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Dia lindo, ativos valorizando! Ou: como suportar perdas

quinta-feira, 26 de março de 2020

 

Intitulei esta coluna logo antes de começar o texto; enquanto olho minha tela com a listagem de ações que compõem o Índice Bovespa, meu rosto está esverdeado pelo reflexo de tantas altas no dia.

 

Intitulei esta coluna logo antes de começar o texto; enquanto olho minha tela com a listagem de ações que compõem o Índice Bovespa, meu rosto está esverdeado pelo reflexo de tantas altas no dia.

 Agora, 25 de março – enquanto vos escrevo esta coluna – com o mercado já fechado, apenas três ações do Ibovespa finalizaram o dia em queda. Ao todo, são 73 ações de diferentes empresas que formam a carteira teórica do Ibovespa no quadrimestre de janeiro a abril deste ano. Ou seja, 70 ações valorizaram no dia de hoje. A propósito, o índice fechou o dia em alta de 7,50%; com destaque para GolL4 com a maior valorização (+37,65%) e CRFB3 com a maior desvalorização (-4,22%).

Identificou o grande problema do parágrafo anterior? Não lhe dei nenhum parâmetro comparativo extraordinário para saber se tal cenário é bom ou ruim. O Ibovespa está agora (claro, não estará no mesmo patamar enquanto estiver fazendo sua leitura) em 74.955,57 pontos, valor muito abaixo de seu topo histórico. No dia 23 de janeiro o Brasil comemorava mais um recorde de máxima, aos 119.527,63; exatos dois meses depois, no dia 23 de março, o Brasil se assustava com grandes quedas consecutivas e o gráfico do índice alcançava seu fundo com 62.502,43 pontos, somando uma queda total de - 47,71%. Vê agora como um cenário a parte não reflete o panorama geral? É necessário, sempre, afastar-se do que vê para analisar o contexto.

Voltando a comentar o título, poderia ser completo oposto se eu escrevesse sobre este tema durante a semana passada (e talvez não faça sentido se esta edição fosse publicada no jornal impresso desta sexta-feira, 27). Isso é reflexo da volatilidade do mercado financeiro. 

Mas, então, o que fazer diante de tanta oscilação?

Antes de mais nada, vamos aos termos: essa oscilação é determinada pela volatilidade de que tanto falo: é a medida estatística calculada entre frequência e a intensidade das oscilações de preço de um ativo. Logo, quanto maior a volatilidade, maiores são as variações de preço de uma determinada ação.

Entendido o que é a volatilidade, precisamos saber se você está disposto a ela. Para isso, existe um protocolo a ser estudado em cada investidor para identificar seu perfil e evidenciar sua disponibilidade e vontade de exposição à volatilidade.

Existem, basicamente, três tipos de investidor, e é sobre o arrojado – o com maior apetite à volatilidade e, com isso, à rentabilidade – que vamos falar hoje. Se você se considera deste perfil, precisa entender: num surto pandêmico de coronavírus, seus R$ 119.527,63 investidos em Bova11 (fundo replicador do Ibovespa) virariam R$ 62.502,43 em dois meses e seu estômago precisaria aguentar passar por isso. Costumo dizer aos meus clientes: o prejuízo só existe quando você finaliza suas posições; enquanto não o faz, são números que precisam ser recuperados. E, de fato, crises passam, economias voltam a se recuperar e, mais cedo ou mais tarde, voltará aos três dígitos e passará a ter R$ 150 mil.

Contudo, o investidor disposto ao investimento em ações precisa ter algum conhecimento ou, se não for um apaixonado pelo conhecimento financeiro, suporte profissional para minimizar as perdas e potencializar os ganhos. Existem proteções para fugir de tanta volatilidade e, ainda assim, ser um investidor arrojado.

Por fim, como reagir ao mercado em baixa?

Saiba que é uma ótima oportunidade de aumentar suas posições em participações acionárias. As empresas precisam de você (quando adquire ações de uma determinada empresa, você se torna sócio desta), as ações vão estar com o preço abaixo do valor de mercado e com grande potencial de valorização.

Atente-se para uma dica importante: não é por estar barata que a ação é uma oportunidade. Em tempos como os de agora, analise os dados da empresa. Estude se é um setor pouco impactado pela crise, confira os valores de suas dívidas e o caixa líquido; estes, entre alguns outros, são indicadores fundamentalistas essenciais para identificar boas oportunidades.

A renda variável é assim, confira os gráficos: “sobe caindo”. Por isso, respeite seu perfil de investidor e planeje sua carteira com auxílio profissional.

Gabriel Alves é consultor financeiro.        

 

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Lidando dia a dia com a incerteza da Covid-19

quinta-feira, 26 de março de 2020

Estamos atualmente vivendo num mundo de muita incerteza com a situação de evolução rápida da Covid-19. Não sabendo o que ocorrerá adiante ou temendo se nós ou um dos membros de nossa família poderá adoecer, é cabível surgir ansiedade e medo. 

Devemos agora adaptar nossas rotinas diárias para incluir distância social, trabalhar em casa e para muitos limitar o contato direto com aqueles que amamos. Em função deste momento de isolamento, queremos prover a você algumas dicas para ajudá-lo a lidar, prestando atenção particular à sua saúde emocional e bem estar. 

Estamos atualmente vivendo num mundo de muita incerteza com a situação de evolução rápida da Covid-19. Não sabendo o que ocorrerá adiante ou temendo se nós ou um dos membros de nossa família poderá adoecer, é cabível surgir ansiedade e medo. 

Devemos agora adaptar nossas rotinas diárias para incluir distância social, trabalhar em casa e para muitos limitar o contato direto com aqueles que amamos. Em função deste momento de isolamento, queremos prover a você algumas dicas para ajudá-lo a lidar, prestando atenção particular à sua saúde emocional e bem estar. 

Seja você um paciente, cuidador, membro do staff do hospital ou de família recentemente enlutada, estas dicas podem ajudar a administrar a incerteza, a ansiedade e o medo.  

Crie uma rotina – isto provê uma estrutura para seu dia e aumenta seu senso de controle. Tenha como alvo levantar-se cada dia no mesmo horário. Planeje seu dia com “pedaços” de tempo – para as refeições, trabalho, estudo, exercício, trabalho doméstico e conexão on line com amigos e familiares. Escreva diariamente uma lista dos “para fazer” e assinale como “feito” na medida em que você completa a tarefa.

