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(P)Unir

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Para pensar:
"O verdadeiro desperdício nunca foi das coisas. É da vida.”
Vittorio Buttafava

Para refletir:
“Querer ser outra pessoa é um desperdício da pessoa que você é.”
Marilyn Monroe

(P)Unir

Para pensar:
"O verdadeiro desperdício nunca foi das coisas. É da vida.”
Vittorio Buttafava

Para refletir:
“Querer ser outra pessoa é um desperdício da pessoa que você é.”
Marilyn Monroe

(P)Unir

Em nossa edição de ontem, 12, a coluna afirmou que esperava já para os próximos dias novidades a respeito do controverso pagamento feito pela prefeitura ao Instituto Unir Saúde (ex-gestor da UPA de Conselheiro Paulino), em valor superior a R$ 5 milhões, após a própria organização social ter concordado que a transferência fosse feita diretamente aos ex-funcionários que aguardavam (e ainda aguardam) pelo pagamento de suas rescisões.

Pois bem, o embargo em relação a estas atualizações caiu mais rápido do que poderíamos imaginar.

Relembrando

O leitor habitual deve recordar que o episódio provocou a mobilização dos ex-funcionários da Unir, tanto mais quando estes começaram a receber propostas ultrajantes por parte de advogados da organização social que basicamente lhes ofereciam metade daquilo que, por direito, tinham a receber.

A coluna recebeu muitos pedidos de ajuda por parte destes profissionais, e na Câmara Municipal a questão acabou sendo fiscalizada pelo vereador Professor Pierre, redundando na operação legislativa batizada de Calabar, de conteúdo muito contundente.

Contramão

Pouco após a estranha decisão de efetuar o pagamento à Unir, e não diretamente aos credores, seguindo na contramão de parecer da própria Controladoria datado de 16 de janeiro e da própria organização social (!), que havia concordado com a transferência de recursos diretamente aos ex-funcionários, a prefeitura pediu o arresto dos mais de R$ 5 milhões para que fosse assegurado o pagamento das rescisões.

Arresto

De posse das informações reunidas pela operação Calabar, e a partir das apurações complementares que realizou, o Ministério Público do Trabalho, através da procuradora do Trabalho Isabella Gameiro da Silva, requereu que o arresto se desse por revelia, uma vez que a Unir não apresentou defesa.

E mais: que o valor arrestado seja mantido em juízo, para assegurar o pagamento aos funcionários o quanto antes.

Ação Civil Pública

Mais recentemente, no último dia 9 foi autuada uma ação civil pública no valor de R$ 10 milhões, tendo como reclamante o Ministério Público do Trabalho, e como reclamados o Instituto Unir Saúde e também o Município de Nova Friburgo, dada sua responsabilidade subsidiária.

Pois bem, nesta terça-feira, 11, o juiz do Trabalho substituto Luís Guilherme Bueno Bonin extinguiu a ação cautelar que havia sido distribuída pelo município como forma de atenuar os efeitos da sua própria operação que muitos consideram ilegítima, unificando as demandas da questão trabalhista em torno da ação civil pública distribuída pelo Ministério Público.

Declarações

Esta é, de forma muito resumida, a ordem dos principais acontecimentos neste episódio.

Todavia, para que os leitores possam ter uma visão mais ampla do que se passa, e das tendências que se desenham, parece importante reproduzir algumas citações emblemáticas acumuladas ao longo dos acontecimentos.

A começar pelo parágrafo 27 da operação Calabar, reproduzido abaixo.

Aspas (1)

“Impressiona, atestar, em processo de fiscalização na sede do Poder Executivo, a movimentação da PGM para arrestar, por meio de pedido de medida cautelar de urgência ao Juízo Trabalhista, recursos em conta do Instituto Unir Saúde que a própria administração pública poderia ter retido e utilizado para sanar tamanho imbróglio. Isso, aliás, chega a soar esquizofrênico. Tanto que não é crível que os agentes públicos provocadores de todo esse rol de complexidades, que atenta diretamente contra os direitos trabalhistas, os trabalhadores e a própria municipalidade, encontrem no Poder Judiciário lenço para limpar-lhes a própria e desidiosa desfaçatez – o que seria um elogio à traição: Calabar −, pois estranhamente quiseram decidir pelo pagamento de R$ 5.200.845.57 diretamente ao Instituto, cientes de que esse estado de coisas, tal qual se encontra, poderia sobrevir, inclusive proporcionando inconsequente aumento à já robusta demanda do Poder Judiciário Trabalhista.”

Aspas (2)

Ao analisar o pedido de arresto à revelia, o juiz Luís Guilherme Bueno Bonin observou que o Município foi réu em ação de cobrança ajuizada em 29/11/2019, em trâmite na 3ª Vara Cível.

“Acontece que, diferentemente do que possa parecer, (...) constato que a Unir, em 8/04/2020, desistiu do processo, sendo proferida decisão homologando-a e extinguindo o processo sem resolução do mérito, uma vez que o feito sequer tinha sido contestado.

O Município requerente poderia ter celebrado acordo na citada ação de cobrança para extinguir o processo com resolução do mérito, porém, preferiu realizá-lo extrajudicialmente, efetuando a transferência de quase R$ 5 milhões no dia 23/03/2020. Certamente, caso efetuasse o pagamento do valor nos autos na ação de cobrança poderia, agora, estar se valendo daquele crédito para efetuarmos penhora, reserva de crédito ou outra medida que o valha. Mas não.”

Segue

“Quitou, friso, o valor extrajudicialmente e, nesse momento, pretende, pela tutela ajuizada, o arresto do mesmo valor. Na presente tutela, salvo entendimentos em contrário, a atitude do requerente na ação de cobrança é incompatível com deferimento do arresto pretendido.

Ciente das diversas reclamações trabalhistas em trâmite na cidade deveria ter efetuado o depósito dos valores que entendia devidos em cada processo, retendo-os e não repassando para a requerida.

Insisto. É curiosa, quiçá leviana, a conduta do Município de repassar em 8/04/2020 o valor milionário à Unir e, um mês e meio depois pretender o bloqueio do que pagou espontaneamente e sem chancela do Poder Judiciário para garantir eventuais execuções que possam ser redirecionadas ao Município pela condenação subsidiária.

Portanto, nos termos da fundamentação supra, entendo que o requerente não possui interesse no deferimento da tutela cautelar antecedente em ter o valor arrestado da requerida, razão pela qual julgo o processo extinto sem resolução do mérito na forma dos artigos 485, VI e 309, III do CPC.”

