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Indústria eleitoral

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Para pensar:

"Se teu cão passa fome, qualquer pessoa que oferecer um pedaço de comida consegue afastá-lo de ti.”

Provérbio árabe

Para refletir:

“Se você quer manter limpa a sua cidade, comece varrendo diante de sua casa.”

Provérbio chinês

Indústria eleitoral

Existem profissões e funções de grande importância cujos limites éticos parecem ser especialmente estreitos.

Para pensar:

"Se teu cão passa fome, qualquer pessoa que oferecer um pedaço de comida consegue afastá-lo de ti.”

Provérbio árabe

Para refletir:

“Se você quer manter limpa a sua cidade, comece varrendo diante de sua casa.”

Provérbio chinês

Indústria eleitoral

Existem profissões e funções de grande importância cujos limites éticos parecem ser especialmente estreitos.

E que, por isso mesmo, muitas vezes servem de atalho para enriquecimentos ilícitos a quem eventualmente estiver disposto a cruzar suas fronteiras, tirando proveito pessoal de condutas nocivas à coletividade.

Exemplos de atividades que se enquadram nesta descrição não nos faltariam.

Pertinente

A poucos meses de uma nova eleição municipal, contudo, parece importante dedicar atenção a uma indústria que se esforça por ser invisível, por atuar da forma mais discreta e subliminar possível, e que agrega funções de enorme responsabilidade para o bom funcionamento do sistema democrático.

Estamos falando, é claro, da chamada “indústria eleitoral”.

Concorrência desleal

O cidadão médio provavelmente deve ter noção de que algumas pessoas ganham muito dinheiro na coordenação de campanhas, e que nem tudo neste jogo é bonito ou publicável.

Mas certamente não existe uma dimensão coletiva a respeito do que de fato acontece, ou da forma como a propensão de alguns para praticar o “vale tudo” acaba por contaminar toda a dinâmica eleitoral, tornando muito mais difícil a atuação de quem se dispõe a nadar contra a maré e a respeitar as regras do jogo.

Como deveria ser

Ora, seria fácil criticar o marketing político e o reduzir a um conjunto de práticas de convencimento e manipulação. E seria também injusto.

A bem da verdade é muito importante que os eleitores sejam dados a conhecer em detalhes as opções de que dispõem, tanto para o Executivo quanto para o Legislativo, inclusive dando o devido valor à apresentação dos grupos envolvidos.

E, claro, sem esconder aspectos que eventualmente não sejam os mais populares, mas que sejam importantes para compreender a essência de cada proposta.

A todo custo

Infelizmente, no entanto, existe muita gente ansiosa por “investir” pesado em campanhas, e muita gente disposta a tudo para morder fatias consideráveis deste bolo.

Nos bastidores, por exemplo, é comum ouvir a frase “campanha cara é aquela que não vence”, como forma de justificar os valores astronômicos cobrados por quem se especializou em “vencer eleições”, apelando para diversos expedientes condenáveis de convencimento, difamação e desinformação.

Naturalmente a frase também dá a entender que qualquer investimento em campanha poderá ser recuperado tão logo o poder seja alcançado.

Vacina

A atuação de tais profissionais é evidentemente nociva ao processo democrático e ajuda a explicar por que determinados parasitas seguem sendo eleitos, mandato após mandato.

Parece oportuno, portanto, que a população comece a desenvolver anticorpos para as estratégias empregadas, e trate de dar o devido valor à análise dos discursos, desconstruindo e questionando aquilo que lhe é apresentado.

Engenharia reversa

Vale observar, por exemplo, que muitos destes profissionais seguem um padrão de engenharia reversa, primeiro consultando a população a respeito de seus anseios, suas simpatias e antipatias, para, a partir destas informações, começar a construir um personagem fictício, populista, treinado para reverberar frases de efeito, reforçar estereótipos, fazer promessas vazias, tratar a todos como velhos conhecidos, apelar para a transferência de votos e dar destaque a temas polêmicos alheios à própria esfera de governo, enquanto uma rede de bajuladores os exulta em redes sociais e ataca seus adversários, sem que o político-financiador precise sujar as próprias mãos, ao menos publicamente.

Padrões

Por aqui, no passado recente tivemos experiências com notícias falsas publicadas em jornais de grande circulação, candidatos de aluguel, pesquisas com resultado encomendado, e, claro, muitas promessas falsas, meramente eleitoreiras, além de muita desinformação espalhada por comunicadores de aluguel.

É importante que o eleitor tenha em mente tais padrões a fim de reconhecer quem está disposto a tudo para vencer, inclusive porque quem mente para ter benefícios antes das eleições, certamente o fará após as eleições.

Mundo ideal

No mundo ideal, um profissional de marketing político não deveria jamais ser avaliado a respeito do resultado final das eleições, mas em relação ao quanto foi fiel às características de quem assessorou.

O quanto foi capaz de apresentar seu conjunto de propostas e seu perfil, sem descolar sua imagem pública daquilo que de fato representa, com o intuito mentiroso de que pareça se adequar às expectativas de uma maioria.

E, claro, no mundo ideal o eleitor saberia valorizar isso.

Quem vem?

A legislação eleitoral estabelece a descompatibilização do serviço público a pré-candidatos a cargos eletivos com três meses de antecipação à ida às urnas, e por isso mesmo a edição do último sábado, 15, do Diário Oficial eletrônico acaba sendo bastante reveladora a respeito de alguns dos nomes que estarão à disposição do eleitor na próxima votação.

De fato, estamos falando de quase 100 personagens!

Querem continuar

A lista é rica em rostos que recentemente estrearam na política ocupando cargos de primeiro e segundo escalões, além de vários candidatos que não se elegeram nas eleições passadas, mas tiveram as vidas mudadas a partir do momento em que foram aproveitados em cargos bem remunerados.

A leitura dessa lista é bastante recomendável, a quem tiver condições de acessar o Diário Eletrônico.

