeiros minutos do primeiro tempo o glorioso partiu, ainda que meio desordenadamente, para cima do adversário e marcou o seu gol logo aos oito minutos. Igor Jesus, seu atacante, recebeu um passe com açúcar de Jeffinho e bateu de maneira indefensável, no canto esquerdo de Anthoni do colorado gaúcho.

E não é que no domingo, 11 de maio, o Botafogo desencantou? A vitória de quatro a zero em cima do Internacional de Porto Alegre foi convincente, apesar de não ter sido um jogo de encher os olhos e mesmo contra um time recheado de reservas. Nos dez primeiros minutos do primeiro tempo o glorioso partiu, ainda que meio desordenadamente, para cima do adversário e marcou o seu gol logo aos oito minutos. Igor Jesus, seu atacante, recebeu um passe com açúcar de Jeffinho e bateu de maneira indefensável, no canto esquerdo de Anthoni do colorado gaúcho.

Dessa vez, o técnico Renato Paiva escalou o time de maneira mais ofensiva e jogando pelos lados do campo, conseguiu impor o seu jogo. Quase ao final do primeiro tempo, Arthur recebeu um lançamento primoroso de Marlon Freitas, um dos melhores em campo do Fogão, e marcou o primeiro golaço da noite. Após ajeitar a bola com a cabeça, chutou de canhota entrando a bola no canto superior esquerdo do gol adversário, local que ficou imortalizado no jargão do futebol como o lugar onde a coruja dorme. Se ela realmente ali dorme, pouco importa, mas que é gostoso ver a bola entrando, num gol do seu time lá isso é.

No segundo tempo o que já era bom ficou ainda melhor, com o Botafogo sendo eficiente e jogando bem. Mal o jogo recomeçou, Marlon Freitas, ele de novo, fez um lançamento primoroso do meio do campo em direção ao lateral esquerdo Cuiabano; a esse só bastou ajeitar a bola com a cabeça e marcar o segundo golaço do jogo, com a bola, dessa vez, encobrindo o goleiro e entrando pelo centro da meta adversária. O Glorioso continuou senhor absoluto em campo, dessa vez jogando com consistência e, não demorou muito, aos vinte e três minutos, Alex Telles recebeu um passe de Kauan, que substituíra Gregore, e marcou o terceiro golaço, ao acertar uma bomba de fora da área. Já no final, o quinto gol quase saiu, nos pés de Nathan Fernandes, com a bola já tendo ultrapassado o goleiro do Internacional, mas sendo cortada por um dos defensores do Colorado. Importante frisar, que pela primeira vez Renato Paiva, o técnico, repetiu o time, duas vezes consecutivas.

Essa vitória foi importante para dar moral a um time que iniciou mal a temporada e com um técnico que ainda desperta desconfiança na torcida. Foi providencial, pois na quarta-feira o Fogão vai enfrentar o Estudiantes de La Plata, time da capital Argentina, pela Libertadores das Américas. Sendo o terceiro colocado de sua chave, ao alvinegro de General Severiano só a vitória interessa, para que possa ainda sonhar com a classificação para a fase de mata-mata da competição. Com seis pontos ganhos, mesmo que vença, ficará com o mesmo número de pontos do Estudiantes; se ganhar com três ou mais gols de diferença ultrapassa-o, no saldo de gols. Mas, como ainda faltam dois jogos a disputa está em aberto, já que se classificam dois times, e o último compromisso é contra a Universidad de Chile, que tem sete pontos ganhos, mas é o último adversário do Botafogo.

O calendário do futebol brasileiro chega a ser criminoso e, é por isso, que o departamento médico dos clubes está sempre cheio. O do Botafogo conta, atualmente, com quatro titulares, Savarino, Matheus Martins, Bastos e Barbosa. Os dois primeiros com distensão muscular e os outros dois com lesões ósseas, Bastos na patela e Barbosa no pé. Após o jogo com o Estudiantes, já no domingo 18, tem o jogo contra o Flamengo pelo Brasileirão 2025, e na quarta-feira, 22, contra o Capital-DF, em Brasília, pela Taça Brasil. É por essas e outras que as comissões técnicas dos times da primeira divisão do futebol brasileiro trabalham com um novo elemento, chamado de minutagem. De acordo com o número de minutos em campo e com a mensuração do desgaste muscular de cada atleta, o afastamento por um ou dois jogos do jogador é obrigatório, para evitar novas lesões. Para se ter uma ideia do absurdo desse calendário, o Fogão, na temporada passada entrou em campo em setenta e cinco jogos. Isso significa um jogo a cada quatro dias e meio. Num futebol cada dia mais corrido e intenso isso é um abuso contra a sanidade física dos jogadores. Por essas e outras que muitas vezes eles forçam um terceiro cartão amarelo, uma expulsão, pois assim conseguem descansar por pelo menos uma semana.

