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200 anos

sábado, 18 de abril de 2020

Para pensar:
"Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Pois o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha.”  (Chico Xavier)

Para refletir:
“Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer.”  (Papa Bento XVI)

200 anos

Para pensar:
"Se tiver que amar, ame hoje. Se tiver que sorrir, sorria hoje. Se tiver que chorar, chore hoje. Pois o importante é viver hoje. O ontem já foi e o amanhã talvez não venha.”  (Chico Xavier)

Para refletir:
“Não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer.”  (Papa Bento XVI)

200 anos

Nesta sexta-feira, 17, nosso Legislativo Municipal alcançou a marca importantíssima de 200 anos de história, sendo, portanto, uma de nossas instituições mais antigas e caras à construção da identidade friburguense.

A coluna presta sua homenagem à Casa do Povo, reafirmando seu profundo respeito por ela, e pelas funções que desempenha.

As cobranças que eventualmente fazemos, por sinal, são o reflexo mais sincero desse respeito.

Como se deve

A importante data foi celebrada como se deve: com atividades.

Confirmando expectativas, o plenário aprovou por unanimidade, na manhã desta sexta-feira, 17, o projeto de lei do vereador Marcio Damazio que estabelece obrigações de transparência ao governo municipal em relação às compras e contratações realizadas em razão do combate à pandemia de Covid-19.

Os detalhes sobre essa legislação já foram publicados em nossa edição da própria sexta-feira, de modo que não seremos repetitivos aqui.

Resta agora esperar que o Executivo sancione (e cumpra) o que a redação determina.

Amadurecendo

A sessão remota, por sinal, não foi acompanhada ao vivo via YouTube, sob alegação de que seria a primeira tentativa nesse formato, e a chance de que surgissem dificuldades técnicas que demandassem ajustes era bastante grande.

É compreensível, embora, ao que parece, o andamento tenha sido satisfatório.

Esperamos que na próxima vez já seja possível acompanhar em tempo real.

Requerimentos

A sessão também se prestou a aprovar o requerimento de informações protocolado pelo vereador Isaque Demani a respeito do detalhamento em relação aos recursos recebidos do Governo Federal para fortalecimento da rede municipal de Saúde, frente à ameaça do novo coronavírus.

Já o requerimento protocolado pelo vereador Joelson do Pote, a respeito da utilização de caminhão da prefeitura em serviço fora dos limites do município, não entrou na ordem do dia por não estar relacionado à Covid-19, tema exclusivo das sessões remotas.

Reforço

O deputado federal Luiz Antônio Corrêa (PL/RJ) encaminhou recursos, através de emendas orçamentárias, a quatro municípios do Centro-Norte Fluminense.

Os recursos serão destinados “a melhorar o atendimento à população, manutenção das

unidades de saúde, reformas, manutenção dos equipamentos e materiais e aquisição de insumos”.

Nova Friburgo receberá R$ 500 mil; Duas Barras, R$ 300 mil; Trajano de Moraes R$ 273.894 mil; e Sumidouro R$ 150 mil.

Intercessores

O deputado Luiz Antônio acrescenta que as solicitações dos recursos foram feitas pelos vereadores Isaque Demani (MDB) de Nova Friburgo, Antônio José (DEM) de Duas Barras e dos prefeitos Rodrigo Viana (DEM) de Trajano de Moraes e Eliésio Pé Liso (PTB) de Sumidouro.

A coluna não avalia vereadores a partir deste tipo de atuação, que poderíamos considerar algo extra, mas ainda assim faz o registro como forma de estímulo.

Oportunidade

A 1ª Vara Federal de Nova Friburgo publicou o edital JFRJ-EDT-2020/00087, para seleção de propostas que visem à aquisição de materiais, equipamentos ou insumos de saúde, a serem utilizados pelos profissionais da saúde ou para custeio de ações necessárias ao combate à pandemia do novo coronavírus.

Os recursos financeiros são provenientes do pagamento de prestações pecuniárias fixadas em sede criminal e depositadas em conta judicial vinculada à 1ª Vara Federal de Nova Friburgo.

Como participar

As propostas de destinação de valores, acompanhadas dos documentos indicados no edital, deverão ser encaminhados até às 23h59 do próximo dia 22, exclusivamente para 01vf-nf@jfrj.jus.br,  em arquivo no formato pdf com tamanho inferior a 20 MB.

O valor de cada proposta está limitado a R$ 35 mil.

As propostas poderão ser apresentadas por entidades ou órgãos públicos com atuação na política pública de saúde, vedada a participação de entidades privadas de qualquer natureza.

Detalhes

As propostas apresentadas abrangem a região da Vara Federal de Nova Friburgo, a qual engloba também os municípios de Carmo, Sumidouro, Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro, Cantagalo, Macuco, Santa Maria Madalena, São Sebastiao do Alto e Trajano de Moraes.

Todo o acompanhamento terá a participação do Ministério Público Federal, que zelará pela lisura da aplicação dos recursos.

Tão logo o resultado seja conhecido A VOZ DA SERRA divulgará quais foram as entidades vencedoras.

A coluna deseja boa sorte a todos os interessados.

Alô, artistas!

A Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, em conjunto com o Conselho Municipal de Política Cultural e por meio do Fundo Municipal de Cultura, publicou edital para chamada pública emergencial simplificada voltada à realização do Festival Conect’arte, que reunirá música, dança, teatro, artesanato, contação de história e outras formas de expressão artística.

Como e quando

O edital e informações complementares podem ser encontrados na página da prefeitura na internet (www.pmnf.rj.gov.br).