Comendadores

A Câmara Municipal não poderá realizar, em 2020, sua tradicional sessão solene para a entrega dos títulos de cidadania e da Comenda Barão de Nova Friburgo, maior honraria concedida por nossa municipalidade.

Mas a Covid-19 não impedirá que as homenagens sejam prestadas, e a coluna pode antecipar que os novos comendadores serão a diva Marly Pinel e o cirurgião e ginecologista Carlos Pecci.

A entrega das homenagens deve ocorrer no fim de setembro.

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A VOZ DA SERRA é um banho revigorante de conhecimentos!

terça-feira, 18 de agosto de 2020

O Caderno Z não deixa passar as datas festivas em brancas nuvens. Desta vez, comemoramos o Dia Nacional dos Solteiros, celebrado no último sábado, 15. A edição do fim de semana destacou que hoje em dia muita gente tem escolhido ficar sozinha. Mesmo com tantos sites de relacionamentos, o Brasil reúne em torno de 90 milhões de solteiros. Para essa condição, eu penso que, antes de tudo, é preciso gostar da própria companhia, embora muita gente mal consiga se suportar. O “consumo para um” é bem no modelo atual de vida, já que há pessoas que mantém estilos muito reservados.

O Caderno Z não deixa passar as datas festivas em brancas nuvens. Desta vez, comemoramos o Dia Nacional dos Solteiros, celebrado no último sábado, 15. A edição do fim de semana destacou que hoje em dia muita gente tem escolhido ficar sozinha. Mesmo com tantos sites de relacionamentos, o Brasil reúne em torno de 90 milhões de solteiros. Para essa condição, eu penso que, antes de tudo, é preciso gostar da própria companhia, embora muita gente mal consiga se suportar. O “consumo para um” é bem no modelo atual de vida, já que há pessoas que mantém estilos muito reservados. Por outro lado, quem está feliz consigo, tem mais probabilidades de “construir relacionamentos verdadeiros”. Ser ou não ser não é mais a questão e, sim, como ser.

Para os psicoterapeutas “é um erro achar que se encontra a felicidade apenas quando se está acompanhado”. A psicóloga Thamily Rosendo lembrou algumas das perguntinhas dos chatos de plantão: “E aí, está namorando?”. Eu observo que depois, a pergunta evolui: “Já se casou?”. Mais adiante, a pergunta cresce; “E aí, já tem filhos?”. Depois da filharada criada, a pergunta infalível: “Como é, já tem quantos netos?”. Esse perguntar é típico das cobranças sociais.

Thiago Lima trouxe-nos uma página dupla, colorida, cheia de atrações para quem procura preencher o tempo vazio, especialmente nesta “carentena” – mistura de carência e quarentena. São tantas dicas de aplicativos que mais parecem complicativos para os iniciantes. Os tempos mudaram e “prazer também é negócio”, pois as lojas especializadas em produtos eróticos estão veementes, vibrando com a alta venda de seus atrativos. Parabéns, Caderno Z!

Encantamento! Essa é a exclamação para o Projeto Delight, do peruano Alberto Elias Espino, radicado em Nova Friburgo. Em tempos de pandemia, Alberto lançou o projeto que convida “donas de vozes comuns, e profissionais, para uma releitura improvisada das músicas que mais gostam”. Mas isso é muito bacana! Adriana Oliveira, nossa querida do jornal, está no rol das vozes, interpretando “Enjoy the Silence”. Vamos curtir o silêncio. Sucesso total para o projeto. Ah, eu também quero cantar!

Osório Junior Tardim é o novo secretário municipal de Turismo. O jovem talentoso está no lugar certo e o turismo em excelente direção. Parabéns, amigo, e sucesso para enfrentar os desafios da pandemia. O período é de incertezas para todos nós e as estratégias para contornar o problema são todas experimentais, tudo é novo e desafiador.

Quem espera sempre alcança, por incrível que seja. Basta o exemplo de Lumiar e São Pedro da Serra que estão no aguardo de uma ambulância faz tempo. O Governo do Estado assina esse grande feito, mas, alguns moradores querem ver, para depois festejar. Falando em dificuldades, o transporte público está em evidência, como nos mostra a reportagem de Guilherme Alt. O alto preço da passagem tem sido um calo no sapato dos usuários. Tarifa única e muita gratuidade são quesitos preocupantes para a empresa.

“Friburgo terá em breve as transmissões da TV Globo – canal 4 do Rio”. Ninguém se espante, porque isso aconteceu “há 50 anos”. Evidente que o susto foi grande, pois, muita gente nem assiste mais a Globo, achando que ela é associada da pandemia. Aliás, a situação está ruim, tanto para quem se contamina, quanto para quem se recupera, pois o preconceito com os curados pode afastá-los do bom convívio, conforme análises das psicólogas entrevistadas. E a bandeira laranja tremula na cidade esta semana, com o número de  infectados já caminhando para a marca dos dois mil. E os mortos, 79 até a última sexta-feira, 14. Que triste!

Celebrando o Dia do Filósofo, o professor Mario Sergio Cortella enriquece ainda mais o conteúdo do jornal, com uma beleza de texto. Silvério também homenageia a data, 16 de agosto, com uma charge filosófica: “Penso, logo uso máscara.” É uma pena que muita gente não pense filosoficamente. Em “Massimo”, vamos filosofar com Marcel Proust: “ Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos, é sonhar mais.” O tempo agora está para sonhar e colocar luzes na realidade. Afinal, o sonho é meia felicidade. A outra metade é muita busca e perseverança! Paz, confiança... e sonhos!

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Com nova idade

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Vivas para Eneir!

 Neste fim de semana, na residência da filha Larriza no Rio de Janeiro com seu esposo Vinicius e filho Benjamin,a querida Eneir Vieira Thurler ao lado também do maridão Reynaldo comemorou seu aniversário completado na última sexta-feira, 14.

Para a Eneir, na foto com a filha Larriza, nossas congratulações com votos de felicidades.

