Blog de maxwolosker_18841

Um casaco ventilador para livrar os trabalhadores japoneses do calor

terça-feira, 01 de agosto de 2023

Na semana passada, meu artigo foi sobre as cerejeiras japonesas, que aqui chegaram, provavelmente, trazidas por Tohoro Kassuga. Essa semana, vou permanecer em terras japonesas, pois meu artigo versa sobre uma invenção, do também japonês Sony Hiroshi Ichigaya. Nesses tempos de calor extremo que castiga nosso planeta, à exceção dos polos, sua invenção veio para trazer conforto aos trabalhadores em ambiente externo, sob o sol causticante.

Na semana passada, meu artigo foi sobre as cerejeiras japonesas, que aqui chegaram, provavelmente, trazidas por Tohoro Kassuga. Essa semana, vou permanecer em terras japonesas, pois meu artigo versa sobre uma invenção, do também japonês Sony Hiroshi Ichigaya. Nesses tempos de calor extremo que castiga nosso planeta, à exceção dos polos, sua invenção veio para trazer conforto aos trabalhadores em ambiente externo, sob o sol causticante.

No início dos anos 2000, um engenheiro japonês tinha imaginado um casaco ventilador para preservar os trabalhadores japoneses do calor. Nesses últimos anos, várias empresas copiaram a sua ideia.

Em vários setores o aquecimento climático nos leva a experimentar algo para minimizá-lo, tanto para lutar contra seus efeitos, como também para se adaptar ao ambiente hostil, existe um sem número de ferramentas.

Em 25 de julho, o jornal inglês The Gardian publicou uma matéria que era uma verdadeira proeza científica. No Japão, a fim de preservar a saúde dos trabalhadores que trabalham ao ar livre e são submetidos a um calor insuportável, uma jaqueta ventilador foi testada pela primeira vez. Na realidade, essa famosa jaqueta é equipada com dois ventiladores elétricos, em miniatura, que se posicionam na altura das costas. O objetivo é que esses aparelhos, soprando o ar, criariam um micro ambiente resfriado.

Segundo o jornal deve-se essa inovação a Sony Hiroshi Ichigaya, um engenheiro aposentado. Sua inovação foi pensada durante uma viagem à Ásia do Sul, em 1988. Ele tomou consciência de que o rápido desenvolvimento das cidades e a instalação dos sistemas de refrigeração nos novos edifícios contribuiriam para um aumento do consumo de energia; isso favoreceria o aquecimento climático. Desde 2004, Sony Hiroshi comercializou sua ideia: um sistema de refrigeração individual, que tomaria a forma de uma jaqueta ventilador. Desde logo surgiu um problema, pois a autonomia das baterias dos primeiros modelos era pequena, além disso, os aparelhos apresentavam panes frequentes. Passados cinco anos, com esses problemas sanados, essas vestes foram relançadas e, progressivamente, atraíram cada vez mais pessoas que se tornaram adeptos da engenhoca. Muitas outras empresas, além da Makita, fabricante de acessórios e aparelhos elétricos, seguiram os passos de Hiroshi.

Daisuke Seiki, que trabalha na empresa Makita, disse ao The Gardian: “Um grande número de nossos clientes são trabalhadores expostos ao calor como carpinteiros, construtores, agricultores. As altas temperaturas desses últimos anos, certamente, estimularam a demanda”.

Aliás, no Japão, existe uma outra inovação popular, nesse segmento, que é o Reon Pocket, na tradução literária um “ar condicionado vestível”, fabricado pela Sony. Na realidade, é um “mini ar” condicionado que é preso em torno do pescoço e colocado dentro da roupa.

Tais avanços não se devem exclusivamente a um problema de conforto; é, também, uma questão de saúde e segurança. Em várias partes do mundo, muitos trabalhadores morrem em consequência da exposição a altas temperaturas. Recentemente, ainda de acordo com o The Guardian, desde a metade de julho, ao menos cinco pessoas morreram, na Itália, no seu local de trabalho.

Aliás, além das altas temperaturas a que muitos trabalhadores estão expostos, com a consequente possível intermação e desidratação, não podemos nos esquecer dos efeitos deletérios dos raios solares, sobre a pele. Infelizmente, os empregadores não se preocupam com essa situação e os riscos de câncer de pele são enormes. Talvez, a distribuição de protetores solares e a cobrança de seu uso, deveria fazer parte dos famosos EPC (equipamento de proteção coletiva).

Esse artigo foi publicado por Charline Vergne, em 26/07/2023, na revista francesa Environnement. Em função do ineditismo do assunto, resolvi traduzi-lo e trazer para os meus leitores.

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A cerejeira do Japão, um colírio para os olhos

terça-feira, 25 de julho de 2023

Elas só florescem uma vez ao ano e a floração dura cerca de sete dias. Suas folhas desaparecem com a chegada do outono. Os galhos nus enfrentam o inverno para desabrochar em flor na estação seguinte, entre março e abril.

 Estamos falando da sakura, mais conhecida como cerejeira, a flor nacional do Japão, símbolo de felicidade: é na época de sua floração que as crianças iniciam o ano escolar, que os recém formados saem em busca de trabalho; além disso, o chá de pétalas de sakura é utilizado em rituais como casamentos e ocasiões festivas.

Elas só florescem uma vez ao ano e a floração dura cerca de sete dias. Suas folhas desaparecem com a chegada do outono. Os galhos nus enfrentam o inverno para desabrochar em flor na estação seguinte, entre março e abril.

 Estamos falando da sakura, mais conhecida como cerejeira, a flor nacional do Japão, símbolo de felicidade: é na época de sua floração que as crianças iniciam o ano escolar, que os recém formados saem em busca de trabalho; além disso, o chá de pétalas de sakura é utilizado em rituais como casamentos e ocasiões festivas.

No Brasil, poucas variedades de cerejeira puderam se desenvolver devido às variações climáticas; no entanto, a partir dos anos 80, após várias tentativas algumas espécies conseguiram se adaptar ao nosso clima, as mudas passaram a ser vendidas e seu plantio se espalhou por diversos estados. A variedade de sakura que mais se adaptou foi a “okinawa sakura” (cerejeira de Okinawa, ilha que tem as mesmas características climáticas do Brasil). Em muitas cidades e núcleos nipo-brasileiros, foram plantadas grandes quantidades desta árvore e na época da sua floração, no período que vai de julho a setembro, temos um visual de encher os olhos. Em geral, nesses locais têm sido organizados festivais japoneses.