A apaixonada torcida do Fogão espera que a vitória contra o Internacional, no dia das mães marque, enfim, o início da caminhada para novas conquistas.

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Antes foi a Petrobrás, agora são os Correios e o INSS

quarta-feira, 07 de maio de 2025

O governo do PT não se emenda nem aprende a lição. A partir de março de 2014, em pleno governo Dilma Rousself, do PT, foi deflagrada no Brasil a operação Lava Jato. Foi a maior operação sobre corrupção já realizada no Brasil e o que começou com as apurações sobre uma rede de doleiros em diversos estados acabou revelando um vasto esquema de maus feitos que causou um prejuízo bilionário para a Petrobras. A estatal estimou as perdas em R$ 6,2 bilhões.

O governo do PT não se emenda nem aprende a lição. A partir de março de 2014, em pleno governo Dilma Rousself, do PT, foi deflagrada no Brasil a operação Lava Jato. Foi a maior operação sobre corrupção já realizada no Brasil e o que começou com as apurações sobre uma rede de doleiros em diversos estados acabou revelando um vasto esquema de maus feitos que causou um prejuízo bilionário para a Petrobras. A estatal estimou as perdas em R$ 6,2 bilhões. Já o Tribunal de Contas da União (TCU) fala em um prejuízo de R$ 29 bilhões desde 2002. No caso específico da estatal brasileira do petróleo, o principal envolvido era Paulo Roberto Costa, engenheiro e ex-diretor de abastecimento da empresa. De uma candura exemplar, tinha a bagatela de R$ 23 milhões em contas bancárias, na Suíça.

Não podemos nos esquecer jamais que os Correios quase quebraram nos governos do PT, seus funcionários são descontados até hoje dos desvios do dinheiro do Postalis (Plano de previdência complementar dos Correios), estava em recuperação no governo Bolsonaro. Bastou Luís Inácio voltar à presidência da República para que a coisa desandasse outra vez. Conforme publicado pelo G1: “Os Correios são uma das principais razões para o aumento do déficit das estatais em 2024. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a estatal registrou um rombo de R$ 3,2 bilhões no ano passado”.

A bola da vez na longa lista de corrupção do PT é o INSS, aliás uma mãe em falcatruas, basta relembrarmos o affaire Jorgina. O envolvido atual é Alessandro Stefanutto, implicado no desvio de R$ 6,3 bilhões de benefícios e aposentadorias, de forma indevida, de segurados do instituto. De acordo com o divulgado pelo Jornal da Record, no último sábado, 3, a maioria é composta de trabalhadores agrícolas do nordeste, semianalfabetos e de regiões de acesso difícil às agências do INSS. Poucos sabem, mas esse senhor foi expulso da Escola Naval, na década de 1980, por apropriação indevida da arrecadação do dinheiro coletado pelos seus colegas, para custear as despesas da formatura. Aproveitava, também, para roubar pertences dos demais alunos, em vestiários e alojamentos.

Alessandro Stefanutto, que foi demitido do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), é filiado ao PDT e foi indicado, em julho de 2023, para a chefia da autarquia previdenciária pelo aliado e ex-ministro Carlos Lupi (Previdência Social). Dizem as más línguas que muita água ainda vai rolar nessa investigação e mais cabeças coroadas rolarão.

Pelo menos a Jorgina de Freitas, já falecida, foi com menos sede ao pote e desviou R$ 2 bilhões, da verba dos aposentados. Aliás, é por essas e outras que de tempos em tempos o governo é obrigado a fazer ajustes no organograma das aposentadorias, como a última reforma no governo Bolsonaro. Na realidade, quem paga a conta é aquele que trabalhou a vida inteira, de sol a sol, e no final tem dificuldades em vivenciar com dignidade a sua aposentadoria. Já se cogita de novas alterações no cálculo dessas aposentadorias, pois o rombo previdenciário não cessa de aumentar.

