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Angústia existencial e psicológica

quinta-feira, 06 de agosto de 2020

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade.

Não conheço as explicações de muitos filósofos sobre a etiologia da angústia humana. Sören Kierkegaard, filósofo dinamarquês, no seu livro “O Conceito de Angústia” disse, em resumo, que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante. Todos temos angústia. A diferença é a consciência dela, sua intensidade e como ela interfere na nossa vida. Psicóticos parecem possuir uma angústia maciça que os aliena da realidade. Muito artistas de várias áreas possuíam ou possuem angústia e a manifestaram ou manifestam pelas suas obras de artes, seja pintura, escrita, escultura, teatro, música. A produção de obras de arte pode ser uma defesa contra a loucura, contra a angústia paralisante. Da mesma forma que o trabalho para muitos empresários de sucesso financeiro.

Vários filósofos chamam de “angústia existencial” o que a Bíblia se refere ao sofrimento mental humano produzido pelo pecado. Há a angústia existencial, de origem espiritual, e há a angústia psicológica de origem em traumas e disfunções emocionais nos relacionamentos, especialmente na infância numa família difícil e numa pessoa sensível. 

Quando Naum no capítulo 1 e verso 9 na Bíblia diz que não virá a angústia a segunda vez, ele está admitindo que nessa existência todos temos angústia espiritual, existencial. Então, concordo com Kierkegaard que aprender a lidar com a angústia é saúde. Um paradoxo, não é? Porque a angústia é uma anormalidade que não mais existirá na Nova Jerusalém, mas aqui nessa vida ela é “normal” no sentido de existir em todo ser que nasce de mulher. Então, saúde mental tem mais que ver com aprender a administrar a angústia do que eliminá-la, porque não dá para eliminá-la. 

Dependentes químicos, incluindo os alcoólicos, tentam eliminar a angústia com a droga de escolha. Mas a angústia permanece ali, perturbando entre uma dose e outra da droga. Por isso, o grande desafio para eles, e para nós, é ficarmos sóbrios e aguentar a angústia sem usar alguma droga, que pode ser álcool, cocaína, maconha, crack, Rivotril e outros psicotrópicos, sexo, trabalho, compras, comida, controlar os outros, ganhar dinheiro etc.

Entendo que há dois tipos de verdades: a que produz informação (doutrinas) e a que produz salvação (espiritualização). Muitas igrejas cristãs têm abundância da primeira e carência da segunda. Tenho conhecido pessoas não religiosas cheias de espiritualidade. A Bíblia dá um ótimo exemplo disso como o centurião que pediu a Jesus para curar o servo dele. Ele tinha religião espiritualidade embora não tivesse religião doutrina ainda. E Jesus chamou a atenção para o povo dizendo que Ele não tinha visto tamanha fé na "igreja" da época como a daquele pagão. 

A vantagem da visão bíblica da angústia é que ela é (1) mais abrangente, e não superficial ou unilateral. Ou seja, ela vai além do social, do biológico e do psicológico. Ela atinge o “coração”, parte virtual de nossa mente de onde procedem o que contamina nosso caráter. Ela é também (2) verdadeira porque não tem pessoa que nasce sem esta desgraça (des-graça, falta de graça). A visão bíblica também é (3) a única que mostra a solução da angústia, que tem que ver com a glorificação, processo de mudança na estrutura humana que será feita por Deus assim que Jesus voltar em breve nos que ficarão do lado da verdade e da justiça. 

O melhor que a Psicologia pode oferecer é alívio da ansiedade de origem na dinâmica emocional mental pessoal. Podemos aprender (psicoeducação) a administrar nossa ansiedade de modo que ela não mais surja em nossa vida como ataques de pânico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo etc. É possível entender as causas psicológicas da ansiedade e praticar algumas orientações sobre a redução dela. Podemos nos tornar menos ansiosos num nível psicológico.

Algumas pessoas não sabem o que é angústia. Estranho, não é? Talvez elas sejam mais felizes por não terem consciência da angústia pessoal que possuem. Deus é honesto. Ele diz “estarei com ele na angústia” (Salmo 91:15). Ou “o que me consola em minha angústia é que a tua palavra me vivifica” (Salmo 119:50). Há angústia em todos nós. Tanto no Papa Francisco como no presidente e sua igreja. Tanto no bilionário Bill Gates quanto no mais simples funcionário de Tecnologia da Informação aí da instituição onde você trabalha. Paulo, o apóstolo diz que quando chegaram à Macedônia ele sentiu “temores por dentro”, ou seja, angústia. Ezequiel, homem de Deus, diz que naquele dia estava triste e angustiado, mas a mão do Senhor era forte sobre ele (Ez.3:14). 

Então nessa existência ter angústia não é ausência de Deus. É tanto a falta de sua presença como existia no Éden antes da queda, como tem sua (da angústia) extensão psicológica (carências afetivas, tensões na família, medo da pandemia, sofrimento de religiosos por terem chefes ditadores, perseguidores etc. 

O que a gente faz na vida para fugir da angústia “não está no gibi” como se dizia antigamente. E a maioria não sabe que foge da angústia no que faz e no que se torna. Isto porque o jeito como nos tornamos como pessoa é a maneira que nos causa menos dor. Mesmo que tenhamos nos tornado pessoas complicadas. É o melhor que conseguimos ser até agora. É a defesa da angústia. Claro, podemos ter/ser uma defesa disfuncional ou funcional e graças a Deus, gradativamente, passo à passo, bem lentamente, na medida em que aguentamos, podemos caminhar para ser/existir com melhor capacidade de lidar com nossa angústia e, assim, nos tornarmos melhores pessoas. Especialmente mais misericordiosas com a gente mesmo e com os outros. 

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Vaidade

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Para pensar:

"Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.”

Honoré de Balzac

Para refletir:

“A vaidade é um princípio de corrupção.”