Aspas (3)

O Ministério Público do Trabalho, por sua vez, afirma que “A Unir, confessando a ilegalidade praticada em desfavor de seus ex-empregados que laboraram para o referido contrato de prestação de serviços com o Município de Nova Friburgo, juntou ao IC 59/2020 lista nominal dos trabalhadores que não receberam verbas rescisórias com discriminação de data de admissão, demissão e saldo rescisório. (...) As evidências colhidas no curso do procedimento investigatório demonstram, de forma irrefutável, que a Unir Saúde não efetuou o pagamento das verbas rescisórias dos seus empregados após o término do Contrato de Gestão 037/2014, embora tenha comprovadamente recebido dos cofres públicos a quantia de R$ 5.200.845,57.

Continua

“Não há que se falar que o ente público agiu com diligência na fiscalização do contrato, pois se assim tivesse ocorrido não se estaria pleiteando milhões de reais em verbas rescisórias consectárias do ato contratual firmado pelas partes. Ademais, a edilidade optou pelo depósito de DOC em oposição do parecer de sua própria contadoria, que, em 16/01/2020, se manifestou no sentido de que o pagamento fosse realizado diretamente aos credores do Instituto Unir

O tomador dos serviços, quando se depara com a dispensa em massa de trabalhadores terceirizados que lhe prestam serviços e com a sonegação de salários e verbas rescisórias, deve não só reter as faturas que eventualmente ainda estejam pendentes de liquidação, mas, também, disponibilizá-las para imediato pagamento, seja efetuando este pagamento diretamente aos empregados, e, caso se sinta inseguro para tanto, ajuizando ação para depositar em juízo os valores retidos e requerer a autorização judicial para efetuar a quitação.”

Desperdício

A coluna selecionou estes fragmentos, mas existem muitos outros capazes de enfatizar o reconhecimento do descalabro que vem sendo cometido contra os ex-funcionários do Instituto Unir, bem como as dificuldades para que seja possível compreender o posicionamento do Palácio Barão de Nova Friburgo no episódio, em meio a tantas razões e tanto respaldo para que tivesse atuado de maneira diversa.

Em resumo: o que tinha tudo para ter sido um golaço do governo municipal corre agora o risco de se tornar um problema de enormes consequências perante a Justiça.

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Presença libanesa na região

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Os libaneses vislumbraram na emigração uma alternativa para sair do jugo dos turco-otomanos. O seu destino principal foi a América. Tudo indica que o Brasil possui o maior número de imigrantes libaneses tendo chegado ao país no último quartel do século 19. Como viviam sob o domínio turco-otomano e seus passaportes expedidos por esse governo, a população os chamava de turcos, o “turco da lojinha”. Em Nova Friburgo libaneses e sírios se estabelecem no município no final daquele século.

Os libaneses vislumbraram na emigração uma alternativa para sair do jugo dos turco-otomanos. O seu destino principal foi a América. Tudo indica que o Brasil possui o maior número de imigrantes libaneses tendo chegado ao país no último quartel do século 19. Como viviam sob o domínio turco-otomano e seus passaportes expedidos por esse governo, a população os chamava de turcos, o “turco da lojinha”. Em Nova Friburgo libaneses e sírios se estabelecem no município no final daquele século. Depois de mascatearem se sedentarizaram. Eram quase a maioria dos lojistas na Rua Alberto Braune, a principal via de comércio da cidade.

De início, não havia especialização dos artigos e vendia-se de tudo em suas lojas, como foi o caso da Casa Libanesa. Os “turcos” de início tiveram problemas de adaptação em Nova Friburgo. O periódico O Friburguense, na matéria “Abuso”, de 21 de junho de 1903, fez críticas a estes imigrantes. Estabelecendo-se muitos deles na estação de trem do Rio Grande, hoje o distrito de Riograndina, os que ali mascateavam recusavam-se a pagar o imposto de profissão à Câmara Municipal.

Além do comércio ambulante, um deles possuiu um salão de bilhar. Morigerados, há referência de que emprestavam dinheiro a juros. A primeira forma de organização dos libaneses teve início em 19 de julho de 1919, quando foi criado o Centro Líbano-Friburguense com o intuito de irmanar os conterrâneos, prestar auxílio mútuo e promover a sociabilidade entre os seus pares. O cronista e articulista Arthur Guimarães que visitou Nova Friburgo no início do século 20 escreveu o livro intitulado “Um Inquérito Social em Nova Friburgo”.

Guimarães, referindo-se aos sírios e libaneses, nos informa que dominaram o comércio de fazendas, armarinhos e modas. “Eram muitas e todas afreguesadas às casas sírias na cidade. Devem expansão aos segredos de viver gastando o mínimo possível e suportando o máximo desconforto...” Em 1925, foi criado o Clube Sírio e Libanês substituindo o Centro Líbano-Friburguense. Era localizado na Praça Getúlio Vargas, promovia a sociabilidade entre os seus associados e notadamente atividades esportivas criando um time de futebol. A famosa vinheta "Brasil-sil-sil!" foi criada pelo libanês Edmo Zarife, nascido em Nova Friburgo, em 15 de dezembro de 1940. Zarife trabalhou por um período na Rádio Friburgo AM, sendo posteriormente contratado pela Rádio Globo. O radialista e locutor se tornou a voz-padrão de chamadas e vinhetas da empresa. 

O surgimento da vinheta "Brasil-sil-sil” interpretada por Edmo Zarife marcou as transmissões esportivas do Sistema Globo de Rádio e da Rede Globo de Televisão. Surgiu na época das eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. Na ocasião, foi solicitado a Edmo Zarife elaborar um grito de guerra para incentivar a seleção brasileira. A direção da rádio ao ouvir "Brasil-sil-sil!" imediatamente selecionou essa frase. E assim nasceu a vinheta que atravessa vários jogos da Copa do Mundo e ouvida por muitas gerações até os dias de hoje.