As inscrições vão até o próximo dia 30 e devem ser feitas através do e-mail culturanf.fomento2020@gmail.com .

A coluna parabeniza a todos os envolvidos pela importante iniciativa.

Respostas

Palmas para Raquel Souza, Marcelo Machado, Gilberto Éboli e Manoel Pinto Faria, que conseguiram reconhecer a vista aérea da antiga pedreira, cujas explosões fazem parte da memória auditiva da infância deste colunista quase tanto quanto os sinos da Catedral São João Batista.

 

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Faculdades: Obras no prédio quase concluídas

sábado, 18 de abril de 2020
Foto de capa

Edição de 18 e 19 de abril de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

 

Manchetes:

Edição de 18 e 19 de abril de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

 

Manchetes:

  • Faculdades: obras quase concluídas - O antigo Solar do Barão de Duas Barras, lindo palacete à Rua General Osório – ladeira Sylvio Henrique Braune – que está sendo remodelado para ali funcionarem as faculdades de Engenharia e Odontologia, ainda este ano, apresenta-se externamente pronto, feericamente iluminado à noite e agradando sobremodo pela bonita apresentação. Quanto às instalações do interior, estamos informados de que em 16 de maio tudo estará em condições de regular funcionamento. O Conselho Estadual de Educação semanalmente visita as obra, tendo dada a sua aprovação a tudo quanto foi feito até agora. 
  • Festa do “Quinhentão” - Friburgo comemora a aquisição do 500º Fusca. Evento promovido pela Volkswagen celebra a entrega das chaves. Domingo, dia 19, 500º Volkswagem. Vitória dos consorciados e também do “Consórcio Cruzeiro” (Veja na foto na galeria)

 

  • Foto da galeria

  • Foto da galeria

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Hiatos

sábado, 18 de abril de 2020

Em frente a tela branca do computador... As palavras me escapolem e não interrompem esses hiatos... Entre meus pensamentos e minhas mãos, entre minhas mãos e o teclado, entre o teclado e as placas do computador, entre as placas do computador e o monitor. Logo serão hiatos também o meu e-mail para o e-mail do editor, do editor para o copydesk, entre o copydesk e o diagramador e finalmente entre o jornal e o leitor. É um efeito dominó.

Em frente a tela branca do computador... As palavras me escapolem e não interrompem esses hiatos... Entre meus pensamentos e minhas mãos, entre minhas mãos e o teclado, entre o teclado e as placas do computador, entre as placas do computador e o monitor. Logo serão hiatos também o meu e-mail para o e-mail do editor, do editor para o copydesk, entre o copydesk e o diagramador e finalmente entre o jornal e o leitor. É um efeito dominó.

Antigamente, seria mais poético. O hiato residiria nessa falta de inspiração entre o coração do poeta e sua mão direita ou esquerda, porque uma delas seguraria um cigarro de fumo de rolo, quando não o cigarro seguro pelos lábios num malabarismo atraente. O hiato estaria entre todos esses hiatos na redação e não nessa solidão do home office. O barulho das teclas duras das máquinas de escrever Underwood nº 5, que só os chefes tinham, confundidas com as batidas ligeiras das icônicas Hermes 3000. Como uma orquestra. Talvez esse som de concerto desconcertante afastaria os hiatos, especialmente o primeiro hiato que gera todos os outros.

Gente, fumaça de gente, barulho, como vira-lata atrás de histórias do cotidiano que pudessem mitigar o destino de quase toda página de jornal: embrulho de peixe. Essa tal inspiração não vem de dentro da gente. Mas do nosso respirar de fora. Soberba achar que nos resolvemos sozinhos. Nem nossos textos existiriam só pela gente mesmo. Plantamos em letras, tudo aquilo que colhemos do mundo. Mundos pequenos como de uma redação, mundos extensos como de uma cidade. Mundos mínimos como de uma reunião, mundos infinitos como de um coração que batemos na porta para entrar. Se deixar entrar – basta para meu coração ficar em festa.          

Não sei. Às vezes, me pego pensando que nasci na época errada. Não porque sou especial. Até porque, creio que todos já se flagraram, meio que no susto, com esses devaneios. Será que vim no tempo certo? Talvez do futuro ou tão nostálgico com o que gostaria de ter vivido para se considerar do passado. Melhor mesmo seria ser do futuro, no passado. Até descobrir que rechaçamos o presente por pura ingratidão ou mera ansiedade. O tempo causa hiatos. Essas fendas existem apenas na nossa imaginação.

De repente, quando nos abrimos como um livro que não pretende ser lido, os hiatos vão para a gaveta. O que estava na gaveta dá lugar aos hiatos, pois como provou Newton, “Dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço”. Ainda que sejam lacunas, vácuos. Lacunas e vácuos também ocupam espaço e, deveras, irritam mais do que bilhetes malcriados, memórias ruins, dores, saudades e boletos bancários. Boletos bancários nem tanto, dependendo do número de zeros à direita. Mas perfilados, os hiatos vão como um exército bem treinado para a gaveta e o que sai da gaveta... Susto! Não vem nada domado ao ponto de não ser um pelotão que quer guerra, nem paz. Apenas vem e sem ordem ou lógica, vai saltando para os meus pensamentos que movem os meus dedos e vão preenchendo o papel em branco, letra por letra, palavra por palavra, frase por frase...

Só queria estar na contramão, tomado por uma sala cheia de gente.

 

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Fiscalizando

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Para pensar:

"O que se faz num dia é semente de felicidade para o dia seguinte."

