Blog de maxwolosker_18841

Conhecer Portugal é a próxima meta

terça-feira, 16 de abril de 2024

Hoje entro em contagem regressiva para minha próxima viagem a Europa. Acostumado que estava a viajar de dois em dois anos, tive de abortar essa rotina, por causa da pandemia da Covid, em 2020. Quando as fronteiras foram abertas, a partir de 2022, resolvi me dar mais dois anos para ter a certeza de que aquele flagelo por qual passou a humanidade tinha, realmente, chegado ao fim. Assim, 2024 foi o ano escolhido para recomeçar as viagens internacionais.

Hoje entro em contagem regressiva para minha próxima viagem a Europa. Acostumado que estava a viajar de dois em dois anos, tive de abortar essa rotina, por causa da pandemia da Covid, em 2020. Quando as fronteiras foram abertas, a partir de 2022, resolvi me dar mais dois anos para ter a certeza de que aquele flagelo por qual passou a humanidade tinha, realmente, chegado ao fim. Assim, 2024 foi o ano escolhido para recomeçar as viagens internacionais.

Essa viagem vai ser diferente das demais, pois voltarei às origens, quando ainda trabalhava e não podia me dar ao luxo de ficar muito tempo fora. Com isso era obrigado a fazer um roteiro e ficar dois a três dias em cada cidade, em hotéis e não mais alugando uma casa conforme vinha fazendo após me aposentar. Como a ideia de adquirir o visto D7 para aposentados, oferecido pelo governo português a nós, brasileiros, é muito grande, montei um roteiro para visitar o norte e o centro de Portugal, para ter uma noção de como é a vida na Santa Terrinha e como as pessoas se sentem morando em cidades menos badaladas, mas agradáveis, segundo informações que obtive de guias do turismo local. Claro que também visitarei aquelas mais badaladas, pois elas são importantes no contexto geral.

Como meu sobrinho Glauber, que mora na Alemanha já lá se vão 20 anos, foi submetido a um transplante de fígado, no dia 27 de fevereiro e agora ficará quatro semanas num hospital da cidade de Hamburgo, para consolidar sua recuperação, a meta é visita-lo após sua volta para casa, em Bonn. Para isso, fiz um leasing de um automóvel Peugeot, que será pego em Marselha, quando da nossa chegada na França e dali iremos para Portugal, antes reservando um dia para conhecer Andorra. Aliás, a escolha para pegar o carro na França é econômica, pois se o pego num outro país, teria de desembolsar mais 400 euros (200 para pegar e 200 para restituí-lo), sobre o preço do leasing.

Assim, entrarei em Portugal por Bragança, no norte, região de Trás-os-Montes, onde pretendo ficar quatro dias não só para visitar a cidade com sua famosa gastronomia e um casario típico, como seus arredores ricos em belas paisagens, ruínas de muralhas antigas, suas igrejas e conventos e, como não podia deixar de ser, provar os vinhos da região, além de tomar a famosa sopa de castanha. De lá desceremos um pouco indo até Vila Real, um destino “fora da caixinha”, pois é mais conhecida pelos portugueses, mas com a vantagem de se ter acesso a Viseu, Braga, Viana do Castelo e a badalada cidade do Porto com sua inigualável especiaria, o vinho do porto. Aliás, essa iguaria não é produzida aí e sim na região do Alto Douro Vinhateiro.

De Vila Real iremos a Caldas da Rainha, região central e litorânea, mas próxima de Lisboa, Óbidos, Coimbra, Fátima, Nazaré famosa pelas suas ondas gigantescas que atraem surfistas do mundo inteiro, além de Batalha conhecida pelo seu mosteiro de Santa Maria da Vitória ou da Batalha. Daí começaremos nossa viagem de retorno, passando por Castelo Branco, já próximo à fronteira com a Espanha, onde pretendo visitar Valadolid e Zaragoza. Finalmente chegaremos a Chambéry, cidade que gosto muito e não consigo ficar longe por muito tempo. Ela é conhecida como o carrefour sul da França, pois dá acesso à Alemanha, Itália e Suíça. Após uma semana de descanso seguirei para a Alemanha para a visita ao meu sobrinho, que nessa época, com a ajuda do Bom Deus, já estará completamente recuperado. De Bonn votaremos à Chambéry por mais três dias e, finalmente, Marselha para retorno ao Brasil.

Serão 50 dias fora do país, com foco em Portugal para que possa avaliar a probabilidade de morar pelo menos um ano em terras lusitanas e, quem sabe, uma mudança mais prolongada. Afinal, o que mais buscamos, principalmente, quando se atinge uma determinada idade, é qualidade de vida o que, no Brasil, se tornou um objeto raro. Somos um país populoso, com uma distribuição de renda muito desigual e com um povo em que falta conceitos básicos de educação o que torna a convivência do dia a dia um caos. Vide o trânsito que é um espelho dessa falta de educação que citei.

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Tomar medicamentos de maneira correta é muito importante

terça-feira, 09 de abril de 2024

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, durante uma consulta, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema. É claro que à medida que o tempo passa, muitas pessoas se conscientizam da necessidade de se respeitar a prescrição médica, mas ainda existem aqueles, que pouco esclarecidos, acreditam que cessado os sintomas, pode-se interromper a medicação.

Hoje abordarei um tema que é pouco discutido entre médicos e pacientes, durante uma consulta, mas a meu ver muito importante e que merece uma reflexão mais profunda. O sucesso da maioria de um tratamento, depende do uso correto da medicação e é justamente aí que está o problema. É claro que à medida que o tempo passa, muitas pessoas se conscientizam da necessidade de se respeitar a prescrição médica, mas ainda existem aqueles, que pouco esclarecidos, acreditam que cessado os sintomas, pode-se interromper a medicação.

É correto afirmar que temos variadas situações e as medicações giram em torno delas. No caso de uma pneumonia, com a melhoria dos sintomas e com a comprovação, via RX do tórax, de que a área pulmonar está limpa, o antibiótico será suspenso. No entanto, no caso da hipertensão arterial, primária, a pressão se normaliza com o uso dos anti-hipertensivos e diuréticos. Mas, se a medicação for suspensa, com certeza os sintomas retornarão dada a sua necessidade.

Em sua grande maioria, os medicamentos têm um tempo de ação que varia de produto para produto, estando sua prescrição atrelada a essa duração, daí que os horários devem ser respeitados, exceto naqueles medicamentos que possam ser usados não importa a hora, desde que sejam tomados. Mesmo assim, se antes do café, do almoço ou do jantar, uma vez iniciados, aquele momento deve ser seguido nos dias subsequentes. Outro fator importante é o preço do medicamento, que vai ser mais caro ou mais barato, dependendo do fabricante e do produto em si, se genérico ou não. Daí, quando possível, a escolha do mais adequado e o seu uso constante, se for o caso.