Em Nova Friburgo, a presença japonesa é marcada pela chegada do engenheiro agrônomo Tohoro Kassuga, nascido em 1892, na cidade de Shiga-Ken, hoje Kusatsu. Em 1908 ele imigrou para o Brasil, onde desembarcou no porto de Santos. Não fixou residência no Estado de São Paulo, reduto dos japoneses na época, pois seguiu viagem até o Rio de Janeiro, onde se radicou na área rural de Friburgo. Foi ali que se dedicou ao plantio do caqui, fruta até então desconhecida na região e, provavelmente, é com ele também que começa a história da cerejeira, no município. Aos poucos o número de mudas se multiplicou a ponto de ser considerada hoje, a árvore símbolo da cidade.

Conhecido como “Hanami” (ver as flores), foi realizada, nos últimos dias 15 e 16 a festa da colônia japonesa na Associação Cultural e Esportiva Nipo Brasileira de Nova Friburgo (Acenbnf) que fica na estrada RJ-130, a Teresópolis-Friburgo, antes da entrada para o bairro Cardinot. Antes a festa do Hanami era celebrada no Sítio Florândia da Serra, da família Matsuoka; a mudança do local foi feita para facilitar o acesso ao evento e migrar essa celebração para esse espaço que pertence à colônia japonesa. A expectativa é que, em poucos anos, o local seja um verdadeiro corredor de sakuras (cerejeiras).

 No Japão, essa festa é realizada ao ar livre, em baixo das árvores, justamente na época em que todas estão floridas. No atual espaço ainda vai demorar um pouco para que as cerejeiras ali plantadas estejam frondosas e floridas, no entanto isso não tirou a beleza da festa, onde foram servidas comidas típicas. Teve ainda apresentação de danças folclóricas e mostrada um pouco da arte manual japonesa.

Chamou atenção também, uma árvore onde as pessoas colocam pedaços de papel coloridos em seus galhos, amarrados com barbante e que neles contém os pedidos mais variados. É conhecida como Tanabata Matsuri, a árvore dos desejos. É inspirada em uma lenda com cerca de dois mil anos que conta a história de uma princesa (Orihime) e de um pastor (Hikoboshi). Os dois, perdidamente apaixonados deixaram de lado seus afazeres diários e foram transformados, pelo pai da princesa furioso com o descaso de ambos, em duas estrelas colocadas em extremidades opostas da via láctea.

Diante das súplicas de Orihime para estar junto de seu amado, ele permitiu que os dois apaixonados se encontrassem uma vez por ano. Agradecidos a essa dádiva, passaram a atender aos pedidos dos mortais, na Terra.

É nessa época que Nova Friburgo mostra toda sua beleza natural. As cerejeiras florescem no inverno e em todos os bairros encontramos “hanamis” mostrando a exuberância de sua floração. É a compensação visual para o frio que castiga e nos obriga a tirar mais e mais casacos do armário.

Com a realização do Festival Sesc de Inverno, friburguenses e turistas têm a oportunidade de conhecer uma das mais bonitas cerejeiras de Friburgo, pois ela está situada nos jardins do Country Clube, onde acontecem várias apresentações do evento. Ela é um verdadeiro colírio para os olhos.

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Mais líder do que nunca

terça-feira, 18 de julho de 2023

Terminada a 15ª rodada do Brasileirão 2023, o Botafogo continua líder isolado, com 39 pontos entre os 45 jogados até agora (são decorridas 15 rodadas) e a frente 12 pontos do Flamengo, segundo colocado. Como falta um jogo do Grêmio adiado em função da Copa do Brasil, essa diferença pode cair para dez pontos, pois aí, o tricolor gaúcho ficaria na frente do rubro negro, em caso de vitória ou empate.

Terminada a 15ª rodada do Brasileirão 2023, o Botafogo continua líder isolado, com 39 pontos entre os 45 jogados até agora (são decorridas 15 rodadas) e a frente 12 pontos do Flamengo, segundo colocado. Como falta um jogo do Grêmio adiado em função da Copa do Brasil, essa diferença pode cair para dez pontos, pois aí, o tricolor gaúcho ficaria na frente do rubro negro, em caso de vitória ou empate.

Alguns comentaristas esportivos ainda insistem em achar que essa campanha do Fogão é fruto do acaso. No entanto, se esquecem que o líder tem em sua equipe um dos melhores, se não o melhor, goleiro (Lucas Perri) do país; um dos melhores zagueiros (Aryelson), um lateral esquerdo (Marçal) de encher os olhos; um meio campista que também está entre os mais cotados (Eduardo), só perdendo, ao meu ver, para Arrascaeta do Flamengo; e um atacante que é o artilheiro da competição, com dez gols marcados, em 15 jogos. Ou seja, praticamente meio time de alta qualidade e ainda tem gente que duvida.

Há ainda os que alegam que num campeonato longo como o Brasileiro, é preciso ter peças de reposição, mas os que têm entrado no segundo tempo, casos de Vitor Sá, Segovinha, Igor, Gustavo Sauer, Luís Segovia, Carlos Alberto (esse inclusive marcou três gols em três jogos seguidos) e Philipe Sampaio dão conta do recado. Isso é fruto de um trabalho bem feito pelo técnico Luís Castro, onde o jogador se encaixa num sistema de jogo e não o contrário.

Aliás, o glorioso está de técnico novo, pois Luís Castro aceitou uma proposta milionária do futebol árabe e foi treinar o Al-Nassr. Interinamente assumiu Caçapa, auxiliar técnico do Lyon, da França, que teve o mérito de dirigir o Botafogo em quatro partidas, sendo uma internacional, e ganhou as quatro, pelo placar de 2 a 0. Bruno Lage, também, português, assume o comando técnico após aceitar a proposta de John Textor, presidente da SAF Botafogo.