Permaneça conectado – isto é especialmente importante já que agora temos que limitar nosso contato pessoal com os outros. Aumente o uso de tecnologia para ficar em contato com aqueles que você veria pessoalmente. Use recursos on line com modalidades de vídeos porque ver outros realmente aumenta a sensação de conexão. Comece um chat (conversa) com um grupo familiar, de amigos ou com seus vizinhos como uma forma de entrar em conexão. Convide seus amigos para uma reunião social on line. Procure se comunicar mais regularmente pelo telefone ou por texto com aqueles que estão mais isolados, como os idosos ou pessoas que vivem sozinhas. 

Coloque atenção no seu autocuidado – isto é ainda mais importante em tempos de aumentado estresse e vulnerabilidade. Pratique maior higiene, especialmente lavar as mãos com sabão. Atente para uma boa nutrição na medida em que o estresse causa impacto no seu desejo de comer. Ouça música. Faça algo criativo. Exercite sua mente e aprenda algo novo. Tente usar um aplicativo sobre relaxamento. Comece uma lista de gratidão escrevendo cada dia sobre o que você é grato hoje.

Limite sua exposição à mídia – isto é uma coisa que você pode controlar. Se prenda a fontes confiáveis de informações sobre a Covid-19, tais como a Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde ou agências governamentais locais. Limite a quantidade de tempo que você ouve e vê as notícias cada dia – especialmente se existem crianças em sua casa. Tente restringir a observação de notícias para um horário regular agendado do seu dia. Somente encaminhe informação para outros que venham de uma fonte confiável. 

Verifique seu pensar – o modo como pensamos afeta a maneira como sentimos e nos comportamos. Examine seu pensar fazendo a si mesmo algumas perguntas simples: Está meu modo de pensar contribuindo para minha ansiedade ou estresse? Que pensamentos estão me deixando mais estressado? Como mudar meu modo de pensar para meu bem estar? Escreva seus pensamentos preocupantes e suas respostas para as perguntas acima e tente se ater aos fatos, e faça este exercício conversando com alguém. 

Aproxime-se – não sinta medo sozinho. Telefone para um amigo. Telefone para um serviço comunitário de ajuda. Tente falar com um conselheiro pelo telefone. Procure informações de organizações confiáveis sobre suas preocupações particulares, por exemplo, como falar com crianças ou pais idosos sobre a Covid-19.

Este documento é somente para fins de informação. O conteúdo não tem a intenção de substituir um conselho, diagnóstico e tratamento de profissional médico. Sempre procure o conselho de seu médico ou outro qualificado prestador de serviço de saúde com qualquer pergunta que você possa ter quanto à condição médica. 

Obs.: O texto acima é de um psicólogo do Departamento Psicossocial de Oncologia e Cuidado Paliativo do Instituto do Câncer Dana-Faber, da rede de hospitais da Universidade de Harvard, nos EUA. É uma tradução livre editada que fiz e as recomendações são do documento original.

 

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Sapucaia: uma história desconhecida de Friburgo

quinta-feira, 26 de março de 2020

O município de Sapucaia atualmente é constituído por cinco distritos, Sapucaia, Anta, Jamapará, Nossa Senhora da Aparecida e Pião. Esse artigo objetiva informar sobre a nossa relação com o distrito de Nossa Senhora da Aparecida, uma história desconhecida de Nova Friburgo. Na primeira metade do século 19, nos arredores da Vila de Nova Friburgo os povoados vão se desenvolvendo notadamente pelo assentamento de colonos suíços e alemães que abandonam o distrito colonial. Capelas curadas são construídas e se tornam freguesias em razão de seu crescimento econômico e da população. 

O município de Sapucaia atualmente é constituído por cinco distritos, Sapucaia, Anta, Jamapará, Nossa Senhora da Aparecida e Pião. Esse artigo objetiva informar sobre a nossa relação com o distrito de Nossa Senhora da Aparecida, uma história desconhecida de Nova Friburgo. Na primeira metade do século 19, nos arredores da Vila de Nova Friburgo os povoados vão se desenvolvendo notadamente pelo assentamento de colonos suíços e alemães que abandonam o distrito colonial. Capelas curadas são construídas e se tornam freguesias em razão de seu crescimento econômico e da população. 

Além da Freguesia de São João Batista, sede da vila surgem as freguesias de Nossa Senhora da Aparecida (1842), Nossa Senhora da Conceição do Paquequer (1844), São José do Ribeirão (1857) e Nossa Senhora da Conceição do Ribeirão da Sebastiana (1862). Porém, em 1847, Nova Friburgo perdeu a freguesia de Nossa Senhora da Aparecida que é incorporada ao município de Magé. Os colonos suíços abandonaram o distrito colonial possivelmente por duas razões. Inicialmente pela má qualidade da terra de alguns lotes que receberam. Por outro lado, um dos motivos da diáspora foi o período da história agrária do Brasil que favorecia os posseiros. 

Bastava tomar posse de terras devolutas, ou seja, terras abandonadas que retornavam ao domínio do governo geral e dar-lhes uma atividade produtiva durante um ano consecutivo. A seguir pleiteavam o reconhecimento dessa posse não havendo contestação de terceiros confrontantes. Esse dispositivo legal será possível tão somente até o ano de 1850, já que a Lei de Terras coibiu essa prática. A família Leimgruber pode ter obtido terras através da lei de sesmarias que vigorou até o ano de 1822, ou por meio da posse. 

Banhada pelo Rio Paraíba do Sul, Sapucaia era habitada pelos índios puri. Como as terras eram próprias para o cultivo do café muitos se aventuraram para essa região a exemplo do major José de Souza Brandão, futuro Barão de Aparecida, os Leimgruber e outras famílias suíças. O colono suíço Anton Ignaz Leimgruber tomou posse de terras nessa região e por sua interveniência elevou-a a curato de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. O patriarca da família Ignaz Leimgruber, casado com Luzia Hartmann chegou ao Brasil em dezembro de 1819, acompanhado dos filhos Anton Ignaz, Fridolin, Johann Batista, Marcus, Maria Carolina e Fidel. A ascensão patrimonial da família foi surpreendente. 