No entanto, como já foi dito, é preciso ficar bem claro que os medicamentos são doses dependentes, ou seja, ao serem interrompidos, cessam seus efeitos, reaparecem os sintomas. Podemos citar como exemplo a insulina. Sua função principal é abaixar a glicose no sangue; cessado seu tempo de ação, que varia de insulina para insulina, a glicemia aumentará, se outra dose não for aplicada.

Aliás, com esse produto a história é fantástica. A primeira insulina que apareceu no mercado, a partir de 1929 era de ação muito curta, no máximo seis horas. Depois chegaram as de duração mais prolongada, entre 18 a 24 horas; hoje temos as que podem durar até 40 horas, como é o caso da Degludeca. Daí a preocupação do médico em escolher uma preparação adequada e estipular quantas aplicações por dia. O mesmo se aplica aos medicamentos usados para combater a pressão alta, aos antibióticos, aos medicamentos para reduzir o colesterol e tantos outros.

O que vemos na prática, seja por desinformação, pela questão do custo ou por mero esquecimento, são os tratamentos serem interrompidos no meio do caminho. Assim, tão logo a pressão arterial normalize, o paciente descontinua o anti-hipertensivo; a febre regrediu, adeus antibióticos. Aliás, no caso destes, o tempo mínimo de uso é de cinco dias, mesmo que os sintomas tenham desaparecido. Claro, que como no caso da Azitromicina, dependendo da doença, o tempo de utilização pode ser de apenas três dias; mas isso quem decide é o médico.

As consequências dessa interrupção podem ser terríveis. Um hipertenso grave, que tenha sua pressão arterial normalizada com medicamentos, ao deixar de usá-los, corre o risco de vê-la aumentar subitamente e sofrer um “derrame” ou até mesmo, um enfarte. Uma infecção pode voltar mais grave, ou se tornar resistente, se o antibiótico não for usado pelo tempo correto.

Portanto, não tenha medo ou vergonha. Discuta com seu médico o seu tratamento, procurando informar-se dos medicamentos que você vai ter de tomar, por quanto tempo e quantas vezes por dia. Peça ainda informações sobre como eles funcionam e os possíveis efeitos adversos, de uma maneira que você possa entender e informa-lo se algo ocorrer. Além de médico, ele é seu amigo.

Mas lembre-se, nunca interrompa um tratamento. Se você não se sentir bem, ligue, diga o que está acontecendo e peça orientação. Seu médico poderá diminuir a dose, trocar seu medicamento ou orientá-lo a procurar o pronto atendimento. Caso seja essa a orientação, não se esqueça de levar sua receita consigo. Isso pode salvar a sua vida.

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Testando um novo equipamento

terça-feira, 02 de abril de 2024

Esse texto foi escrito num dispositivo novo, para ser testado. Como estarei fora do Brasil, por algum tempo, e não querendo interromper minha coluna, resolvi testar um tablet. Enquanto um notebook antigo, como é o meu, pesa de um a dois quilos, sendo muito incômodo para carregar como bagagem de mão, um tablet Redimi Pad SE não chega a 500 gramas. Tem ainda a vantagem de ser mais barato e de fácil manuseio.

Esse texto foi escrito num dispositivo novo, para ser testado. Como estarei fora do Brasil, por algum tempo, e não querendo interromper minha coluna, resolvi testar um tablet. Enquanto um notebook antigo, como é o meu, pesa de um a dois quilos, sendo muito incômodo para carregar como bagagem de mão, um tablet Redimi Pad SE não chega a 500 gramas. Tem ainda a vantagem de ser mais barato e de fácil manuseio.

Tenho um sobrinho que mora na Alemanha há mais de 20 anos e que, por um problema de saúde, genético, foi obrigado a fazer um transplante de fígado. Esse é o motivo da viagem, ou seja visitá-lo quando for, finalmente, liberado para ir para casa. Antes, pretendo fazer um giro por Portugal, visitando a região norte e central do país, pois não descarto a ideia de me mudar, por uns tempos, para fora do país. Pelo menos enquanto durar esse governo do PT, torcendo para que o brasileiro tenha, finalmente, apreendido a votar e o nosso processo eleitoral seja confiável.

Na realidade, é uma viagem de estudo, pois com a falta de credibilidade do atual governo e as idiotices faladas e espalhadas aos quatro ventos por Luís Inácio, a nossa economia está saindo dos trilhos. O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 5, a bolsa de São Paulo está em queda e a nossa inflação em 3,6% é piada de mau gosto. Hoje, não se entra num supermercado sem que os gastos sejam inferiores a R$ 80. Portanto, uma mudança para outro país tem de ser muito bem pensada.

Pelo menos quanto ao fator segurança, alguns países da Europa são mais tranquilos que o Brasil, com baixos índices de violência e sem os assaltos a mão armada, como é corriqueiro por aqui. No entanto, o valor do euro torna-se um diferencial, pois uma coisa é economizar por um tempo e viajar; outra é estar preparado para os gastos com alimentação, aluguel, luz, água, telefone, internet, carro, combustível e outras cositas mais. E, mudar-se para uma das repúblicas sul americanas, é trocar meia duzia por seis.

  Espero que essa estadia nas terras lusitanas, a primeira que faço depois de tantos anos viajando para o velho continente, principalmente pelo interior do país, me dê uma ideia de como são as coisas por lá. Isso leva a mudanças de hábitos e costumes, alimentação e, o que é muito importante, o cuidado com a saúde. Por ser médico, daí poder falar de cadeira, mesmo com as mudanças impostas pelos novos tempos, a relação medico-paciente em terras tupiniquins é, senão a melhor, uma das melhores do mundo. Apesar da perda de qualidade do curso de medicina estar em baixa, no mundo inteiro, o preparo de nossos esculapios ainda é dos melhores, apesar da defasagem de nossos equipamentos em relação aos países mais avançados. O desempenho dos médicos brasileiros, pelo menos na Europa e, sobretudo, na França, é um diferencial, isso comentado por locais que já se trataram com eles. Com relação ao tratamento dentário, em terras lusitanas, dispensa comentários.

Claro que determinados projetos estão fadados a ficarem na saudade, pois existe um diferencial que é intransponível, ou seja, o fator idade. Quando se é jovem nada nos detém, mas quando a idade começa a pesar isso torna-se um diferencial a ser pensado. Para aqueles da minha idade, a presença da família torna-se mais um ingrediente a ser levado em consideração, pois a sensação de isolamento, lá fora, é muito grande. Por exemplo, meu sobrinho não tem esse tipo de problema, pois além de ser casado e ter dois filhos, sua mãe e o irmão também moram próximo a ele. Um dos fatores do seu transplante ter tido sucesso, foi exatamente a presença da família a seu lado.