Provérbios indianos

Para refletir:

“A violência é o último refúgio do incompetente.”

Isaac Asimov

Fiscalizando

Para pensar:

"O que se faz num dia é semente de felicidade para o dia seguinte."

Provérbios indianos

Para refletir:

“A violência é o último refúgio do incompetente.”

Isaac Asimov

Fiscalizando

Se tem uma lição que a tragédia climática de 2011 nos ensinou (a duras penas) é a de que não existem escrúpulos capazes de evitar que políticos mal-intencionados tirem proveito de situações emergenciais para aumentar o próprio patrimônio, mesmo que às custas de quem precisa desesperadamente de suporte.

Todo cuidado, portanto, é pouco quando todas as esferas de governo operam em situação de exceção, com enormes liberdades para trabalhar os recursos disponíveis.

Transparência

É com satisfação, portanto, que a coluna registra algumas iniciativas em favor da transparência, nascidas recentemente aqui em nossa jurisdição.

Durante a sessão remota que a Câmara Municipal realiza hoje, 17, às 11h, deve ser apreciado projeto de lei elaborado pelo vereador Marcio Damazio que “estabelece obrigatoriedade ao Poder Executivo de divulgar no Portal da Transparência as informações relacionadas às contratações formalizadas para o combate ao  novo coronavírus”.

Redação

A redação estabelece a obrigatoriedade de publicação “de todas as informações atualizadas e detalhadas acerca das contratações destinadas à aquisição de bens, serviços e insumos a serem alocados no combate à Covid-19, sejam elas por meio de processo licitatório ou de forma direta, no prazo máximo de 48 horas após a celebração do ato”.

E acrescenta que “será obrigatória a divulgação do nome do contratado, sua inscrição na Receita Federal, objeto e prazo contratual, valor e numeração do respectivo processo de contratação”.

O mínimo

É inimaginável que um projeto como este não venha a ser aprovado por unanimidade no contexto atual.

Inclusive porque ele estabelece algo que, num ambiente marcado pela decência, seria encarado como um desdobramento natural de qualquer ação praticada.

Mas, claro, nunca se deve contar com o ovo dentro da galinha.

Requerimentos (1)

A sessão também deve abrigar a apreciação de dois requerimentos de informação.

O primeiro deles, protocolado pelo vereador Isaque Demani, questiona “qual será a destinação do valor de R$ 3.485.241,99 liberado pelo Ministério da Saúde para nosso município? Relatar detalhadamente quais ações serão executadas e valores de cada uma delas”. E repete o questionamento em relação à emenda parlamentar impositiva, no valor de R$ 1 milhão, destinada pelo senador Flávio Bolsonaro a Nova Friburgo.

Requerimentos (2)

Já o segundo foi protocolado pelo vereador Joelson do Pote e solicita que o Palácio Barão de Nova Friburgo “justifique os motivos pelos quais, no último dia 14, um caminhão da prefeitura transportava material para a recuperação de um trecho da estrada Serramar fora do limite do município de Nova Friburgo”.

Federal x estadual

O deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), por sua vez, solicitou fiscalização e auditoria específica nos contratos celebrados pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro no âmbito das providências emergenciais de combate ao novo coronavírus.

O parlamentar estranha que os gastos do Governo do Estado somem mais de R$ 1,5 bilhão em contratos celebrados sem licitação, e que a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro tenha tornado sigilosos todos os processos administrativos que se referem às contratações emergenciais feita no combate ao novo coronavírus.

Credibilidade local

Num momento em que existe tanto esforço em favor da desinformação, e que isso representa riscos tão evidentes, a coluna entende ser importante abrir espaço para autoridades locais, profissionais cuja competência e seriedade conhecemos por experiência própria, a fim de que façam suas leituras a respeito do contexto que vivemos atualmente.

Desde já agradecemos à infectologista Delia Celser Engel pela gentileza do depoimento, enviado antes da troca de comando no Ministério da Saúde.

Aspas (1)

“O que acho fundamental dizer é que os estudos científicos dos maiores epidemiologistas do Brasil e do mundo mostram a necessidade de se achatar a curva. Os países que demoraram a definir sobre a importância de evitar aglomerações estão pagando um preço muito alto com vidas que se perderam. Infelizmente o governo passa duas mensagens diferentes para a população. O ministro da Saúde com seus assessores técnicos pedem que as pessoas fiquem em casa mas as atitudes do presidente fazem as pessoas desacreditarem da importância dessa medida.”

Aspas (2)

“Somos todos vulneráveis a este vírus. Não tivemos nenhum contato anterior e não há vacina. O fato dos idosos terem mais chance de adoecer e morrer não permite que o jovem saia e depois volte para casa. O que vai acontecer é que um número enorme de jovens (força de trabalho) vai adoecer ao mesmo tempo, alguns vão precisar de internação, não vão poder trabalhar e levarão a doença para os idosos que estão em casa. Muita gente doente ao mesmo tempo com alta mortalidade como estamos vendo na Itália, Espanha, NY, e falência do sistema de saúde.”

Aspas (3)

“Poucos são os estadistas que hoje não percebem que erraram. Tenho visto as ruas da nossa cidade cheias, filas para comprar ovos de Páscoa, vários comércios não essenciais abertos. É preciso acreditar na importância do isolamento social. Uma pessoa contamina três, que contamina outras nove, e por aí vai…”

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Tarifas mínimas

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Deve ganhar repercussão nos próximos dias a necessidade de ser revista, nesse período de pandemia, as tarifas mínimas cobradas pelas concessionárias de água, gás e eletricidade, da indústria e do comércio. Não só em Nova Friburgo, mas em todo o país.