Em relação aos filhos do patriarca há o registro de que Marcus Leimgruber adquiriu a Fazenda São Feliciano onde hoje é o município de São Sebastião do Alto, Fidel Leimgruber adquiriu a Fazenda São Pedro do Monte Alegre na Freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo, Fridolin Leimgruber tinha uma posse na Freguesia de Santa Rita do Rio Negro, em Cantagalo, e Johann Batista Leimgruber possuía igualmente uma posse em São Sebastião do Alto. O que mais enriqueceu na cafeicultura foi o primogênito Anton Ignaz Leimgruber.

De acordo com o almanaque Laemmert, de 1848, ele está entre os principais fazendeiros de café da Freguesia de Aparecida. Era casado com Mariana Ubelhard, filha de Vicente Ubelhard, igualmente colono suíço que migrara para essa região. Com o falecimento de Anton Ignaz seu único filho Manoel Ubelhard Leimgruber herda um expressivo patrimônio. Conhecido como Manduca, Manoel Leimgruber era graduado em engenharia e mecânica com formação na Inglaterra e na Alemanha. Além de produtor de café era proprietário de uma indústria de fundição no Rio de Janeiro. Fabricava variados tipos de peças de metal como rodas d’água, arquibancadas, cremalheiras para a ferrovia, placas, grades, etc. Em 1878, quando fora participar de uma feira de produtos metalúrgicos na Alemanha conheceu a raça zebu ongole proveniente da Índia e passou a importar lotes de touros e vacas. 

Foi na Fazenda Santo Antônio de Sapucaia que Manoel Leimgruber desenvolveu a criação dessa raça e iniciou a atividade econômica da pecuária no Estado do Rio de Janeiro. O município de Nova Friburgo fazia divisa com Minas Gerais e tinha um território bem mais extenso no século 19. Depois de perder Nossa Senhora da Aparecida ao longo do século foi perdendo outras freguesias para a formação de municípios como Sumidouro, Teresópolis e Bom Jardim. 

A história da família Leimgruber na Fazenda Santo Antônio de Sapucaia é mais um exemplo do êxito dos colonos suíços que abandonaram o distrito colonial.

  • Foto da galeria

    Fazenda Santo Antônio de Sapucaia. (Fotos: Acervo pessoal)

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    Raça zebu ongole proveniente da Índia

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    Carroça dos eventos realizados na Fazenda Santo Antônio

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Objetividade

quinta-feira, 26 de março de 2020

Para pensar:

“Um homem de bom senso saberá criar melhores oportunidades do que aquelas que se lhe deparam.”

Francis Bacon

Para refletir:

“A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.”

Marxwell Maltz

Objetividade

Para pensar:

“Um homem de bom senso saberá criar melhores oportunidades do que aquelas que se lhe deparam.”

Francis Bacon

Para refletir:

“A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.”

Marxwell Maltz

Objetividade

O leitor certamente entende que, por várias razões que podemos listar mais uma vez, a avaliação precisa dos riscos atuais à saúde pública não pode ser feita com base apenas nos números absolutos já confirmados.

Primeiro porque a demora para a confirmação dos testes positivos gera um atraso informativo de vários dias, de modo que vivemos hoje um quadro que só veremos lá na frente.

E depois porque o volume de testes ainda está longe do suficiente, e fatalmente não reflete o universo dos contágios assintomáticos, ou de sintomas mais brandos.

Nossa parte

Dito isso, é igualmente importante lembrar que as medidas pessoais e coletivas devem levar em conta o potencial da ameaça, mais do que seu alcance efetivo.

Se tudo der certo, se coletivamente dermos o nosso melhor, no fim os esforços podem parecer que foram exagerados.

Pois que assim seja então, pois seria infinitamente melhor do que o cenário oposto, e constatarmos lá na frente que pessoas queridas acabaram pagando o preço de nossa negligência.

Ainda podemos evitar isso!

Sem distrações

Mais do que nunca, o momento é para que sejamos práticos.

Atribuir culpa a grupos políticos divergentes não nos ajuda em nada, muito ao contrário.

Da mesma forma, especular se já temos ou não algum caso entre nós apenas distrai a atenção, uma vez que independentemente de qualquer confirmação temos todos que considerar sim que o vírus esteja circulando em nossa cidade e região, porque esta é uma possibilidade real.

Se isso irá se confirmar ou não, é algo que não altera em nada as posturas que precisamos adotar.

Transporte coletivo

Algumas pessoas andaram manifestando terem tido dificuldades para utilizar o transporte coletivo friburguense nesses dias de isolamento.

Sempre lembrando que apenas deslocamentos de grande necessidade devem ser realizados nesse momento, a coluna questionou a empresa de ônibus Faol a respeito do que vem ocorrendo, e reuniu as seguintes informações.

Como recarregar

Postos de recarga dos cartões eletrônicos vale-transporte foram fechados em Olaria, Conselheiro e Mury, pois funcionam em estabelecimentos comerciais.

Na Estação Livre, a empresa Riocard tem duas máquinas de recarga, mas a coluna recorre aos usuários para saber se elas estão funcionando adequadamente.

Também na Estação Livre a Fricard mantém o atendimento, das 8h às 16h.

Se houver qualquer inconsistência nessas informações, que não foram checadas na prática, a coluna agradece desde já pelo retorno dos leitores.

Oportunidade preciosa

Nossos governantes têm neste momento a oportunidade de realizar mandatos históricos, avançar esse país de forma sólida e humanitária em curto espaço de tempo.

Unir os espíritos em torno de um objetivo comum, demonstrar maturidade para compreender que as pautas econômicas e humanitárias podem e devem ser harmonizadas, repelir iniciativas oportunistas.

Infelizmente, no entanto, na maioria dos casos possibilidades tão preciosas vêm sendo lamentavelmente perdidas, em razão de despreparo ou interesses menores.

Esperança

Existe a expectativa de que, com o passar dos meses, a população desenvolva a chamada imunidade de grupo, embora ainda não seja conhecido o patamar de contágios necessário para isso, e seja cedo para mensurar a eficiência (ou a janela) do sistema imunológico para evitar um segundo contágio.

De qualquer modo, países como China, Coreia do Sul e Japão estão muito mais avançados nesses processo, não apenas por terem sido expostos antes, mas também em quantidade muito maior.