A verdade é que o time da estrela solitária, no momento, encanta a quem assiste seus jogos, com uma grande variedade de movimentação num mesmo jogo, com contra ataques mortais e jogadas ensaiadas, cuja precisão muitas vezes resulta em gols.  A torcida está empolgada e não é para menos, pois são apenas duas derrotas em 15 jogos, ambas fora do estádio Nílton Santos, onde tem uma invencibilidade de oito partidas. Sem contar a praticamente certa classificação nos play-offs da competição Sul Americana, para participar das oitavas de final. Até o momento, o Botafogo está invicto.

A fase é tão contagiante que botafoguenses que tinham desistido de acompanhar o Fogão, num passado recente, voltaram a frequentar estádios e a comprar e vestir a camisa do glorioso. No seu estádio, depois que o time embalou, está com uma média de 20.300 torcedores (não mais testemunhas), um média que não acontecia há 12 anos. Outro mérito do Botafogo é o de ostentar a melhor performance na competição, depois que essa passou a ser por pontos corridos, a partir de 2003. São 15 rodadas na primeira colocação, isolado a partir da terceira e com 39 pontos no total. O Corinthians, campeão de 2017, chegou na 15ª rodada com 36 pontos. Além disso tem a segunda defesa menos vasada do país, sendo a equipe do Cruzeiro a primeira com 25 gols, mas em 29 jogos e o Botafogo vem logo atrás com 26 gols em 42 jogos, aqui incluídos o Campeonato Carioca, Taça Brasil e Copa Sul Americana.

Isso não significa que ao final da competição o time da estrela solitária vá se sagrar campeão, mas certamente estará entre os quatro melhores do Brasil e com vaga assegurada na Libertadores das Américas, edição 2024. Para um time que em 2002 disputou a série B (foi o campeão), que em 2023 disputou a classificação para a Libertadores até a última rodada, conseguindo a da Sul Americana, o feito atual é de encher os olhos e deixar a sua torcida em êxtase.  Aliás, o botafoguense não é um torcedor, é um iluminado.

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Meu pé, meu melhor amigo

terça-feira, 11 de julho de 2023

Você já parou para pensar como seus pés são importantes? O transtorno que seria em sua vida, se um ou os dois lhe faltassem? Pois é, muitas vezes só sentimos falta de algo, quando não mais o temos. Por isso, é importante cuidar bem do nosso “amigo pé”, principalmente quando se é diabético. Mas, muito dos tópicos abordados abaixo servem, também, para quem não é diabético.

Você já parou para pensar como seus pés são importantes? O transtorno que seria em sua vida, se um ou os dois lhe faltassem? Pois é, muitas vezes só sentimos falta de algo, quando não mais o temos. Por isso, é importante cuidar bem do nosso “amigo pé”, principalmente quando se é diabético. Mas, muito dos tópicos abordados abaixo servem, também, para quem não é diabético.

Meu saudoso mestre, dr. Francisco Arduíno, sempre lembrava, em suas aulas sobre o pé, no curso de especialização em Diabetes, de um diabetólogo famoso que conhecera nos Estados Unidos e que tinha afixado na sala de espera de seu consultório a seguinte frase: “Diabético, cuide do seu pé melhor que do seu rosto”.

Pela sua condição anatômica de ser o segmento mais afastado do coração, o pé é o último segmento a ser irrigado, pela corrente sanguínea. Assim, naqueles indivíduos, que têm ou podem vir a ter distúrbios circulatórios, todo cuidado é pouco. E como é sabido, principalmente nos diabéticos mal controlados, os distúrbios circulatórios estão entre os primeiros a surgir.

Mantenha seus pés sempre limpos, lavando-os com água corrente e sabão neutro. Seque-os bem, principalmente entre os dedos, para evitar micoses. Aproveite para cuidar das unhas após o banho, quando elas estão mais maleáveis, por causa do contato com a água. Mas lembre-se, o melhor é lixa-las ou cortá-las quadradas, para evitar que encravem nas bordas. Se a vista já estiver “curta”, não hesite em pedir ajuda ou consultar um podólogo.

Lembre-se: calos e lâmina de barbear são incompatíveis, com resultados catastróficos quando se juntam. Muitas amputações de dedos ou mesmo de todo o pé, começam com esse casamento explosivo. Assim como saco de água quente ou os escalda pés, para aquecê-los. Tanto um como outro pode ferir a pele e num segmento com a circulação já comprometida, as infecções podem surgir com consequências imprevisíveis.

Na Segunda Guerra Mundial, durante a campanha da FEB, na Itália, nossos pracinhas foram os únicos a escaparem dos problemas que o frio causava nos pés. Isso porque, utilizando-se do famoso jogo de cintura que nos é peculiar, envolviam seus pés com jornal, antes de calçar as meias e as botas. Portanto, para aquecer os pés, envolva-os sempre com uma meia de lã, ou se for insuficiente, coloque jornal dentro de uma fronha e aplique sobre os pés. Jamais recorra às bolsas de água quente.

Calce sapatos confortáveis, maleáveis e se forem novos, devem ser amaciados antes de entrarem no batente. Evite o uso de sandálias do tipo havaianas, que são presas entre o primeiro e segundo dedos. Isso pode ocasionar quedas, principalmente entre os mais idosos. São recomendáveis sandálias que fixem o calcanhar e todos os dedos do pé. No entanto, ao caminhar na praia, as havaianas são o ideal, para evitar queimaduras provocadas pela areia quente.

Antes de calçar os sapatos, é bom verificar se não existem pedras, pregos ou insetos dentro deles. Esses objetos podem ferir os pés e causar problemas; nas fazendas essa preocupação é importante, pois pode haver cobra escondida dentro das botas. Use meias, de preferência de algodão, pois absorvem melhor a umidade, além de reduzir o atrito do pé com o calçado.

Se você tem os pés muito secos, use cremes hidratantes, pois a pele fica sensível e pode rachar, causando ferimentos. Mas lembre-se, qualquer ferida deve ser comunicada ao seu médico, pois pomadas e cremes devem ser bem escolhidos. A água oxigenada e as soluções ácidas, por exemplo, devem ser evitadas, pois são irritativas para a pele.

Portanto, lembre-se: seu pé é um amigo indispensável e deve ser bem tratado, como aliás fazemos com nossos velhos e inseparáveis amigos. Cuide bem deles e eles continuarão a servi-lo, enquanto você viver. Um talquinho após o banho, deixa-os macios, perfumados e contentes.