Melancolicamente, a Operação Lava Jato foi completamente desmantelada, sendo hoje uma manobra fracassada de se tentar moralizar um país que adotou, desde a sua descoberta pelos portugueses, o caminho errado na condução de sua caminhada. A meu ver, a corrupção está entranhada no Brasil e não importa se ricos, pobres ou remediados, a maioria de sua população já a praticou. Não se trata de grandes ou pequenos delitos, pois o fim é sempre o mesmo, agir de maneira sub-reptícia com a intenção de tirar algum proveito.

Pobre Brasil, um país tão rico em belezas e recursos naturais que poderiam tê-lo inscrito no rol das nações mais abastadas do mundo. No entanto, patina na incompetência e má fé de seus dirigentes e responsáveis e no seu próprio povo. Como diz o ditado popular a corrupção é a soma de corruptos e corrompidos e é por isso que seremos sempre o país de um futuro que nunca vai chegar. chegar.  

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Um encontro de família

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Encontro de famílias unidas é uma coisa saudável, proveitosa e enriquecedora para todos aqueles que têm a oportunidade de participar. Foi o que aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de abril, na cidade de Simão Pereira, estado de Minas Gerais, onde fica localizado o hotel Fazenda Minas Real. Para situar o meu leitor, na BR-040 que liga os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, encontra-se Comendador Levy Gasparian, ainda em terras fluminenses; ao atravessar a ponte entramos no município de Simão Pereira, já Minas Gerais. Nesse hotel, foi realizado o congraçamento da família Zauli-Machado.

Encontro de famílias unidas é uma coisa saudável, proveitosa e enriquecedora para todos aqueles que têm a oportunidade de participar. Foi o que aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de abril, na cidade de Simão Pereira, estado de Minas Gerais, onde fica localizado o hotel Fazenda Minas Real. Para situar o meu leitor, na BR-040 que liga os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, encontra-se Comendador Levy Gasparian, ainda em terras fluminenses; ao atravessar a ponte entramos no município de Simão Pereira, já Minas Gerais. Nesse hotel, foi realizado o congraçamento da família Zauli-Machado. Zauli de origem italiana, dos meus bisavós Domenico Zauli e Beatrice Solaroli e Machado, de origem portuguesa, dos meus bisavós Arthur de Oliveira Machado e Theolinda de Castro Monteiro Machado.

Se considerarmos Domenico e Beatrice que chegaram ao Brasil em 1897, (aliás ele tinha mais um irmão, Giuseppe Zauli e ambos se radicaram em Belo Horizonte, sendo uma das levas de fundadores (em 1900) da atual capital mineira), podemos considerá-los como a primeira geração da família, no Brasil. Assim como Arthur e Theolinda como a primeira geração dos Machados. Odilon Machado e Dirce Zauli, ao se casarem deram origem à primeira geração dos Zauli Machado e, a reunião congregou componentes da terceira, quarta e quinta gerações, já que não resta mais ninguém da segunda geração, sendo a última representante a minha mãe que faleceu em agosto de 2021.

Éramos 48 primos (parecia até uma colônia libanesa, onde todos são primos) dos 76 aos 4 anos de idade, reunidos durante três dias, matando saudades, se conhecendo, interagindo dia e noite, pois o hotel, ao estar localizado a 6 quilômetros de Levy Gasparian e 15 quilômetros de Simão Pereira, é muito inclusivo. A cidade grande mais próxima é Juiz de Fora que fica a 33 quilômetros do hotel. Assim, tomava-se café da manhã, almoçava-se, lanchava-se e jantava-se em família, entremeado pelo bate papo e cerveja. Como o sol não esteve presente de maneira assídua, só as crianças aproveitaram a piscina e a jacuzzi, pois essas não sentem frio. Mas, não faltaram as caminhadas, os passeios a cavalo e de charrete. O hotel é acolhedor, faz questão de receber bem os seus hóspedes, pois sabe que um dia eles voltam.