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O trânsito em Friburgo se tornou insano

terça-feira, 26 de março de 2024

Vários fatores explicam esse fenômeno, não se podendo afirmar ser um mais importante que o outro ou outros. É claro que o aumento do material rodante associado a uma malha viária que pouco evoluiu, contribui em muito com essa insanidade. Além do mais, o aumento constante do número de motocicletas, que também se enquadra no material rodante, é outro fator a aumentar o caos nosso de cada dia.

Vários fatores explicam esse fenômeno, não se podendo afirmar ser um mais importante que o outro ou outros. É claro que o aumento do material rodante associado a uma malha viária que pouco evoluiu, contribui em muito com essa insanidade. Além do mais, o aumento constante do número de motocicletas, que também se enquadra no material rodante, é outro fator a aumentar o caos nosso de cada dia.

Não sei se a má educação no trânsito espelha o grau aumentado da nossa falta de educação geral, o que para mim é uma constatação, mas, creio ser a argamassa para essa insanidade. E, como a maioria dos nossos motoristas são crias das auto-escolas, essas têm um papel importante na balbúrdia em que se transformou rodar pelas ruas e avenidas da cidade. Aliás, isso não é só aqui, pois o que vemos por aí, pelo menos nas principais cidades do Estado do Rio, é uma loucura.

Fazendo parte de uma coletividade, nós motoristas deveríamos atentar para certos hábitos que precisam ser ensinados e corrigidos nas auto-escolas. Por exemplo, freio é um coadjuvante nos equipamentos que compõem um automóvel, mas, hoje em dia, tornou-se um pesadelo para quem está atrás de outro veículo. Não importa qual a situação, maquinalmente coloca-se o pé no freio. Muitas vezes, o simples tirar o pé do acelerador é suficiente para reduzir a velocidade do carro, principalmente, dentro das cidades onde a velocidade máxima não deveria ser superior a 60 km por hora.

Engavetamentos muitas vezes ocorrem, por que, de repente, o condutor da frente, sem a menor necessidade pisa no freio e provoca uma reação em cadeia. E aí surge um outro problema que é o de não se respeitar uma distância mínima entre dois carros. Na baixa velocidade há tempo para se remediar o inevitável, mas acima dos 60 km por hora uma batida é quase inevitável. E, o que é pior, muitas vezes um motorista precavido deixa um espaço seguro a sua frente, que logo será preenchido por um apressadinho. Quem tem pressa, na hora do rush, que saia bem mais cedo de casa.

Outro problema sério é quando o motorista, próximo a uma esquina resolve parar para decidir que caminho seguir, com esse simples ato pode desencadear batidas em série, causar engarrafamentos, prejudicar a travessia dos pedestres. Esquece o princípio básico de que o direito de uma pessoa termina quando começa o de outrem. Além de infringir um conceito básico das leis de trânsito que é parar na via pública, a não ser em caso de pane.

Aliás, conhecimento das leis de trânsito é um outro tópico que deveria ser ensinado nas auto-escolas. Circular em baixa velocidade na faixa da esquerda, não respeitar os sinais de trânsito e as faixas de pedestres, andar na contra mão, ultrapassar pela direita, desrespeitar o sinal vermelho, trocar de faixa repentinamente e sem sinalizar e, o que é mais grave, sem observar com atenção se a pista do lado está livre, não respeitar as setas. Se um condutor sinaliza que vai dobrar à direita ou à esquerda, quem está atrás ou a uma certa distância, ao lado, ao invés de acelerar, deveria deixar a passagem livre. Todos esses tópicos fazem parte das leis do trânsito e teriam de ser aplicadas no dia a dia.

A falta de uma boa conduta por parte dos motoristas é flagrante, principalmente entre os motoqueiros, motivo maior da insanidade geral. Virou hábito circular, em alta velocidade, pelos corredores, para escapar dos engarrafamentos, não respeitar setas de sinalização, circular em alta velocidade, ultrapassar entre o meio fio e o automóvel, seja na esquerda ou na direita, fazer ultrapassagens perigosas, tirando fino de carros, caminhões e ônibus. Esquecem que a lataria de uma moto é o corpo do próprio condutor e que o automóvel é o veículo a ser respeitado e não o contrário. São maiores, mais pesados e existem em maior número.

A falta de um poder público eficiente e competente, também contribui para esse caos geral. Não se tem, em Friburgo, um sistema de transporte público eficiente, o que obriga muitas vezes o uso do carro desnecessariamente. Uma pessoa que saia da Cascatinha ou do Cônego para ir à Olaria, para resolver problemas simples como ir ao banco, a um médico ou dentista, ou fazer compras em farmácias, sapatarias ou lojas de roupas, ou vai a pé ou de carro, pois o ônibus custa a passar. Desses bairros citados, para o centro da cidade é o mesmo problema. Não existe um horário certo para a passagem dos coletivos e muitas vezes eles são insuficientes. A desculpa é de que circulam vazios, mas o fazem justamente pela falta de credibilidade que acarretam.

O poder público também pouco faz, a não ser assistir de camarote, para tentar solucionar o grande engarrafamento que tomou conta da cidade. O Paissandu é o maior exemplo, pois está ali desde que foram abertos os bairros de Olaria, Parque São Clemente, Cônego e Cascatinha e nunca existiu um projeto para resolver aquele nó. O que é pior, tal fato se agrava de ano para ano. Moro em Friburgo há 47 anos, no início, sem via expressa levava-se dez minutos para se deslocar do Cônego ao Centro. Hoje, com via expressa, é, no mínimo meia hora. E a distância é a mesma. Sem falar na Avenida Roberto Silveira, que liga Duas Pedras até Conselheiro Paulino e é passagem obrigatória para quem se dirige para cidades vizinhas, como Bom jardim, Cordeiro, Cantagalo e o norte do estado.

 Educação no trânsito e governos competentes, talvez, sejam a nossa salvação. Mas, atualmente é querer demais.

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O significado da Páscoa

terça-feira, 19 de março de 2024

Como acontece de tempos em tempos, o dia 31 de março de 2024, pelo calendário gregoriano, coincidirá com o dia 31 de março de 5784, no calendário judaico. Como as Testemunhas de Jeová se baseiam, em termos de comemorações religiosas, ao calendário judaico, tivemos no domingo uma curiosidade marcante. Os católicos comemoraram a Páscoa, que significa no cristianismo a ressureição de Cristo. Nesse mesmo domingo, as Testemunhas de Jeová celebraram a Paixão de Cristo. Significados opostos, mas na mesma época.