Machado de Assis

Vaidade

Vaidade: eis a palavra central para que se possa compreender, de fato, o que se passou em nossa cidade na tarde de segunda-feira, 3.

Porque a vaidade, por sua própria natureza, não se deixa esconder.

Para pensar:

"Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.”

Honoré de Balzac

Para refletir:

“A vaidade é um princípio de corrupção.”

Machado de Assis

Vaidade

Vaidade: eis a palavra central para que se possa compreender, de fato, o que se passou em nossa cidade na tarde de segunda-feira, 3.

Porque a vaidade, por sua própria natureza, não se deixa esconder.

O vaidoso jamais resistirá, por exemplo, à tentação de valorizar publicamente o próprio conhecimento, a própria experiência, ou ao impulso de ridicularizar um adversário.

Também por isso, irá sempre preferir ambientes controlados e protegidos para se exibir.

É muito fácil, portanto, reconhecer uma pessoa vaidosa.

Insegurança

Da mesma forma, um vaidoso jamais se permitiria fugir de um debate - e o verbo a ser utilizado só pode ser este - se acaso tivesse a convicção de que seus argumentos são irrefutáveis, se tivesse a certeza de que seria capaz de encurralar o debatedor, e assim expor a própria superioridade.

Não, um vaidoso jamais foge de um debate “por não se sentir obrigado a ir”.

Foge porque jamais entra numa disputa se não tiver a certeza de que irá vencer, tendo méritos ou não.

Dolo

Todavia, quando o debate em questão diz respeito a condutas públicas, e um vaidoso demonstra que prefere se sujeitar a imbróglios jurídicos do que debater num ambiente neutro, só nos resta tirar duas conclusões: 1) ele obviamente não está tão convicto a respeito da lisura de suas motivações e dos meios que empregou; e 2) talvez já não acredite tanto assim na eficiência da Justiça.

A primeira destas conclusões gera um desdobramento automático, pois, na prática, significa que existe consciência a respeito da questionabilidade daquilo que foi feito, e, portanto, dolo em alguma medida.

Gradação

De fato, existe uma gradação a respeito das dificuldades de convencimento envolvidas no que se passou segunda-feira: 1) convencer a respeito da legalidade das incorporações; 2) convencer de que as incorporações não se deram entre pessoas que, em alguma medida, se tornaram úteis ao sistema; 3) convencer a respeito da moralidade das incorporações; 4) convencer de que a ausência no debate público poderia ser moralmente justificada.

Última que morre

O colunista pode antecipar que o último destes itens é, ao menos em relação a este que vos fala, impossível.

O terceiro item também seria muito, muito difícil.

Com relação aos dois primeiros, contudo, restava uma sincera esperança de que pudesse haver explicações plausíveis.

Cereja do bolo

Em meio a sinais tão claros para quem dá a devida atenção às entrelinhas - onde, de fato, a verdade se esconde - a sessão desta terça-feira, 4, na Câmara Municipal reservou a cereja do bolo.

Eis que, em dada altura, o vereador que mais indicou nomeações no mandato atual saiu em defesa de quem ganha muito bem para guardar este e outros segredos, de quem sabe o quanto custa este tipo de mandato parasita, não apenas em valores absolutos, mas em comprometimento da eficiência administrativa.

Tocante, não?

Praxe

No entendimento deste colunista, quem não se sente em condições de enfrentar um debate público para justificar os próprios atos não tem condições morais de exercer um cargo público, muito menos nos primeiros escalões.

No atual governo, no entanto, estão todos bem amparados.

Basta observar que, na tarde desta terça-feira, 4, os quatro representantes do Executivo que eram aguardados para a rodada de oitivas que integra o processo de defesa da prefeitura no processo de avaliação das contas de 2018 também não compareceram à Câmara.

Revelador

Posturas análogas para problemas semelhantes.

Na falta de argumentos, sabotagem aos procedimentos previstos.

Na prática, o Palácio Barão de Nova Friburgo tem se esforçado por transferir para o Judiciário a atribuição Legislativa de apreciar suas contas.

E, ao agir desta forma, desde já se mostra incapaz de apresentar defesa convincente, e lança sombras sobre os possíveis desfechos de algo que já vem errado desde o nascedouro.

Contraditório

A coluna assumiu o compromisso de abrir espaço à manifestação enviada pelas servidoras Ana Paula Navega dos Santos e Gisele Busquet Nunes a respeito das incorporações salariais.

As justificativas quanto ao não comparecimento à convocação já foram publicadas na edição de ontem, 4, em matéria específica sobre o tema.

Seguimos, portanto, com as justificativas para as incorporações.

Aspas (1)

“Esclarecemos, oportunamente, que em relação a matéria que o nobre vereador pretende que prestemos esclarecimentos, ou seja, ‘sobre condutas adotadas nos processos administrativos em que contam concessões de incorporações e de consequentes acumulações salariais que contrariam decisões judiciais federais, no âmbito da Justiça do Trabalho’, nos compete a manifestação enquanto servidoras públicas municipais no exercício dos nossos direitos de petição perante à Administração Pública Municipal.”

Aspas (2)

“Subsidiamos nossos pedidos pela via administrativa dentro do prazo prescricional legal e, posteriormente, pedimos reconsideração do parecer baseando-nos em fato novo, mediante duas decisões judiciais transitadas e julgadas de servidoras públicas em situação funcional idênticas às nossas.

Não bastasse tais decisões transitadas e julgadas, em recente decisão, ou seja, no dia no dia 24 de julho de 2020, a juíza da 1ª Vara do Trabalho de Nova Friburgo, também concedeu o mesmo direito de incorporação a outra servidora, afirmando em seu julgado que tanto o servidor celetista quanto o estatutário integram o quadro permanente do município fazendo jus aos direito da lei municipal 3.385/2004, dando assim, robustez ao nosso direito.”