Na realidade, esse encontro resgatou e fortaleceu os laços da família, pois, que eu me lembre, houve um em 2023, que reuniu os dois ramos dos Zaulis, e outro um ano depois, quando minha mãe completou 80 anos, restrito aos Zauli Machado, na cidade de Juiz de Fora. Pelo adiantado da idade da turma da terceira geração dos Zauli Machado, todos com mais de 65 anos, optamos por manter esses encontros, a partir de agora, a cada dois anos, pois a probabilidade de perdermos primos, por causa da idade, é grande.    No entanto, com esse período mais curto, vai sendo sedimentado nos mais novos a noção de família e da importância de se ter um referencial. A família, claro que falamos das bem alicerçadas e estruturadas, é a base da sociedade e é por isso que os regimes autoritários tendem sempre a destruir esse núcleo familiar. É dessa estrutura que nascem os conceitos de educação, honestidade, boa convivência que são a base de um povo progressista, que rege os destinos de um país. A família é a célula mater de um país desenvolvido, pois moldando o caráter e a índole dos seus componentes, dá-se um passo importante para a formação de cidadãos honestos, responsáveis, trabalhadores cujo exemplo se propaga de geração em geração. Desestruturar e apequenar um país passa por enfraquecer ou aniquilar a família, pois isso faz com que as pessoas percam o seu objetivo, sua razão de viver.

É importante trazer as crianças e os jovens para o convívio familiar, pois num mundo que se isola cada vez mais, em função da internet e suas redes sociais, onde o objeto (celulares, tablets e notebooks) substitui a relação inter-humana, esse convívio é como uma luz no final do túnel. Ver adultos, jovens e crianças numa interação saudável como foi o encontro da família Zauli-Machado, não tem preço. Cabe a nós, os mais velhos, manter essa chama acesa, pois aos poucos os mais jovens vão pegando o bastão e, seguramente, serão os organizadores de futuros encontros.

Foi um final de semana muito agradável, que seja repetido por muitos e muitos anos, para orgulho de seu Odilon e dona Dirce, os fundadores dos Zauli-Machados.

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O Brasil não é para amadores

quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Brasil é mesmo um país sui generis, difícil de ser entendido por nós nativos, imagine para quem não  está acostumado com suas particularidades. No carnaval, nos damos ao luxo de pararmos por quatro dias e meio, pois apesar de segunda feira não ser feriado, foi taxado de ponto facultativo, o que na prática significa mais um dia de folga. A famosa mardi gras, do francês terça feira gorda, na realidade marca o último banquete antes do início da quaresma, sendo comemorada na Luisiana, nos Estados Unidos, assim como em alguns outros países, como a Colômbia, o Canadá, a Itália.

O Brasil é mesmo um país sui generis, difícil de ser entendido por nós nativos, imagine para quem não  está acostumado com suas particularidades. No carnaval, nos damos ao luxo de pararmos por quatro dias e meio, pois apesar de segunda feira não ser feriado, foi taxado de ponto facultativo, o que na prática significa mais um dia de folga. A famosa mardi gras, do francês terça feira gorda, na realidade marca o último banquete antes do início da quaresma, sendo comemorada na Luisiana, nos Estados Unidos, assim como em alguns outros países, como a Colômbia, o Canadá, a Itália. Mas, em outras partes do mundo essa festa popular acontece em meses distintos, não necessariamente entre os meses de fevereiro e março. No entanto, esses países não ficam tantos dias parados

Nesse ano de 2025, além das festas de momo tivemos mais um feriadão, começando na sexta feira da paixão e estendendo-se até o 21 de abril, dia dedicado a Tiradentes, o mártir da independência. Como o dia santo caiu no dia 18 de abril, o país parou por mais quatro dias, sendo que no estado do Rio de Janeiro, dia 23, uma quarta feira, também foi feriado, pois se comemora o dia de São Jorge. Assim de sexta a quarta feira a população do Rio se entregou ao gostoso dolce far niente, uma expressão que retrata a arte de desfrutar o ócio. Claro está que o prefeito do Rio decretou ponto facultativo no dia 22 de abril, uma terça feira, para não prejudicar o lazer da população. Praia e circo, é disso que o povo gosta.