Suspensão da cobrança

Deve ganhar repercussão nos próximos dias a necessidade de ser revista, nesse período de pandemia, as tarifas mínimas cobradas pelas concessionárias de água, gás e eletricidade, da indústria e do comércio. Não só em Nova Friburgo, mas em todo o país.

Suspensão da cobrança

Com boa parte do comércio fechado e com a indústria paralisada, como cobrar as tarifas mínimas para quem não consumiu nada. Em tempos de entrada zero, seria mais do que justo que a cobrança fosse sobre o consumo e não baseada na tarifa mínima. A iniciativa poderia partir das próprias concessionárias, mas também poderia ser determinada pela prefeitura, no caso específico da água.

Pagar pelo que consumir

A tese da excepcionalidade é defendida, inclusive, pelo ex-presidente da Cedae, Wagner Victer. Ele argumenta que “alguns parâmetros comerciais sejam temporariamente revistos, pois foram estabelecidos dentro de conceitos e regras existentes em uma atividade econômica normal e contínua”.

Argumentos não faltam

Wagner Victer continua: “Fui durante oito anos presidente da Cedae e sempre defendi a tarifação mínima em uma relação comercial contínua, até porque é uma forma de dar retorno aos investimentos realizados pelas concessionárias de serviços públicos. Porém não é justo, nesse momento, que concessionárias, especialmente nos segmentos tarifários voltados a indústria e ao comércio, dos mais afetados e que tiveram trágica queda na demanda, continuem cobrando a tarifação mínima”.

Perdem todos

Fato é que as empresas foram forçadas a paralisarem suas atividades. Num período de excepcionalidade os encargos mínimos deveriam ser liberados para se cobrar somente o valor consumido. Os setores sentirão quando as contas chegarem. No atual momento, o risco para as concessionárias é o aumento da inadimplência que acarretará, inclusive, perdas para as próprias concessionárias.

Produtores rurais

Preocupação com os produtores rurais de Nova Friburgo, especialmente com os que vivem da agricultura familiar. Muitos deles produzem para a merenda escolar. Com a política de isolamento social e a consequente ausência de aulas, a produção deles perde esse destino.

Merenda escolar

Como não há ainda, como em outros municípios, uma política de destinar a merenda das escolas para famílias de alunos que precisam, perdem todos: alunos que podem estar passando sérias dificuldades e os produtores que perdem esse recurso importante para seus próprios sustentos.

Queda de 20%

Aliás, a Ceasa de Conquista - responsável por escoar boa parte da produção de hortifrútis da região - não foi obrigada a fechar as portas. Seguem as orientações de higienização da Organização Mundial de Saúde. Segundo os produtores, houve queda nos negócios, estimadas em 20%.

Flores

Alguns consideram a queda pequena diante da gravidade do momento. No entanto, há uma queda, ainda que menor que o previsto, que atrapalha os negócios. Sem dúvida, da nossa produção rural, nenhuma foi mais afetada que o mercado de flores. A produção segue, mas com demanda bastante reprimida.    

Palavreando

“Coragem não é a ausência de medo, mas a capacidade de admiti-los e enfrentá-los. É ação com o coração, mais do que na morfologia da palavra em sim. Há certa ingenuidade na coragem e é essa ingenuidade que garante a nobreza do ato”.

 

 

 

 

Foto da galeria
Belíssima foto de Renato Tuller, compartilhada pelo movimento Siga Friburgo no Instagram. Que a foto nos inspire a querer poder curtir essa paisagem tão cotidiana que foge às nossas observações corriqueiras. Mais do que isso: que as ruas estejam vazias, como na foto, e, que respeitemos as recomendações de não aglomeração. Ir à rua, só para o necessário
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Velho amigo

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Velho amigo. Todo mundo tem um. Ou deveria ter. Pelo menos um para fazer valer a pena. Seria desperdício muito grande existir sem ter ao menos um grande amigo na vida. Daquele para quem basta um olhar para dizer que está tudo bem. Aliás, aquele para quem não precisa dizer nada . Não há necessidade de desculpas sobre a razão do sumiço. Não há cobrança sobre o motivo de não ter ligado nos últimos dias. Nos últimos anos. Simplesmente ele existe e isso muitas vezes, basta.

Velho amigo. Todo mundo tem um. Ou deveria ter. Pelo menos um para fazer valer a pena. Seria desperdício muito grande existir sem ter ao menos um grande amigo na vida. Daquele para quem basta um olhar para dizer que está tudo bem. Aliás, aquele para quem não precisa dizer nada . Não há necessidade de desculpas sobre a razão do sumiço. Não há cobrança sobre o motivo de não ter ligado nos últimos dias. Nos últimos anos. Simplesmente ele existe e isso muitas vezes, basta.

Aquele amigo que guarda teus segredos pueris, que conhece sua essência, que brincou, brigou, sorriu e chorou ao seu lado. Que sabe quem você é. E continua te amando. Que te vê diferente, mas tem a certeza de que nada mudou. Ah! Um velho amigo jovem, pouco importa a idade. Refiro-me àquela pessoa, com “p” maiúsculo, que enche seu rosto com um sorriso genuíno quando aparece, que decifra seu estado de espírito com o olhar, que acha graça das suas piadas sem graça. Que não se importa com o que você tem e sim com quem você é. Que se importa com sua felicidade. Que ama sua família. Que torce por você. Que comemora à distância pelas suas conquistas ou que está ao seu lado para o melhor abraço. Vibra ao falar com você, sobre você. Sabe do que estou falando?