Aspas (3)

“Por esta razão, o pedido feito pautou-se em situações absolutamente idênticas as nossas, onde o Poder Judiciário posteriormente ao indeferimento do primeiro pedido administrativo, confirmou sentenças, e Tribunal Regional do Trabalho manteve o reconhecimento ao direito de incorporação de servidores nas mesmas condições que as ora peticionantes.

Destarte que o direito de petição do servidor para “defesa de direitos”, assegurado no artigo 5º, LXXXIV, ‘a’ da Carta da República, teve como fundamento a garantia também constitucional da isonomia, que veda o tratamento diferenciado para servidores nas mesmas condições. Concluímos, assim, que na posição de servidoras públicas, possuímos o direito de petição de postular, como demais servidores assim também o fizeram.”

Pertinente

A esse respeito, a coluna entende ser pertinente observar que as duas servidoras entraram no passado com ações na Justiça e tiveram seus pedidos considerados improcedentes em decisões que transitaram em julgado, antes de adotarem a rota administrativa, já na atual gestão da PGM, fundamentando-se em decisões favoráveis de outras servidoras, sem menções às decisões judiciais já existentes para seus casos específicos.

Pós-fechamento

A coluna de hoje já estava fechada quando o procurador-geral do município enviou ao Massimo um pedido de espaço ao contraditório.

A respeito dele a gente conversa na coluna de amanhã, 6.

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Sujeiras e limpezas

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos

— É o banho! Não tem outra! Você já viu alguém ficar doente de sujeira? Nunca, né? Agora, o sujeito toma banho, pega um vento pelas costas, cai logo de cama. Sujeira nunca matou ninguém, mas limpeza demais é prejuízo certo pra saúde. Muita gente já morreu por causa dessa mania de tomar banho todo dia.

Os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos

— É o banho! Não tem outra! Você já viu alguém ficar doente de sujeira? Nunca, né? Agora, o sujeito toma banho, pega um vento pelas costas, cai logo de cama. Sujeira nunca matou ninguém, mas limpeza demais é prejuízo certo pra saúde. Muita gente já morreu por causa dessa mania de tomar banho todo dia.

Com argumentos sólidos como esse é que Paulão sustentava suas teses. E bastava ficar um pouco mais próximo dele para sentir o cheiro e perceber que, ao contrário do que ocorre entre os adultos, nele se reuniam teoria e prática, pregação e ação. Tanto que corria entre a molecada da vizinhança que a mãe, Dona Matilde, pelo menos uma vez por semana pegava o filho pela orelha e o enfiava embaixo do chuveiro. Isso com um filho de treze anos e já bem mais alto do que ela.

Outra teoria de Paulão, semelhante à primeira, era de que lavar a cabeça com frequência provocava queda de cabelo. Com dados irrefutáveis, doutrinava os demais meninos do bairro:

— Teu pai é careca? Não é, né? E ele lava a cabeça todo dia, usando aquele negócio cheiroso que rico usa, o tal do xambu? Agora vê os alemães lá da fábrica: tudo careca, é ou não é? O motivo tá na cara: rico lava a cabeça todo dia.

E se ponderassem com Paulão que na fábrica tinha também alemão com cabelo, ele explicava que isso era porque “esse alemão ou já foi criado no Brasil ou tinha babá brasileira. Aí, já viu, né? Relaxavam e não davam banho na criança. Sorte dele, que não ficou careca igual a seus convertorrâneos. Ou então é peruca!”

Nunca pude seguir integralmente os ensinamentos desse meu amigo de infância, talvez porque minha mãe tinha opiniões inteiramente contrárias às dele e era mais enérgica do que Dona Matilde. Mas, falando francamente, não discordo inteiramente do que ele dizia. Basta observarmos que os franceses até pouco tempo atrás não eram chegados ao banho diário, e essa é a razão provável de terem inventado tantos perfumes, com os quais tentavam substituir a água e o sabão. A desculpa era que na França a maioria das casas tinha banheira e não chuveiro. Como encher uma banheira exige muito tempo e paciência, o pessoal acabava desistindo e deixava a faxina corporal para a próxima semana.

Parece que com o aumento do número de chuveiros, a situação melhorou um pouco, mas ainda hoje os franceses perderiam para os índios brasileiros, que viviam mais dentro dos rios do que na terra, eram quase anfíbios. Razão pela qual os primeiros portugueses sentiam enjoo com o cheiro de limpeza dos nativos, e estes fugiam dos recém-chegados por causa do mau cheiro que deles provinha. Então quando levantavam o braço para enfiar a espada no pobre do selvagem... as axilas lusitanas matavam mais do que as armas. Num dos livros de Graciliano Ramos há uma cena que bem mostra que esse negócio de banho não é costume universal. Algumas pessoas conversam numa sala e a certa altura uma senhora pede licença para recolher-se, porque ia banhar-se. Mal ela virou as costas e um dos presentes sussurrou para outro: “Mulher porca!” Ou seja, porca porque precisava tomar banho, necessidade que não aflige as pessoas limpas por natureza.

E não se pense que a nobreza é mais asseada do que a plebe. Numa carta de Napoleão (ninguém menos do que Napoleão!) o grande general pede a sua esposa que ela não tome banho nos próximos três dias, porque ele está voltando para casa e cheio de saudades. Assim também é demais! Mas, enfim, é coisa de francês, é très chic!

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A independência do Poder Judiciário

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Aqui como na França, e me refiro à França porque sempre disse que aquele país será o Brasil de hoje, a justiça passa por uma forte perda de credibilidade, como vemos acontecer aqui entre nós. A assembleia legislativa francesa concluiu um estudo, com 40 sugestões que serão apresentadas e debatidas em setembro, para discussão e possível implantação.

Aqui como na França, e me refiro à França porque sempre disse que aquele país será o Brasil de hoje, a justiça passa por uma forte perda de credibilidade, como vemos acontecer aqui entre nós. A assembleia legislativa francesa concluiu um estudo, com 40 sugestões que serão apresentadas e debatidas em setembro, para discussão e possível implantação.