Com nova idade

No último domingo, 16, o querido primo e pastor evangélico Amarildo Fernandes completou seu 60° aniversário.

Vivas para Eneir!

 Neste fim de semana, na residência da filha Larriza no Rio de Janeiro com seu esposo Vinicius e filho Benjamin,a querida Eneir Vieira Thurler ao lado também do maridão Reynaldo comemorou seu aniversário completado na última sexta-feira, 14.

Para a Eneir, na foto com a filha Larriza, nossas congratulações com votos de felicidades.

Com nova idade

No último domingo, 16, o querido primo e pastor evangélico Amarildo Fernandes completou seu 60° aniversário.

Por esta alegre razão o cumprimentamos com votos de contínuas felicidades e bênçãos ao querido pastor Amarido da Igreja Comunidade Apostólica Peniel.

Doação ao Líbano

O Lions Clube Nova Friburgo, sob a presidência no biênio 2020/2021 de Aristóteles Miguel Cruz, o Tote, aprovou com o aval de sua diretoria uma importante ajuda financeira a ser enviada nos próximos ao Lions Clube de Beirute.

A doação será destinada a ajudar, da melhor forma possível, algumas pessoas necessitadas vítimas da trágica explosão no Líbano.

Bela iniciativa do presidente Aristóteles, sua diretoria em consonância dom seus companheiros leões e suas domadoras.

Maçons em branco

Na próxima quinta-feira, 20, é o Dia do Maçom, porém a data em função da pandemia passará, infelizmente, em branco em Nova Friburgo.

Uma pena, já que em fevereiro passado, por indicação da Loja Maçônica Indústria e Caridade que certamente teria o apoio das outras três co-irmãs de nossa cidade, a Jacques de Molay, Independência e Professor Oscar Argollo, foi planejada para o próximo dia 22 a realização do “Maçonaria na Praça”, oferecendo atividades sociais para a comunidade.

Devido à pandemia, o evento foi cancelado, mas se Deus quiser, em 2021 o Dia do Maçom será comemorado em grandioso estilo em Nova Friburgo.

Dª Marlene, saudades

Em razão de complicações por conta de Alzheimer e problemas de coração, faleceu no último dia 13, a sra. Marlene de Souza Morgado (foto), aos 77 anos.

A querida Marlene, que deixou os filhos Carla e Carlos, era avó entre outros netos, do ex-jogador de futebol profissional Felipe Conceição, que depois de passagens pelo comando do Botafogo, Macaé e América Mineiro é atualmente o técnico do RB Bragantino no atual campeonato brasileiro da série A.

Nossos pêsames a toda família pela sentida perda.

Mais um aniversário

O conceituado médico friburguense e figura realmente bastante admirada por todos, dr. Carlos Roberto Thurler do Amaral, completou mais um aniversário natalício  ontem, 17.

Parabéns e desejos sinceros de tudo de bom, saúde e felicidades ao simpático aniversariante.

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A cruz de Cristo na vida do cristão

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Na última semana, refletimos sobre o sofrimento e o anseio do homem em evitá-lo a todo custo. Diante da promessa de felicidade, da alegria do coração, sempre presente nas promessas do Senhor, o sofrimento se apresenta como um verdadeiro paradoxo. Neste contexto, retomam-se as palavras de São João Paulo II: “O homem é destinado à alegria, mas todos os dias experimenta variadíssimas formas de sofrimento e de dor” (Christifideles laici, 53).

Na última semana, refletimos sobre o sofrimento e o anseio do homem em evitá-lo a todo custo. Diante da promessa de felicidade, da alegria do coração, sempre presente nas promessas do Senhor, o sofrimento se apresenta como um verdadeiro paradoxo. Neste contexto, retomam-se as palavras de São João Paulo II: “O homem é destinado à alegria, mas todos os dias experimenta variadíssimas formas de sofrimento e de dor” (Christifideles laici, 53).

A adversidade que mais está presente na vida do homem é a enfermidade. No Antigo Testamento a enfermidade está misteriosamente ligada ao pecado e ao mal. Contudo, ela atinge também o justo, como se pode perceber no livro de Jó, assumindo o caráter de prova.

Já no Novo Testamento, o sofrimento do justo encontra verdadeira resposta. Na atividade pública de Jesus a cura das enfermidades é manifestação da sua missão como Messias, pois manifestam a vitória sobre todo o mal. Contudo, a cruz parece contrariar a esperança messiânica que os discípulos tinham em Cristo.

Mas é na ressurreição que se compreende verdadeiramente a perpetuidade messiânica de Jesus. Inspirado neste mistério pascal, o cristianismo constrói uma nova relação com o sofrimento; sofrer não é meramente uma consequência de uma culpa ou uma prova de Deus, mas um modo de se unir a Cristo e assim participar de sua ressurreição (.

Ao contemplar os algozes de Cristo, se abre para a vida pessoal do cristão um novo contexto. “O mistério da cruz não está simplesmente diante de nós, mas envolve-nos, dando um novo valor à nossa vida” (Ratzinger, J. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição, p. 213). O oferecimento de si, em Jesus, assume características de culto espiritual, sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Cf. Rm 12, 1).

Uma vez que o cristianismo apresenta Cristo como modelo e destino para o sofredor, se faz necessário compreender que a cruz se apresenta como a possibilidade de restauração da justiça infinitamente lesada de Deus, isto é, o sacrifício da cruz é concebido como um desagravo infinito de uma culpa igualmente infinita.

Assim, a entrega de Jesus representa, para a verdadeira fé cristã, a radicalidade do amor. A partir da cruz a fé cristã entende que Jesus não se limitou simplesmente a fazer ou dizer algo, mas é nele que a sua vida e missão se reconhecem. Deus se identifica com os sofredores até de modo físico, identifica-os com ele e os introduz no seio de seu amor ao ponto de podermos nos unir à sua paixão redentora (Cf. Catecismo da Igreja Católica, §1505).