Outro libanês que se destacou como comentarista esportivo em Nova Friburgo foi Rodolpho Abud. O nome da Rua Monte Líbano, no centro da cidade, foi provavelmente influência de um libanês. Conforme o levantamento realizado por Leyla Lopes são essas as famílias que se estabeleceram em Nova Friburgo. Abib, Abdo, Abicalil, Abdala, Abinasser, Abirachid, Adip, Abi-Râmia, Aboumurad, Abbud, Abrahão, Alcoury, Alexandre (Skandar), Ailmel, Amim, Assad, Assaf, Assef, Assum, Ayd, Auad, Aucar, Ayub, Aziz, Badin, Barucke, Boutros, Baduhy, Bedran, Bechara, Boechen, Boulos, Buaiz, Beyruth, Calil, Cannan, Carim, Chaloub, Cheade, Chible, Chicre, Chini, Chequer, Caled, Coury, Cury, Daher, Deccache, Dagfal, David, Derzi, Dib, Elias, Estefan, El-Jaick, Fadel, Farah, Feres, Ferreira (o nome original é Haddad, aquele que trabalha com o ferro), Francis, Gandur, Gastim, Gazé, Gazel, Gervásio, El-Haber, Harb, Gibran, Helayel, Haddad, Hissi, Ibrahim, Iunes, Jabour, Jamal, Jana, Japor, Jasbicke, Jorge, Kazan, Keidh, Jadah, Khaled, Kharan, Koury, Lopes (ou Lêpus), Mansur, Mattar, Miled, Miguel, Mussalém, Mussi, Marum, Nacif, Nader, Neder, Name, Namen, Nasser, Noé, Osório, Pedro(o mesmo que Boutros), Quinan, Rafidi, Râmia, Saad, Saade, Sada, Sader, Saleme, Salles, Salomão, Salim, Sarruf, Sayech, Suaid, Simão, Estefan, Santos(ou Acoubb), Tanis, Tanusse, Theme, Tupogi, Tanure, Zarife e Ziede.

Os libaneses também se estabeleceram em outros municípios das regiões Serrana e Centro-Norte fluminense. Em Cantagalo, por herança atávica não se dedicaram a agricultura abrindo estabelecimentos comerciais depois de trabalharem como mascates. Imigraram para esse município as famílias Farah, Nacif, Abrahão, Mansur, Richa, Daher, Fadel, Abi Ramia, Habib, Zarif, Elias, Miguel, Nara, Adib e Yunes. Já em Laranjais, distrito de Itaocara, imigraram as famílias libanesas Elias, Sarruf, Nacif e Nagib.

A Vila Elias Jorge representa como os libaneses foram bem-sucedidos na região. A camisaria El Jaick é o comércio mais antigo de Nova Friburgo, seguido da Casa Libanesa. Mas é a Casa Libanesa que mantém a tradição do comércio como os seus ancestrais, a típica “lojinha de turco”, um túnel do tempo. Atualmente a comunidade libanesa de Nova Friburgo se organiza em torno Associação Cultural Líbano-Friburguense que promove em datas comemorativas uma missa maronita, normalmente na capela de Santo Antônio, em português e em árabe. Fica neste artigo um preito em solidariedade as vítimas da tragédia ocorrida semana passada no Líbano, na região portuária da Beirute.

  • Foto da galeria

    A camisaria El Jaick é o comércio mais antigo de Nova Friburgo (Acervo Fundação D. João VI)

  • Foto da galeria

    A Vila Elias Jorge representa como os libaneses foram bem-sucedidos em Laranjais (Acervo pessoal).

  • Foto da galeria

    Famílias sírias e libanesas que se estabeleceram em Nova Friburgo (Acervo Leyla Lopes)

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Recuperação emocional e espiritualidade

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Quando queremos a recuperação de vícios, impulsos destrutivos, hábitos não saudáveis, compulsões, precisamos evitar tudo o que facilita ou estimula estes comportamentos ruins para nossa saúde física, mental, espiritual e social. Devemos cortar pela raiz tudo o que conduz ao erro, sejam amizades destrutivas, substâncias ligadas ao nosso vício, fantasmas mentais, pensamento e atos corruptos.

Quando queremos a recuperação de vícios, impulsos destrutivos, hábitos não saudáveis, compulsões, precisamos evitar tudo o que facilita ou estimula estes comportamentos ruins para nossa saúde física, mental, espiritual e social. Devemos cortar pela raiz tudo o que conduz ao erro, sejam amizades destrutivas, substâncias ligadas ao nosso vício, fantasmas mentais, pensamento e atos corruptos. Estando impregnados quanto ao nosso objeto de dependência ou compulsão, nossas motivações se tornam tão mescladas entre o bom e o mau, entre o saudável e o insalubre, que a liberdade para escolher fica seriamente comprometida. Na hora da tentação nosso sim ou não, ou seja nossa escolha pode fazer toda a diferença.

Mas se realmente pretendemos ter uma capacidade livre para escolher a favor ou contra a verdade, a justiça, contra Deus, as escolhas que fazemos devem ser respostas amáveis ao chamado de Deus em amor, e não porque ele exige de forma ditatorial.

A parte mais dura da recuperação de qualquer compulsão ou vício é que ela requer de nós uma mudança. Podemos pensar na ideia de recuperação, podemos nos sentir inspirados ao ouvirmos ou ler histórias de recuperação, podemos estar convencidos de nossa necessidade de recuperação. Porém, estes e outros processos cognitivos são relativamente fáceis para nós. O desafio é que a prática da recuperação significa mudança, e mudar não é fácil. Tendemos a resistir à mudança. Podemos ficar com raiva e ter vergonha por ter que mudar. E podemos ter medo de não sermos capazes de mudar. Vivemos momentos em que dizemos a nós mesmos: “Não consigo! É difícil demais!”

Porém, mudar é também a parte mais estimulante da recuperação. Não necessitamos viver em escravidão à nossa dependência. Não precisamos fugir com medo nos relacionamentos, nem viver como se fossemos responsáveis pelo mundo. Podemos aprender a ter serenidade. Podemos encontrar liberdade. Podemos experienciar o amor. E pode aliviar se pensarmos que a recuperação não é uma competição.

A mudança é a parte mais difícil e maravilhosa do processo de recuperação. Ela nos coloca numa grande batalha interna a qual não é confortável. Porém, a capacidade de mudar é a chave para nossa esperança. Deus nos tem dado a habilidade para mudar e crescer. Ele nos chama para mudar, nos dá as perspectivas, disciplinas e o encorajamento que precisamos. Ele mesmo atua em nós, na medida em que permitimos e o convidamos, trabalha dentro de nós para nos fortalecer, curar e nos fazer novas criaturas.

Jesus foi tentado pelo diabo no deserto. Ele passou por três tipos de tentações que todos passamos na vida. O diabo esperava que Jesus cairia por se agarrar aos seus apegos ligados à satisfação de seus desejos. Esperava que ele iria se agarrar ao seu próprio poder como divindade, ou se apegaria às riquezas materiais do mundo. Assim como o diabo fez com Adão e Eva no Éden, passando a ideia de que eles poderiam vencer sem Deus, ele tentou Jesus com o mesmo engano.

É fácil pensar que Jesus venceu no deserto pelo que ele era, Deus encarnado. Pensar assim se torna difícil para nós nos identificarmos com ele. Mas ao pensarmos em sua humanidade, ao olharmos para ele como um homem real que tinha fome, sede, cansaço, então a maneira como ele respondeu ao diabo nos ensina muita coisa porque Jesus não usou sua natureza divina para vencer o maligno.