Como acontece de tempos em tempos, o dia 31 de março de 2024, pelo calendário gregoriano, coincidirá com o dia 31 de março de 5784, no calendário judaico. Como as Testemunhas de Jeová se baseiam, em termos de comemorações religiosas, ao calendário judaico, tivemos no domingo uma curiosidade marcante. Os católicos comemoraram a Páscoa, que significa no cristianismo a ressureição de Cristo. Nesse mesmo domingo, as Testemunhas de Jeová celebraram a Paixão de Cristo. Significados opostos, mas na mesma época. A título de informação o calendário judaico é do tipo lunissolar cujos meses são baseados nos ciclos da lua enquanto o ano é adaptado regularmente de acordo com o ciclo solar[, por isso, ele é composto alternadamente por anos de 12 ou 13 meses e pode ter de 353 a 385 dias. Aliás, em 358 d.C., ele foi padronizado pelo rabino Hillel II, que instituiu um calendário baseado em cálculos matemáticos precisos, para evitar a confusão e incerteza sobre as datas das celebrações religiosas.

Mas, na realidade, o que significa a palavra páscoa? Ela se origina da palavra Pascha, em latim,  que deriva do hebraico Pessach que quer dizer “a passagem”. Daí, os judeus a festejarem em janeiro (Nissam), pois marca a libertação do povo hebreu da escravidão, no Egito. Já para os católicos, Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo e a passagem da morte para a vida. Já as Testemunhas de Jeová não a incluem em seu calendário pelas seguintes alegações: a atual comemoração da Páscoa não se baseia na Bíblia; Jesus nos mandou relembrar sua morte, não sua ressurreição; realiza-se essa celebração no aniversário de sua morte, de acordo com o calendário lunar usado nos tempos bíblicos. — Lucas 22:19, 20; acredita-se que as origens dos costumes da Páscoa moderna, se originam de antigos ritos de fertilidade, que  são inaceitáveis para Deus. Ele exige que lhe demos “devoção exclusiva” e se sente ofendido com formas de adoração que incluem práticas que Ele não aprova. — Êxodo 20:5; 1 Reis 18:21.

É importante frisar que essas religiões fazem três interpretações diferentes de fatos marcantes da história da humanidade. No caso dos judeus, a Páscoa tem um significado completamente diferente daquele dos católicos, embora, filosoficamente. possamos interpretar libertação da escravidão como uma ressureição para a vida livre. Eles não comemoram a Ressureição, pois para eles o Messias ainda não chegou. Então, a morte de Jesus assume um outro significado. Talvez, a de um visionário, ou de um personagem insatisfeito com o jugo de um povo ao império romano, ou, para mim o mais provável, de um profeta com ideias muito avançadas para a época.

Já para os católicos, a Páscoa é um momento marcante na história do cristianismo, talvez mais importante do que a Paixão, apesar de toda a dramaticidade nela envolvida, pois significa o início de uma nova vida, aqui a interpretação é minha, a vida eterna que é a finalidade das religiões.

Já as Testemunhas de Jeová, veem nessa ressureição uma reafirmação das suas crenças na continuação da vida no novo mundo, que seria aqui na Terra, num mundo sem as desigualdades, as imperfeições e os vícios quem vemos hoje. Na realidade, o objetivo é o mesmo, não importa a fé que se professa. Assegurar que a nossa vida na Terra tem um objetivo que não somente o de nascer, viver e morrer.

Agora com relação à Pascoa cristã, seu dia foi estabelecido por decreto do Primeiro Concílio de Niceia (ano de 325 d.C), devendo ser celebrado sempre no domingo após a primeira lua cheia do equinócio da primavera (no Hemisfério Norte) e outono (no Hemisfério Sul. Com ovos de chocolate, pois para mim ela não existe sem essa guloseima. A explicação para estar intimamente ligada a essa guloseima, encontra a seguinte explicação. Primeiramente, há o debate, por parte dos estudiosos, a respeito da origem da simbologia dos ovos. Sabemos que o ovo era visto, em muitas culturas antigas, como um símbolo de fertilidade que representava o nascimento e o ciclo da vida. Isso se tornou perceptível, ao longo da história da humanidade, uma vez que diversos povos, em determinadas ocasiões, presenteavam outros com ovos de galinha. No Norte da Europa, algumas etnias cultuavam uma deusa chamada Eostre, também conhecida como Ostarae algumas teorias a respeito falam que o culto a ela tinha algum tipo de conexão com ovos, coelhos e lebres. Eostre era uma deusa da fertilidade (assim como o coelho e o ovo eram considerados símbolos da fertilidade). Mas a teoria mais aceita é que com a proibição pelo papa Júlio III (1550-1555) do consumo de ovos na quaresma, as pessoas começaram a enfeitá-los para continuarem a dá-los de presente, como era o costume. Na Alemanha, crianças bem comportadas ganhavam ovos coloridos e enfeitados. No entanto, parece que foi nos Estados Unidos, para onde imigrantes germânicos levaram a tradição dos ovos coloridos e enfeitados, o local a partir do qual a Páscoa e suas associações com o ovo, o chocolate e o coelho espalharam-se para o mundo. Há de se fazer a ressalva de que eles surgiram na França do século XVIII, quando confeiteiros começaram a rechear os ovos de galinha com cacao. Daí a ser todo de chocolate, foi um pulo.

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A música e seu poder de emocionar

terça-feira, 12 de março de 2024

Em 17 de janeiro, mil músicos israelitas, reunidos no anfiteatro de Cesaréa, junto com as famílias dos reféns judeus ainda mantidos pelo grupo terrorista Hamas, cantaram a música Ha Bayita, que em hebraico significa volta para casa. Pediam também pelo final da guerra, que traz mais sofrimentos para o país e para a região, com o número crescente de mortos e feridos, nesses combates em que está em jogo a sobrevivência de Israel.

Em 17 de janeiro, mil músicos israelitas, reunidos no anfiteatro de Cesaréa, junto com as famílias dos reféns judeus ainda mantidos pelo grupo terrorista Hamas, cantaram a música Ha Bayita, que em hebraico significa volta para casa. Pediam também pelo final da guerra, que traz mais sofrimentos para o país e para a região, com o número crescente de mortos e feridos, nesses combates em que está em jogo a sobrevivência de Israel. O projeto, batizado de "Homeland Concert" ("Concerto Pátrio", em tradução livre), mistura a clássica música "Home", de Ehud Manor, com o hino nacional de Israel, "Hatikva", em um pedido para que os reféns sejam levados de volta para casa. Em um dos momentos mais emocionantes do vídeo, familiares deles se juntaram aos músicos e cantores no anfiteatro para cantar alguns trechos da canção de Manor, lançada na década de 1980, que no original é batizada de "Ha Bayita"

Para quem teve a oportunidade de assistir, foi simplesmente emocionante, de arrancar lágrimas dos mais empedernidos, menos, evidentemente, dos componentes do Hamas e seus seguidores mundo afora, muito mais preocupados que estão com a destruição de uma nação, a terra de Israel. Aliás, o Hamas lembra em muito, apenas que com mais requintes de crueldade, os traficantes e milicianos que se infiltraram e dominam os morros da cidade Rio de janeiro. Os moradores dessas comunidades não os querem, mas são obrigados a suportarem nos, sem poder denunciá-los, pois sabem que as represálias são terríveis, com a morte em condições inimagináveis. Os palestinos, aqueles de boa índole, também não comungam com seu modo de agir, mas nada podem fazer.