Olhando para o exemplo de Jesus, devemos pautar nosso agir. É preciso valorizar e compadecer-se dos sofrimentos alheios. Neste sentido, o Papa Francisco afirma: “Para falar de esperança a quem está desesperado, é preciso compartilhar o seu desespero; para enxugar as lágrimas do rosto de quem sofre, é preciso unir o nosso pranto ao seu. Só assim podem as nossas palavras ser realmente capazes de dar um pouco de esperança” (Audiência Geral, 11 jan. 2017).

Tocados pela misericórdia do Senhor, entremos em solidariedade com o seu sofrimento, e assim nos tornemos disponíveis para completar na nossa carne o que falta aos padecimentos de Cristo, sendo próximos e caridosos uns com os outros.

 

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Padre Aurecir Marins de Melo Junior é coordenador diocesano da Pastoral da Comunicação. Esta coluna é publicada às terças-feiras.

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Escritoras e aventureiras

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O que me alentou nestes tempos pandêmicos foram os filmes que assisti em casa, a maioria na Netiflix, que oferece séries interessantes ao telespectador. Eu acabava de ver uma e começava outra. Tendo de ficar recolhida em casa, eu me dividia entre leituras e filmes. Redescobri assuntos que tinham ficado na minha infância, até mesmo num passado recente, como a astronomia e as aventuras. Busquei filmes de aventuras, estilo que há tempos não me interessava especialmente.

O que me alentou nestes tempos pandêmicos foram os filmes que assisti em casa, a maioria na Netiflix, que oferece séries interessantes ao telespectador. Eu acabava de ver uma e começava outra. Tendo de ficar recolhida em casa, eu me dividia entre leituras e filmes. Redescobri assuntos que tinham ficado na minha infância, até mesmo num passado recente, como a astronomia e as aventuras. Busquei filmes de aventuras, estilo que há tempos não me interessava especialmente. Por sugestão de amigos, comecei a assistir a série britânica -americana Outlander, baseada na saga literária A Viajante do Tempo, cuja narrativa épica funde o romance histórico, o drama e a aventura numa sequência de fatos elaborada com desenvoltura, continuidade e originalidade. Como sempre faço, tão logo sou tomada pelo interesse, quase abduzida pela obra, a bisbilhotice me assola e quero saber de tudo: quem é o autor, os atores, o diretor, curiosidades e outras coisas mais. Assim, tenho prazer imenso em mergulhar no universo em que a ficção é produzida, desde a criação do texto até a transposição para a película exibida na televisão. 

Para minha surpresa, quem criou e ainda está escrevendo a obra é uma mulher, a americana Diana Gabaldon. Já são oito volumes publicados, numa coleção planejada para dez volumes. Confesso que não prestei atenção de imediato na autoria da série quando comecei a assisti-la. Até porque, infelizmente, os autores têm seus nomes expostos nos créditos do filme de modo diminuído ante os autores ou diretores. Depois de acompanhar os primeiros capítulos, pensei que tivesse sido criada por um homem devido as cenas de enfrentamento e batalhas, muitas vezes de grande crueldade. Entretanto quando soube da autoria da série, observei a sensibilidade e delicadeza de outras cenas que mostravam relações de afeto, entre familiares, amantes e amigos. Então, notei claramente a presença do toque feminino.

Tanto a autora da obra literária, quanto a produção da série, em termos de cenário, figurino, adereços e ambientação, foram e são cuidadosos ao respeitarem as características da época, o que denota a realização de uma pesquisa histórica detalhada e ampla, uma vez que a protagonista, ao tocar numa pedra, viaja no tempo e vai para parar na Escócia em meados do século XVIII. Como a série ainda está sendo escrita e produzida, desde a primeira temporada revela um trabalho de equipe brilhante, respaldado no compromisso de honrar o texto literário.

O que mais me chamou a atenção foi o fato de Diana Gabaldon imaginar um universo ficcional que tanto desperta o interesse masculino. A emancipação feminina ao longo do tempo tem permitido que a mulher explore cada vez mais suas capacidades, indo além do convencional sem medo e pudor. Tal libertação é importante no ato da criação literária, uma vez que sentimentos assim, guardados em instâncias inconscientes, bloqueiam a construção de textos. A superação de intolerâncias amplia as capacidades humanas de criação e realização; é a transformação evolutiva que dá novas cores à arte literária. 

Além do mais, a percepção feminina da vida e das relações humanas trazem um quê de docilidade à obra que tem caráter épico. Como fez a autora britânica J.K. Rowling em Harry Portter, quando concebeu um menino de 11 anos, aprendiz de bruxo, que enfrenta desafios quase invencíveis.

Essa série também me tocou porque gosto de escrever aventuras, o que já fiz em dois livros: Um Cão Cheio de Ideias, ed. Paulinas, 2007, e Aventureiros da Serra, RHL Livros, 2012. Foi ótimo por ter tido contato com a obra de Diana Gabaldon nesta pandemia que me despertou a vontade de mergulhar no mundo da ficção mais uma vez. 

As aventuras são sedutoras ao escritor, mas exigem trabalho de pesquisa, criatividade e perspicácia. Quando escrevi Aventureiros da Serra até largura de rio medi.  

Que as escritoras sejam iluminadas e tenham coragem para presentearem o mundo com diversão, conhecimento e valores.

 

P.S.: Ah, por favor, não quero ser feminista nesta coluna, mas tenho orgulho de reverenciar a presença da mulher na literatura.

 

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Autódromo

sábado, 15 de agosto de 2020

Para pensar:

"Discordar, debater sobre algo que não concordo, é fundamental para sociedades democráticas.”

Israel Lopes

Para refletir:

“Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos é sonhar mais.”

Marcel Proust

Autódromo

A coluna já havia levantado esta lebre há alguns anos, com diversas repercussões - tanto favoráveis quanto contrárias - entre os leitores.

Para pensar:

"Discordar, debater sobre algo que não concordo, é fundamental para sociedades democráticas.”

Israel Lopes

Para refletir:

“Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos é sonhar mais.”