Primeiro, ele ficou firme, enfrentou a tentação. Segundo, ele agiu com força usando seu livre arbítrio com dignidade. Terceiro, ele não usou sua liberdade impulsivamente e nem respondeu ao diabo em seu conhecimento como divindade. Ele dependeu da palavra de Deus. Suas respostas foram citações da Bíblia daquela época, o Antigo Testamento.

Vícios, dependências, compulsões podem não ser vencidas pela vontade humana em si, nem por optar por entregar tudo à vontade divina. Ao invés disso, o poder da graça flui mais completamente quando a vontade humana escolhe agir em harmonia com a vontade divina. Isto significa estar disposto a confrontar a situação como ela é, permanecer responsável pelas escolhas que fazemos em resposta às tentações, mas ao mesmo tempo nos voltarmos à graça, proteção e guia de Deus como fundamento para nossas escolhas e comportamento.

Pode ocorrer que na medida em que as tentações antigas diminuem em nossa recuperação, podem existir a tendência de reconstruir nossa vontade própria e nossa centralização no eu, fazer do nosso jeito. Na oração do Pai Nosso há uma parte que diz: “Não nos deixe cair em tentação” justamente porque existe o perigo de escorregarmos e cair. Precisamos viver num mundo cheio de estresse, assim não devemos fugir ou nos esconder, mas procurar a ajuda que precisamos, pedindo a Deus para nos dar uma saída de circunstâncias as quais ainda não estamos hábeis para lidar com elas. Fonte: Recovery Devotional Bible, Zondervan, 1993.

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Grupo de risco

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Para pensar:
"Raramente conhecemos alguma pessoa de bom senso além daquelas que concordam conosco.”
François La Rochefoucauld

Para refletir:
“Muitas vezes há mais bom senso numa única pessoa do que numa multidão.”
Fedro

Grupo de risco

Para pensar:
"Raramente conhecemos alguma pessoa de bom senso além daquelas que concordam conosco.”
François La Rochefoucauld

Para refletir:
“Muitas vezes há mais bom senso numa única pessoa do que numa multidão.”
Fedro

Grupo de risco

A coluna recebeu diversas manifestações enviadas por familiares de servidores da Prefeitura de Nova Friburgo com mais de 60 anos (ou integrantes dos chamados grupos de maior risco da Covid-19 por outras razões), preocupados com o recente retorno de seus parentes ao trabalho.

Fala, leitor!

“Peço sigilo em relação ao meu nome, pois meu próprio pai seria contra esse pedido de ajuda. Mas ele já é idoso, e sua rotina de trabalho inclui tomar duas conduções e passar boa parte do dia ao telefone, em situações bastante expostas ao contágio. Apelo à prefeitura para que repense esse posicionamento, ou que busque maneiras mais seguras de aproveitar a disposição dos servidores que integram o grupo de maior risco. Ninguém quer receber sem trabalhar, vejo isso dentro de casa. Mas esperamos que todos os esforços sejam empreendidos em favor da segurança dos servidores.”

Bom senso

A preocupação da leitora, em meio a toda a honradez de quem não quer receber sem trabalhar, segue na linha do que a coluna observou há poucos dias a respeito do corte indiscriminado do auxílio transporte entre o funcionalismo municipal.

Ora, é evidente que ninguém aqui está defendendo que alguém receba auxílio transporte de maneira injustificada - e muita gente de fato recebe.

Inclusive, entre os altos salários das incorporações, tem gente que reside pertinho da prefeitura e recebe este auxílio.

Na prática

No entanto, novamente parece correto olhar com atenção para as absurdas discrepâncias existentes na folha de pagamento do município, e observar que, para quem viu seu poder aquisitivo despencar ao longo dos últimos anos e passou a depender do auxílio transporte para conseguir fechar o mês, ele acabou se convertendo efetivamente num auxílio alimentação.

Remendo

É uma espécie de remendo? Sim, é.

Uma situação precária e degradante oriunda da aviltante diferença de tratamento há décadas reservada por um lado a concursados e quadros de carreira e por outro a indicações políticas úteis ao sistema, mas que se tornou tristemente necessária enquanto ninguém tem a dignidade de oferecer solução melhor.

Humanidade

É evidente, enfim, que o próximo prefeito terá de fazer das tripas coração para oferecer condições mais dignas e justas ao funcionalismo.

Por ora, no entanto, preservar o auxílio transporte dos salários mais baixos teria sido certamente um ato de humanidade.

Tic Tac

A coluna respeita embargos e jamais compromete suas fontes, e por isso se limita, por ora, a dizer que espera, para os próximos dias, novidades importantes a respeito do mais que controverso pagamento feito pela Prefeitura ao Instituto Unir Saúde, em valor superior a R$ 5 milhões, após a própria Organização Social ter concordado que a transferência fosse feita diretamente aos servidores que aguardavam (e ainda aguardam) pelo pagamento de suas rescisões.

Longo prazo

A coluna tem falado repetidas vezes a respeito da necessidade de planejamentos de médio e longo prazos para nossa cidade, com diretrizes que sejam seguidas e respeitadas mesmo após a renovação dos mandatos.

E falamos também a respeito de como a grande quantidade de pré-candidatos a prefeito reflete, em alguma medida, o profundo vácuo de lideranças e o descrédito da classe política como um todo (embora, também neste caso, qualquer generalização se revele injusta).

Pois bem, José Carlos Schuenck, presidente do Movimento Democrático Municipalista, que não é pré-candidato nas próximas eleições, enviou pequeno texto em relação a estes temas.

Aspas

“É preciso separar o joio do trigo, para voltarmos a crescer. Sobre o vácuo de lideranças que estamos vivendo em Nova Friburgo, não é novidade e sim uma realidade nos últimos 20 anos. Os oportunistas sempre aparecem à cada eleição e assim vão se revezando tanto no Legislativo como no Executivo, em uma mediocridade nunca antes vista em nossa cidade.

Em 2018, quando a crise político-administrativa já dava os seus sinais com decadência econômica e social em nossa cidade, resolvi convidar vários segmentos de nossa sociedade, pessoas que amam Nova Friburgo, para nos organizarmos no Movimento Democrático Municipalista.”

Segue

“Esse grupo, formado por políticos, gestores, ambientais, turismo, educação, segurança, mobilidade e saúde, colaborou para desenvolvermos o Projeto Nova Friburgo 2040, que indicava o caminho que deveríamos seguir nos próximos 20 anos para termos uma cidade diferente para nossos filhos, netos e bisnetos. Esse projeto está concluído e esperamos que seja colocado em prática por um gestor responsável, que realmente ame Nova Friburgo. Cabe agora a cada eleitor identificar e separar os candidatos que realmente pensam em nossa cidade, daqueles que pensam somente neles.”