Como tudo na vida há um lado bom e um lado ruim. Para a rede hoteleira, bares e restaurantes a felicidade foi geral. Em Friburgo a previsão é de oitenta e cinco por cento de ocupação dos hotéis, em Cabo Frio foi de cem por cento. No entanto, o comércio em geral e as indústrias em particular têm um prejuízo muito grande, pois deixam de vender ou produzir e arrecadar. Como estamos no final do mês, os encargos e salários necessitam serem pagos e o dinheiro não entra nesse período. Tudo bem que temos os shoppings com um número de lojas variados; só que nessas épocas quem mais fatura é a praça da alimentação; ninguém está preocupado com compras.

Em Cabo Frio, acostumado com o turismo de baixa renda, aquele que aluga uma casa de quarto e sala para mais de dez pesssoas, a situação é sempre complicada. O número de turistas é desproporcional ao que a cidade aguenta, o trânsito fica uma loucura, engarrafamentos constantes, com mostras de falta de educação e civilidade, falta de locais para estacionamento o que acarreta um caos total. A sujeira se acumula, pois o serviço de limpeza não dá conta do trabalho e esse tipo de turista tem algo a ver com a família dos suínos. Aliás, o atual prefeito tentou colocar ordem no caos, aumentando as taxas de ocupação pelos ônibus de turismo, a exemplo de que é feito em cidades com turismo de qualidade, como Campos do Jordão e Gramado. Foi impedido por um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, provavelmente socialista, que alegou inconstitucionalidade e revogou o decreto municipal. Mais uma vez, a cidade está um horror. A população que mora, paga impostos e vê os seus direitos desrespeitados que se dane. Mas, o desembargadorzinho deve estar satisfeito. A diversão é para todos, não importa a classe social.

Na realidade, Dr. Serginho, prefeito de Cabo Frio, está tentando por ordem na balbúrdia que se instala em Cabo Frio, durante os grandes feriados. Mas, infelizmente, anos de baderna e populismo não se conserta do dia para a noite, é um trabalho a longuíssimo prazo. O choque de ordem da prefeitura começou com a proibição de aparelhos de som nas praias e um novo ordenamento na distribuição das barracas de aluguel, que antes impedia que o banhista comum instalasse a sua. Mas, a má educação do turista dá margem a outras aberrações como jogar lixo nas calçadas e na praia, estacionar de maneira irregular, às vezes em fila dupla ou, simplesmente, não respeitar o alinhamento da calçada. A falta de educação e civilidade se acentua nos períodos de férias ou grandes feriados, pois ao viajar deixa-se a educação, se é que a tem, em casa.

Que se consiga, em Cabo Frio, ordenar o turismo, impedindo uma ocupação desordenada e em números desproporcionais ao que a cidade aguenta, as fossas ao final da temporada que o digam. Nova Friburgo não fica atrás, pois o grosso dos turistas que desembarcam em nossa cidade não é diferente da região praiana.

Turismo com qualidade é muito melhor que turismo de massa e, financeiramente, é melhor para todos, comerciantes e moradores.

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Um mergulho no passado

quarta-feira, 16 de abril de 2025

No último sábado, 12, os judeus comemoraram a Pessach que para nós é a Festa da Liberdade ou Liberação. Ela comemora a saída do Egito, local onde os judeus habitaram por mais de 400 anos, sendo por um período como escravos. A travessia deles pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade. Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

No último sábado, 12, os judeus comemoraram a Pessach que para nós é a Festa da Liberdade ou Liberação. Ela comemora a saída do Egito, local onde os judeus habitaram por mais de 400 anos, sendo por um período como escravos. A travessia deles pelo Mar Vermelho em direção à Terra Prometida simbolizou a passagem da escravidão para liberdade. Desde então, os judeus reúnem-se todos os anos, para celebrar a Páscoa com elementos que relembrem a sua história e os fatos que culminaram na saída do Egito.

O termo liberação ou liberdade é muito amplo e tive vontade de reescrever a coluna que publiquei em 27 de maio de 2015, aqui em A VOZ DA SERRA, contando o destino trágico da minha família no campo de concentração de Belzec, na Polônia. Meu avô paterno nasceu em Prezmysl, distante 14 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, berço da família Wolosker. E Belzec, na realidade, foi uma libertação das agruras passadas nas mãos dos nazistas.