Mas, sem saber o teor dessas sugestões, em função do descrédito e ridicularização porque passa a corte suprema brasileira, com componentes completamente politizados e sem o devido respeito que, em teoria, seus membros deveriam merecer, precisamos com urgência de um reposicionamento do que deveria ser um STF, e a implantação de freios ou de maneiras de censurar ou punir aqueles que se afastam do objetivo principal do STF, que é a defesa inconteste da Constituição nacional e a salvaguarda de decisões judiciais, sem que isso caísse na banalização. Do jeito que a coisa vai daqui a pouco os seus componentes estarão discutindo até briga de marido e mulher.

A coisa chegou a tal banalização, que um deputadinho mineiro entrou com uma ação de improbidade administrativa contra o presidente da República, pois ele exibia uma caixa de hidroxicloroquina, após a negativação dos seus exames da Covid 19. Ora bolas, médicos ainda podem receitar os medicamentos que julgarem necessários e não vai ser um deputadinho que vai contestá-lo. Se existem estudos prós e contra tal medicamento, cabe ao médico e, somente, a ele decidir o que é melhor para o paciente que o procura.

A primeira coisa que deveria ser discutida é o famoso jeitinho brasileiro, muito usado pelos membros do STF, para interpretar a nossa Carta Magna. Afinal, a constituição foi feita para se cumprida, não interpretada. Aliás, foi o que fez o dr. Ricardo Lewandowsky, ao cassar o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff e manter seus direitos políticos intactos. Lá está escrito no artigo 85: 4º – efeitos da condenação por crime de responsabilidade.

A Constituição Federal, quanto ao processo e julgamento do processo de impeachment, estabelece que funcionará como presidente, o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Outro ponto que deveria ser levado em consideração é a obrigatoriedade dos membros do STF serem juízes togados e não simples advogados. Querem excrecência maior do que seu atual presidente, dr. Dias Toffolli, que é bacharel em Direito, mas sem nenhum outro predicado. Pelo menos eu não encontrei, após várias buscas. O exemplo que sempre uso para esse disparate é indicar um médico, que nunca foi cirurgião, para titular da cadeira de Cirurgia Geral, de uma faculdade de medicina. Ou, nas Forças Armadas, um sargento dar ordens num general.

Mas, os pontos mais polêmicos dessa instituição são a vitaliciedade do cargo e o critério de escolha. Deus me livre se deputados e senadores fossem vitalícios, o país já estaria quebrado desde a instalação da República. Como qualquer cargo público, deveria ter um princípio, meio e fim. Poderia ser de oito anos, como é o mandato dos senadores. Com isso, teríamos uma alternância de poder e de ideias. E, aí, cairíamos no critério de escolha. Continuaria sendo de indicação exclusiva do presidente da República, mas baseado numa lista tríplice saída através do Congresso Nacional, da Associação de Juízes Federais (Ajufe) e do chefe do Poder Executivo. Mas, a sabatina por que passa o escolhido, no senado, deveria ser uma avaliação rigorosa e não uma simples homologação, como é atualmente.

Com relação ao afastamento de um membro do STF, por infringir conceitos éticos e morais, poderia continuar nas mãos do Senado, mas seu presidente não poderia engaveta-los, como é feito sistematicamente. Esse teria a obrigação de colocar em plenário, para deliberação, pedidos de impeachment de membros do STF, cujas ações fossem incompatíveis com sua atuação. Creio que com isso, teríamos um STF muito mais enxuto e cumprindo sua verdadeira função.

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O ministro sábio

quarta-feira, 05 de agosto de 2020

Mateus discorria, solene, sobre a missão dos que dirigem a massa popular, especificando deveres dos administradores e dificuldades dos servos.

A conversação avançava, pela noite a dentro, quando Jesus, notando que os aprendizes lhe esperavam a palavra amiga, narrou, sorridente:

— Um reino existia, em cuja intimidade apareceu um grande partido de adversários do soberano que o governava. Pouco a pouco, o espírito de rebeldia cresceu em certas famílias revoltadas e, a breves semanas, toda uma província em desespero se ergueu contra o monarca, entravando-lhe as ações.

Mateus discorria, solene, sobre a missão dos que dirigem a massa popular, especificando deveres dos administradores e dificuldades dos servos.

A conversação avançava, pela noite a dentro, quando Jesus, notando que os aprendizes lhe esperavam a palavra amiga, narrou, sorridente:

— Um reino existia, em cuja intimidade apareceu um grande partido de adversários do soberano que o governava. Pouco a pouco, o espírito de rebeldia cresceu em certas famílias revoltadas e, a breves semanas, toda uma província em desespero se ergueu contra o monarca, entravando-lhe as ações.

Naturalmente preocupado, o rei convidou um hábil juiz para os encargos de primeiro ministro do país, desejoso de apagar a discórdia; mas o juiz começou a criar quantidade enorme de leis e documentos escritos, que não chegaram a operar a mínima alteração.

Desiludido, o imperante substituiu-o por um doutrinador famoso. O tribuno, porém,

conduzido à elevada posição, desfez-se em discursos veementes e preciosos que não modificaram a perturbação reinante.

Continuavam os inimigos internos solapando o prestígio nacional, quando o soberano pediu o socorro de um sacerdote que, situado em tão nobre posto, amaldiçoou, de imediato, os elementos contrários ao rei, piorando o problema.

Desencantado, o monarca trouxe um médico à direção dos negócios gerais, mas tão logo se viu em palácio, partilhando as honras públicas, o novo ministro afirmou, para conquistar o favor régio, que o partido de adversários da Coroa se constituía de doentes mentais, e fez disso propaganda tão ruinosa que a indisciplina se tornou mais audaciosa e a revolta mais desesperada.