Luto

A coluna se solidariza com a família de Luiz Carlos Lutterbach, prefeito de Duas Barras que faleceu na madrugada desta terça-feira, 11, vítima da Covid-19.

Ironicamente, Lutterbach havia se destacado justamente pela determinação com que se esforçou por manter o vírus longe de sua cidade, chegando ao ponto de virar os tradicionais bancos da Praça Governador Portela a fim de evitar aglomerações desnecessárias.

Que seu sofrimento sirva para combater a banalização e a negação em relação ao grande desafio de nossos dias.

 

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Mais três acusados soltos por Gilmar Mendes

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

“Outros três acusados de praticar desvios em verbas federais destinadas à área da saúde foram soltos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). São o ex-presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Rodrigo Sérgio Dias; o presidente da Juceg (Junta Comercial de Goiás), Rafael Bastos Lousa Vieira, e o médico Guilherme Franco Netto”.

“Outros três acusados de praticar desvios em verbas federais destinadas à área da saúde foram soltos pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). São o ex-presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Rodrigo Sérgio Dias; o presidente da Juceg (Junta Comercial de Goiás), Rafael Bastos Lousa Vieira, e o médico Guilherme Franco Netto”.

O argumento para soltar os três foi o mesmo usado na soltura de Alexandre Baldy, secretário (licenciado) de Transportes de São Paulo: a falta de razão para prisão. “Segundo o ministro, não há motivos que justifiquem os atos porque os fatos narrados na acusação ocorreram de 2014 a 2018”.

“A prática de conduzir coercitivamente o investigado para interrogatório atenta contra o princípio da presunção de inocência”, afirmou Gilmar Mendes na decisão que soltou Baldy. Ao que respondo a esse pseudojurista de que ladrões de verbas públicas, destinadas à saúde, não deveriam ter nenhuma compaixão. Mas, habeas corpus para bandidos, tem alto valor, no caso para quatro, nem se fala. Lembrem-se de que já publiquei uma tabela da própria OAB, em que o preço mínimo desse instrumento jurídico, para simples mortais, é de R$ 12 mil.

Assinado por um membro do STF, ainda mais para pessoas influentes, deve ser proporcional ao montante desviado. No entanto, isso são apenas ilações, pois na realidade o sr. Gilmar Mendes deveria ser investigado por obstrução da Justiça ou por injúria aos cidadãos de bem desse país, que tentam viver sob a tutela da lei. Um acusado de desvios de verba, solto, vai tentar apagar as provas do seu delito, se utilizando de todos os meios que tiver ao seu dispor. Preso, isso é mais difícil.

Aliás, talvez fosse o caso de um exame de sanidade mental, uma vez que o referido membro do STF é o campeão de HCs distribuídos a pessoas acusadas de corrupção, seja de implicados na Lava Jato, seja de políticos implicados por mal feitos. A vontade de aparecer, de estar sempre nos noticiários, de ser objeto de comentários, pode explicar esse tipo de comportamento. Sem falar na sua fisionomia sempre carregada, típica dos que estão de mal com a vida.

O comportamento de Gilmar Mendes é, também, um espelho do STF de hoje, um grupo de 11 membros que ao contrário de darem à população a tranquilidade que o cumprimento da Justiça e a salvaguarda da Constituição requerem, a mantem em constante sobressalto, diante das aberrações que cometem. Chegados ao mais alto posto da Justiça nacional, a maioria pelas mãos de presidentes comprometidos, tem como norte a “integridade” desses ex-mandatários, haja visto a maneira como manobram para livrar Luís Inácio da cadeia. Não satisfeitos em tentar inocentá-lo das suas condenações, farão o possível para propiciarem sua possível volta ao palácio do Planalto, com o objetivo de acabar de vez com a democracia brasileira, lançando o país na esteira dos países de esquerda. Grande número desses senhores são esquerdistas assumidos.

Sem falar que ao se colocarem contra o presidente atual, numa posição política que vai na contra mão do objetivo da instituição a que pertencem, tentam inviabilizar o governo, numa clara demonstração de que não têm nenhuma preocupação com os destinos do país. Isso é patente no posicionamento que adotaram na condução das diretrizes de combate à pandemia do Covid-19. Foi uma brincadeira de mau gosto deixar a orientação das ações nas mãos de governadores e prefeitos. Haja visto a gastança desenfreada de vários deles, sem que isso tenha trazido ganhos importantes para a saúde da população. Chegaram ao cúmulo, como o governador do Rio de Janeiro, a gastarem rios de dinheiro na construção de hospitais de campanha que nunca foram usados. Vide o de Nova Friburgo.

Se hoje temos mais de 100 mil brasileiros mortos pelo coronavírus, o ônus dessas mortes passa, também, pelo STF ao se intrometer aonde não devia. Usaram a pandemia para tentar desestabilizar um governo, em detrimento do bem maior do cidadão, que é a sua vida.

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O auxílio mútuo

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Diante dos companheiros, André leu expressivo trecho de Isaías e falou, comovido, quanto às necessidades da salvação.

Comentou Mateus os aspectos menos agradáveis do trabalho e Filipe opinou que é sempre muito difícil atender à própria situação, quando nos consagramos ao socorro dos outros.

Jesus ouvia os apóstolos em silêncio e, quando as discussões, em derredor, se enfraqueceram, comentou, muito simples:

Diante dos companheiros, André leu expressivo trecho de Isaías e falou, comovido, quanto às necessidades da salvação.

Comentou Mateus os aspectos menos agradáveis do trabalho e Filipe opinou que é sempre muito difícil atender à própria situação, quando nos consagramos ao socorro dos outros.

Jesus ouvia os apóstolos em silêncio e, quando as discussões, em derredor, se enfraqueceram, comentou, muito simples:

— Em zona montanhosa, através de região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se, quanto possível, contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semimorta, na estrada, ao sabor da ventania de inverno.

Um deles fixou o singular achado e clamou, irritadiço: — “Não perderei tempo. A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos à frente”.

O outro, porém, mais piedoso, considerou:

— “Amigo, salvemos o pequenino. É nosso irmão em humanidade”.

— “Não posso — disse o companheiro, endurecido —, sinto-me cansado e doente.       Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio e tempestade. Precisamos ganhar a aldeia próxima sem perda de minutos”.

E avançou para diante em largas passadas.

O viajor de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao próprio peito e, aconchegando-o ainda mais, marchou adiante, embora menos rápido.