Marcel Proust

Autódromo

A coluna já havia levantado esta lebre há alguns anos, com diversas repercussões - tanto favoráveis quanto contrárias - entre os leitores.

Pois bem, a cidade do Rio de Janeiro vive neste momento uma grande polêmica em torno da construção (ou não) do autódromo de Deodoro, onde atualmente existe a Floresta do Camboatá, uma das últimas a ter sobrevivido em meio à região metropolitana de nosso estado.

Demanda estadual

Apesar do evidente prejuízo ambiental e de toda a incoerência de se falar na construção de um novo autódromo após o crime cometido em Jacarepaguá, quando o interesse pela realização de obras que terminariam por irrigar pesados esquemas de corrupção condenou uma das pistas mais tradicionais do automobilismo mundial, o fato é que muitas forças se alinharam no sentido de suprir a demanda fluminense por uma praça que seja capaz de receber eventos de grande porte do esporte a motor, bem como abrigar todas as inúmeras atividades às quais um autódromo internacional habitualmente se presta.

Recursos externos

Tempos atrás a coluna achou por bem chamar atenção para esta situação, entendendo que ela talvez fizesse por merecer uma audiência pública voltada a analisar a possibilidade de que Nova Friburgo avaliasse a existência de algum terreno apto à construção da pista, possivelmente no distrito de Campo do Coelho, e consultasse a população a respeito do tema.

Afinal, a disponibilidade de recursos externos atualmente existente para este fim representa uma oportunidade a ser considerada, e uma obra deste porte, a custo tão reduzido, certamente traria a reboque o aeroporto e um reforço brutal no setor turístico, certamente o mais afetado pela Covid-19.

Exemplos

Quem já visitou lugares como Ímola, na Itália; Termas de Río Hondo, na Argentina; ou mesmo cidades brasileiras como Cascavel, Guaporé e Santa Cruz do Sul certamente teve chance de observar como cidades menores do que a nossa podem se tornar mundial ou nacionalmente conhecidas a partir de um empreendimento como este, tanto mais quando se leva em conta que não estamos falando da possibilidade de um autódromo de Nova Friburgo, que fatalmente teria pouca expressão, mas de um autódromo do Rio de Janeiro em Nova Friburgo, com todas as condições de receber eventos de primeira grandeza.

É proibido?

A coluna evidentemente sabe que o tema é polêmico, e que infelizmente as dificuldades vividas nas últimas décadas tornaram algo quase criminoso qualquer o debate em torno de iniciativas que não sejam relacionadas aos habituais problemas estruturais aos quais nos acostumamos.

Pensar grande, atualmente, parece algo proibido ao friburguense, como se nossa história não tivesse sido escrita por atos visionários, ousados e de grande desprendimento.

E aí?

Enfim, o colunista entende que a discussão é válida, e que pensar grande jamais nos será proibido.

Aliás, opiniões sobre o tema, sejam elas quais forem, são muito bem-vindas.

Situação de risco

A coluna tem recebido depoimentos de leitores bastante angustiados com o nível de lotação de alguns ônibus, em horários específicos.

De fato, considerando o ritmo atual de contágio da Covid-19 em nossa cidade, o risco representado por estas viagens certamente faz por merecer a atenção do poder concedente, ainda que a higienização dos coletivos tenha sido intensificada. 

Tem que mudar

Já dissemos antes e voltamos a repetir que, no atual estágio da pandemia, a discussão a respeito da possibilidade de subsidiar temporariamente a circulação de ônibus mais vazios, dando total transparência ao processo, parece pertinente e oportuna.

Não é admissível que o sofrimento e os medos da classe trabalhadora sejam tratados com menor atenção do que aquela que foi dedicada aos primeiros contaminados.

Por qualquer que seja a via, é crucial que sejam buscados atenuantes para esta situação.

Euterpe

Pouco após o episódio do traffic calming ter sido instalado sensivelmente fora das especificações, moradores da Avenida Euterpe Friburguense agora reclamam dos efeitos da transferência para lá do ponto de embarque em ônibus intermunicipais.

A coluna tem recebido diversas reclamações que vão desde o ruído até a fumaça, bem como questionamentos a respeito de não terem sido consultados previamente em relação à medida.

Por falar nisso...

E já que falamos na Euterpe, também chegaram questionamentos a respeito de como está sendo montada a ciclovia nas proximidades da ponte da Rua Sete de Setembro.

De fato, fica difícil não ter a impressão de que algumas coisas estão sendo feitas às pressas, na reta final do mandato.

Resta esperar que o resultado final seja satisfatório e, acima de tudo, seguro.

No momento, não é o que parece.

Primavera

É bonito, não?

O canto das britadeiras, o perfume do asfalto fresco tapando velhos buracos, as cores das fitas inaugurativas anunciando a chegada de mais uma primavera eleitoral.

Ao fim de mais um longo inverno, a mudança de estação sempre traz a esperança de dias melhores.

Feriado dos comerciários

Atenção gente, com a bandeira laranja em vigor na próxima semana, o comércio pode funcionar de segunda-feira a sábado, mas especificamente nesta segunda-feira as lojas de Nova Friburgo estarão fechadas. O motivo é a comemoração antecipada do Dia do Comerciário, oficialmente celebrado em outubro.

Graças a um acordo entre patrões e empregados, a folga merecida é antecipada para a terceira segunda-feira de agosto.

Parabéns à classe.