Pressentindo o trono em perigo, o soberano substituiu o médico por um general célebre, que tomou providência drástica, arregimentando forças armadas nas regiões fiéis e mobilizando-as contra os irmãos insubmissos. Estabeleceu-se a guerra civil. E quando a morte começou a ceifar vidas inúmeras, inclusive a do temido lidador militar que se convertera em primeiro ministro do reino, o imperante, de alma confrangida, convidou um sábio a ocupar-se do posto então vazio. Esse chegou à administração, meditou algum tempo e deu início a novas atividades. Não criou novas leis, não pronunciou discursos, não censurou os insurretos, não perdeu tempo em zombaria e nem estimulou qualquer cultura de vingança.

Dirigiu-se em pessoa à região conflagrada, a fim de observar-lhe as necessidades.

Reparou, aí, a existência de inúmeras criaturas sem teto, sem trabalho e sem instrução, e erigiu casas, criou oficinas, abriu estradas e improvisou escolas, incentivando o serviço e a educação, lutando, com valioso espírito de entendimento e fraternidade, contra a preguiça e a ignorância.

Não transcorreu muito tempo e todas as discórdias do reino desapareceram, porque a ação concreta do bem eliminara toda a desconfiança, toda a dureza e indecisão dos espíritos enfermiços e inconformados.

Mateus contemplava o Senhor, embevecidamente, deliciando-se com as ideias de bondade salvadora que enunciara, e Jesus, respondendo-lhe à atenção com luminoso sorriso, acrescentou para finalizar:

— O ódio pode atear muito incêndio de discórdia, no mundo, mas nenhuma teoria de salvação será realmente valiosa sem o justo benefício aos espíritos que a maldade ou a rebelião desequilibraram. Para que o bem possa reinar entre os homens, há de ser uma realidade positiva no campo do mal, tanto quanto a luz há de surgir, pura e viva, a fim de expulsar as trevas.

Extraído do livro “Jesus no lar”; espírito Neio Lúcio; médium Francisco Cândido Xavier

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações

Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

 

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Tristeza

terça-feira, 04 de agosto de 2020

Para pensar:

"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”

Maurice Switzer

Para refletir:

“Onde estão nossos valores?

Onde está nossa ética?

Onde está nossa decência?

Foram todos exauridos com o passar dos anos.”

Allann Xavier

Tristeza

A coerência não raramente nos cobra um preço alto.

Para pensar:

"É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida.”

Maurice Switzer

Para refletir:

“Onde estão nossos valores?

Onde está nossa ética?

Onde está nossa decência?

Foram todos exauridos com o passar dos anos.”

Allann Xavier

Tristeza

A coerência não raramente nos cobra um preço alto.

Por que o que é certo continua sendo certo mesmo quando um crápula o pratica - e isso é sempre positivo -, e o errado continua sendo errado mesmo quando uma pessoa querida é a autora - e isso nos obriga a criticar, por vezes asperamente, pessoas das quais gostamos.

Hoje é um desses dias.

Ingenuidade

Exatamente às 14h desta segunda-feira, a não mais do que 50 metros da Câmara Municipal, o colunista teve um encontro fortuito com uma das pessoas convocadas a prestar esclarecimentos ao Legislativo naquele mesmo horário, a respeito das incorporações salariais.

E, inocentemente, acreditou que teria uma surpresa positiva, que as cadeiras afinal não ficariam vazias, que teríamos esclarecimentos, satisfações, e a coluna não precisaria estar aqui, mais uma vez, narrando um ato do mais profundo desrespeito à transparência, à representação parlamentar e, mais do que tudo, ao próprio pacto social.

Ausência

Como o leitor já deve estar sabendo, tanto o procurador-geral quanto as duas servidoras convocadas por unanimidade pelo plenário da Câmara decidiram não comparecer à casa legislativa às 14h desta segunda-feira, 3, e deste modo privaram de respostas e esclarecimentos importantes toda a sociedade friburguense.

Existem consequências previstas para este tipo de atitude, e é preciso que tais consequências sejam devidamente observadas pelo Judiciário, sob pena de se abrir um precedente sob todos os aspectos inaceitável.

Deveria bastar

Muito mais do que uma questão relacionada ao Direito, contudo, estamos falando é sobre decência aqui, e a coluna tem batido sempre nesta tecla.

Servidor público deve sim satisfações à população e a seus representantes legítimos, toda vez que venham a pairar dúvidas a respeito de suas condutas.

Lei alguma deveria ser necessária para assegurar a presença de um servidor neste tipo de circunstância.

O respeito à coletividade deveria ser razão mais do que suficiente.

Desrespeito

Dito isso, a coluna pode atestar que as dúvidas existentes nestes casos em questão mais do que justificam a convocação, como ficou bastante claro a todos que se deram ao trabalho de assistir à apresentação através do canal da Câmara no YouTube.

Aliás, quem não viu deveria ver.

E é por isso que a coluna não irá perder tempo com discussões de natureza jurídica aqui.

Sob o ponto de vista ético - que é o que efetivamente nos interessa - nada poderia justificar tamanho desrespeito à população.

Repúdio

As justificativas apresentadas para as ausências seguiram a linha de que o debate não teria sido técnico.

Conversa fiada.

Esta coluna tem um longo histórico a lhe respaldar quando afirma que teria dado todo o espaço para divulgar os argumentos que viessem a ser apresentados, mesmo que não fossem convincentes.

E claro, se fossem convincentes, teriam aqui também todos os elogios merecidos.

Oportunidade perdida

Ademais, a apresentação do vereador Professor Pierre foi essencialmente técnica, como todo mundo pode ver no YouTube.

Qualquer insinuação neste sentido, portanto, é leviana e covarde.

De fato, a postura adotada pelos convocados é própria de quem não tem argumentos conclusivos para agir como age, e pior: tem consciência disso.