A chuva gelada caiu, metódica, pela noite a dentro, mas ele, sobraçando o valioso fardo, depois de muito tempo atingiu a hospedaria do povoado que buscava. Com enorme surpresa porém, não encontrou aí o colega que o precedera. Somente no dia imediato, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida, num desvão do caminho alagado.

Seguindo à pressa e a sós, com a ideia egoística de preservar-se, não resistiu à onda de frio que se fizera violenta e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento, enquanto que o companheiro, recebendo, em troca, o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos da noite frígida, guardando-se indene de semelhante desastre. Descobrira a sublimidade do auxílio mútuo... Ajudando ao menino abandonado, ajudava a si mesmo avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços da senda, alcançando as bênçãos da salvação recíproca.

A história singela deixara os discípulos surpreendidos e sensibilizados.

Terna admiração transparecia nos olhos úmidos das mulheres humildes que acompanhavam a reunião, ao passo que os homens se entreolhavam, espantados.

Foi então que Jesus, depois de curto silêncio, concluiu expressivamente:

— As mais eloquentes e exatas testemunhas de um homem, perante o Pai Supremo, são as suas próprias obras. Aqueles que amparamos constituem nosso sustentáculo. O coração que socorremos converter-se-á agora ou mais tarde em recurso a nosso favor. Ninguém duvide. Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum. Ajudando, seremos ajudados. Dando, receberemos: esta é a Lei Divina.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

 

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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Cidade trancada

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Para pensar:

"As palavras, como as abelhas, têm mel e ferrão.”

Provérbio suíço

Para refletir:

Para pensar:

"As palavras, como as abelhas, têm mel e ferrão.”

Provérbio suíço

Para refletir:

“Você pode ser homem, mulher, branco, negro, hétero ou não, etc etc, mas algumas regras parecem universais: 1) você vai ter dificuldades para entender problemas diferentes dos seus; 2) você dificilmente irá reconhecer as vantagens e privilégios que possui e raramente irá concordar quando alguém que não os possui apontá-los a você; 3) sua tendência será sempre a de reduzir a realidade a sua própria vivência e medir o mundo pela sua régua.”

Alexandre Campos

Cidade trancada

Em meio à maior crise sanitária e econômica deste século até aqui, a semana começa com mais um período de pauta trancada no Legislativo Municipal em razão dos seguidos entraves ao processo de apreciação das contas da prefeitura referentes ao exercício de 2018.

Sob todos os aspectos é uma situação vergonhosa e fragilizante, que sintetiza o que ocorre quando um governo se coloca sistematicamente na contramão das burocracias protetivas.

Evitável

Ora, todos conhecem as regras orçamentárias, e ademais os avisos contidos no parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Rio) em relação às contas de 2017 eram bastante claros e enfáticos.

Se tais recomendações tivessem sido observadas, nada disso estaria se passando.

Da mesma forma, se o compromisso fosse efetivamente com a coletividade, e ainda se houvesse convicção quanto às teses de defesa, as oportunidades de manifestação estariam sendo aproveitadas, poupando o Legislativo de atrasos com questões que nem ao menos deveriam existir, num contexto em que cada um cumprisse com o próprio dever.

Retrato

A pauta trancada desta semana, portanto, serve como uma triste metáfora de uma gestão autoimune, na qual os sistemas de defesa se veem induzidos a combater órgãos internos, num momento em que ameaças externas deveriam merecer toda a atenção e todos os esforços.

Se ao menos tudo isso servisse como lição, ao menos o prejuízo não seria totalmente inútil.

Mas será que serve?

Presença marcante

A recente tragédia ocorrida no porto de Beirute lembrou aos brasileiros que a comunidade libanesa estabelecida entre nós supera, em número de cidadãos, a própria população do Líbano.

Em Nova Friburgo, todavia, tal lembrança nem teria sido necessária, tal é a presença e o grau de engajamento de libaneses e seus descendentes ao longo de nossa história.

Canal de apoio

Por tudo isso, parece bastante pertinente registrar que o Consulado-Geral do Líbano no Rio de Janeiro está lançando a página S.O.S Beirute, através da qual empresas ou pessoas físicas podem ajudar o povo da capital libanesa.

Para tanto, basta visitar a página http://riobeirute.clickablecard.top/hI00A, e em seguida preencher e marcar os itens no formulário disponibilizado.

“As informações serão colocadas em nosso bancos de dados para entrarmos em contato assim que se disponibilizar a logística dessa ajuda.”

10% (1)

Ainda a respeito da explosão ocorrida no dia 4 de agosto, especialistas da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, apontaram que ela alcançou aproximadamente 10% do impacto da bomba nuclear de Hiroshima, lançada sobre o Japão no dia 6 de agosto de 1945.

De fato, a comunidade científica tem tratado o episódio como uma das maiores explosões não nucleares da história, ao que tudo indica causada por cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio que haviam sido confiscadas e estavam sendo armazenadas sem o devido cuidado.

10% (2)

No Brasil, o doloroso marco de 100 mil mortes causadas pela Covid-19 foi alcançado durante o fim de semana, ainda sem sinais de que os níveis de contágio e mortalidade estejam em queda acentuada.

Na prática isso significa dizer que aproximadamente um a cada dois mil brasileiros teve sua vida abreviada pelo novo coronavírus (em Friburgo felizmente os registros são um pouco melhores), o que também corresponde a aproximadamente 10% do índice de mortalidade observado mundialmente quando do segundo surto da (equivocadamente) chamada “gripe espanhola”, no fim de 1918.

Inesquecível

Naquela ocasião, estima-se que cerca de 20% da população mundial contraiu o vírus, e aproximadamente 2,5% desse contingente não resistiu.

Ainda a respeito dessa comparação, duas considerações parecem importantes: a primeira é de que infelizmente os estragos causados pela Covid ainda estão em curso, e a segunda é que de que em 1918 houve um surto muito contagioso de gripe não letal nos meses de inverno no hemisfério norte, e a população infectada nesta primeira onda foi quase que totalmente poupada na mortífera onda que se iniciou em setembro.

Ou seja, a catástrofe poderia ter sido ainda maior.

Por aqui...

Olhando especificamente para Nova Friburgo, a escalada nos índices de contágio observada a partir do início da flexibilização rapidamente elevou o número de vidas perdidas a aproximadamente 20% daquelas que nos foram ceifadas quando das chuvas de janeiro de 2011.

Não deixa de ser perturbador, portanto, que tanta gente ainda continue a desdenhar das informações oficiais, em negação aos valorosos esforços de tantas pessoas, tanto na frente sanitária quanto na econômica; aos riscos aos quais estamos expostos; e à dor de quem descobriu da pior forma que o momento é sim delicado e demanda maturidade coletiva.