É um grupo extremamente violento, cujas atrocidade fogem à compreensão humana, apenas encontrando eco nos esquerdistas que se acostumaram com atos não muito diferentes, praticados pelos governantes da Rússia, China, Cuba, Coréia do Norte, Venezuela e outras mais. Para se ter ideia dessa selvageria, vou transcreve abaixo, o desabafo de uma ex fã de Caetano Veloso, numa carta endereçada ao artista: “Você não tem o menor conhecimento do que acontece por aqui, do que aconteceu em 7/10.... do bebê assado no forno da cozinha da casa com os pais amarrados em frente ao forno, escutando os gritos de dor e cheirando a carne assada do seu bebê. Das jovens grávidas que tiveram seus ventres abertos e seus fetos arrancados, e ainda com vida, viram seus bebês serem degolados. Das centenas de mulheres estrupadas e com tal violência que tiveram suas bacias quebradas. Daqueles que tiveram seus olhos arrancados em vida. Daquelas mulheres que tiveram seus seios cortados e arrancados dos seus corpos, em vida. Dos homens que tiveram seus órgãos genitais cortados e colocados em suas bocas, em vida. Dos homens estuprados com pedaços de pau, empalados em vida” ...

“Vou parar de enumerar as atrocidades que o meu povo sofreu no dia 7/10, e que os sequestrados naquele dia continuam sofrendo, nos túneis escuros e sem ar de Gaza pois estou com ânsia de vômito.... Mas, acho que minha vontade de vomitar não é tanto das lembranças que agora enumerei e sim de ter visto a sua figura ridícula no palco com a bandeira palestina, que aliás você carrega de cabeça pra baixo, parte da sua dança grotesca, exemplo da figura patética que você se transformou.... você me causa asco”.

Antes desse relato alucinante ela diz: “Já existia aí a lei Rouanet? Já estava começando sua senilidade de caráter? Já estava totalmente dominado pela Paula ou ainda existia em você um pouco do Caetano, daquele Caetano que conheci, admirei e amei? Quando você se transformou nessa coisa, nesse ser ridículo, hediondo? O que aconteceu com aquela pessoa inteligente que você foi um dia?” Só esqueceu de acrescentar que ele faz parte dos comunas de meia tigela desse país, que não têm o menor escrúpulo em defender o indefensável, em nome de uma doutrina para lá de embolorada e asquerosa. E que são uma antítese do que apregoam.

Essa guerra é mais uma na existência de Israel, entre as muitas que enfrentou ao longo de sua história recente, como no seu passado milenar. Aliás, os métodos sujos de agir não são muito diferentes, pois na guerra do Yom kipur, dia do perdão na religião judaica, feriado nacional em que o país para, foi o momento escolhido para as tropas árabes entrarem de surpresa, no território israelita e mais uma vez partirem com o rabo entre as pernas.

Que esse espetáculo lindo consiga amolecer o coração de todos os envolvidos e que a paz volte a reinar. Mas, não queiram que o cessar fogo seja unilateral. Já diz o ditado que, quem com fogo brinca sempre sai chamuscado.

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A crise de Gaza

terça-feira, 05 de março de 2024

Da mesma maneira que é muito difícil escrever sobre futebol, sem deixar transparecer o lado torcedor, é complicado discutir a crise de Gaza com a isenção que ela requer. Lê-se muita besteira no Facebook e nas redes sociais, principalmente aquelas que tentam comparar Israel a Hitler; ou outras que culpam Israel por usar uma força desproporcional. Tem ainda aqueles que publicam fotografias de crianças feridas, ou mesmo mutiladas, sempre palestinas, jamais judias. A verdade é que esse tipo de postura não ajuda nem ajudará a resolver a questão.

Da mesma maneira que é muito difícil escrever sobre futebol, sem deixar transparecer o lado torcedor, é complicado discutir a crise de Gaza com a isenção que ela requer. Lê-se muita besteira no Facebook e nas redes sociais, principalmente aquelas que tentam comparar Israel a Hitler; ou outras que culpam Israel por usar uma força desproporcional. Tem ainda aqueles que publicam fotografias de crianças feridas, ou mesmo mutiladas, sempre palestinas, jamais judias. A verdade é que esse tipo de postura não ajuda nem ajudará a resolver a questão.

Eu sou de família judia, que sofreu as atrocidades que foram impostas pelos nazistas ao povo judeu. Visitei o campo de concentração de Belzec, na Polônia, onde toda a família Wolosker (eram 60 pessoas entre adultos e crianças) foi assassinada; visitei também o campo de concentração de Dachau, próximo a Munique, na Alemanha, onde existe um museu que faz até os mais empedernidos chorarem, tamanha é a bestialidade exposta. Portanto, a minha visão do que acontece em Gaza, não é de todo isenta.

A minha visão é semelhante ao de uma mãe que se transforma em super-homem, na defesa de um filho ameaçado. Se recuarmos no tempo, veremos que a história do povo judeu está sempre ligada a escravidão, discriminação, perseguição e morte. Em 29 de novembro de 1947, a ONU tomou uma decisão histórica, quando aprovou a partilha da Palestina, o que gerou alguns meses mais tarde a criação do Estado de Israel; foram 37 votos a favor, 12 contrários e nenhuma abstenção. Não houve unanimidade, pois como já dizia Nélson Rodrigues, toda unanimidade é burra e o presidente dessa assembleia era o brasileiro Oswaldo Aranha hoje, provavelmente, reverenciado pelos judeus e execrado pelos árabes.