E se tal interpretação está em alguma medida equivocada, a oportunidade de mostrar isso foi deliberadamente perdida.

Enquanto isso...

O colunista tem testemunhado com grande tristeza o tratamento que vem sendo reservado à imensa maioria dos servidores municipais.

Tem visto de perto o empobrecimento, a diminuição do padrão de vida, o drama.

E diz com muita concretude que o corte do vale transporte neste mês de julho vai significar, na prática, que muitos servidores e suas famílias vão comer menos neste mês de agosto.

Infelizmente, ao escrever estas linhas, não faltam nomes e rostos no pensamento.

O que acontece em nossa prefeitura neste momento é desumano.

P.S.

A coluna de hoje já havia sido escrita quando recebemos nota assinada pelas servidoras Ana Paula Navega dos Santos e Gisele Busquet, justamente as duas que haviam sido convocadas a comparecer no plenário.

A nota é grande demais para que possa ser publicada na íntegra, nesta edição.

Mas traz posicionamentos técnicos que a coluna faz questão de publicar em oportunidade próxima.

Segue amanhã

Evidentemente teria sido muito melhor se este debate tivesse ocorrido no plenário.

Mas, se temos a oportunidade de publicar argumentos de ambas as partes neste espaço, então os leitores certamente não serão privados destas informações.

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Das cartas ao poder das inovações, AVS não perde a conexão

terça-feira, 04 de agosto de 2020

A viagem começa carimbando o passaporte para  percorrermos os caminhos da história do selo, reverenciando uma trajetória no Brasil que festeja a data de 1º de agosto pela emissão do primeiro selo postal dos Correios, em 1843. Contudo, a primeira comunicação escrita em terras brasileiras foi a famosa carta de Pero Vaz de Caminha anunciando ao rei de Portugal, D. Manoel, a “descoberta do Brasil”. E foi bem depois que D. Pedro II aprovou a reforma postal brasileira, colocada em prática em 1842.

A viagem começa carimbando o passaporte para  percorrermos os caminhos da história do selo, reverenciando uma trajetória no Brasil que festeja a data de 1º de agosto pela emissão do primeiro selo postal dos Correios, em 1843. Contudo, a primeira comunicação escrita em terras brasileiras foi a famosa carta de Pero Vaz de Caminha anunciando ao rei de Portugal, D. Manoel, a “descoberta do Brasil”. E foi bem depois que D. Pedro II aprovou a reforma postal brasileira, colocada em prática em 1842. O Caderno Z do último fim de semana veio repleto de curiosidades desde os primórdios do primeiro selo, conhecido como “Olho-de-Boi”. Minha mãe contava o caso de uma moça que, de tanto esperar cartas do namorado, acabou se apaixonando pelo carteiro e deu até casamento.

Rogério Albertini, funcionário dos Correios desde 1985, relata suas vivências e ressalta a raridade das cartas “escritas à mão” e dos cartões de Natal. Eu gostava de colocar todos na árvore natalina e depois os guardava na caixa dos enfeites. No ano seguinte, era gostoso lembrar as mensagens recebidas anteriormente. Com todas as transformações, Albertini acrescenta: “A tendência é realmente os selos e as cartas virarem peças de museu...”. Mas, restará a inegável paixão dos colecionadores. Por isso mesmo, aguardamos o selo comemorativo dos 75 anos de A VOZ DA SERRA, marco alcançado neste ano de 2020. Vamos festejar de um jeito ou de outro!

1º de agosto é o Dia Nacional da Suíça e para nós, que temos colonização oriunda dos primeiros imigrantes suíços, autorizados pelo rei D. João, a data é de extrema importância. Este ano, as celebrações ocorreram basicamente no formato virtual por conta da pandemia do coronavírus. A festa do ano passado ainda soa em nossos corações!

Vinicius Gastin contou a trajetória de Felipe Conceição, o friburguense que tem percorrido vários clubes, fortalecendo sua carreira dentro do futebol brasileiro e até fora do Brasil. Agora ele se destaca no RB Bragantino e comandará a equipe no Campeonato Brasileiro da Série A. Como bem disse Gastin: “Digno de aplausos”. Muito sucesso!

Adriana Oliveira nos trouxe uma maravilhosa reportagem sobre o Monsenhor Mielli, que teria feito 98 anos no último dia 30 de julho. Que narrativa empolgante com relatos de episódios que confirmam, cada vez mais, a brilhante personalidade do padre muito amado por todos nós. Girlan Guilland, também conhecedor de tantos fatos marcantes e históricos, ressaltou: “Monsenhor Mielli foi muito mais do que um líder religioso católico, mas um visionário pelo ideal da educação”. Todas as homenagens em honra à memória do inesquecível padre são bem-vindas e há de ser significativa a ideia de um enredo para o carnaval de 2022. Afinal, foi o monsenhor o “apaziguador dos ânimos” na fundação da Imperatriz de Olaria. O enredo será, certamente, santificado na passarela do samba!

Ana Borges entrevistou a médica geriatra Thaís Valle Duarte Folly que em suas considerações sobre a atual crise do coronavírus, destacou: “ A pandemia nos trouxe inúmeras mudanças para todas as faixas etárias. Seja na esfera social, econômica ou psicológica, o isolamento nos fez repensar a nossa rotina, nossas prioridades e o que realmente entra no que consideramos essencial ou não para nossas vidas.” Esse repensar é uma receita e deveria ser adotado como o primeiro mandamento para o novo normal.

Uma pesquisa constatou a queda do interesse por lives. Isso não é de surpreender, pois, com tantas atividades liberadas, o povo quer mais é interagir e deixar de ser mero assistente no sofá da sala. Em Nova Friburgo, por exemplo, a bandeira vermelha “desbotou” e perdeu a rigidez de sua cor. Agora muita coisa pode funcionar, mesmo com o aumento para 1.221 casos de Covid-19 e 69 óbitos registrados até a última sexta-feira, 31 de julho. Será que estamos nos acostumando ou será o novo normal?