Visão restrita

Por isso, afrouxar o isolamento por aqui, no contexto atual, certamente traria consequências muito sérias, não apenas sobre a saúde, mas também sobre a economia, pois medidas ainda mais restritivas logo se fariam necessárias.

Não é sinal de coragem ir às ruas agora para enfrentar um vírus que provavelmente não vai te derrubar.

É apenas uma demonstração de ignorância, de visão restrita da realidade.

Amparo

Nosso país vai precisar, isso sim, é de grande volume de crédito acessível e a juros baixos, para que acumule o equivalente a três ou quatro meses de despesas em dívidas, mas preserve empregos, empresas e a capacidade produtiva, ainda que o consumo seja afetado.

Uma união madura e consciente de esforços nos atrasaria num punhado de anos, mas preservaria vidas e a circulação de capital.

Meter os pés pelas mãos nessa altura dos acontecimentos poderia, aí sim, deixar a situação fora de controle.

Solidariedade

Ao longo deste período é especialmente importante que todos tenham olhos e ouvidos atentos a pedidos de socorro por vezes discretos e silenciosos.

Pedintes, ambulantes e pessoas em situação de rua podem estar com as vidas ameaçadas por razões paralelas ao contágio, da mesma forma como algumas instituições de cunho social que dependem de ações arrecadatórias para que consigam fechar seus orçamentos.

Superação

Paralelamente, também é sempre válido lembrar a importância de que pessoas continuem doando sangue.

O momento é de demonstrar carinho, de cuidar de quem precisa, de enfatizar a importância que damos aos nossos idosos e a gratidão por tudo o que fizeram.

O momento é de curar feridas, renovar laços, e reinventar nossa história a partir de mudanças pessoais há muito necessárias.

Sair da pandemia não é o bastante. É preciso que saiamos melhores do que entramos.

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Sessões suspensas

quarta-feira, 25 de março de 2020

Para pensar:

“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”

Martin Luther King

Para refletir:

“Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.”

Sócrates

Sessões suspensas

Para pensar:

“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.”

Martin Luther King

Para refletir:

“Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.”

Sócrates

Sessões suspensas

De modo previsível, e talvez até inevitável, o presidente da Câmara Municipal de Nova Friburgo, vereador Alexandre Cruz, determinou a suspensão de todas as atividades do Poder Legislativo pelos próximos 15 dias, como parte das medidas preventivas à propagação do novo coronavírus.

Prazo imprevisível

A ação poderá ter seu prazo prorrogado ou cessado antecipadamente de acordo com a necessidade de adoção de novas ações, mas a tendência atual - e tudo tem mudado muito rapidamente - é que a suspensão seja prorrogada por período maior, com a convocação de reuniões específicas sempre que alguma deliberação se fizer necessária.

Deve ser o caso, por exemplo, em relação à tradicional sessão dos títulos de cidadania.

Canal de diálogo

Durante o período de suspensão das atividades, todos os servidores do âmbito administrativo estarão à disposição para as demandas necessárias por meio de home office.

A população também pode manter contato com a Câmara através do e-mail ouvidoria@novafriburgo.rj.leg.br.

Avanço doloroso

Antes da paralisação, o setor de RH tomou algumas medidas importantes, atendendo a orientações do Ministério Público.

Três servidores nomeados foram exonerados, e cinco concursados foram convocados.

A medida naturalmente causou comoção, uma vez que vivemos a perspectiva de uma recessão muito profunda, e ninguém quer ver amigo algum perder o emprego num momento como este.

Mas, por mais doloroso que seja - e de fato é -, a troca de nomeados por concursados é um processo necessário e alinhado aos interesses coletivos.

Sobrevida

A suspensão das atividades legislativas se soma aos prazos que foram sendo obtidos à custa de largas doses de teatralidade, e acaba representando mais um período de sobrevida a uma gestão municipal que, antes dos efeitos da pandemia da Covid-19, se encontrava em situação extremamente delicada.

Mais que isso, as possibilidades de que as eleições venham a ser adiadas pode representar a continuidade da atual gestão municipal por mais tempo do que o previsto.

É esperar para ver.

Quem apanha não esquece

Mas, olhando um pouquinho para a frente, não dá para dizer que alguém possa ter motivos para respirar aliviado.

Afinal, enquanto as receitas continuam a pingar e os salários estão em dia, ninguém se importa tanto com os recursos que foram desperdiçados, para não usar termo mais pesado.

Mas quando o cinto começa a apertar, aí todo mundo se lembra daqueles episódios em que recursos públicos foram mal gerenciados.

E, cá entre nós, Friburgo viu muitos desses nos últimos anos.

Casa sobre a areia

É triste, muito triste, ter a consciência de que nossa cidade poderia estar em situação muito mais fortalecida se não tivesse sido palco para tantas demonstrações de incompatibilidade com a boa gestão, e não vamos entrar aqui na discussão sobre ter havido dolo ou apenas incompetência, uma vez que os efeitos importam mais do que as causas neste momento.

O fato é que muita gente vai sofrer as consequências de tudo de errado que andou acontecendo por aqui, na hora em que o dinheiro começar a faltar.

Prioridades

Uma situação que tem sido bastante lembrada nesse sentido diz respeito à adesão à ata do município de Araguaína (TO) para a troca de todo o parque de iluminação pública friburguense por um valor que pode chegar a R$ 47 milhões.

O ex-vereador Cláudio Damião, inclusive, criou um abaixo-assinado na internet para solicitar que o contrato seja cancelado e os recursos sejam direcionados à Saúde, argumentando que já há um contrato para a troca de lâmpadas queimadas no valor de R$ 820 mil por um ano.

Em análise

Cabe dividir com os leitores que a coluna não tem tocado muito nesse assunto por ter conhecimento a respeito do teor da peça que foi protocolada junto ao Ministério Público pelo vereador Professor Pierre em dezembro de 2019, justamente dedicada a este tema.

A análise de detalhes importantes do contrato, bem como do contexto em que foi elaborado e firmado, sugere a necessidade de investigações aprofundadas, e a coluna entende não ser oportuno dividir tudo o que sabe e, dessa forma, correr o risco de prejudicar o trabalho institucional que precisa ser levado adiante.

Seguimos aguardando.