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A VOZ DA SERRA é amor incondicional por Nova Friburgo!

terça-feira, 11 de agosto de 2020

O Caderno Z do último fim de semana celebrou o Dia dos Pais com matérias aconchegantes para homenagear o primeiro herói de todos nós. Neste ano, a data foi mais uma celebração totalmente atípica e muitas, entre abraços virtuais. Contudo, eis que no isolamento, parece que a quarentena “aproxima pais e filhos”, de acordo com o resultado de algumas pesquisas. Uma declaração do escritor, jornalista e autor de novelas, Walcyr Carrasco chama a atenção: “Meu pai era um homem simples, mas teve grandeza. E o mais importante, ele torcia por mim...”. Meu pai era assim, meu fã.

O Caderno Z do último fim de semana celebrou o Dia dos Pais com matérias aconchegantes para homenagear o primeiro herói de todos nós. Neste ano, a data foi mais uma celebração totalmente atípica e muitas, entre abraços virtuais. Contudo, eis que no isolamento, parece que a quarentena “aproxima pais e filhos”, de acordo com o resultado de algumas pesquisas. Uma declaração do escritor, jornalista e autor de novelas, Walcyr Carrasco chama a atenção: “Meu pai era um homem simples, mas teve grandeza. E o mais importante, ele torcia por mim...”. Meu pai era assim, meu fã. Aliás, imagino que todo pai seja assim!

Falando de “amor incondicional”, Pedro Morett, pai de Antônio, de apenas 2 anos, já agradece ao filho: “Papai te ama e aprende muito com você.” – Esse aprendizado é a troca mais valiosa da relação, pois enquanto se educa, também se aprende. A advogada Juliana Rosado Martins se declara: “Pai, cheguei pra mudar sua vida aos 49 anos...”. Que bonito! O técnico de enfermagem, Leonardo Muniz, é solteiro, mas é pai de consideração do sobrinho Emanuel. Este ano, instalado no Sesc, por conta da pandemia, não haverá abraço festivo, conforme seu depoimento: “Quando estamos à frente de uma situação como essa, nunca sabemos o que nos espera. Quando vejo colegas sendo contaminados, alguns deles com sequelas pós-covid, como não ter receio de levarmos a doença para nossas casas e contaminar nossos familiares?”. Essas palavras de Leonardo deveriam ser exibidas num enorme banner, na tentativa de conter os ânimos do povo nas ruas.

Na certeza de que o Dia dos Pais pode se repetir dia após dia, vamos, com Vinicius Gastin, aos cuidados essenciais com a saúde. A prática de exercícios é fundamental para evitar complicações oriundas do contágio pelo coronavírus. Seja nas academias ou em casa, o importante é manter o peso adequado. Na verdade, o bom combate é sempre bem-vindo em defesa do bem-estar físico.

A reportagem de Fernando Moreira, alerta: “Magrelas em alta na pandemia”, destacando os benefícios e vantagens do uso das bikes que, inclusive, estão em alta também nas vendas. O ciclista Conrado Stroligo, trabalhando com entregas em sua bike,  já pensa até em formar uma equipe e “implantar a novidade aqui em Nova Friburgo...”. Airton Dornelles, comerciante, revela que a procura aumentou neste momento da pandemia, até para evitar o transporte público por conta das aglomerações.

Em “Há 50 anos”, destaque para as eleições, de novembro de 1970”. O assunto se repete neste 2020, e parece que cada vez mais sentimos o funil por onde pingam as nossas expectativas. Basta uma leitura atenciosa em “Massimo” e dá um frio na espinha com o que poderá nos suceder. Contudo, o colunista realça: “Por tudo isso, importa – e muito! – que cada eleitor busque acompanhar os bastidores da política e se informar sobre quem irá apoiar, pensando sempre no coletivo”. Disse tudo!

Dá pena saber sobre o trágico fim do Hospital de Campanha. É como alguém que é indicado para um cargo e, antes da posse, já é destituído, coisa normal, atualmente. É aquele que foi sem jamais ter sido. Seria uma boa metáfora, não fosse o difícil momento da pandemia. Quanto dinheiro em vão, tanto para montar, quanto para desmontar. Essas coisas me lembram a canção “O que será que será que andam combinando no breu das tocas, que anda nas cabeças, anda nas bocas...” das artimanhas da situação!

E a bandeira vermelha segue tremulando e a pandemia aumentando números. Até a última sexta-feira, 7, eram mais de 1.500 casos de Covid-19 e 73 mortes. Nova Friburgo, tão romântica, afetada de modo avassalador. E tem gente ainda dizendo que “isso não há de ser nada”! Guilherme Alt fez excelente reportagem sobre o comportamento dos friburguenses. Desde março, no início do isolamento, com as ruas desertas, aos atropelos das ruas lotadas em agosto. Incrível, tanta gente no centro da cidade e bem se vê, pelas fotos, que o distanciamento está longe de ser cumprido. “O que será que será que todos os avisos não vão evitar, porque todos os risos vão desafiar...”. Salve Chico Buarque que traduz os nossos questionamentos! O que será que será? – Eu me pergunto sempre. Abraços, meu povo!

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Bela chegada para 2021

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Todos estão torcendo para que 2021 seja realmente bem melhor que 2020 com muitas alegrias e realizações. Um motivo a mais para a torcida que o próximo ano chegue logo vem sendo demonstrada pelo casal Gabriel Fernandes Santarém e Jhuly Ana Leal Barros.

Todos estão torcendo para que 2021 seja realmente bem melhor que 2020 com muitas alegrias e realizações. Um motivo a mais para a torcida que o próximo ano chegue logo vem sendo demonstrada pelo casal Gabriel Fernandes Santarém e Jhuly Ana Leal Barros.

 É que é ansiosamente aguardado para março o nascimento de mais um filho ou filha. O baby que vem por aí fará com que a bonequinha Ana Mel na foto com os pais, seja promovida ao osto de irmãzinha mais velha, enquanto o estimado amigo Denis Santarém e sua esposa Cláudia vão estrear como avós paternos e a avó materna Vanuza terá mais um netinho ou netinha para curtir.

Queijos e vinhos no Country

O novo presidente do Nova Friburgo Country, Celso de Oliveira Santos e sua diretoria, não vai deixar a tradicional Festa de Queijos & Vinhos passar em branco este ano por causa da pandemia do coronavírus.

No próximo dia 22, sócios do clube e amigos poderão curtir no conforto e sobretudo segurança de suas casas, a especial 12ª edição da festa que ganhou uma versão diferente adaptada para o “novo normal” destes tempos. 