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Segue o vice, pois o líder disparou

terça-feira, 27 de junho de 2023

A performance do Botafogo no que está sendo chamado de Brasileirão Rei, em homenagem a Pelé é incontestável. Passadas 12 rodadas do campeonato, o alvinegro tem 30 pontos ganhos e seis perdidos, consequência de dez vitórias e apenas duas derrotas. O Grêmio, vice-líder tem 23 pontos, sendo sete vitórias, dois empates e três derrotas. Uma diferença de sete pontos em relação ao segundo colocado e oito em relação ao Flamengo que é o terceiro, na tabela com 22 pontos.

A performance do Botafogo no que está sendo chamado de Brasileirão Rei, em homenagem a Pelé é incontestável. Passadas 12 rodadas do campeonato, o alvinegro tem 30 pontos ganhos e seis perdidos, consequência de dez vitórias e apenas duas derrotas. O Grêmio, vice-líder tem 23 pontos, sendo sete vitórias, dois empates e três derrotas. Uma diferença de sete pontos em relação ao segundo colocado e oito em relação ao Flamengo que é o terceiro, na tabela com 22 pontos. É engraçado porque logo após a estreia no campeonato, derrotando o São Paulo por 2 a 1, no estádio Nílton Santos, o “coleguinha” Arnaldo Ribeiro comparou o Fogão a um lixo e o chamou, ainda, de adversário fraco. Passadas essas 12 rodadas o Botafogo venceu, excetuando o Santos, os principais clubes de São Paulo, a saber Palmeiras, Corinthians e o próprio tricolor do Morumbi. Quem é o lixo?

Após um campeonato carioca ruim, em que se classificou em quinto lugar, atrás do Volta Redonda, e um início de Taça Brasil pior ainda, levando a uma desclassificação precoce, o técnico Luís Castro conseguiu se fazer entender pelo grupo de jogadores. Esse entendimento propiciou uma integração importante entre jogadores e técnico e os resultados começaram a aparecer. Diga-se de passagem, que a torcida, após os resultados ruins da equipe, pediu o afastamento do técnico e se não fosse John Textor, dono da SAF Botafogo, isso teria acontecido, pois é uma tônica no futebol brasileiro a cabeça do técnico rolar com os maus resultados da equipe. Que o diga o Corinthians paulista que, desde o início da temporada, já trocou cinco comandantes. Hoje, a fila de pedido de perdão a Luís Castro dá a volta no estádio Nilton Santos e a possível saída dele, para o futebol árabe, assusta os torcedores.

Esse é um problema para o futebol brasileiro, a meu ver sem solução, as famosas janelas de transferência que são abertas em janeiro e julho. Tanto o futebol europeu como agora o árabe, têm muito mais bala na agulha para levar jogadores brasileiros que se destacam em seus clubes. No caso do alvinegro da Rua General Severiano, podemos destacar o goleiro Lucas Perry, o defensor Arielson, o meio campista Eduardo e o atacante Tiquinho Soares como possíveis alvos dessa janela. Quase meio time podendo ser desfeito pelos dólares árabes ou os euros europeus.

O último jogo, contra o Palmeiras, mostrou o progresso do Botafogo, um time com uma defesa sólida, é a terceira menos vazada do campeonato, um meio campo que sabe sair rápido da defesa para o ataque, a chamada transição, e um ataque veloz com dois pontas “rapdézidos” e dribladores e um atacante que tem faro de gol e é o atual artilheiro do campeonato, com 11 gols em dez jogos, pois em dois ele não marcou. Desde o início da temporada são 20 no total. Na realidade, no duelo entre os dois técnicos portugueses, Abel do Palmeiras e Luís Castro do Botafogo, este último deu um nó tático no primeiro, pois apesar do Palmeiras ter maior posse de bola durante o jogo, foi o Botafogo que venceu com um gol de Tiquinho aos 27 minutos do segundo tempo. Diga-se de passagem, que a equipe palmeirense perdeu um pênalti com a bola sendo chutada para fora por Raphael Veiga, também no segundo tempo.

Creio que a desconfiança e os deboches de alguns comentaristas esportivos, em relação ao time da estrela solitária deveriam ser revistos, pois tanto o Atlético Mineiro, como Flamengo e Palmeiras que foram apontados como os melhores times desse brasileirão, foram derrotados pelo Botafogo. O campeonato é longo, muita água vai rolar por baixo da ponte, mas no momento atual, quer queiram quer não queiram, o glorioso é sim um postulante ao título.

Aliás, um torcedor botafoguense procurou um oftalmologista e esse lhe perguntou qual era o problema, ao que ele respondeu estar preocupado, pois não enxergava ninguém a sua frente.

Segue o vice, pois o líder disparou. 

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Baixa estatura

quarta-feira, 21 de junho de 2023

A fase de crescimento de um indivíduo começa no momento da fecundação e vai até os 20 anos nos meninos e 15 anos nas meninas, quando se completa o processo de maturação, marcando o fim da adolescência e o início da idade adulta. Apesar de não existirem evidências de que uma maior estatura esteja relacionada ao sucesso profissional e nos relacionamentos, a altura é um dos atributos físicos valorizados pela sociedade e, frequentemente, é motivo de preocupação dos pais, da criança e do próprio indivÍduo quando adulto.

A fase de crescimento de um indivíduo começa no momento da fecundação e vai até os 20 anos nos meninos e 15 anos nas meninas, quando se completa o processo de maturação, marcando o fim da adolescência e o início da idade adulta. Apesar de não existirem evidências de que uma maior estatura esteja relacionada ao sucesso profissional e nos relacionamentos, a altura é um dos atributos físicos valorizados pela sociedade e, frequentemente, é motivo de preocupação dos pais, da criança e do próprio indivÍduo quando adulto.

No processo do crescimento vários fatores são importantes, tais como hormônios, nutrientes, condições fisiológicas e psicológicas, mas as estrelas principais são o GH (do inglês grow hormone ou hormônio do crescimento) e o IGF1. O primeiro é secretado pela hipófise, uma glândula do tamanho de uma ervilha, situado na base do cérebro; o segundo é produzido pelo fígado, sob estimulo do GH e é que responsável pelo aumento estatural, através da cartilagem de conjugação, estrutura óssea fundamental para que o processo se desenvolva, notado no RX dos ósseos como uma entidade mais clara separada tenuamente do osso propriamente dito.