Minha ligação com a Europa é forte, sanguínea mesmo, já que sou neto de poloneses e bisneto de italianos. Em 2015, fiz questão de conhecer a cidade de Prezmysl (que em polonês se pronuncia algo parecido com “chemichil”), onde a família Wolosker começou. Fui também ao campo de extermínio de Belzec, túmulo dos Wolosker que não conseguiram emigrar de sua terra natal, antes do início do holocausto. Depois do fim da segunda guerra, fui o único da família a ter coragem e ir prestar homenagem aos nossos mártires em seu local de suplício, consequência de uma das maiores barbáries do mundo moderno. Infelizmente a humanidade não aprendeu a lição e promoveu outras barbáries ao longo do século 20 e início do 21.

A construção do campo de extermínio de Belzec começou em 1º de novembro de 1941 e ficou pronto para o seu serviço macabro no final de fevereiro de 1942. Foi erguido num terreno de um antigo campo de trabalho escravo e sua escolha se deveu pela proximidade com a estrada de ferro que passava a 50 metros de sua entrada. Sua atividade começou no dia 17 de março de 1942.

Desde o início de suas operações até dezembro desse mesmo ano, os alemães deportaram aproximadamente 434.500 judeus e um número indeterminado de poloneses cristãos e de ciganos para Belzec, onde foram assassinados. A maioria das vítimas era de judeus oriundos dos guetos do sul da Polônia. Os alemães também deportaram judeus alemães, austríacos e tchecos para lá. O balanço final dá conta que cerca de 700 mil pessoas ali perderam a vida.

No início, as vítimas eram fuziladas, mas como o processo era lento, foram construídas as câmaras de gás onde o processo se acelerou. O mais macabro dessa história é que, como mostram fotografias do memorial do campo, as vítimas eram convidadas a se despirem e entrarem no compartimento, para tomarem um banho de desinfecção. No teto ficava um objeto que parecia um chuveiro, de onde saía o gás.

A matança terminou ao final de dezembro de 1942, quando os alemães perceberam que estavam perdendo a guerra, e Himmler (foi designado por Hitler como comandante das SS) ordenou que todos os vestígios de extermínio deveriam ser "apagados" por entre as áreas ocupadas. Realmente, quando se penetra no campo, as únicas construções que vemos são o prédio do memorial que contém reminiscências do local, entre elas uma maquete detalhada de Belzec. A outra edificação é um muro onde estão gravados os nomes de algumas das vítimas, entre elas a de minha bisavó Ethel e de outros parentes.

Foi uma visita triste, mas necessária, pois foi um mergulho nas minhas origens. A cidade de Prezmysl, na época, era um reduto de camponeses com uma vida muito simples. Tanto que meu bisavô, em 1910, enviou meu avô para morar com uma tia, em Buenos Aires, para que ele pudesse ter uma educação mais requintada que o deixasse em condições de ter uma vida melhor. Hoje, ela é uma cidade turística, conhecida por sua arquitetura bem preservada, incluindo o impressionante Castelo de Przemysl e a bela Catedral de São Nicolau, além disso oferece uma cena cultural vibrante com inúmeros eventos e festivais ao longo do ano. É, também, um ótimo destino para os amantes da gastronomia, com muitos restaurantes que servem a culinária tradicional polonesa. Belzec, por outro lado, parece ter sido amaldiçoada pelo trágico destino que lhe foi destinado e permanece um lugarejo sem maiores atrativos perdido no tempo.

Artigos como esse se fazem necessários para que se mantenham vivas as atrocidades promovidas pelos nazistas e que a juventude de hoje, pouco chegada à leitura, tome conhecimento das barbaridades que o bicho homem é capaz de cometer. Em 27 de janeiro de 1945, os russos libertaram Auschwitz, o maior campo de extermínio nazista, também, na Polônia. São passados 80 anos, mas a data só não cai no esquecimento em função do trabalho árduo de pessoas que fazem o impossível para que tais acontecimentos não sejam engolidos pelo tempo.

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O consumidor está sendo enganado

quarta-feira, 09 de abril de 2025

A corda sempre arrebenta nas mãos dos mais fracos e é assim que acontece conosco, de uns tempos para cá. A primeira vez que me dei conta foi na preparação de iogurtes. Como tenho uma iogurteira em casa, adiciono dois potes do produto, não importa a marca, despejo numa leiteira contendo um litro de leite, misturo bem e levo ao fogo para aquecer. Depois, coloco a mistura nos sete potes do aparelho, ligo na tomada e deixo transcorrer doze horas, quando, então, vão para a geladeira. Esses sete potes ficavam cheios até o topo. De uns tempos para cá, comecei a notar que não transbordavam mais.