Na coluna “Massimo”, tivemos boas ponderações sobre a quarentena e sobre “como iremos sair deste período de provações”. Pergunta o colunista:  “Seremos pessoas melhores?...”. E mais: “Será que toda essa experiência nos ajudará a amadurecer de alguma forma?” Tomara, pois precisamos da bandeira branca, aquela bandeira da paz!

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Os 15 anos de Maria Clara

terça-feira, 04 de agosto de 2020

No último domingo, 2, o dia foi de alegrias a mais para o casal Jackson e Danielle Vassalo Pinto. É que para alegria dos amigos e familiares, em especial os avós corujas, os paternos José Carlos (Jacutinga) e Eliane e Rogério e Marileuzes (maternos), a graciosa Maria Clara Vassalo Pinto comemorou, em família devido ao isolamento social, seus 15 anos de idade.

 A jovem aniversariante é uma aplicada estudante, além de ótima jogadora de voleibol. Nossos parabéns à Maria Clara que aparece aí na foto com o irmão Vinicius e os pais.

Bodas de Granito

No último domingo, 2, o dia foi de alegrias a mais para o casal Jackson e Danielle Vassalo Pinto. É que para alegria dos amigos e familiares, em especial os avós corujas, os paternos José Carlos (Jacutinga) e Eliane e Rogério e Marileuzes (maternos), a graciosa Maria Clara Vassalo Pinto comemorou, em família devido ao isolamento social, seus 15 anos de idade.

 A jovem aniversariante é uma aplicada estudante, além de ótima jogadora de voleibol. Nossos parabéns à Maria Clara que aparece aí na foto com o irmão Vinicius e os pais.

Bodas de Granito

No último dia 29 de julho, o admirado casal Corrado e Hisae Spallanzani  (foto) completou, com grande orgulho, 48 anos de feliz união matrimonial, portanto estão a dois anos, de chegar a majestosa Bodas de Ouro.

Para este encantador casal, que se uniu em 1972 na Igreja do Espirito Santo, em São Paulo, e dois anos depois chegou a Nova Friburgo, fincando raízes, celebraram o aniversário de casamento recebendo as merecidas congratulações das filhas Renata Yumi, Adriana Sayuri e Alessandra Mitie. dos netos Amanda Mayumi, Eduardo Hideki, Ana Mitico e Maria Keiko; do genro Vinicius Roza, demais familiares e uma legião de amigos e admiradores. Aos casal Corrado e Hisae, nossas congratulações com votos contínuas felicidades.

Que decepção

E o Hospital de Campanha de Nova Friburgo, hein? Quando pensamos que a classe política já extrapolou em tudo o que podia fazer em desfavor do dinheiro público, nos deparamos com esse banho de água fria: o anúncio do fim do projeto que nem sequer chegou a ser aberto. Aí, cabe indagações: como ficamos? Como todo o  dinheiro que foi investido ali será devolvido ao povo?

Empossada no Rotary

Desde o último dia 28 de julho, o Rotary Clube Imperador sob a atual presidência de Gustavo Jachelli conta agora com mais uma valorosa integrante para somar forças nas atividades daquele clube de serviços: trata-se de Núbia Monnerat Gremion Soares (foto).

 A cerimônia de entrega do certificado, através de sessão on-line devido a impossibilidade de realizações das reuniões presenciais, se deu no Nu.Stúdio de Arquitetura. Na ocasião, Núbia recebeu os parabéns dos pais Walmir e Lúcia e do namorado Lucas. Congratulações à Núbia com votos de total êxito.

Jubileu de pérola

Na manhã do último domingo, 2, a Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Riograndina, esteve em festa. De maneira virtual, devido à pandemia, foi celebrado com missa solene presidida pelo novo bispo diocesano Dom Luiz Antonio Ricci, o aniversário de 30 anos de ordenação sacerdotal, do padre Roberto José Pinto, que está à frente daquela igreja atualmente.

O padre Roberto é um amigo de décadas passadas, desde quando atuou, entre 1975 e 1989, como balconista da antiga loja de materiais de construção Cadima. Parabéns padre Roberto!

Vivas para a Isabella

Na tarde do último domingo, 2, com reduzido número de familiares nestes tempos de impossibilidade de aglomerações devido à pandemia, a gatinha Isabella Silva Jardim comemorou seu 5° aninho de vida.

Por esta especial razão, enviamos os parabéns com votos de um brilhante futuro para a querida Isabella, que aparece aí na foto junto à mãe Eliziene Silva Jardim e o pai, o estimado amigo Humberto José dos Santos Damasceno, o conhecido Humberto da Ambulância. Parabéns!

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    Os 15 anos de Maria Clara (

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    Bodas de Granito

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    Empossada no Rotary

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    Vivas para a Isabella

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Desacreditar da verdade

terça-feira, 04 de agosto de 2020

A busca pela verdade sempre motivou a humanidade. Desde a era clássica, pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles divagaram exaustivamente sobre ela no intuito de defini-la e identificá-la no agir humano e social. A mesma questão instigava Pôncio Pilatos. Diante daquele que é a própria verdade, o governador romano releva a angústia do seu coração: “O que é a verdade?” (cf. João 18, 37-38). No seu silêncio, Jesus vai além da conceituação do termo. Ele revela que a verdade é a retidão do agir e da palavra humana, sem duplicidade, simulação e hipocrisia (cf.

A busca pela verdade sempre motivou a humanidade. Desde a era clássica, pensadores como Sócrates, Platão e Aristóteles divagaram exaustivamente sobre ela no intuito de defini-la e identificá-la no agir humano e social. A mesma questão instigava Pôncio Pilatos. Diante daquele que é a própria verdade, o governador romano releva a angústia do seu coração: “O que é a verdade?” (cf. João 18, 37-38). No seu silêncio, Jesus vai além da conceituação do termo. Ele revela que a verdade é a retidão do agir e da palavra humana, sem duplicidade, simulação e hipocrisia (cf. Catecismo da Igreja Católica, 2468).