Se o fator idade é um parâmetro, pois ela pode ser classificada como cronológica, estatural ou ponderal, o mesmo se aplica à altura de um indivíduo quando comparada à população em geral, ao potencial familiar ou a um crescimento abaixo do esperado para a faixa etária da criança. De uma maneira geral, quando ele permanece abaixo dos quatro centímetros por ano, isso deve acender o sinal de alarme entre pais e pediatras com o conveniente encaminhamento ao endocrinologista o mais rápido possível. Esperar até os 9 anos, prática comum em nosso meio, pode ser desastroso roubando tempo precioso no tratamento, condenando esses indivíduos a uma altura aquém da desejada. É conveniente lembrar que o estirão da puberdade é mais efetivo quando a criança está numa altura adequada para a idade.

O déficit de crescimento é uma doença multifatorial, ou seja, vários fatores podem ser responsabilizados pela sua ocorrência. Desnutrição, maus hábitos alimentares e má absorção intestinal se alinham entre as causas nutricionais. As doenças genéticas, respiratórias, renais, intestinais e cardíacas, além de fatores comportamentais como sedentarismo, carência afetiva e sono inadequado também podem contribuir para a baixa estatura. Entre as causas hormonais, as principais são o hipotireoidismo e a deficiência do hormônio de crescimento.

O diagnóstico é feito através de exames radiológicos e laboratoriais. Toda criança com déficit de crescimento deve fazer uma avaliação da idade óssea, exame radiológico que avalia o crescimento dos ossos do punho e mão esquerdos (essa norma serve para uniformizar a interpretação). É um procedimento de fácil realização e quando ela está dois ou mais anos abaixo do esperado, uma prova dinâmica do GH e a dosagem do IGF1 se impõem. Esse mesmo procedimento deve ser feito caso a altura da criança esteja abaixo do percentual de 5%, numa tabela específica para crescimento. Além disso, avalia-se o funcionamento da tireoide se houver suspeita de hipotireoidismo. É importante, também, proceder a uma avaliação geral com exames de sangue, fezes e urina.

Caso a baixa estatura seja causada por déficit de hormônio de crescimento, a reposição deve ser iniciada logo que possível, pois quanto mais longe do início da puberdade, melhor as chances de um crescimento mais próximo do normal. Apesar de ser relativamente caro, o governo dispõe de programas que fornecem esse medicamento para os menos favorecidos.

No entanto, existem as causas não hormonais de déficit de crescimento. Tão logo elas sejam identificadas, as correções que se impõem devem começar, principalmente, no que se refere à alimentação e ao sono adequado. “Criança cresce quando dorme” é um ditado popular, mas que tem um fundo de verdade. É preciso lembrar, sempre, que as crianças de hoje alimentam-se mal e dormem muito tarde. Que o diga o alto índice de obesidade infantil.

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Dr. Carlos Alberto Pecci: o médico mais antigo de Nova Friburgo ainda em atividade

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Há 15 dias falei do médico mais idoso do mundo, ainda trabalhando, o francês Christian Chenay, de 102 anos, com mais de 70 anos de profissão. Hoje falarei do médico mais antigo, ainda clinicando em Nova Friburgo, com 61 anos no exercício da medicina: trata-se do meu querido amigo Carlos Alberto Pecci. Fiz uma entrevista com ele e colhi dados importantes de sua vida, para tentar, na coluna desta semana, homenagear esse colega muito estimado pela classe médica de nossa cidade.

Há 15 dias falei do médico mais idoso do mundo, ainda trabalhando, o francês Christian Chenay, de 102 anos, com mais de 70 anos de profissão. Hoje falarei do médico mais antigo, ainda clinicando em Nova Friburgo, com 61 anos no exercício da medicina: trata-se do meu querido amigo Carlos Alberto Pecci. Fiz uma entrevista com ele e colhi dados importantes de sua vida, para tentar, na coluna desta semana, homenagear esse colega muito estimado pela classe médica de nossa cidade.

Nascido em Nova Friburgo, em 8 de maio de 1934, na Rua General Osório, desde pequeno sempre quis ser médico, o que talvez fosse complicado, já que era oriundo de uma família humilde, sendo seu pai sapateiro, o que, em princípio, tornava seu sonho pouco provável. Terminado o segundo grau, trabalhando como entregador na quitanda de seu irmão Osmar Pecci, conheceu uma família que passava férias em nossa cidade e, um dia lhe foi perguntado pelo casal o que pretendia ser. Modesto, característica pessoal de Pecci, disse que seria quitandeiro, pois sua vontade de ser médico era impossível, pois sua família não tinha condições de bancar seus estudos em Niterói ou no Rio de Janeiro.

O acaso bateu-lhe à porta, pois um dos filhos desse casal era médico em Niterói, além de secretário de Saúde do antigo Estado do Rio de Janeiro. Este, quando soube do desejo de Pecci, conseguiu um emprego para ele, na secretaria do Hospital Ary Parreiras, na antiga capital do estado. Se dedicando aos estudos para enfrentar um vestibular, conseguiu ser aprovado, em 1954, e matriculou-se na faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, coroando o sonho de ser médico, em 1961, quando recebeu seu diploma.

Começou a trabalhar como plantonista do antigo Samdu (Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência), em Niterói, e abriu um consultório na Avenida Amaral Peixoto. Nessa época, casou-se com a também niteroiense Iara Pecci e, quatro anos depois, já tendo terminado o curso de especialista em Ginecologia e Obstetrícia, resolveu voltar para sua terra natal. Assim, sua vida profissional começou em Friburgo no ano de 1965, portanto há 58 anos.

Seu início aqui não foi fácil, pois apesar de friburguense, a classe médica da época era muito fechada e ainda existia dois grupos antagônicos com uma grande competição entre eles. Mas, os horizontes foram se abrindo e Carlos Pecci foi admitido no serviço de urgência que funcionava na então avenida General Osório. Posteriormente, ele conseguiu entrar no Hospital São Lucas e na antiga maternidade da LBA (Legião Brasileira de Assistência), hoje Maternidade Mário Dutra de Castro, no centro da cidade, administrada pela prefeitura.