A corda sempre arrebenta nas mãos dos mais fracos e é assim que acontece conosco, de uns tempos para cá. A primeira vez que me dei conta foi na preparação de iogurtes. Como tenho uma iogurteira em casa, adiciono dois potes do produto, não importa a marca, despejo numa leiteira contendo um litro de leite, misturo bem e levo ao fogo para aquecer. Depois, coloco a mistura nos sete potes do aparelho, ligo na tomada e deixo transcorrer doze horas, quando, então, vão para a geladeira. Esses sete potes ficavam cheios até o topo. De uns tempos para cá, comecei a notar que não transbordavam mais. O litro de leite encolheu ou os copos de iogurte comprados, tiveram seu volume reduzido?

Foi a partir daí que comecei a reparar que os produtos das prateleiras dos supermercados já não eram os mesmos. O cream cracker da marca Piraquê, com gergelim, primeiro passou a necessitar de uma lupa para que se pudesse visualizar o gergelim; posteriormente, o pacote encolheu e o meu recipiente que antes ficava cheio até a boca, mostrou que a quantidade de biscoitos diminuíra. O mesmo aconteceu com os biscoitos waffel que antes tinham doze unidades por pacote e agora contém só oito. Mas, a maior surpresa eu tive com os achocolatados em caixa, Toddy ou Nestlé, que antes continham duzentos ml e agora foram reduzidos para quase a metade. Sem esquecer as caixas de bombom, que também encolheram.

Para não aumentar o preço dos produtos, fabricantes e revendedores diminuem o tamanho das embalagens e mantêm o preço. Na realidade vendem gato por lebre, pois quem sai lesado é o consumidor, pois, para ter em mãos a mesma quantidade necessita comprar o dobro e aí paga mais caro. Mas, como o fabricante parte do princípio de que o consumidor é ingênuo, dão o golpe na maior cara de pau. Num país sério essa prática seria punida com uma multa pesada, pois isso é abusar da má fé. No entanto, pelo menos no Brasil, é uma prática antiga, pois me lembro de um caso que aconteceu no Rio de Janeiro, quando eu era criança. Um consumidor desconfiou que seu tubo de creme de barbear continha menos quantidade do que a indicada na embalagem. Ao comprovar que estava certo, denunciou o fato e foi ameaçado pelo fabricante, furioso por ter sido descoberto. Naquela época, essas práticas, quando divulgadas, envergonhavam as indústrias, hoje o fabricante não está nem aí para o consumidor.

O problema está no contexto dos fatos, por exemplo, um profissional liberal seja médico, dentista, psicólogo, que não atenda convênios, ao invés de aumentar a sua consulta, simplesmente, diminuiria o tempo de atendimento por pessoa. Com isso, aumentaria o número de clientes atendidos e lucraria mais ao final do dia. Mas, seu cliente se sentiria lesado e com justa razão. O mais honesto é aumentar o preço do produto, pois com o aumento da inflação, os custos aumentam. No caso das indústrias o preço dos insumos e de toda a cadeia que está por trás como salário dos empregados, eletricidade, água, etc. No caso do profissional liberal é a mesma coisa, o valor de uma consulta traz agregado uma série de gastos, daí o valor dela. Só que no caso do profissional liberal, se o cliente julga o preço muito alto, ele procura outro profissional. No caso das empresas, como atuam num cartel, o consumidor não tem direito de escolha.

Na realidade, as coisas acontecem em função da credibilidade da empresa que presta o serviço. O exemplo de um posto de gasolina se encaixa nesse contexto. A margem de lucro de um litro do combustível é muito pequena, daí o preço nas bombas variarem muito pouco. Os postos mal-intencionados adulteram as bombas e, ao invés de um litro, sai menos combustível para o tanque do consumidor. Quando descobertos, esses postos ficam marcados.

Moral da história, a única maneira que nos restaria, seria um boicote aos produtos que o consumidor julgar estar modificado. Quando o produto é supérfluo isso é possível, mas, quando o produto é essencial, torna-se muito difícil. Infelizmente, continuaremos a ser enganados na maior cara de pau. 

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