Vacinação

Pouco após o fechamento da coluna de terça-feira a prefeitura comunicou que a primeira remessa de vacinas contra a gripe H1N1, enviadas pelo Governo do Estado, havia se esgotado ainda na segunda-feira, 23.

Para se ter uma ideia, apenas no Centro de Convivência da Pessoa Idosa (Clube Xadrez) foram imunizados 2.042 idosos.

O contingente parece muito alto, para um momento em que aglomerações precisam ser evitadas a todo custo.

Nesta quinta

Conforme A VOZ DA SERRA já noticiou, a campanha de vacinação será retomada nesta quinta-feira, 26, voltada especificamente para idosos (acima de 70 anos) e profissionais da saúde.

Os trabalhos serão realizados das 9h às 13h nas seguintes unidades: posto de saúde Tunney Kassuga, em Olaria; posto de Saúde Waldyr Costa, em Conselheiro; posto de saúde José Copertino Nogueira, em São Geraldo; Policlínica Sylvio Henrique Braune, Suspiro (apenas para profissionais da saúde); Centro de Convivência da Pessoa Idosa, Clube Xadrez (apenas para idosos); Colégio Anchieta, em esquema drive thru (apenas para idosos).

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Conta de luz

quarta-feira, 25 de março de 2020

Conta de luz
Os consumidores de energia elétrica que estão ou ficarem inadimplentes não terão o fornecimento de eletricidade suspenso durante a pandemia do novo coronavírus. A decisão da Agência Nacional da Energia Elétrica (Aneel) proíbe o corte na luz dos consumidores por um período de 90 dias. Esse prazo pode ser renovado.

Conta de luz
Os consumidores de energia elétrica que estão ou ficarem inadimplentes não terão o fornecimento de eletricidade suspenso durante a pandemia do novo coronavírus. A decisão da Agência Nacional da Energia Elétrica (Aneel) proíbe o corte na luz dos consumidores por um período de 90 dias. Esse prazo pode ser renovado.

Corte proibido
A medida vale para todo o Brasil, para todas as residências e para os serviços considerados essenciais. Ainda que o Estado e algumas prefeituras (a de Nova Friburgo não tomou qualquer medida nesse sentido) a agência reforçou que essas ações são de competência federal.

90 dias
Vale ressaltar que a medida não isenta os consumidores do pagamento pelo uso da energia elétrica, mas somente garante a continuidade do fornecimento àqueles que, neste momento de calamidade pública, não tiverem condições de se manter adimplentes. A dívida, portanto, não será quitada. Ou seja, após o prazo determinado pela Aneel, se a dívida persistir, o fornecimento deverá ser suspenso.

Contas via meios eletrônicos
Também deixa de ser obrigatório a entrega da conta de luz na casa do consumidor. A distribuidora deverá enviar aos consumidores as faturas eletrônicas ou o código de barras, por meio de canais eletrônicos ou disponibilizá-las em seu site ou aplicativo. O órgão tirou ainda a obrigatoriedade das distribuidoras em oferecer atendimento presencial aos consumidores.

O que será que será?
Qualquer discussão acerca do adiamento de eventos é mera suposição. As decisões só valem para aquilo que não dá para esperar, como as Olimpíadas, por exemplo, transferidas para 2021. Quanto ao nosso calendário daqui, ainda que nos bastidores se tenha uma fala ou outra, são isoladas, mais no sentido de previsão do que de tomada de decisão. 

Eleições e feriado
É assim com as eleições municipais, onde os que de fato decidem são categóricos: “não é hora de discutir isso”. Da mesma forma, temática que tem se tornado mais frequente são os feriados. Não dá para mensurar se não haverá feriados, se eles serão usados para compensar a paralisação das produções ou se servirão como moeda de troca em bancos de horas nas relações patrão-empregado.

Férias adentro
O calendário escolar, inclua-se aí universidades também não tem nada de traçado. Fatalmente modelos adotados anteriormente quando de greves longas devem ser copiados, com aulas aos sábados, por exemplo e extensão de aulas pelas férias de julho e dezembro e janeiro, caso necessário. Quanto ao Enem, também não está no radar o seu adiamento, o que é quase certo de ocorrer.

Futebol
Já no calendário futebolístico não se arrisca sequer se o Estadual irá acabar sem campeão. Nesse caso, o maior conflito seria o rebaixamento, já que não ter campeão não seria um problema para a futura edição. O rebaixamento sim! O Friburguense celebra o conforto de estar livre do descenso e de férias, aguardando quem cai do grupo principal e quem cai do chamado Grupo X, no qual América e Nova Iguaçu lutam para ficar. O Americano, matematicamente já está livre.

Sem Estaduais ou Brasileirão
Nos bastidores, comenta-se que os estaduais iriam até o fim e que a mudança aconteceria no Campeonato Brasileiro. A pandemia serviria de brecha para essa alteração que é proibida pelas normas do Estatuto do Torcedor. Mas pelas circunstâncias seria a saída mais viável.

Sem pontos corridos
O Brasileirão das Séries A e B teriam uma fórmula excepcional para diminuir o número de datas, atualmente 38. A quantidade de datas disponível dependeria do fim da pandemia. A partir daí a fórmula que se adeque a quantidade de datas somada a outras competições, especialmente a Copa Libertadores. Pontos corridos é uma realidade cada vez mais distante. A conferir.

Palavreando
“Sentir. Tão importante é o sentir e se sentir. Como se quer. Como parte. Como soma ou mesmo subtração. Reunir sentimentos para além dos sentidos. A respiração da alma. O sabor da música. O arrepio do afeto. A visão do que há dentro. De si e do outro”.

 

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“E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará.”

quarta-feira, 25 de março de 2020

“E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará.” – (Tiago, 5:15.)

Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real.

Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.

O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.

A mente é fonte criadora.

A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas.

“E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará.” – (Tiago, 5:15.)

Todas as criaturas humanas adoecem, todavia, são raros aqueles que cogitam de cura real.

Se te encontras enfermo, não acredites que a ação medicamentosa, através da boca ou dos poros, te possa restaurar integralmente.

O comprimido ajuda, a injeção melhora, entretanto, nunca te esqueças de que os verdadeiros males procedem do coração.

A mente é fonte criadora.

A vida, pouco a pouco, plasma em torno de teus passos aquilo que desejas.

De que vale a medicação exterior, se prossegues triste, acabrunhado ou insubmisso?