Com a criação de Israel, o povo judeu, nômade, errante e apátrida desde os tempos do antigo testamento, finalmente encontrava uma pátria, sonho perseguido ao longo dos séculos. Será que de sã consciência existe alguém que critique os judeus pela defesa, com unhas e dentes, da terra que lhes foi finalmente entregue, para que pudessem criar seu país? Negar-lhes, de novo, a felicidade de terem uma bandeira e cantarem seu hino nacional?  Pois bem, para aqueles que não conhecem a história, a primeira guerra árabe israelense data de 15 de maio de 1948, seis meses após a votação da ONU, pois os árabes jamais aceitaram essa resolução. Nesse dia, topas libanesassírias, iraquianas, egípcias e transjordanianas, apoiadas por voluntários líbios, sauditas e iemenitas, começaram a invasão do recém proclamado estado judeu. O resultado do conflito já era de se esperar, com o armistício sendo assinado em 24 de fevereiro de 1949. Nesse conflito, morreram 6.500 judeus e cerca de 15 mil árabes. Portanto, desde o início sempre morreram mais árabes que judeus, porque estes últimos defendem sua existência e os primeiros são movidos por questões religiosas ou étnicas.

Sem condições materiais (o exército israelense é infinitamente mais equipado do que seu oponente) e de inteligência (o preparo para a guerra, não o QI) resta aos árabes o subterfúgio de tentar jogar a comunidade internacional contra os israelitas. E como toda propaganda enganosa, o marketing negativo é capaz de fazer a cabeça dos menos esclarecidos sobre o porquê dessa desavença. Daí o besteirol de se comparar Israel a Hitler, difundir a imagem de judeus sanguinários trucidando criancinhas e outras sandices. Mas o fato de palestinos estocando armas em hospitais, transformando escolas em fortalezas, usando seres humanos como escudos, construindo túneis para atacar Israel, isso não é divulgado. 

Lembremos finalmente, que a Palestina era uma possessão britânica e que foi a Inglaterra quem dividiu essa mesma Palestina entre árabes e judeus; aliás, foi dessa divisão que surgiu Israel. Portanto, os árabes estão querendo tomar satisfações com o país errado. Têm de voltar sua ira contra os ingleses, não contra os judeus.

No dia em que os países árabes aceitarem o estado judeu a paz, finalmente, poderá ser uma realidade. Mas sem essa guerra fratricida, como é que os países que ganham dinheiro fabricando e vendendo armas vão sobreviver?

Pois é, resgatei esse artigo que encontrei nos meus arquivos de matérias escritas para A VOZ DA SERRA. A diferença é que o governo em 2014, apesar de ser do PT, era exercido por Dilma Rousseff. Ou seja, a mentalidade esquerdista era a mesma e o antissemitismo, dez anos mais novo, era e continua sendo mundial. Tanto que como hoje, a imprensa naquela época, jamais publicou fotos de crianças judias feridas, mutiladas ou mortas, mostrando que nesse conflito, como no anterior, só morrem palestinos. Lembremos ainda que o Hamas é um grupo terrorista, que nunca se incomodou com o povo palestino, tanto que subsolos de hospitais, escolas e prédios públicos eram na verdade bunkers de guerrilheiros. No ano de 2024 serviram, também, para esconder reféns do ataque que iniciou o atual conflito, onde cerca de 1.400 judeus foram torturados, estuprados e mortos, além de mais de 200 pessoas sequestradas.

Portanto, Israel está usando seu direito de lutar pela própria sobrevivência, pois a intenção do Hamas e de outros grupelhos de terroristas árabes é aniquilar o estado judaico. Nunca devemos nos esquecer que a grande maioria dos palestinos da faixa de Gaza, sobrevivem às custas dos empregos conseguidos no território israelita. Ou já teriam morrido de fome. Se nos dermos ao luxo de estudar a história da humanidade, veremos que o povo judeu foi perseguido desde sua existência e, com a criação do estado de Israel em 1948, teve direito a um solo para amar. Abrir mão desse solo sagrado, jamais.

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A justiça brasileira é uma lástima

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

O sistema judiciário brasileiro é uma piada de mau gosto, se é que podemos brincar com um problema tão sério. A população brasileira, em sua maioria, não acredita nas atitudes tomadas pelo Judiciário e, infelizmente, essa sensação se estendeu para a criminalidade, pois desde algum tempo que ela sabe direitinho como driblar as restrições que lhe é imposta.

O sistema judiciário brasileiro é uma piada de mau gosto, se é que podemos brincar com um problema tão sério. A população brasileira, em sua maioria, não acredita nas atitudes tomadas pelo Judiciário e, infelizmente, essa sensação se estendeu para a criminalidade, pois desde algum tempo que ela sabe direitinho como driblar as restrições que lhe é imposta.

Comecemos pela “saidinha” ofertada aos reclusos de bom comportamento em épocas de festas mais voltadas para a família. Aliás, Suzane Richtofen, presa e condenada por matar os pais de uma tacada só, teve num determinado ano, uma autorização para sair do presídio, no Dia das Mães. Pode? Num país chamado Brasil, pode tudo. Mas, voltando a esse tipo de benefício concedido ao preso, deve-se dizer que o bom comportamento demonstrado, durante o período prisional, é o que se espera de quem está cumprindo uma pena imposta pela sociedade, não importa qual. O encarcerado que cria problemas, tem além da solitária, a probabilidade da extensão da pena, em função dessa maneira de agir.

Outra aberração acontece com frequência, como existe um caso em Friburgo. O indivíduo é condenado a uma pena superior a oito anos, o que significa encarceramento. Com o cumprimento de um terço do tempo estipulado, o preso tem direito a liberdade condicional. Caso haja transgressão às normas estabelecidas, ele volta ao regime fechado. No caso em questão, durante a liberdade condicional ocorreu um fato que fez com que esse indivíduo voltasse a cumprir sua pena no presídio. Mas, com a pandemia, para proteger a integridade dos apenados, muitos foram liberados para continuar a cumprir a pena imposta, mas com o uso de tornozeleira. Aqui entra a piada de mau gosto. As tornozeleiras usam pilhas, fato que as faz terem de ser monitoradas com frequência; além disso, é preciso que exista um bem planejado sistema de acompanhamento, para que no caso de descumprimento das normas estabelecidas, o prisioneiro volte para o xilindró.

No carnaval, como noticiado aqui em A VOZ DA SERRA e na TV Zoom, um sujeito foi passar o carnaval em Rio das Ostras, é suspeito de cometer um assassinato e foge para São Paulo. Foi capturado, dirigindo sem carteira de habilitação, em estado de embriaguez, portando a tal da tornozeleira eletrônica e, muito provavelmente, debochando do nosso sistema prisional que lhe proporcionou toda essa farra.

Mas o pior aconteceu após o durante as festas momescas. A fuga de dois indivíduos, de alta periculosidade, daí estarem num presídio de “segurança máxima”, em Mossoró, estado do Rio Grande do Norte. Eles, pertencentes ao Comando Vermelho, facção criminosa do Estado do Rio de Janeiro, estavam num setor destinado aos presos em isolamento total, inclusive com solário restrito. Em teoria, somente pessoas específicas poderiam tratar desses prisioneiros.