Uma curiosidade na vida profissional de Pecci é que ele foi obrigado no início, aqui em Friburgo, a especializar-se em Proctologia, curso que foi feito em Niterói, pois a vaga oferecida a ele, no São Lucas era a de proctologista. Tanto que quando abriu seu consultório atendia nas duas especialidades, mesmo que seu sonho, ao entrar para a medicina, fosse ser ginecologista e obstetra. A partir daí sua carreira progrediu e ele passou a ser conhecido e atuante na classe médica friburguense.

Apesar de não ter exercido nenhum cargo político, Pecci foi diretor da maternidade, do Hospital São Lucas, do serviço de Ginecologia e Obstetrícia desse mesmo hospital e, atualmente é diretor do ambulatório do São Lucas e da Associação Médica de Nova Friburgo. Aliás, considerado seu eterno presidente, sua eleição foi fundamental para pacificar a classe médica, na primeira vez em que presidiu aquela instituição, dada a sua índole tranquila e pacificadora. Ele ainda atende, aos mais necessitados, no ambulatório Bento XVI, da Catedral de São João Batista, com o diferencial de ter sido um de seus médicos fundadores.

Aos 89 anos, nosso medico mais idoso em atividade, não pensa em se aposentar e continua a atender seus pacientes, em seu consultório particular, como ginecologista e obstetra. Ele aconselha os colegas que estão chegando em Friburgo, a se darem bem com todo mundo, cumprimentar as pessoas na rua, a serem tolerantes, pois apesar de nossa cidade ter crescido, ainda é provinciana. Aliás, foi essa colocação que sua filha Carla Pecci, também médica, fez questão de ressaltar.

Ele ensinou aos três filhos, Carla, Cláudio Pecci, que seguiu a carreira do pai, e a Ronaldo Pecci, este atuando na área da informática, a serem humildes e a tratarem a todos com cortesia. Na realidade ele quis transmitir aos novos, de que ser médico é um dom e que o paciente tem de ser tratado com respeito e cordialidade. Nada de ser orgulhoso e se dirigir a todos da mesma maneira respeitosa

Como curiosidades desses 58 anos de vida médica na cidade podemos citar dois casos engraçados. Um ocorreu num congresso de Ginecologia aqui em Friburgo. Nessa época, os laboratórios que patrocinavam tais congressos, faziam sorteios de prêmios como televisores, faxes etc. Nesse, especificamente, ia ser sorteado um fax. Estavam reunidos três médicos e o representante perguntou a dois deles se já tinham tal aparelho e eles disseram que não. Ao ser perguntado Pecci, que não tinha entendido direito a pergunta, disse que sim, mas só não se lembrava do nome dela. Ele pensou que fax fosse a faxineira. O outro caso, mostra a sua perspicácia. Com tantos anos de profissão, ele já trouxe ao mundo três gerações a avó, a mãe e a neta. Um dia foi parado na rua por uma antiga cliente que lhe apresentou a mãe e falou: “Foi o senhor que fez o parto de mamãe”. Aí a mãe informou que o parto tinha sido feito na maternidade. Como ele dava plantão às quartas feiras, disse: “Há foi numa quarta-feira”, no que a mulher abriu um sorriso e replicou: “puxa! que memória o senhor tem”.

Foi um prazer enorme ter feito essa entrevista com o médico e colega Carlos Pecci. Desejo vida longa a essa pessoa carismática, que aos 89 anos ainda exerce a profissão que desde pequeno foi a sua paixão.

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A mídia falada chega em Friburgo

terça-feira, 06 de junho de 2023

Dia 1º de junho de 1946. Nesta data entrou no ar a ZYE-4, 1550 khz Rádio Sociedade de Nova Friburgo, que festejou na semana passada 77 anos de história. E, porque cito esse fato agora, um pouco desconexo, principalmente numa coluna que se notabilizou, ao longo desses 17 anos, abordando os mais variados assuntos? Isso tem a ver com a minha história no jornalismo, ainda mais porque devo à Emissora das Montanhas, minha conclusão do curso de Comunicação Social, na Universidade Candido Mendes.

Dia 1º de junho de 1946. Nesta data entrou no ar a ZYE-4, 1550 khz Rádio Sociedade de Nova Friburgo, que festejou na semana passada 77 anos de história. E, porque cito esse fato agora, um pouco desconexo, principalmente numa coluna que se notabilizou, ao longo desses 17 anos, abordando os mais variados assuntos? Isso tem a ver com a minha história no jornalismo, ainda mais porque devo à Emissora das Montanhas, minha conclusão do curso de Comunicação Social, na Universidade Candido Mendes. E, como veremos no decorrer desse artigo, meu livro que será lançado em breve, tem como título “A mídia falada chega em Nova Friburgo”.

Corria o ano de 2006 e eu, no 6º período de Jornalismo, cursava uma cadeira que era, na realidade, uma preparação para a monografia de conclusão do curso, uma condição “sine qua non” para a colação de grau. Não me lembro do nome específico dessa cadeira, mas de Jorge Ayer que era o professor encarregado de ajudar os alunos a escolher um tema, fazer as pesquisas adequadas para desenvolve-lo, escrever, concluir e apresenta-lo diante de uma banca examinadora. Sempre fui um apaixonado por rádio e o primeiro tema que me veio à mente foi falar da Rádio Nacional, uma referência na história do rádio brasileiro.

Me lembro do professor Jorge Ayer ter me dito que sobre aquela emissora existiam “trocentas monografias”; e me propus falar sobre a Emissora das Montanhas, já que não existia literatura sobre a sua história e fundação. Seria, como foi, um trabalho pioneiro e um grande desafio. Foi com o tema escolhido que tomei consciência da dificuldade de minha tarefa e pus mãos à obra.

Como já disse, sem nada escrito, a não ser artigos esparsos nos jornais locais, só me restava partir para entrevistas com personagens que viveram aquele momento e recorrer à Fundação Pró-Memória para consultar os jornais da época. Aqui, apesar de todos já terem falecido, cabe externar o meu agradecimento a Paulo Cordeiro, Rafael Abbud e Dilva Moraes pelas entrevistas que me concederam, fonte principal do meu trabalho. Não posso me esquecer de Laercio Ventura, diretor do jornal A Voz da Serra, que me acolheu como estagiário e me sugeriu os entrevistados.