De outras vezes, pedes o socorro de médicos humanos ou de benfeitores espirituais, mas, ao surgirem as primeiras melhoras, abandonas o remédio ou o conselho salutar e voltas aos mesmos abusos que te conduziram à enfermidade.

Como regenerar a saúde, se perdes longas horas na posição da cólera ou do desânimo? A indignação rara, quando justa e construtiva no interesse geral, é sempre um bem, quando sabemos orientá-la em serviços de elevação; contudo, a indignação diária, a propósito de tudo, de todos e de nós mesmos, é um hábito pernicioso, de consequências imprevisíveis.

O desalento, por sua vez, é clima anestesiante, que entorpece e destrói.

E que falar da maledicência ou da inutilidade, com as quais despendes tempo valioso e longo em conversação infrutífera, extinguindo as tuas forças?

Que gênio milagroso te doará o equilíbrio orgânico, se não sabes calar, nem desculpar, se não ajudas, nem compreendes, se não te humilhas para os desígnios superiores, nem procuras harmonia com os homens?

Por mais se apressem socorristas da Terra e do Plano Espiritual, em teu favor, devoras as próprias energias, vítima imprevidente do suicídio indireto.

Se estás doente, meu amigo, acima de qualquer medicação, aprende a orar e a entender, a auxiliar e a preparar o coração para a grande mudança.

Desapega-te de bens transitórios que te foram emprestados pelo Poder Divino, de acordo com a Lei do Uso, e lembra-te de que serás, agora ou depois, reconduzido à vida maior, onde encontramos sempre a própria consciência.

Foge à brutalidade.

Enriquece os teus fatores de simpatia pessoal, pela prática do amor fraterno.

Busca a intimidade com a sabedoria, pelo estudo e pela meditação.

Não manches teu caminho.

Serve sempre.

Trabalhe na extensão do bem.

Guarda lealdade ao ideal superior que te ilumina o coração e permanece convicto de que se cultivas a oração da fé viva, em todos os teus passos, aqui ou além, o Senhor te levantará.

Extraído do livro Fonte viva; espírito Emmanuel; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
Reuniões doutrinárias: quarta-feira, às 14h; quinta-feira, às 20h e domingos, 17h.
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Av. Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, às 9h.

 

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Um agradecimento aos heróis da pandemia

quarta-feira, 25 de março de 2020

Quando sentei no meu escritório para escrever o meu artigo da semana, pensei em não tocar no assunto do planeta, na atualidade, a pandemia da gripe chinesa. Sim, pois o vírus veio de lá e, apesar de terem batido duro no Eduardo Bolsonaro, o prefeito da cidade de Huan, onde foi o início dessa praga internacional, confessou que ele demorou, no mínimo, 15 dias para divulgar o aparecimento do primeiro caso do Covid-19. Quinze preciosos dias que poderiam ter mudado a história da propagação da virose. 

Quando sentei no meu escritório para escrever o meu artigo da semana, pensei em não tocar no assunto do planeta, na atualidade, a pandemia da gripe chinesa. Sim, pois o vírus veio de lá e, apesar de terem batido duro no Eduardo Bolsonaro, o prefeito da cidade de Huan, onde foi o início dessa praga internacional, confessou que ele demorou, no mínimo, 15 dias para divulgar o aparecimento do primeiro caso do Covid-19. Quinze preciosos dias que poderiam ter mudado a história da propagação da virose. 

A única referência que faria é o de reverenciar os médicos e paramédicos que estão na linha de frente no combate à doença, se expondo e a seus familiares, sem esmorecer e trabalhando à exaustão. Aliás, não é um problema só nosso, pois os colegas franceses reclamam da mesma coisa: se expõe sem material adequado para se protegerem, pois o estado, para variar, está sempre atrás dos acontecimentos. Li no jornal Le Monde, de hoje, que no último domingo, 22, faleceu o Dr. Jean-Jacques Razafindranazy, de 67 anos, médico da cidade de Compiègne, no departamento de l’Oise. É a primeira vítima entre os médicos franceses.

Domingo tive uma queda acentuada de pressão, passei mal e, o que é pior, comecei com uma discreta coriza, mas sem febre, tosse ou dores de garganta. O problema é que li um artigo que diz que o Covid-19 pode provocar, como sintoma inicial, perda do olfato, pois acomete áreas do sistema nervoso responsáveis por esse sentido. Se fosse leigo, isso passaria despercebido, mas ao ser, também do ramo, a primeira coisa que me veio à cabeça foi pensar que meus primeiros sintomas estavam no cérebro, daí minha hipotensão. Liguei para o meu clínico, Marcos David, e pelo timbre da sua voz pensei que o estivesse acordando. Quando me disse que estava no hospital, fiquei assustado, mas, descobri que aquela voz era fruto do cansaço de quem está na linha de frente, trabalhando sem parar.

Tranquilizou-me e se dispôs a passar na minha casa, quando saísse do Hospital São Lucas, onde estava de plantão. A figura de Marcos David é a representação de todos aqueles que estão se desdobrando no cuidado da população, seja aqui, no Brasil inteiro ou a nível mundial, tentando minorar as consequências mais graves da atual pandemia. O meu reconhecimento a todos e que a população, sempre que puder, perca um minuto para rezar pela saúde desses verdadeiros heróis e de seus familiares. Felizmente, melhorei e meu amigo pode ir para casa, para um justo repouso.

Mas, a título de curiosidade, encontrei, também, no Le Monde, algumas amenidades que merecem ser repassadas aos meus leitores. A primeira é que o número de pessoas que estão se curando e recebendo alta está em curva ascendente. Na China já são mais de 70 mil, num universo de 80 mil pesquisados e na França, entre 18 e 19 de março, 2 400 pacientes tiveram alta hospitalar. Isso sem levar em conta aqueles que se curam em casa, quando são acometidos por um simples estado gripal provocado pela doença. Desde o último dia 19 que o país asiático também não registra nenhum caso de origem local.