Se você tem alguém assim na vida, amigo, que sorte a sua. A construção dessa relação leva tempo. Ela passa por fases, amadurece, se reinventa, afrouxa, aperta, some, aparece, mas continua intacta. Basta levantar a mão por socorro na multidão das outras companhias para você ver a presença de quem que irá fazer toda a diferença. O alento de ver o rosto conhecido quando estamos perdidos, de sentir a presença quando estamos sós. É ele. Esse amigo que pode ser qualquer pessoa no mundo, com ou sem laços sanguíneos, mas que foi escolhido por você para ser aquela pessoa: a-que-la pes-so-a ! Jamais uma qualquer.

Porque amizade é amor. Amor para poucos. Porque amar na alegria, na prosperidade, na diversão e na saúde, é moleza. Amor de fotografia é lindo, basta um abraço e um sorriso e pronto: fez-se o melhor amigo superficial. Difícil é amar na dureza, na doença, na escassez, no sofrimento. Nessa hora, infelizmente comumente vão-se os dedos e os anéis. Sobra pouco perto de nós. Poucos. E normalmente, quem ali permanecerá será o amor incondicional. O verdadeiro. O diamante em meio ao cascalho. O tesouro imaterial que faz a vida valer a pena.

Feliz de quem possui um velho amigo. Um! Seu referencial e a certeza de que os momentos partilhados fincaram bases sólidas e inquebrantáveis pelo tempo, pelas circunstâncias, pelas novas ou velhas outras presenças. Amor que soma. Amizade que multiplica. Que edifica. Feliz de quem sabe do que estou falando, o que estou sentindo.

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O segredo de quem está tranquilo durante a crise

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Já ouviu falar sobre reserva de emergência? Garanto, quem tinha a sua está passando com tranquilidade pela crise.        Nas últimas semanas, muita gente tem visto a verdadeira necessidade do porquê ter uma reserva de emergência e como esta pode manter seu padrão e qualidade de vida, mesmo em meio ao caos financeiro provocado pela atual crise global. Mas, então, o que constitui a reserva de emergência? Como calcular seu valor ideal? Onde alocar o capital poupado? Tudo isso você vai aprender agora para poder começar a constituir a sua o quanto antes.

Já ouviu falar sobre reserva de emergência? Garanto, quem tinha a sua está passando com tranquilidade pela crise.        Nas últimas semanas, muita gente tem visto a verdadeira necessidade do porquê ter uma reserva de emergência e como esta pode manter seu padrão e qualidade de vida, mesmo em meio ao caos financeiro provocado pela atual crise global. Mas, então, o que constitui a reserva de emergência? Como calcular seu valor ideal? Onde alocar o capital poupado? Tudo isso você vai aprender agora para poder começar a constituir a sua o quanto antes.

Como o próprio nome já diz, não há como saber o momento e o motivo de resgatar parte ou a totalidade da reserva, afinal será uma emergência; e poderá variar de uma doença grave à crise financeira global. Mas guarde, já, uma informação também muito importante: esta reserva também pode fazer parte de boas oportunidades que venham a aparecer no caminho.

O primeiro passo para começar a pensar na sua reserva, é conhecer a fundo suas finanças pessoais para chegar num valor médio e fidedigno (dedique um tempo ao estudo de suas finanças ou recorra ao auxílio profissional) de padrão de consumo mensal.

Agora, com o valor médio das despesas mensais em mãos, é hora de colher outros dados: a segurança do seu emprego, acesso à auxílios de seguridade social e planos de seguro privado, a realidade pessoal de cada integrante familiar responsável pela participação da manutenção financeira doméstica, e alguns outros pontos mais singulares para cada pessoa – mas já não há a necessidade em me estender mais. Enfim, são esses dados, a base para concluir o segundo passo: por quantos meses você pensa em suprir suas despesas sem contar com nenhuma geração de renda?

Reserva de emergência é isso, pensar em suprir necessidades extremas e considerar a geração nula de renda. A propósito, basta olharmos a realidade ao nosso redor.           Os especialistas em finanças pessoais costumam definir um padrão de seis meses como parâmetro para uma reserva de emergência. Contudo, como consultor financeiro, eu prefiro ampliar este parâmetro: dependendo da singularidade de cada pessoa e contexto familiar, o prazo de abrangência desta reserva pode variar de três a nove meses. Portanto, defina, dentro destes critérios, o tempo mais adequado a sua realidade.

Somente aqui, no terceiro passo, você vai ser capaz de calcular o valor exato da sua reserva. Então vamos às contas a partir de um exemplo:

1º passo - Valor médio de consumo mensal = R$ 3.500

2º passo - Tempo suprindo o consumo mensal = cinco meses

3º passo - Valor da reserva de emergência: R$ 17.500

Por último, e longe de ser menos importante, é fundamental saber onde alocar sua reserva. Opte sempre por produtos financeiros de alta liquidez (de preferência imediata), com rentabilidade suficiente para suprir a inflação (rentabilidade alta não é o foco aqui) e baixa volatilidade (você não pode resgatar menos do que investiu para esta reserva). Para facilitar a interpretação, títulos públicos e fundos referenciados podem ser boas opções de alocação para a sua reserva de emergência.

No futuro, você pode passar por outras crises; valerá a pena ter uma reserva à sua disposição. Pense nisso com carinho.