Paulo Cordeiro era afilhado de Eugênio Muller o principal acionista da empreitada, um empresário abastado, de Joinville-SC, que resolveu se mudar para Nova Friburgo. Portanto, suas informações teriam peso. Abbud já era trovador, foi um dos primeiros locutores da ZYE-4 e tinha muita coisa para contar. Quanto a Dilva Moraes era muito nova quando da fundação da rádio, mas frequentou a sua programação infantil e foi, mais tarde, muito ligada a um político conhecidíssimo em Friburgo. Isso me forneceu informações importantes sobre a política local, naquela época e a o papel da emissora nesse contexto.

Foi uma tarefa árdua, que chegou ao seu termo, graças a colaboração da professora Cristina Gurjão, minha orientadora. Aliás, eu a escolhi por duas razões, a primeira por saber que quando ela morava no Rio de Janeiro, trabalhava numa editora que desenvolvia esse tipo de trabalho. Era escolhido um entrevistado e enviada uma equipe para uma entrevista e uma filmagem. No final era publicado um livro e distribuído um vídeo sobre o tema; a segunda por que, além de minha professora era também minha amiga e de minha família.

A monografia foi apresentada, eu colei grau e o meu trabalho jaz empoeirado numa das prateleiras da biblioteca da faculdade. Tanto isso é verdade que quando a jornalista Gabriela Bini fez eu trabalho de conclusão do curso de Jornalismo, sobre a importância da Rádio Friburgo nos acontecimentos de 2011, teve que pedir a minha emprestada, pois na Candido Mendes ela não foi encontrada. Foi por isso que surgiu a ideia de transforma-la num livro, que será apresentado não na forma de monografia, mas sim no formato de um relato histórico da fundação da atual Rádio Friburgo FM.

Com isso muitas pessoas terão conhecimento e informação sobre um momento impar na história de Nova Friburgo, que colocava a cidade no restrito rol das cidades de interior que tinham sua própria emissora, nos idos de 1946. Aliás, um acontecimento que marcou a vida da cidade. O livro está em fase de preparação e, no momento de seu lançamento, será informado aos leitores.

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O médico mais idoso do mundo é um francês

terça-feira, 30 de maio de 2023

Christian Chenay tem quase 102 anos, mas continua a trabalhar como médico em Cheville-Larue (departamento de Val de Marne), na França. Ele afirma que não quer abandonar seus 432 pacientes, mas diz que está na hora de pensar em parar, com essa profissão que ele começou por necessidade. Numa entrevista para a BMF, TV francesa, ele disse que tinha sido uma escolha devida ao acaso: “Eu morava em Angers e só havia na cidade a medicina como curso superior; eu não tive escolha, mas a gente toma gosto e começa a praticá-la com amor”.

Christian Chenay tem quase 102 anos, mas continua a trabalhar como médico em Cheville-Larue (departamento de Val de Marne), na França. Ele afirma que não quer abandonar seus 432 pacientes, mas diz que está na hora de pensar em parar, com essa profissão que ele começou por necessidade. Numa entrevista para a BMF, TV francesa, ele disse que tinha sido uma escolha devida ao acaso: “Eu morava em Angers e só havia na cidade a medicina como curso superior; eu não tive escolha, mas a gente toma gosto e começa a praticá-la com amor”. No dia 18 de abril de 2023 ele foi agraciado pela Ordem dos Médicos de Val-de Marne, onde recebeu seu diploma pelo exercício da medicina por 70 anos.

A longa jornada de Christian como médico começou em 1946, em Bordéus, na França, quando ele se tornou estagiário em Otorrinolaringologia, um ano após a sua formatura. Durante sua carreira ele foi professor de medicina e trabalhou como cientista para o laboratório Pfizer, nos Estados Unidos. Seus trabalhos sobre hipertensão lhe valeram uma inscrição no Who´s Who americano, um dicionário que contem as biografias de personalidades importantes.

Ele chegou na cidade de Cheville-Larue em 1951 e viu passar por seu consultório uma grande quantidade de pacientes que vinham ali para se tratar. Hoje, o dr. Christian ainda tem sobre sua responsabilidade cerca de 430 pacientes. Ele pensa que eles ainda têm necessidade dele porque a cidade se transforma pouco a pouco num deserto de médicos, pois eles se tornam cada vez mais raros. Trata-se mais de um trabalho social do que médico propriamente dito. Na maior parte do tempo seus pacientes vêm solicitar uma renovação de receitas (na França, as medicações têm descontos pelo serviço público de saúde). Não tendo parado no tempo, ele se faz beneficiar, também, da tecnologia de ponta ao praticar a tele consulta.

O dr. Chenay disse ao Le Parisien que já pensou em parar de trabalhar, mas só o fará após procurar colegas próximos, para que possa encaminhar seus atuais pacientes. Mas a que atribuir essa longevidade que cada vez mais tomamos conhecimento e se tornam uma constante? Por exemplo, a estimativa média de vida no Japão de hoje é de 85 anos, no Brasil de 75. A população com mais de 100 anos também aumenta; na Itália, que tem o maior número de habitantes centenários da Europa, eles são mais de 14 mil, no Brasil chegam aos quase 30 mil. Encontrei um relato de um médico japonês, Hinohara que morreu com 105 anos, que dava os seguintes conselhos com relação à longevidade.

1- Não se aposentar cedo: para ele, o trabalho gerava satisfação e satisfação anda de mãos dadas com a felicidade. Sentir-se útil para algo ou principalmente para alguém, ajuda o corpo e a mente a não padecerem. 

2- Livre-se do excesso de peso: independentemente da raça, gênero ou nacionalidade, o excesso de peso é um fator que joga contra na velhice. Hinohara sempre seguiu uma dieta balanceada com muitos vegetais e carne magra apenas duas vezes na semana. Ele também tinha o hábito de misturar no suco de laranja, tomado pela manhã, uma colher de azeite de oliva. De acordo com o médico, o azeite é ótimo para as artérias e para a pele.