As águas da cidade de Veneza se tornaram límpidas como há muito não se vê. Não é pela diminuição da poluição, mas sim pela falta de turistas o que faz com que a lama no fundo dos canais seja menos remexida, pela passagem de barcos e gôndolas. Ainda na China, um dos maiores poluidores mundiais, a emissão de poluentes caiu cerca de 30%, em relação ao ano de 2019. Muitos estão redescobrindo o canto dos pássaros, pois ao ficarem em casa, têm tempo de observar as arvores e acompanhar a sinfonia gratuita proporcionada por melros, canários e muitos outros. Além disso, ursos, cobras, porcos espinhos, tartarugas, espécies selvagens habitualmente vendidas na China, vão poder respirar um pouco. Após o aparecimento dos primeiros casos da doença, Pequim anunciou medidas para eliminar o consumo excessivo da fauna selvagem. 

Saiamos de casa o mínimo possível e vamos colaborar para minorar os efeitos dessa pandemia aqui, no Brasil e no mundo. Respeitemos as orientações das autoridades.

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Desafio

terça-feira, 24 de março de 2020

Para pensar:

“Vá pra casa!”

Seu Madruga

Para refletir:

Para pensar:

“Vá pra casa!”

Seu Madruga

Para refletir:

“As teorias conspiratórias exercem um efeito psicológico em seus adeptos, principalmente naqueles com menos escolaridade ou baixa autoestima: eles se sentem portadores de um segredo que pouca gente sabe e por isso se veem como capazes de enxergar além de um suposto senso comum. Nos últimos anos, os guias politicamente incorretos, a internet, as redes sociais e outros fatores e elementos venderam versões variadas dessa mesma ideia problemática: a de que ser esperto é ter um conhecimento alternativo ao conhecimento consensual. Essa ideia é um dos fatores da atual crise das mediações, em que universidades, ciência, mídia e instituições políticas passam a ser desvalorizadas. Por mais que as críticas às instituições tenham algum fundamento, boa parte dos seus críticos têm oferecido alternativas ainda piores. É o que se vê, por exemplo, na substituição parcial do jornalismo profissional pelos boatos, fake news e conspiracionismos das diversas redes sociais. Pegue um desses guia politicamente incorretos de história, cheio de vieses e enfoques milimetricamente distorcidos para soar 'alternativo' e crítico à historiografia consensual. Eles possuem um apelo sedutor: fazer com que o leitor se sinta à frente de quem é formado, mesmo sem ter formação na área ou, às vezes, formação alguma. Isso, em um país cujo acesso à educação ainda é difícil, significa fisgar o leitor pelo ego.”

Alexandre Campos

Desafio

A semana começa com aquele que certamente é o maior desafio apresentado à nossa rede pública municipal de Saúde na últimas décadas: a vacinação contra a Influenza em meio à pandemia da Covid-19.

A decisão nacional de levar a campanha adiante neste momento foi delicada, e levou em consideração uma série de fatores, favoráveis e contrários à operação.

Prós

Em essência, ponderou-se que a imunização contra a Influenza ajudaria a reduzir o fluxo de idosos nos hospitais e, por conseguinte, as chances de que o principal grupo de risco seja exposto ao novo coronavírus.

Da mesma forma, a medida também diminuiria as chances de co-infecção e tornaria mais ágil a elaboração de diagnósticos, uma vez que alguns sintomas são compartilhados e poderiam gerar confusão e atrasar a tomada de decisões.

Contras

Vacinar contra a Influenza o grupo de risco da Covid-19, no entanto, envolve procedimentos que vão contra o isolamento social, tão necessário para quebrar a corrente de transmissão do coronavírus, e é aí que reside toda a complexidade da situação.

Em Nova Friburgo as críticas têm sido pesadas ao modelo adotado, geralmente em meio a comparações com cidades que multiplicaram os locais de vacinação através de parcerias com farmácias, ou estabeleceram a possibilidade de vacinação em carros ou residências.

Maturidade

A coluna entende que iniciativas semelhantes estão sendo tentadas por aqui, mas por ora apela à maturidade de nossa população, já bastante calejada em razão do que vivemos em 2011.

É hora de trabalhar apenas com informações devidamente confirmadas, evitar horários de maior movimento, respeitar os distanciamentos físicos e tomar todas as precauções possíveis e já bastante conhecidas, sobretudo relacionadas a etiqueta e higienização.

Etapas

A coluna agradece se os leitores puderem ajudar a divulgar que aqui em Nova Friburgo a vacinação está sendo feita por etapas: até o próximo dia 27, idosos acima de 70 anos; do dia 30 a 3 de abril, idosos entre 65 e 69 anos; de 6 a 10 de abril, idosos entre 60 e 64 anos.

Onde e quando

As vacinas estão disponíveis no Centro de Convivência da Pessoa Idosa (no Clube do Xadrez, apenas para pessoas idosas). De segunda à sexta, das 9h às 16h.

Nas de Unidades de Saúde da Família - (Terra Nova, Riograndina, Amparo, Nova Suíça, São Geraldo, Campo do Coelho, Centenário, São Lourenço, Lumiar, Mury, Stucky, Olaria 2 e Olaria 3) as vacinas serão aplicadas segundas, quartas e sextas, das 9h às 16h.

No posto de saúde do Suspiro os idosos não estão sendo vacinados devido ao grande fluxo de pessoas que a unidade tem.

Para todos (1)

Outra situação que andou suscitando questionamentos diz respeito à extensão das medidas adotadas em proteção aos profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus, e eventualmente também se encontram nos grupos de maior risco de desenvolver os sintomas de forma mais agressiva.

Causou grande apreensão que médicos e enfermeiros tenham sido citados claramente, e outras categorias tenham entendido que continuariam atuando, sem essas ressalvas.

Para todos (2)

Pois bem, a coluna consultou a Secretaria de Saúde a esse respeito, e ouviu o compromisso que ninguém nos grupos de risco iria ser exposto a aglomerações, muito menos em ambiente hospitalar.

Pouco depois desta consulta, também começamos a receber relatos por parte de alguns destes profissionais, atestando que estavam recebendo o mesmo tratamento, como não poderia deixar de ser.

O espaço segue aberto para fazer essa ponte, sempre protegendo a identidade das fontes.

Eleições

Situação de emergência em ano eleitoral é certeza de que muitos oportunistas vão tentar fazer de tudo para promover a si mesmos, tirando proveito da situação.

Mas, olha, mesmo sendo uma situação previsível, o que anda acontecendo por aqui por vezes consegue embrulhar o estômago.

Desespero

Em alguns casos, é fato que algumas ações podem vir a redundar em benefícios práticos.