É certo que a cultura relativista e individualista perpetrada na sociedade hodierna, tem afogado no coração do homem o amor à verdade. Vivemos como se ela não mais importasse ou até mesmo inexistisse. Vivendo fechado na cela do seu egoísmo e alimentado pelo desejo de satisfação pessoal, o homem produz um mundo estéril de relações supérfluas e interesseiras.

O papa emérito Bento XVI, define a verdade como um ‘lógos’ que cria ‘diá-logos’ e, consequentemente, comunicação e comunhão. Santo Tomás de Aquino ressalta sua importância para a sadia relação entre os homens, pois ela é condição sine qua non para a confiança recíproca (cf. Summa theologiae, 2-2, q. 109, a. 3).

O relativismo da verdade, presente no contexto atual e cultural, tende a dificultar a construção de uma boa sociedade e de um verdadeiro desenvolvimento humano integral. A vivência em comunidade sem o valor absoluto da verdade é frágil. Sempre que as opiniões se divergirem, germinará a semente do ódio e da divisão, e se anulará qualquer possibilidade de ajuda mútua.

O escritor e filósofo russo Fiódor Dostoiévski adverte para o risco de uma vida ancorada na mentira. “Quem mente a si mesmo e escuta as próprias mentiras, chega a pontos de já não poder distinguir a verdade dentro de si mesmo nem ao seu redor, e assim começa a deixar de ter estima de si mesmo e dos outros. Depois, dado que já não tem estima de ninguém, cessa também de amar, e então na falta de amor, para se sentir ocupado e distrair, abandona-se às paixões e aos prazeres triviais e, por culpa dos seus vícios, torna-se como uma besta; e tudo isso deriva do mentir contínuo aos outros e a si mesmo” (Os irmãos Karamazov, II, 2).

Assim, a desvalorização da verdade tende a dividir a humanidade em pequenos grupos polarizados que defendem a todo preço suas próprias ‘verdades’, fechados ao diálogo e ao crescimento.

Vivemos um contexto muito polarizado. A facilitação da divulgação das opiniões pelas mídias sociais faz agravar ainda mais diferenças, muitas vezes fundamentadas em inverdades. Com o intuito de defender as ideologias, rompe-se com facilidade a barreira da dignidade e da justiça, promovendo o descrédito do outro, forçando sua representação como inimigo fomentando os conflitos (cf. Mensagem o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais, 13 mai. 2018).

A construção de um mundo melhor e mais justo só será possível se nos comprometermos com a busca da verdade em todas as relações. A busca do homem pela verdade e o questionamento sobre a realidade ganha sentido à luz da eterna verdade, que é Jesus. Por isso, façamos a experiência de propagar com austeridade o Evangelho, lembrando-nos sempre que todo o que é da verdade ouve a voz de Cristo.

Padre Aurecir Martins de Melo Júnior é coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Nova Friburgo. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Quando as vozes da ciência e da literatura se entrelaçam

segunda-feira, 03 de agosto de 2020

Estava pensando, no início desta semana, que, nesta coluna, tenho abordado apenas alguns estilos, como o conto, a crônica e a poesia, ficando limitada a uma parte do universo literário. Hoje, vou me dedicar ao entrelaçamento entre as vozes da ciência e da literatura. 

Estava pensando, no início desta semana, que, nesta coluna, tenho abordado apenas alguns estilos, como o conto, a crônica e a poesia, ficando limitada a uma parte do universo literário. Hoje, vou me dedicar ao entrelaçamento entre as vozes da ciência e da literatura. 

A literatura oferece subsídios à atividade científica em suas diferentes áreas, como humanas, biológicas e tecnológicas, responsáveis pela construção de saberes que envolvem as relações do homem com o mundo. A ciência não é constituída pelo saber empírico, adquirido naturalmente nas experiências diárias, mesmo estando na vida quotidiana as motivações essenciais à sua estruturação. A ciência está pautada no conhecimento adquirido através de objetivos e métodos específicos, tendo a finalidade de explicar objetivamente a realidade para proteger e melhorar a qualidade de vida dos seres. 

As áreas do conhecimento possuem enfoques especiais e utilizam-se da literatura para registrar a produção e a atualização do saber, construídos através de estudos e pesquisas válidos. São conhecimentos que precisam ser difundidos para que as ciências atendam às necessidades humanas. 

Surge, então, neste aspecto, um desafio: como adequar a linguagem científica aos grupos distintos de cidadãos, inseridos em ambientes culturais próprios. É necessário que todos, sejam crianças, adultos ou idosos, tenham acesso, por exemplo, ao conhecimento produzido pela ciência odontológica. 

 Os manuais de saúde, mesmo sendo elaborados com intuitos pedagógicos, precisam recorrer à arte literária para atraírem as pessoas, envolvendo-as nos assuntos que os justificam. Ah, não é uma tarefa fácil. Jamais podem ser “ameaçadores”, nem conterem informações equivocadas. Muito menos desconsiderarem a inteligência daquele que tem facilidade de acesso a informações de pouca utilidade. Como falar sobre os cuidados dentários com citadinos e indígenas? Certamente, o escritor terá de se utilizar de padrões de linguagem especiais para cada grupo de leitores.      

Podemos considerar a transposição da linguagem científica e acadêmica, para a coloquial uma viagem estilosa e delicada, capaz de tocar o leitor a ponto de prender sua atenção, estimulá-lo a rever e modificar seus hábitos. Estou querendo dizer que as vozes da ciência estão para transformar modos de ser e fazer da população. São para evitar a estagnação do sujeito em hábitos inadequados, já enraizados.  

 

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