Três bem programados kits poderão ser encomendados pelo WhatsApp (22) 9.9957-2775. Haverá ainda transmissão ao vivo pelo YouTube direto do Nova Friburgo Country Clube pelo canal Descubra a Serra Carioca.

Em versão 6.6

O último dia 5 foi de agitos e alegrias a mais para o simpático Leone Gonçalves de Siqueira que somou 66 anos bem vividos.

Isso, por que ele conforme mostra a foto, ele, junto a esposa Valéria, o genro Michel, o irmão Antônio Carlos e a esposa Iolanda, comemoraram ainda que sem muitas outras presenças devido a pandemia, a nova idade do Leone.

Com pequeno atraso, mas grande carinho por tudo o que Leone representa, enviamos nossas congratulações ao querido aniversariante.

Partida com saudades

Com braço imobilizado em razão de um pequeno acidente, o comandante do Sanatório Naval de Nova Friburgo, o médico dr. Cerentine já sabe que sentirá saudades futuras, assim como deixará também muitas saudades.

É que prestes a completar dois no cargo, como é praxe naquela instituição militar a promoção de mudanças, um de seus colegas de turma deverá até o final do ano vir assumir o seu posto aqui em Nova Friburgo.

Ju & Jo aniversariando

Dois simpáticos amigos celebraram reservadamente na semana passada, seus aniversários. São eles, conforme aparecem na foto, a dupla gente boa Jucinei Neves de Araújo e Jocimar Paiva de Souza, que estrearam novas idades, respectivamente, nos últimos dias 6 e 7. A eles, nossos renovados cumprimentos com votos de muita saúde, paz, alegrias, amor e felicidades como bem merecem.

Parabéns ao Dacy!

Em clima de aniversários, a coluna felicita também o simpático Dacy Câmara Lobosco, da livraria Sabor de Leitura, que no último domingo, 9, completou mais um ano de vida. Felicidades!

Vivas ao padre Piller

Antecipamos com carinho endossado por muitos amigos e fiéis, nossos parabéns antecipados ao admirado padre Marcelo Piller, da Igreja de São Pedro e São Paulo no bairro Duas Pedras. No próximo sábado, 15, ele completa mais um ano de vida. Congratulações e tudo de bom ao padre Marcelo.

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    Em versão 6.6

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A fuga do sofrimento

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Diante do sofrimento, a primeira atitude do homem é a fuga, o querer se livrar dele, haja visto que o sofrimento se apresenta como uma ameaça para sua felicidade. É difícil ao homem relacionar a beleza de toda a criação de Deus com as contrariedades que o afligem.

O papa emérito Bento XVI afirma não servir para nada uma visão de mundo que não consegue dar sentido ao sofrimento, e nos instiga a vê-lo como algo precioso. Em seus ensinamentos o pontífice demonstra, com maestria, as deficiências dos pensamentos que combatem o sofrimento.

Diante do sofrimento, a primeira atitude do homem é a fuga, o querer se livrar dele, haja visto que o sofrimento se apresenta como uma ameaça para sua felicidade. É difícil ao homem relacionar a beleza de toda a criação de Deus com as contrariedades que o afligem.

O papa emérito Bento XVI afirma não servir para nada uma visão de mundo que não consegue dar sentido ao sofrimento, e nos instiga a vê-lo como algo precioso. Em seus ensinamentos o pontífice demonstra, com maestria, as deficiências dos pensamentos que combatem o sofrimento.

"Devemos – é verdade – fazer tudo por superar o sofrimento, mas eliminá‐lo completamente do mundo não entra nas nossas possibilidades, simplesmente porque não podemos desfazer‐nos da nossa finitude e porque nenhum de nós é capaz de eliminar o poder do mal, da culpa que – como constatamos – é fonte contínua de sofrimento” (Spe salve, 36).

Algumas correntes filosóficas, e até mesmo religiosas, pregam a possibilidade de uma vida sem sofrimento, desenvolvendo, assim, uma apatia diante do mesmo. Esta intenção de esquivar-se das angústias se dá numa dupla vertente. O estoicismo, que estabelece um conjunto de preceitos racionais, e também a religiosidade asiática, busca atingir um completo esvaziamento interior que dá ao homem um domínio tal sobre si, que o faz capaz de anular qualquer dor ou sofrimento. Já o epicurismo ensina ao homem a técnica de suprimir o sofrimento com o exercício do prazer.

Estas correntes, cada vez mais dissolvidas no modo de pensar contemporâneo, podem até alcançar um certo virtuosismo, mas acabam por desembocar no orgulho que nega o ser do homem, reavivando o desejo que moveu o pecado original (Cf. Ratzinger, J. Escatología: la muerte y la vida eterna. p. 87-88).

A gama de sofrimento existente no mundo parece refutar a existência de Deus, ou mesmo atestar sua pequenez e simplicidade. Levada pelo desespero e pela angústia a humanidade sede à tentação de assumir o lugar de um Deus. Esta postura, fundada numa equivocada compreensão do sofrer, nos estimula a acreditar que a justiça deve ser imposta a qualquer preço, relegando a segundo plano a esperança.

É inegável a urgência em evitar o sofrimento dos inocentes, ou mesmo diminuir suas dores. Neste propósito, instaura-se a justiça e a caridade, exigências fundamentais da existência cristã e de cada vida verdadeiramente humana (cf. Spe Salve,36).

Esta forma de combater o sofrimento difere da ação dos que tentam anulá-lo. A tentativa de eliminar toda adversidade induz o homem a uma vida vazia, na qual impera a solidão e a obscura sensação da falta de sentido. Conclui-se, deste modo, que “não é o evitar o sofrimento, a fuga diante da dor, que cura o homem, mas a capacidade de aceitar a tribulação e nela amadurecer, de encontrar o seu sentido através da união com Cristo, que sofreu com infinito amor” (Idem, 37).

A partir de então, insere-se no conceito de sofrimento a íntima relação com o amor. Considerando, pois, o amor como um sair de si, de sua realização pessoal da cômoda tranquilidade, não há possibilidade de desvinculá-lo do sofrimento. E, diante desta relação, há de se considerar que o sofrimento move o homem ao amor e à compaixão. O amor sem a renúncia de si torna-se verdadeiro egoísmo, e anula-se a si próprio.

Sem este princípio é impossível construir uma sociedade que seja sensível aos que sofrem. Pois, sem o amor, não há abertura ao outro. O sofrer com o outro, pelo outro e por amor da verdade e da justiça são elementos fundamentais da humanidade.

Foto da galeria

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras. 

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