Noutras, existe apenas críticas oportunistas mesmo.

Em todos os casos, chama a atenção a forma como alguns grupos parecem mesmo desesperados por assumir a gestão municipal a partir do próximo mandato.

Vale a pena o leitor ficar de olho nisso aí, com bastante atenção.

Em tempo

É evidente que existem iniciativas e críticas muito sérias e relevantes entre nós.

Não se pode generalizar, e felizmente é fácil separar o joio do trigo, concorde-se ou não com o que está sendo dito, feito ou alardeado.

Basta ver quem está mais interessado em aparecer, ou anda forçando nomes em tudo quanto é iniciativa que acontece por aqui.

Em tudo isso, uma realidade não muda: quem desrespeita a inteligência da população antes das eleições, certamente vai continuar desrespeitando depois.

Em tempo (2)

Já faz algum tempo que circulam rumores a respeito do eventual adiamento das eleições municipais, agora em razão da Covid-19.

Ainda que o calendário eleitoral estabeleça um cronograma que antecede em muito a ida às urnas, parece cedo para se discutir o assunto, uma vez que tudo está mudando rápido demais.

De qualquer modo, a possibilidade vem sendo considerada...

Será?

Encerrando por hoje, ainda sob efeito de algumas demonstrações públicas de gente que parece sentir orgulho da própria ignorância, a coluna deixa umas perguntinhas no ar.

Será que vamos desperdiçar essa enorme oportunidade de aprendizado e crescimento?

Será que poderíamos considerar uma vitória caso cheguemos ao fim desta crise da mesma forma como entramos?

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Ninguém perde por esperar e a economia se refaz!

terça-feira, 24 de março de 2020

O Caderno Z não perde a oportunidade de criar temas para festejar as datas. Em 21 de março, em pleno desabrochar do outono, não vamos falar das folhas secas caindo ao chão nem da brisa fresca que permeia a natureza. Vamos falar de uma quinta estação que ainda não foi oficializada – a estação do amor. Aquela que tem todas as primaveras e todo o calor humano para cuidar dos pequenos com Síndrome de Down. Quem nos guia neste roteiro é Camila Emerick, mãe de Bento.

O Caderno Z não perde a oportunidade de criar temas para festejar as datas. Em 21 de março, em pleno desabrochar do outono, não vamos falar das folhas secas caindo ao chão nem da brisa fresca que permeia a natureza. Vamos falar de uma quinta estação que ainda não foi oficializada – a estação do amor. Aquela que tem todas as primaveras e todo o calor humano para cuidar dos pequenos com Síndrome de Down. Quem nos guia neste roteiro é Camila Emerick, mãe de Bento. Ela faz relatos de que não foi fácil receber a notícia, principalmente da forma como lhe foi passada pela médica no parto: “Olha, seu filho tem prega palmar única e orelhas menores; ele é Down, tá?”. Não foi sem razão que Camila teve vontade de “sair correndo” e “sumir daquele lugar”, de momento assustador.

Bento já nasceu bento pelo amor de sua família. A sociedade, muitas vezes, deixa a desejar, quando tropeça em preconceitos ainda enrustidos, mas coisa alguma tem o poder de interferir no amor que se desenvolve entre a criança e os seus familiares. Tirando o primeiro “susto”, tudo depois é muito natural. É amor para além das medidas, milhões de anos-luz além. E Camila não economiza emoção: “Meu filho mudou a minha vida e a vida de minha família inteira para melhor. Ele é a luz na minha caminhada. Cada conquista é comemorada...”. Pelo que se vê, nos exemplos de tantos casos semelhantes, cuidar de uma criança com o Down não é cuidar de uma criança diferente, mas, sim, cuidar de quem “faz a diferença”. A mensagem de Camila é estimulante: “Quando o susto acabar, você verá que tem um filho maravilhoso ao seu lado...”.

A fonoaudióloga Cláudia Mayne Novaes deixa considerações importantes sobre o tema, numa visão profissional, alertando para o fato de que as crianças com Down precisam ser preparadas para serem livres e felizes, pois, assim como qualquer pessoa, essas crianças “têm seu próprio ritmo de aprendizagem, suas  peculiaridades e desejos: também brigam, choram, teimam, irritam-se.”. O tema é apaixonante e pelo Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, vamos repensar nosso comportamento.

Repensar a forma de agir precisa ser uma constante. Mais do nunca, é preciso avaliar como nos comportamos diante das crises. Saímos delas mais fortes ou permanecemos engessados, com as mesmas idiossincrasias? A edição do último fim de semana nos mostra um cenário diferente de tudo o que já vimos. Comércio fechando suas portas, indústrias parando suas atividades, restaurantes atendendo por telefone, ônibus atuando com redução de frota e uma infinidade de recomendações.

A Unimed, por exemplo, usou uma página inteira do jornal para anunciar suas medidas diante dos perigos do coronavírus. A concessionária Águas de Nova Friburgo reduziu seu horário de atendimento presencial, dando prioridade aos serviços on-line. A Acianf suspendeu os trabalhos em sua sede, que ficará fechada até 13 de abril e comunica o atendimento pelos canais de comunicação, por telefone ou internet. Não é férias, gente!

A Prefeitura de Nova Friburgo fez uma publicação no Diário Oficial, na sexta, 20, dando conhecimento ao decreto 515, que estabelece e atualiza novas medidas para o “enfrentamento” do novo coronavírus. A partir desta segunda e por mais cinco dias ficam suspensas várias atividades administrativas e outras tantas que se estendem a tudo o que possa aglomerar pessoas. Atrativos turísticos, culturais, parques, bares, restaurantes, casas de show, salões de festas. Com ressalvas para farmácias, supermercados e serviços de saúde. Pode parecer uma tortura tantas  medidas radicais para manter o isolamento social. Porém, coisa alguma pode ser considerada exagero quando se trata de preservar a vida das pessoas. Em “Massimo”, a máxima de Antoine de Sant-Exupéry vem em boa hora: “É sempre no meio, no epicentro de nossos problemas que encontramos a serenidade”. Que possamos encontrar esta serenidade dentro de nós e transmiti-la aos que nos rodeiam. Força e boa vontade para que se cumpram as quarentenas. Como eu ouvia na infância: Ninguém perde por esperar. E a economia se recupera e com novos valores!

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