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A confiança em Deus alivia o medo

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Na Bíblia existe o livro de Isaías que no capítulo 26 e versículo 3 diz: “Tu Deus conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Que é mente firme? É a que se mantém centrada num objetivo. Segundo este texto a concentração da mente em Deus, produz paz. Paz não necessariamente com ausência de momentos de angústia ou tristeza, inevitáveis nessa existência. Quando você desenvolve, com a ajuda de Deus, uma mente firme em Deus, você aprende a não ter medo do medo, nem medo da angústia, nem da tristeza que, vez ou outra, nos perturbam.

Na Bíblia existe o livro de Isaías que no capítulo 26 e versículo 3 diz: “Tu Deus conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti.” Que é mente firme? É a que se mantém centrada num objetivo. Segundo este texto a concentração da mente em Deus, produz paz. Paz não necessariamente com ausência de momentos de angústia ou tristeza, inevitáveis nessa existência. Quando você desenvolve, com a ajuda de Deus, uma mente firme em Deus, você aprende a não ter medo do medo, nem medo da angústia, nem da tristeza que, vez ou outra, nos perturbam. E pode nos perturbar mais ainda em momentos desafiadores como agora nesta pandemia.

Na Bíblia, o Deus criador dos seres humanos proibiu que se comessem animais chamados de “impuros”, para que as pessoas não corressem risco de contaminações e doenças complicadas. A lista destes animais impróprios para consumo está no Antigo Testamento, no livro de Levítico, no capítulo 11. E estas leis de saúde não são como aquelas leis cerimoniais exclusivas dos judeus nos séculos antes de Cristo que foram abolidas, porque o que fazia mal naquela época para nossa saúde, continua fazendo mal hoje. Portanto, as leis higiênicas e alimentares dadas por Deus para nós na Bíblia, permanecem atuais e vigentes.

Mas existem povos que comem destes animais impuros, como o rato, o morcego, e um dos resultados é esta pandemia. Por isso, Deus não tem culpa deste sofrimento que agora atinge o mundo todo. Ele advertiu!

Exercite em sua mente a crença num Deus bom. Veja este texto bíblico: “Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor, e os salvará” Isto está no Salmo 145 versículos 18 e 19.

Uma escritora inspirada escreveu assim: “Todos os poderes terrestres estão sob o domínio do ser infinito. Ao mais poderoso governador, ao mais cruel opressor, diz ele: ‘Até aqui virás, e não mais adiante’ (Jó 38:11). O poder de Deus é constantemente exercido para contrariar as forças do mal. Ele está sempre em ação entre os homens, não para os destruir, mas para corrigi-los e preservá-los.” (E. G. White, Patriarcas e Profetas, p. 511). Que interessante, não é? A ação de Deus nos seres humanos, todos eles, e em nossa vida particular é para nos ajudar a corrigir nossos defeitos de caráter e para preservar nossa vida!

Estudos científicos têm mostrado que a qualidade de nossos pensamentos e sentimentos tem efeitos grandes sobre o funcionamento de nosso corpo. Dr. Uldemann, do Departamento de Estudos e Pesquisas sobre Estresse na Universidade do Arizona, estudando sobre estresse e suas repercussões no organismo humano, verificou que algumas pessoas que viviam juntas por 40, 50 anos ou mais, quando um deles morria, o outro adoecia rapidamente. E foi observado que o sistema imune destas pessoas que ficaram deprimidas pela morte do parente com quem viveram muitos anos juntos, ficou deficiente após o falecimento do familiar, facilitando, assim, o surgimento de infeções complicadas e até morte antecipada.

A tristeza destas pessoas produziu redução da potência de certas células de defesa que só retornou ao normal quando o estado depressivo foi vencido. Então, a maneira como você sente, como lida com suas emoções, afeta seu corpo. As pesquisas do Dr. Uldeman e colaboradores, provaram que algumas células de defesa, como as células matadoras naturais, linfócitos T e B, podem ficar reduzidas ou pouco ativas em seu trabalho de combater vírus e bactérias porque a tristeza os afeta.

Por isso é importante que você cultive fé, esperança, manifeste verbalmente gratidão com frequência, olhe mais para o que funciona, para as vitórias que Deus lhe tem dado, e não para o lado sombrio. Alimente sua mente com pensamentos bons. Olhe para o lado alegre da vida, para a beleza da natureza, para o fato de que você está vivo. Não é para fingir que está tudo maravilhoso e que não há problemas, porque na vida de todos nós há lutas. Aceite a limitação que a doença Covid-19 está criando na sociedade por um tempo procurando evitar ficar irritado, revoltado e sem confiar em Deus.

Cultivar uma mente otimista facilita o viver. Ajuda o corpo a reagir e combater a doença. Ajuda a mente a sair do estado depressivo ou não entrar nele. Reduz a ansiedade excessiva. A confiança na soberania e poder de Deus é remédio eficaz que conduz para a serenidade a qual auxilia a imunidade inata.

Comunique-se sempre com Deus pela oração espontânea, usando suas palavras como falando a um amigo, crendo que ele atende você. Ao orar faça seus pedidos mas também expresse gratidão pelo que ele tem feito em sua vida. Leia a Bíblia cada dia meditando nos textos que você lê, buscando nela a orientação para a sua vida. Deixo este texto de Salmo 119 versículo 50 para você pensar e se acalmar: “O que me consola em minha angústia é que a tua palavra me vivifica.”

