A contação de histórias circula pelas escolas municipais

Iniciativa da artista e arteterapeuta Tuini Bittencourt também vai capacitar professores da rede em três oficinas
sexta-feira, 02 de maio de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Marilia Cabral)
(Foto: Marilia Cabral)

As escolas municipais de Nova Friburgo serão palco do projeto “Histórias do Jardim do Mundo: Semear a escola”, idealizado pela multiartista, contadora de histórias, professora e arteterapeuta Tuini Bittencourt.  Contemplado pelo edital da Secretaria Municipal de Cultura vinculado à Lei Aldir Blanc, o projeto visa circular em, pelo menos, cinco escolas municipais levando arte e cultura para mais de 600 crianças. A iniciativa ainda contará com três oficinas de contação de histórias para educadores.

“Quando uma criança entra no universo das histórias e dos contos de fadas, seja lendo ou escutando, ela consegue momentaneamente acessar um universo de sentido que transcende a dureza do mundo cotidiano. Através das histórias as crianças podem ver refletidas nas palavras a riqueza do seu mundo interno,” enfatiza Tuini.

(Foto: Marilia Cabral)

Sobre o espetáculo e apresentações

Até o momento já houve apresentações do projeto nas escolas municipais Estação Rio Grande (Riograndina) e Santa Terezinha (Conselheiro Paulino). Haverá ainda uma apresentação na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) no próximo dia 20, destinada a crianças com deficiência e suas famílias, e uma apresentação especial no Teatro Municipal Laercio Ventura, no próximo dia 13, durante um evento ligado à arte-educação.

O espetáculo reúne quatro histórias, cada uma representada por uma chave deixada no coração da contadora. A chave da gratidão, a chave do amor, a chave da humildade e a chave da coragem. E cada uma dessas histórias vai deixando suas chaves preciosas dentro do coração das crianças.

A encenação acontece através da utilização de recursos cênicos simples como tecidos, pequenos objetos, cestos, bonecos e origamis. Todas as histórias são abraçadas com muita música cantada e tocada ao violão. A maioria das músicas presentes no espetáculo foram compostas por Tuini, que também é cantora e compositora.

(Foto: Marilia Cabral)

Segundo a contadora de histórias, “as crianças mergulham completamente nas histórias. Aplaudem em cena aberta, cantam comigo, recebem as apresentações como um presente. São crianças que muitas vezes nunca foram ao teatro. Através desse projeto, o teatro está indo até elas”, observa. 

“Já vinha há algum tempo querendo realizar um projeto que unisse arte e educação através da potência mágica das histórias. Vivemos hoje em um contexto no qual as instituições públicas de educação precisam muito de novas ferramentas que não apenas facilitem o aprendizado, como também acolham o universo interior de encantamento e magia que ainda pulsa em nossas crianças, e precisa ser resgatado dentro de todos nós”, expressa a contadora de história.

Importância da contação de histórias

Contar histórias pode promover um resgate importantíssimo: o resgate do encantamento na infância. Vivemos hoje em uma sociedade que ainda expõe as crianças a conteúdos hiperestimulantes e muitas vezes inadequados. A criança é uma semente que precisa, durante algum tempo, sobretudo nos primeiros sete anos de vida, ser nutrida e protegida para ter raízes fortes. Raízes essas que podem sustentar o florescimento de quem ela é verdadeiramente na vida adulta. As histórias são como o sol para essa semente. Iluminando e aquecendo o coração das crianças”, ressalta Tuini.

Ainda segundo a contadora de história, as histórias podem ser ainda importantíssimas aliadas na condução de comportamentos desafiadores, se convertendo em uma ferramenta poderosa para pais, mães e educadores. “Não no sentido de “manipular” a criança para que ela possa se adequar a algo que ela não é. Particularmente eu penso que o mundo adulto tem muito mais a aprender com a infância do que o inverso. Mas no sentido de dar a ver algum material interno que ainda não havia sido visibilizado. E, através desse dar a ver, curar e transformar não só o comportamento, mas o próprio universo interior da criança”, conlui Tuini.

Sobre a idealizadora

Tuini Bittencourt é atriz, contadora de histórias, mestre e doutora em artes cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, professora de teatro, arte-terapeuta, cantora e compositora. Ao longo de mais de 15 anos de carreira, a artista já apresentou inúmeros trabalhos em bibliotecas, teatros, escolas, aniversários e feiras literárias, além de ter sido premiada em diversos editais artísticos no Estado do Rio de Janeiro. 

O resgate do encantamento da infância é a força motriz para a realização de seus trabalhos. Os materiais naturais, o “feito a mão” e a simplicidade são veículos para a construção dos universos mágicos de suas apresentações.

 

* Reportagem da estagiária Laís Lima com supervisão de Henrique Amorim

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