3- Movimente-se: mesmo com mais de 100 anos, Hinohara evitava pegar elevador e, sempre que possível, usava as escadas como forma de se movimentar. Para o médico, os músculos precisam trabalhar todos os dias.

4- Planeje-se: com uma agenda atribulada, Hinohara costumava ter seus dias muito bem planejados com objetivos claros e definidos, afinal, o planejamento evita ansiedade, aborrecimento e estresse. Ele se planejava para um período de dez anos, findo os quais, ele revia suas prioridades.

5- Não siga tudo o que seu médico diz: embora fosse médico, ele mesmo dizia que as pessoas nunca deveriam seguir à risca todas as recomendações dos médicos. Para ele, qualquer sugestão, como uma cirurgia, um exame mais invasivo ou até uma medicação mais pesada, deveria ser questionada antes. Muitas vezes, tratamentos alternativos com música ou animais poderiam ter efeitos mais positivos no tratamento de algum tipo de doença, segundo o especialista.

Encontrei também o dr. Howard Tucker, que atende em Cleveland (Ohio, EUA), tendo completado 100 anos em 2023. O americano centenário disse que continua trabalhando em período integral, atendendo "num dia típico" das 9h às 18h. Já o médico mais antigo do Brasil, ainda na ativa, é o jundiaense Orandy Congílio, de 95 anos de idade e 70 de carreira.

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Botafogo transforma pó de arroz em talco

terça-feira, 23 de maio de 2023

No último sábado, 20, o Botafogo recebeu o Fluminense, no Nílton Santos, seu estádio situado no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte carioca. Jogando bem, suplantando seu adversário, um dos melhores times do atual Brasileirão, o alvinegro impôs o seu jogo e venceu por 1 a 0, com gol do zagueiro Victor Sá. Mais uma vitória, a sexta em sete jogos que mantém o Fogão em primeiro lugar com 18 pontos, três à frente do segundo colocado e a cinco do terceiro.

No último sábado, 20, o Botafogo recebeu o Fluminense, no Nílton Santos, seu estádio situado no bairro Engenho de Dentro, na Zona Norte carioca. Jogando bem, suplantando seu adversário, um dos melhores times do atual Brasileirão, o alvinegro impôs o seu jogo e venceu por 1 a 0, com gol do zagueiro Victor Sá. Mais uma vitória, a sexta em sete jogos que mantém o Fogão em primeiro lugar com 18 pontos, três à frente do segundo colocado e a cinco do terceiro.

Após um péssimo campeonato carioca, em que não obteve a classificação entre os quatro que disputaram o título, vencido pelo Fluminense, e com a cabeça do técnico Luís Castro sendo pedida pela torcida, o alvinegro de General Severiano conseguiu dar a volta por cima. Venceu o torneio de consolação chamado Taça Rio, que lhe deu o direito de disputar a Taça Brasil do ano que vem, completou a sua pré-temporada com esses jogos e estreou no Campeonato Brasileiro de 2023, com força total.

Como já disse anteriormente, em outra coluna, é ainda uma equipe em formação, necessitando de reforços em algumas posições e de mais alguns jogadores, para compor o elenco, pois, no momento disputa três competições, a saber: Taça Brasil, Taça Sul Americana e Brasileirão. No entanto, é uma equipe que, a meu ver, só fica atrás da do Palmeiras (o melhor time do Brasil atualmente) e do Flamengo. É um calendário desumano e que cobra um preço muito alto a todos os times, pois o departamento médico deles tem sempre jogadores machucados, com as mais variadas lesões, as principais sendo distensões musculares, entorses e ruptura de ligamentos, mais comumente do joelho.

É lamentável que parte da mídia, aquela mesma que distorce os fatos contemporâneos da política nacional, ainda trate o Botafogo como cavalo paraguaio, aquele que numa corrida inicia em disparada, deixando os demais para trás e, ao final, chega em último lugar. É um desrespeito para com uma equipe que tem história no futebol brasileiro e internacional, ser chamado de lixo pelo coleguinha Arnaldo Ribeiro, atualmente, nas TVs Cultura e Band Sports. Claro está que até se tornar SAF (Sociedade Anônima de Futebol) em meados do ano passado, o Fogão sofria nas mãos de diretorias aproveitadoras e incompetentes, como aliás ocorre com grandes times do futebol nacional. No entanto, com a chegada do John Textor, atual dono do time Botafogo, pois foi o departamento de futebol que foi comprado pelo americano, as coisas mudaram.

Um exemplo típico de outra mentalidade foi a manutenção de Luís Castro com treinador, em meio a vários resultados adversos; enquanto isso, o Corinthians de São Paulo, em quatro jogos, apresentou quatro técnicos diferentes. Nesse troca-troca, não há time que se acerte, pois um treinador precisa de tempo para conhecer seus jogadores e implantar seu estilo de jogo. Portanto, ser comparado a lixo é muita falta de respeito e consideração, além de pouco profissional.

Como disse Gérson, o Canhotinha de Ouro, que brilhou no alvinegro da estrela solitária, o diferencial de Luís Carlos é jogar com dois pontas bem abertos e rápidos e um atacante diferenciado, Tiquinho, artilheiro do campeonato até aqui, apoiados por um meio de campo sólido que alimenta esse ataque. Além disso, tem um goleiro excepcional, Lucas Perri, e uma ótima defesa que é uma das menos vazadas nessas sete primeiras rodadas.

Com relação ao Fluminense, seu treinador, Fernando Diniz, implantou uma mecânica de jogo muito vistosa e agradável de ser vista, com um time altamente competitivo. O problema é que tal maneira de jogar exige muito dos jogadores e, nesse calendário desumano, pode ser fatal. Ao contrário do Palmeiras, do Flamengo e do próprio Botafogo, o tricolor das Laranjeiras não tem muitas peças de reposição o que compromete o desempenho do time, quando a sequência de jogos é muito apertada. Acho que está entre os times que podem levantar o caneco, ao final da competição. Mas, que no sábado passado o pó de arroz virou talco, não tenho dúvidas.

Méritos para o Botafogo que até aqui mostrou o porquê de estar na ponta da tabela e que motivou sua torcida, como há muito não se via. Tem, também, condições de ser campeão.

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