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Histórias de epidemias em Nova Friburgo

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Desde meados do século 19, as epidemias de varíola e notadamente de febre amarela assolavam municípios que tinham relações comerciais com Nova Friburgo. Uma epidemia de febre amarela em Cantagalo no ano de 1891 assustou a população friburguense principalmente em razão da linha férrea que ligava ambas as cidades. Naquela ocasião, quando havia notificação de doença infectocontagiosa montava-se uma operação de guerra mobilizando todas as instituições públicas.

Desde meados do século 19, as epidemias de varíola e notadamente de febre amarela assolavam municípios que tinham relações comerciais com Nova Friburgo. Uma epidemia de febre amarela em Cantagalo no ano de 1891 assustou a população friburguense principalmente em razão da linha férrea que ligava ambas as cidades. Naquela ocasião, quando havia notificação de doença infectocontagiosa montava-se uma operação de guerra mobilizando todas as instituições públicas.

O delegado da Junta de Higiene, os fiscais, os praças do destacamento policial e o delegado de polícia eram os responsáveis pelo cumprimento das medidas sanitárias. Quando um empregado da Companhia Leopoldina vindo de Porto Novo do Cunha foi acometido de varíola promoveu-se uma verdadeira mobilização na cidade envolvendo a própria companhia de trem.

O doente foi removido juntamente com toda a sua família para um rancho de trabalhadores da Leopoldina no alto da serra, distante seis quilômetros do centro da cidade. Fez-se a seguir a desinfecção da casa do varioloso e de todas as residências da vizinhança. Um cordão sanitário foi feito para evitar a comunicação com esse rancho, além de um cordão de isolamento com praças acampados. Além disso, foi construído um lazareto para isolamento dos doentes. Esse prédio cuja obra foi concluída no ano de 1894, existe até hoje no bairro das Duas Pedras.

Consultei um especialista em gerenciamento de crise para saber como se deveria proceder nos dias de hoje em caso de epidemia. Indaguei-o sobre as medidas que deveriam ser tomadas especificamente em razão da pandemia do vírus Covid-19, considerando os recursos disponíveis. Segundo ele, o primeiro passo, já que não criamos barreiras impedindo a entrada na cidade, seria localizar a fonte da contaminação. O segundo seriam as barreiras sanitárias. Em todas as entradas da cidade identificar a procedência de onde estão chegando os indivíduos e seus contatos com as áreas infectadas.

Outra providência a ser tomada seria estabelecer um local isolado adequado para receber pacientes com suspeita de contaminação, com estruturas laboratoriais adequadas ou encaminhamento a laboratórios de identificação rápida. Outra medida seria reunir os órgãos públicos fornecendo-lhes materiais adequados de proteção individual e também congregar profissionais especialistas para delinear ações destinadas aos focos de combate, segurança, logística e ações sociais de apoio aos munícipes desprovidos das condições básicas. Finalmente, a desinfecção de serviços de abastecimento de água, transporte e áreas de grande circulação.

Pelo que descreveu esse especialista, nossas práticas não diferem muito de nossos antepassados. Não há registro de epidemias de febre amarela e varíola em Nova Friburgo. Parece-nos que o lazareto construído para isolamento foi utilizado somente na década de 1930, do século seguinte. No ano 1918, a pandemia de gripe espanhola teve impacto em Nova Friburgo durante alguns meses, ocorrendo muitas mortes.

No entanto, de acordo com o historiador Adilson Donato Batista em História da Igreja de São Roque, a epidemia de tifo fez muito mais vítimas do que a gripe espanhola. Na década de 1930, a febre de tifo se espalhou em Nova Friburgo e o bairro de Olaria foi o mais atingido em todo o município. Nessa ocasião, foi feito uso das instalações do lazareto. Um caminhão com toldo verde e colchonetes passava recolhendo doentes para isolamento no lazareto. A visita era proibida e raramente os adoentados se recuperavam. Muitos nem tiveram conhecimento onde os seus familiares foram enterrados, mas tudo indica que havia um cemitério nos fundos daquele prédio.

De acordo com Donato Batista serviam uma sopa tão rala e aguada no lazareto que os doentes fugiam frequentemente para comer banana e goiaba nos arredores, ainda que sob a ameaça dos cães de guarda. Os doentes ficavam sob a vigilância de guardas à paisana que evitavam as fugas e aproximações de curiosos ou de parentes dos enfermados. O lazareto parece ter sido mais um depósito de doentes desenganados do que efetivamente de tratamento já que trabalhavam lá apenas voluntários, não sendo vistos médicos no local.

Não bastassem as epidemias circulou livremente pela cidade a marujada do Sanatório Naval acometidos pela tuberculose, que provocava temor de contágio na população friburguense. Proliferavam pensões no centro da cidade para receber os tuberculosos que buscavam na salubridade do clima das montanhas a convalescença dessa doença. A pandemia provocada pelo Covid-19 será mais um acontecimento funesto para entrar na história de Nova Friburgo.  

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    A epidemia de tifo atingiu muito mais o bairro de Olaria

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    Moradores do bairro de Olaria

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    O prédio do lazareto foi construído no ano de 1894 (Foto: Henrique Pinheiro)

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Calamidade

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Para pensar:

"Do mesmo modo que aquele que fere ao outro fere a si próprio, aquele que cura, cura-se a si mesmo."

Carl Gustav Jung

Para refletir:

“O fato de milhões de criaturas compartilharem os mesmos vícios não os transformam em virtudes; o fato delas praticarem os mesmos erros não os transformam em verdades e o fato de milhões de criaturas compartilharem a mesma forma de patologia mental (moral, social e comportamental) não torna estas criaturas mentalmente sadias”.