Foto da galeria
Avenida Euterpe Friburguense
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Friburgo terá em breve as transmissões da TV Globo - canal 4 do Rio

sábado, 15 de agosto de 2020

Edição de 15 e 16 de agosto de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

Edição de 15 e 16 de agosto de 1970
Pesquisado por Fernando Moreira

Manchetes:

  • A VOZ DA SERRA noticia com exclusividade algumas conquistas do prefeito Amâncio Azevedo para a população friburguense: os serviços do novo abastecimento d’água já estão em plena execução beneficiando centenas de moradores; as obras de construção da  estação rodoviária intermunicipal na Rua Alberto Braune continuam em ritmo acelerado e o som e imagem das transmissões da TV Globo – canal 4 do Rio de Janeiro, estarão disponíveis para a população friburguense dentro de poucos dias.
  • Concurso de vitrines - Promovido pelo Tiro de Guerra em celebração à Semana do Exército e com o patrocínio do Serviço de Turismo da Prefeitura de Friburgo, está em andamento um Concurso de Vitrines, que se estenderá até o dia 28 de agosto, movimentando a cidade.
  • Semana Inglesa proibida - O Supremo Tribunal Federal decidiu no último dia 12 que os municípios brasileiros não podem decretar a “Semana Inglesa”, pois não tem competência constitucional para legislar sobre a jornada de trabalho dos operários de empresas e indústrias e os servidores de repartições.
  • Joel Batista Jonas e Laura Milheiro de Freitas - Eles serão as cabeças de chapa das duas sub-legendas que, com o deputado Álvaro de Almeida, vão disputando o cargo de prefeito de Friburgo pelo partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) na sucessão de Amâncio Azevedo. A decisão tomada pelo partido oposicionista obteve a unanimidade de votos do diretório municipal.
  • Homenagem à Álvaro de Almeida - Logo após a sua escolha para a legenda partidária em disputa da sucessão do atual Executivo Municipal, o deputado Álvaro de Almeida recebeu de vários círculos emedebistas, as mais sólidas e positivas demonstrações de apoio e solidariedade, principalmente pela movimentada ação de desprendimento com que partiu para os primórdios da disputa do pleito de 15 de novembro. Tendo praticamente garantida a sua reeleição para a Assembleia do Rio de Janeiro, o atual presidente do MDB friburguense aceitou sua candidatura à prefeitura de nossa terra, com um mandato mutilado para dois anos apenas, o que realmente não estimula a nenhum politico, já que com um tempo mais que exíguo para maiores realizações. 
  • Soldado do partido e sempre pronto a colocar os interesses pessoais em ponto morto, Álvaro de Almeida, mais uma vez. demonstrou altruísmo e, sobretudo, positiva afirmação de que como homem de Partido não lhe cabe outra coisa que não seja refletir a opinião geral dos seus liderados e com eles partir para as memoráveis campanhas pelo bem da comunidade que representam.
  • Eliane Lúcia Yunes - Este 17 de agosto é de grande júbilo para o casal Elias Antonio Yunes — Élia Madureira Yunes, já que naquela data aniversaria a sua primogênita, professora Eliana Lúcia, uma das mais fulgurantes inteligências da terra friburguense. Mestra já consagrada, embora jovem, manejando com facilidade vários idiomas, inclusive o inglês e francês que leciona a algumas dezenas de alunos de ginásios e de faculdades, a simpática e querida Eliane Lúcia é ainda um repositório de conhecimentos gerais que somente possuem os realmente cultos e voltados para os estudos. Cumprimentamos a nataliciante, com votos de permanente alegrias.

Sociais

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Paulo César Teixeira e Eliane Lúcia Yunes (16); Dorotéia Queiroz Ventura (17); Edgard de Almeida e João Maria Braune (18); Messias de Moraes Teixeira e José Luiz Longo (19); Aloysio Martins Yaggi (20); Carolina Polo de Castro Nunes e Ricardo Ventura El-Jaick (21). 

 

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Edição de 15 e 16 de agosto de 1970
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Trancada, mas ativa

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Para pensar:
"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.”
John Dewey

Para refletir:
“Sem um fim social o saber será a maior das futilidades.”
Gilberto Freyre

Trancada, mas ativa

Pauta trancada igual a Câmara parada?

Não, não necessariamente.

Para pensar:
"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.”
John Dewey

Para refletir:
“Sem um fim social o saber será a maior das futilidades.”
Gilberto Freyre

Trancada, mas ativa

Pauta trancada igual a Câmara parada?

Não, não necessariamente.

A coluna de hoje traz justamente algumas ações legislativas ocorridas enquanto cumprem-se os trâmites para que as contas de 2018 da prefeitura possam ser apreciadas, e a pauta venha a ser destrancada.

Posicionamento

A começar pelo conteúdo de ofício endereçado nesta quinta-feira, 13, ao prefeito Renato Bravo, com cópias remetidas para MPF, MPT, MPRJ e TCE-RJ, e que marca o início das ações em resposta ao não comparecimento do procurador-geral do município e outras duas servidoras à convocação para prestar esclarecimentos sobre controversas incorporações salariais no âmbito na prefeitura.

Cobrança

O documento, redigido pelo vereador Professor Pierre, e que no momento em que estas linhas eram escritas havia sido assinado por 15 dos 21 parlamentares (Carlinhos do Kiko, Nazareth Catharina, Norival, Joelson do Pote, Alexandre Cruz, Vanderleia Abrace Essa Ideia, Cascão, Johnny Maycon, Wellington Moreira, Marcinho Alves, Sérgio Louback, Zezinho do Caminhão, Luiz Carlos Neves e Isaque Demani, além do próprio Pierre), cobra do prefeito a tomada de medidas frente ao que define como “grave afronta aos Poderes e aos princípios da administração pública”.

Judiciário

“É inadmissível em pleno regime republicano a existência de atos praticados por agentes públicos, no seio do Poder Executivo, que afrontem o Poder Legislativo e o Poder Judiciário, em clara violação à harmonia prevista no artigo 2º da Constituição Federal, a qual pressupõe respeito. A começar pelo Poder Judiciário, que fora inicialmente desrespeitado, não é tolerável que a coisa julgada seja ignorada e burlada no âmbito do Poder Executivo, sobretudo quando essa violação, em ação gravíssima, decorre de decisão administrativa para beneficiar interesses restritos em detrimento da supremacia da instância judicial e, conseguintemente, da indisponibilidade e supremacia do interesse público.”

O parágrafo se refere, naturalmente, à decisão administrativa de conceder a incorporação salarial em casos nos quais a Justiça já havia se posicionado de maneira contrária.