Eis que, de repente e não mais que de repente, surge a notícia de que ambos conseguiram fugir, naquela que se transformou na primeira fuga brasileira de um presídio de segurança máxima. De acordo com as notícias divulgadas, usaram barras de ferro e provavelmente uma marreta para fazer um buraco numa parede, saíram pela luminária de um dos cômodos e usaram alicates para transpor as cercas de segurança. Mas, como é possível que lhes sejam fornecidas duas barras de ferro, uma marreta e um alicate? É uma instituição de prestação de serviços executados por pessoas com deficiência física? Ninguém escutou o barulho de uma parede sendo perfurada? E as câmeras de vigilância espalhadas num local como esse, não funcionaram ou estavam desligadas?

Duvido que tais meliantes tivessem êxito num campo de concentração nazista. Montou-se uma grande expedição para tentar recuperá-los, com o evidente gasto de dinheiro e deslocamento de policiais para o local, diminuindo o efetivo nos seus lugares habituais de trabalho.

Mas, o que esperar de um país onde o antigo ministro da justiça, agora premiado com o cargo de membro do STF, comparece ao complexo da Maré, um dos redutos mais perigosos do Rio de Janeiro, e sem escolta? A informação oficial é que Flávio Dino foi à comunidade a convite da ONG Redes da Maré, para participar do lançamento da 7ª edição do Boletim Direito à Segurança Pública na Maré. No site do ministério há registros desta visita. A presença de um representante oficial já seria um escárnio, o que dizer do próprio ministro?

Enfim na terra de Cabral, que começou com o desembarque, em 1500, de renegados, bandidos, prostitutas e toda a escória da sociedade portuguesa da época, tudo parece ser normal.

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Anchieta foi o local escolhido para comemorar meu aniversário

terça-feira, 06 de fevereiro de 2024

Como faço há três anos, resolvi, mais uma vez, viajar para comemorar meu aniversário, que este ano cai exatamente no dia da publicação dessa coluna. Em 2020 fui para Fernando de Noronha, em 2021 a pandemia impediu viagens e em 2022 e 2023 meu destino foi a cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul.

Como faço há três anos, resolvi, mais uma vez, viajar para comemorar meu aniversário, que este ano cai exatamente no dia da publicação dessa coluna. Em 2020 fui para Fernando de Noronha, em 2021 a pandemia impediu viagens e em 2022 e 2023 meu destino foi a cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Esse ano, com o carnaval muito próximo, fugi das viagens aéreas e escolhi uma cidade não muito distante de Friburgo.  Daí ter escolhido Anchieta, no Estado do Espírito Santo, um balneário mais tranquilo, mas muito bonito e com várias praias a serem visitadas desde as ditas selvagens, como as de Quitiçaba e do Além, até as mais badaladas como as de Ubu e Castelhanos.

Conheci Anchieta há exatos 40 anos e o que mais me chamou a atenção, naquela ocasião, foi a sensação de paz que ela transmitia, principalmente quando se contemplava o mar, lá do alto do Santuário de Anchieta. O nome da cidade é uma homenagem ao padre José de Anchieta que fundou, no ano de 1569 uma aldeia jesuítica com o nome de Iriritiba ou Reritiba, termo de origem Tupi que significa muitas ostras. Foi erigida para o trabalho de catequese dos indígenas, da nação dos Tapuias. Também se sabe que a primeira Igreja Nossa Senhora da Assunção e residência dos jesuítas, que posteriormente deu origem ao Santuário Nacional de São José de Anchieta, são datados de 1579. A cela que Anchieta ocupava nesse local, onde passou a residir a partir de 1587, existe até hoje e pode ser visitada. Com a saúde bastante debilitada, pois segundo a história ele sofria de Tuberculose Óssea desde os 16 anos, foi esse o local que ele escolheu para passar seus últimos anos de vida, vindo a falecer em 9 de junho de 1597.

Essa sensação de paz existe ainda hoje, pois apesar de ter crescido, a cidade ainda ostenta aquele ar de cidade do interior onde o tempo corre tranquilo, sem os atropelos das mais desenvolvidas como é o caso de Nova Friburgo. Anchieta tem no turismo uma das suas fontes de renda e seu grande número de praias fez surgir muitas pousadas e hotéis que fazem com que ela seja bem movimentada no verão. Mas nada que se iguale à Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Afinal, em 2022 sua população não ultrapassava os 30 mil habitantes.

Escolhi o hotel Pontal de Ubu, talvez o melhor da cidade, que tem um diferencial na sua história. O projeto paisagístico foi feito em 1989 por Burle Marx, urbanista reconhecido mundialmente e que junto com Oscar Niemeyer, foi um dos idealizadores de Brasília. Projetado sobre um penhasco, tem uma bela vista panorâmica; de um a lado imensidão azul do oceano Atlântico e do outro, a delicadeza de uma enseada de águas claras e calmas com as montanhas que enriquecem ainda mais esse paraíso.

Construído na vila de pescadores chamada Ubu, ele possui uma área edificada de sete mil metros quadrados situado num terreno de 44 mil metros quadrados, de mata atlântica, o que lhe garante um ar puro e o contato direto com a natureza. De acordo com a lenda o nome ubu vem do tupi guarani e significa cair. Após sua morte, padre José de Anchieta foi carregado até Vitória, onde foi enterrado. No caminho, nos arredores de Ubu, o corpo caiu no chão e um indígena gritou “aba ubu”, ou seja, o padre caiu.

O hotel tem quartos amplos, muito bem conservados o que não lhe dá a sensação de coisa antiga, tem uma piscina com um bar aquático, um salão especial para pizzas, fora o restaurante, uma academia de ginástica muito bem montada, sauna, campo de futebol soçaite, uma quadra de tênis e amplo espaço para caminhadas. Pode-se ir a pé às praias de Ubu, do Além e Quitiçaba.

Com relação ao restaurante, ele é capitaneado pelo chef Igor T. de Castro, de uma educação ímpar e de uma mão maravilhosa para bolar pratos deliciosos. A muqueca à capixaba, o polvo à moda do pontal, o peroá gratinado com batata frita e farofa de panko são excelentes. Isso sem contar os drinks, onde a pina do pontal é muito saborosa. O segredo é que ao invés de colocar leite condensado, faz-se um creme de coco triturado com leite de coco e açúcar, suco de abacaxi, gotas de limão e uma dose de rum. A vantagem em relação à pina colada é que não fica tão doce. Uma curiosidade é que o preço da alimentação não é diferente dos demais restaurantes da cidade, o que o torna uma boa pedida quando se prefere curtir o Hotel.