Erich Fromm

Para pensar:

"Do mesmo modo que aquele que fere ao outro fere a si próprio, aquele que cura, cura-se a si mesmo."

Carl Gustav Jung

Para refletir:

“O fato de milhões de criaturas compartilharem os mesmos vícios não os transformam em virtudes; o fato delas praticarem os mesmos erros não os transformam em verdades e o fato de milhões de criaturas compartilharem a mesma forma de patologia mental (moral, social e comportamental) não torna estas criaturas mentalmente sadias”.

Erich Fromm

Calamidade

Na noite de terça-feira, 14, a prefeitura publicou em seu Diário Oficial eletrônico o decreto 541, através do qual o prefeito Renato Bravo declara estado de calamidade pública em Nova Friburgo, em decorrência da pandemia causada pelo novo coronavírus.

Entre as justificativas para adotar a medida, a prefeitura cita o aumento no número de casos confirmados, com informações que poucas horas após a publicação já estavam bastante desatualizadas.

Subindo

De fato, os últimos dias registraram aumento significativo de casos confirmados ou suspeitos em nossa cidade, e também confirmaram o primeiro óbito por Covid-19, com outros casos muito prováveis aguardando confirmação.

O quadro piorou bastante, e não custa lembrar que ainda não estamos vendo os reflexos das aglomerações que passamos a observar, sobretudo a partir da semana passada.

Ou seja: a perspectiva é de um aumento sensível dos registros de contágio nos próximos dias.

O que muda?

Em essência, o status de calamidade permite que o governo faça compras emergenciais sem a realização de licitações, e também que ultrapasse as metas fiscais previstas para custear ações de combate ao problema.

Já dá para antever, por exemplo, que a aprovação das contas de 2020, ainda que com eventuais ressalvas, deve estar mais ou menos assegurada quando de sua apreciação, daqui a dois anos.

Sem crédito

No contexto friburguense atual, no entanto, a declaração de estado de calamidade gera muita preocupação, porque estamos lidando com um grupo que, ainda no período de transição, já havia planejado tudo o que viria a ocorrer em relação à compra de medicamentos ou à alimentação hospitalar.

E que nos anos seguintes renovou insistentemente os motivos pelos quais não tem a confiança deste que vos escreve.

Olhar atento

Em resumo, a atual gestão municipal já deu inúmeras demonstrações de que precisa ser fiscalizada o tempo todo, e com proximidade.

Resta torcer, portanto, para que não tenhamos novas surpresas desagradáveis, porque nossa maior calamidade, já faz algum tempo, é de natureza política.

Este espaço, naturalmente, segue aberto a receber informações sobre qualquer anormalidade, sempre mantendo o compromisso de proteger as fontes.

Câmara ativa (1)

O presidente da Câmara Municipal, vereador Alexandre Cruz, entrou em contato com a coluna para prestar contas sobre algumas atividades recentes do colegiado, que permanece ativo apesar do isolamento físico.

Na última segunda-feira, 13, realizou-se uma reunião que debateu vários assuntos e serviu como novo teste às interações não presenciais.

Recomendação

Na quarta-feira, 15, por sua vez, uma reunião remota da Comissão de Defesa do Consumidor (presidida pelo vereador Isaque Demani, e composta ainda por Christiano Huguenin e Carlinhos do Kiko) redundou na elaboração de uma recomendação às escolas particulares do município no sentido de que abram negociações a respeito dos valores das mensalidades cobrados durante o período de inatividade ou funcionamento remoto.

Aspas (1)

“De modo a evitar discussões judiciais em que cada uma das partes traria argumentos jurídicos consistentes e, sobretudo, o rompimento de contratos estabelecidos em diversos setores da economia, a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Nova Friburgo tem atuado no sentido de construir soluções negociadas em face da atual epidemia e das dificuldades operacionais dela decorrentes.”

Aspas (2)

“Nesse sentido recomendamos que as unidades escolares da rede privada de ensino abram uma mesa de negociação com os responsáveis pelos pagamentos das mensalidades, visando um ajuste nos valores hoje pagos.

Recomendamos ainda que enquanto durar as restrições impostas de funcionamento, que seja concedido um desconto de até 30% nos valores das mensalidades, já que as despesas da unidade escolar não funcionando, ou funcionando de forma remota, são menores.”

Câmara ativa (2)

Alexandre Cruz informa ainda que hoje, 16,  será realizada nova reunião remota entre os parlamentares, e que na sexta-feira, 17, haverá outra sessão remota a partir das 11h, transmitida pelos canais de comunicação do Legislativo.

Até o fechamento desta edição, todavia, a coluna ainda não havia tido acesso à pauta da sessão.

Novas escolhas

Quem quiser matar as saudades da friburguense Ilona Szabó poderá vê-la em ação hoje, 16, a partir das 19h, em transmissão ao vivo na página do advogado e mestre em Direito das relações sociais Diogo Busse, no Instagram.

A chamada para o debate assim o descreve: “Questões de vida ou morte - temos a chance de fazer novas e melhores escolhas”.

Desafio

Em tempos de quarentena, nada melhor do que provocarmos os leitores com mais um desafio fotográfico envolvendo nossa amada cidade.

A imagem de hoje, reproduzida a partir da página VisiteNovaFriburgo, foi proposta pelo amigo Girlan Guilland.

E então, quem consegue reconhecer esta paisagem, quando vista de cima?

Forte abraço, e boa sorte a todos.

Foto da galeria
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