Legislativo

“Foi nesse sentido que, quando da apuração de fatos vinculados ao desrespeito à coisa julgada, ou seja, ao Poder Judiciário, mesmos agentes públicos ofenderam o Poder Legislativo ao não comparecerem à convocação deste órgão em 3 de agosto de 2020, aprovada, inclusive, pela unanimidade de seus membros. Agentes públicos municipais – procurador-geral do município, subsecretária de Recursos Humanos e gerente do Fundo Municipal de Previdência – apresentaram, por meio de manifestações escritas, justificativas tíbias para esquivarem-se de esclarecer as condutas adotadas em processos de incorporação que seriamente feriram a coisa julgada.“

Controle externo

“Ademais, indispor diretamente um órgão de controle externo afeta, de forma reflexa, os demais de mesmo escopo, como o Ministério Público e o Tribunal de Contas. A não sujeição aos atos de controle externo, observados os termos legais, constitui-se em ação grave contra o princípio republicano, mesmo porque, como se não bastasse, além do desrespeito identificado, já tem havido retenção de informações públicas, quando estas deveriam, conforme apregoa a lei, ser e estar dispostas aos órgãos de fiscalização e à sociedade, à luz dos princípios da publicidade e da transparência pública. (...) Tais condutas (...) não podem ser admitidas como fato irrelevante. Não se quedará o Poder Legislativo, ainda que por meio de representantes, de tomar as medidas de seu alcance para fazer extirpar esse tipo de comportamento típico do regime moderador.”

Esclarecimentos

Entre os esclarecimentos aos quais a convocação se prestava o ofício fala em “incorporações potencialmente ilegais aos vencimentos de servidores públicos, atos torpes que revelam fortes indícios de fraude em processo administrativo e de documentos; que aventam práticas de advocacia administrativa, em meio a propenso cenário de prevaricação processual, em que se violam princípios constitucionais e leis, para obtenção de vantagens ilícitas”, acrescentando que tais situações “não poderão passar impunes pelas autoridades e muito menos poderão ser minimizados pelo Poder de onde derivaram”.

Requisições

Nesse sentido, requer-se: 1) Imediata abertura de processo administrativo disciplinar em face de todos os servidores envolvidos nas referidas incorporações indevidas, via administrativa; 2) Imediato afastamento preventivo dos investigados, até conclusão do referido PAD; 3) Imediata exoneração do procurador-geral do município, uma vez que o mesmo (...) cometeu erro grosseiro ao proferir parecer favorável a incorporações administrativas e, principalmente, violando a coisa julgada das decisões judiciais federais que indeferiram a incorporação de três servidoras, induzindo, consequentemente, o chefe do Executivo ao erro, ratificando o deferimento de pagamento, o qual, inclusive, não apresentou qualquer cálculo de impacto orçamentário em razão da despesa contínua, tendo em vista a imediata implementação na folha de pagamento.”

Segue

“4) Declaração de suspeição da Comissão de Revisão Administrativa, considerando que servidores envolvidos integram o respectivo colegiado; 5) Declaração de suspeição dos servidores envolvidos no âmbito do Grupo de Trabalho relativo aos TACs firmados com o MPU e MPRJ; 6) O deferimento da imediata anulação dos atos administrativos que concederam as referidas incorporações, considerando o significativo valor de dano já quantificado, que neste momento, em primeira análise, orbita na ordem de R$ 207.817,05, (...) fazendo cessar a ilegalidade cometida por todos os agentes acima e evitando mais dano ao erário; 7) Imediata abertura de procedimento, a fim de apurar dano ao erário e seus responsáveis.”

Prazo

“Ademais, aguardar-se-á a manifestação de V. Ex.ª, em prazo não superior a 48 horas, às gritantes situações identificadas, para se mensurar o alcance das medidas que serão encaminhadas aos demais órgãos de controle externo. Ressalta-se, por fim, que a manutenção de ato administrativo que mantenha e consolide o desrespeito à legalidade e à coisa julgada é decisão altamente temerária e atentatória aos princípios constitucionais e à instância judicial. Portanto, o ato precisa ser revisto e anulado.”

Curioso

Naturalmente, o grau de envolvimento do prefeito em todo este episódio será afetado pelo que fizer (ou não fizer) diante deste posicionamento da maioria do Legislativo.

Por sinal, não deixa de ser curioso que todos os 21 vereadores tenham aprovado a convocação, mas seis assinaturas não constem no documento. 

Testes de Covid

Mudando de assunto, mas permanecendo na Câmara Municipal, o vereador Joelson do Pote elaborou requerimento de informações sobre a antecipação da devolução de recursos no valor de R$ 500 mil, feita pela Câmara Municipal de Nova Friburgo no dia 25/06/2020, para a compra de testes da Covid-19.

A coluna reproduz abaixo o teor das perguntas, e não consegue imaginar qualquer justificativa para que não sejam aprovadas pelo plenário, e respondidas de forma rápida e satisfatória por parte do Executivo.

Direto ao ponto

Por que o Executivo ainda não assumiu formalmente o compromisso de investir os recursos na compra de testes?

Qual a previsão para que assuma este compromisso?

Existe planejamento para a utilização dos recursos?

Existe estimativa de quantos testes pretende adquirir?

Existe a possibilidade de recusa em relação a assumir este compromisso? Se sim, qual a justificativa?

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Sobre estudar...

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Um conselho recorrente que costumo dar ao longo da vida é muito simples e verdadeiro ao mesmo tempo: estude. Naturalmente, vivemos em um país absolutamente desigual sem oportunidades para todos. Isso faz com que o acesso à educação de qualidade, infelizmente, não seja privilégio de todos. Mas meu ponto é outro e ele parte do esforço pessoal, do espírito de busca, da vontade de aprender e do objetivo de construção de algo melhor para si próprio, para os outros, para o planeta.