Aliás, o que não falta em Anchieta são praias. Na segunda visitamos a do Castelhanos, na realidade um mini balneário, com uma extensão de aproximadamente três quilômetros. Vários quiosques servindo bebidas, petiscos e até refeição completa, além de muitos restaurantes com a comida típica capixaba. Nesse dia comemos no restaurante Papaco´s, um camarão servido no coco com arroz, banana da terra e batata frita que estava uma delícia. De lá seguimos para a praia de Guanabara que é um santuário natural onde tartarugas marinhas colocam seus ovos. É uma reserva ecológica, o Projeto Tamar, com monitoramento constante das áreas cercadas, onde esses ovos são depositados. Na realidade, são 14 praias ao longo do litoral da cidade.

Na quinta feira, 8, retornaremos para Friburgo, pois a proximidade do carnaval desaconselha viagens nessa época. Valeu a pena e um breve retorno não está descartado. Afinal, quando aqui vim pela primeira vez, o santuário da cidade chamava-se José de Anchieta, pois naquela época nem beato ele ainda era. Ele o foi em 22 de junho de 1980 e tornado santo em 3 de abril de 2014.

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A bagunça do calendário brasileiro de futebol

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Não gosto muito de abordar futebol nas minhas colunas, mas decorridas quatro rodadas do campeonato estadual do Rio de Janeiro, algumas considerações devem ser feitas sobre esse torneio que não serve para nada. Dizer, como o fazem, alguns coleguinhas da imprensa de que ele é o mais charmoso entre os estaduais, é um contra senso, pois de charme ele não tem nada. Além disso não representa nenhum ganho para os grandes clubes do estado, seja ele esportivo ou financeiro.

Não gosto muito de abordar futebol nas minhas colunas, mas decorridas quatro rodadas do campeonato estadual do Rio de Janeiro, algumas considerações devem ser feitas sobre esse torneio que não serve para nada. Dizer, como o fazem, alguns coleguinhas da imprensa de que ele é o mais charmoso entre os estaduais, é um contra senso, pois de charme ele não tem nada. Além disso não representa nenhum ganho para os grandes clubes do estado, seja ele esportivo ou financeiro. Os times de menor investimento não tem torcida e, portanto, não enchem estádios; nos clássicos apenas a rivalidade contribui para melhorar o borderô.

Aliás, para os grandes clubes, o Cariocão é um transtorno, pois fica espremido entre a volta das férias e os torneios importantes do país. Todo professor de Educação Física e os fisioterapeutas esportivos sabem que é preciso, no mínimo, 30 dias para que os atletas de alta performance, vindos das férias, comecem a render e a ter uma performance que será burilada ao longo da temporada. Os quatro grandes times do estado retornaram das férias no início deste mês e no último dia 17 tinha início o torneio.

A pré-temporada do Botafogo durou exatos dez dias, três para exames médicos e sete para treinos físicos e táticos. Parece e é uma piada de mau gosto. Aí, para tentar contornar esse transtorno na preparação, os clubes lançam mão de times reservas, mas, matreiramente, a federação de futebol do estado determina que isso é permitido apenas até a quarta rodada. Para reforçar essa determinação, ainda marcam os clássicos a partir da quinta rodada. Domingo próximo já teremos o primeiro deles, entre as equipes de Flamengo e do Vasco da Gama.

Por falar em Flamengo, no último sábado, 27, ele empatou com a Portuguesa. Jogou com um time misto composto de atletas da base e de reservas. Mas, mesmo com um time reserva a vitória seria o resultado mais do que provável. No entanto, os times de menor investimento, os chamados pequenos, começam a treinar já em dezembro e, quando o campeonato se inicia, já adquiriram preparo físico e entrosamento suficientes para fazer a diferença em relação às grandes equipes.

No caso do Botafogo, além da curtíssima temporada, ainda houve um agravante, pois sofreu modificações importantes na equipe, já que muitos jogadores do ano passado foram vendidos e outros foram contratados. O desentrosamento é flagrante e o nível técnico do jogo, deixa muito a desejar. A ressalva a ser feita é que não se pode escalar os titulares desde o início e mantê-los no time, pois o risco de lesões é muito alto. Ontem, no clássico entre Palmeiras e Santos, um jogador recém contratado do verdão teve uma séria lesão no joelho, o que o deixara fora dos gramados por, no mínimo, quatro meses.

Além disso, os novos contratados têm de ser testados daí que, na realidade, os jogos oficiais se transformam em treinamento para as grandes equipes, por isso o baixo nível técnico. Há um agravante nessa história, que é o fato da torcida exigir sempre vitórias o que obriga os atletas a darem seu máximo num momento em que ainda não estão em condições de fazê-lo.

A arbitragem é um outro problema sério e que piora ano a ano, seja nos torneios regionais ou nacionais. O jogo do Vasco da Gama contra o Bangu, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, foi a prova disso (o time cruzmaltino foi jogar na capital federal com olho numa renda melhor). Foram visivelmente prejudicados pelo soprador de apito, com a expulsão de Jair, atleta do Vasco, aos três minutos do primeiro tempo. A falta existiu, foi uma entrada mais dura, mas a punição severa demais. Um cartão amarelo, de advertência, estaria de bom tamanho. Resultado a disparidade de preparo físico, somado a superioridade numérica e física fez com que o Bangu jogasse de igual para igual.

Já no segundo tempo o Vasco fez um a zero, mas o alvirrubro da zona norte igualou o marcador, até que um jogador fosse expulso, também por uma falta mais dura. Após a equipe da cruz de malta ter desempatado, o juiz arrumou um pênalti (para mim foi falta, mas fora da área) e o jogo terminou empatado em dois a dois. Uma arbitragem desastrosa, pelo mesmo juizeco que no campeonato do ano passado expulsou três atletas do Fogão no jogo Flamengo X Botafogo.

Em outros jogos o que se vê são faltas não marcadas, impedimentos mal apitados e todas as mazelas que comprometem a arbitragem, ainda mais que o VAR só dará o ar de sua graça nos clássicos ou nas finais. Nem sei, se com exceção do Maracanã, do estádio Nilton Santos e do estádio de São Januário, os demais campos de futebol do estado têm condições de instalar o VAR.

Mesmo não tendo maioria nas reuniões da federação, pois um dos antigos presidentes, matreiramente, alterou os estatutos, de maneira que os grandes times não têm mais poder decisório, é mandatório que Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama, na realidade quem sustenta a federação e os nanicos do futebol do estado, deveriam derrubar a mesa. Recusarem a escalar os times principais, exigirem um torneio com datas mais enxutas. Fazer com que os pequenos disputem um torneio inicial que classificaria os quatro melhores classificados e se juntassem aos grandes para um campeonato mais curto seria a solução. Se se recusarem a entrar em campo, não creio que a federação tenha como puni-los, pois a CBF jamais aceitaria um campeonato brasileiro sem os quatro grandes do Rio de Janeiro.

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