Um conselho recorrente que costumo dar ao longo da vida é muito simples e verdadeiro ao mesmo tempo: estude. Naturalmente, vivemos em um país absolutamente desigual sem oportunidades para todos. Isso faz com que o acesso à educação de qualidade, infelizmente, não seja privilégio de todos. Mas meu ponto é outro e ele parte do esforço pessoal, do espírito de busca, da vontade de aprender e do objetivo de construção de algo melhor para si próprio, para os outros, para o planeta.

Como professora, por exemplo, aconselho os alunos a estudarem. Isso já se tornou uma prática rotineira, quase lugar comum. Mas vai além disso. Aconselho por amor, pois acredito verdadeiramente que por meio dos estudos damos passos mais largos em rumo a algo que tende a ser melhor. É justamente renunciando tempo e energia dispendido com algumas outras atividades para focar em nossa qualificação e aprendizado, que organizamos de forma correta cada tijolinho de nossa pirâmide de conhecimento.

Conhecimento sólido não conquistamos da noite para o dia. Demanda tempo, dia após dia, leitura, diálogo, métodos de estudos. Requer paciência, motivação, empenho, organização e principalmente, vontade. Não me refiro, neste ponto, ao dia a dia de salas de aulas em escolas, cursos e universidades. Quero falar sobre o esforço pessoal em estudar aonde estiver, em qual circunstância for, como prioridade para o crescimento pessoal e profissional. Refiro-me à leitura, à conscientização responsável, à busca por boas fontes, à construção da capacidade de debate civilizado, à críticas construtivas.

A verdade é que o conhecimento de alguma maneira segue o fluxo de dentro para fora e não o inverso. Nós é que precisamos verificar dentro da realidade única que cada um temos, qual será nosso investimento em algo que apesar de abstrato, é absolutamente valioso, intransponível e irrenunciável: o conhecimento adquirido por meio do estudo ao longo dos anos.

Ao nos depararmos com uma sociedade desigual, com ênfase em fake news, com desprestigío da ciência e da técnica, com incapacidade de diálogo, com dificuldades de apontamentos de soluções e alternativas, creio que seja um sinal claro para que continuemos estudando e incentivando pessoas a fazê-lo não só em benefício próprio e de suas conquistas que certamente advirão por meio dos estudos, mas também por nossa sociedade, pelo presente e futuro da humanidade.

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Por que os cortes na taxa Selic?

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

A tendência é global, mas a pandemia do coronavírus reforçou ainda mais a necessidade de bancos centrais – ao redor do mundo – cortarem seus juros básicos. A deflação é realidade em grande parte do mundo e no Brasil não é diferente; com menos consumo, a demanda cai e a oferta precisa se reajustar: se ninguém compra, os preços caem. É por isso que as instituições responsáveis pela manutenção das políticas monetárias se comprometem com o índice de meta de inflação; no nosso caso, a Meta Selic.

A tendência é global, mas a pandemia do coronavírus reforçou ainda mais a necessidade de bancos centrais – ao redor do mundo – cortarem seus juros básicos. A deflação é realidade em grande parte do mundo e no Brasil não é diferente; com menos consumo, a demanda cai e a oferta precisa se reajustar: se ninguém compra, os preços caem. É por isso que as instituições responsáveis pela manutenção das políticas monetárias se comprometem com o índice de meta de inflação; no nosso caso, a Meta Selic.

Teoricamente (e sim, até que funciona na prática), quando a Selic baixa, as instituições financeiras se veem na necessidade de diminuir o volume de investimentos em títulos públicos e focar suas operações em crédito aos seus clientes. Quando isso ocorre, as taxas de juros nos produtos de crédito são reduzidas, o consumo volta a ser incentivado e o ciclo econômico tende a se estabilizar. Pessoas físicas sem a necessidade de crédito, por sua vez, precisam encontrar novas formas de rentabilizar seu patrimônio e a alternativa passa a ser o investimento na cadeia produtiva: ativos negociados em mercado de bolsa.

Explicação longa, não é mesmo? Talvez a releitura talvez seja um bom método para destrinchar o conteúdo e entender quais são os propósitos por trás da decisão do Banco Central do Brasil ao anunciar, no último dia 5, a nova taxa da Meta Selic em 2,00% ao ano. Desde 2016, quando esta ainda estava em 14,25% ao ano, o Conselho de Política Monetária (Copom) vem cortando – sem nenhum momento de correção – juros e lançando mão de um recurso importante demais para não colher bons frutos.

 Analisando os períodos econômicos da história recente do Brasil, passamos por dois anos (2015 e 2016) de recessão e juros crescentes; ainda em 2016, a Meta Selic passou pelas primeiras reduções, mas só a partir de 2017 a nossa economia voltou a crescer – apesar dos pequenos superávits. Será que o povo sentiu esse ânimo econômico? Chegamos ao ponto mais doloroso deste tema (pelo menos para mim enquanto escrevo).

 Em 2015, com Selic alta e no auge da recessão mais recente não se esperava taxas baixas ao incentivo do crédito; a população endividada no país representava, de acordo com o Banco Central, 46,3% e era a maior taxa desde 2005. Em 2019, com Selic reduzida e prestes a fechar o terceiro ano consecutivo de expansão econômica, o índice de endividamento chegava a 63,4% e não para de aumentar. Hoje, em meio a realidade nunca vivenciada pelas gerações contemporâneas, o número de famílias endividadas chegou a 66,6% em abril. É assustador!

Educação financeira é isso; saber como a economia real interfere nas suas finanças pessoais. Vivemos num sistema econômico que tem deixado de fazer sentido a cada dia que passa. De nada adianta o mais bem elaborado projeto, se a população não recuperar seu poder de compra, o nome limpo e a qualidade de vida. Esse é o meu objetivo aqui: traduzir o sistema para a sua realidade. Não é fácil, exige estudo; e a cada texto escrito, busco esclarecer ainda mais a linguagem para tornar a educação financeira um conhecimento universal.

Estão nos deixando para trás e isso precisa mudar! Pense nisso!

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