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Chuvas que preocupam

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Chuvas que preocupam
Nova Friburgo tem suportado bem as intensas chuvas desta semana. Não dá para imaginar o estrago que seria causado em Conselheiro Paulino com a antiga calha do Rio Bengalas. Mesmo assim, o rio transbordou em alguns pontos. Felizmente, as quedas de barreiras não atingiram casas, ainda que transtornos tenham sido causados ao trânsito.

Chuvas que preocupam
Nova Friburgo tem suportado bem as intensas chuvas desta semana. Não dá para imaginar o estrago que seria causado em Conselheiro Paulino com a antiga calha do Rio Bengalas. Mesmo assim, o rio transbordou em alguns pontos. Felizmente, as quedas de barreiras não atingiram casas, ainda que transtornos tenham sido causados ao trânsito.

Mudanças climáticas
Fato é que está fazendo frio no verão, com chuvas intermitentes. Esses fenômenos são sinais claros das mudanças climáticas. Negá-las é ignorância ou maldade mesmo para evitar mudanças urgentes de hábitos. Os gases poluentes, o desmatamento, o descarte incorreto de lixo são fatores que afetam a todos. O friburguense pode não se importar com o desmatamento desenfreado da Amazônia, mas é afetado por ele, aqui.

Patrimônio natural
Nossa responsabilidade é grande com a maior faixa de mata atlântica preservada do Brasil. Medidas precisam ser desencadeadas para preservação e ampliação. Passou da hora do município rever a sua política de lixo, adicionando práticas de novas energias. O mesmo vale para o esgoto. O que dizer do transporte público. A sua não utilização por eficácia do serviço ou não, é determinante para a quantidade excessiva de carros nas ruas.

Potencial
Nova Friburgo pode e deve ser referência mundial no que tange ao meio ambiente. Essa meta, inclusive, com bons projetos, pode encontrar recursos em fundos internacionais. É uma cidade privilegiada que precisa, urgentemente, voltar a sonhar e aproveitar suas potencialidades.

Economia x meio ambiente
E, para quem acha que ecologia atrapalha a economia, é a preservação ambiental que pode alavancar Nova Friburgo a outro patamar em termos de destino turístico. Pois, equipamento se constroem, natureza se tem. Sim! Nós temos natureza exuberante!              

Plano de drenagem
O Plano de Micro e Macro Drenagem de Nova Friburgo está na gaveta. Fato é que o estudo realizado pela USP precisa de atualização urgente, afinal ele é de 2007/2008, portanto, antes do evento climático de 2011. Também é fato que não dá para descarta-lo por completo, pois problemas como da Rua Farinha Filho antecedem a tragédia daquele dia 12 de janeiro.  

Que seja o último jogo
 O Friburguense pode fazer a sua última partida em casa nesse semestre, amanhã, 15, diante do Nova Iguaçu. Não que não gostemos de ver jogos do time profissional no Eduardo Guinle, mas a torcida é para que seja mesmo a última partida do semestre. Isso só acontecerá se o Frisão for o vencedor do Grupo X, o que lhe garantiria vaga na seletiva do ano que vem.

Seletiva
Mais do que a garantia da seletiva, está a chance de se livrar do rebaixamento. Se o vencedor do grupo que tem quatro times, garante vaga e cotas de TV para 2021, os três restantes vão para o grupo que definirá o rebaixado para a segundona. 

Chegar bem na última rodada
O Friburguense precisa vencer e pode até assumir a liderança. Para tanto, tem que torcer para que Americano e América empatem. Também pode torcer pela vitória do América. Nesse caso, teria que tirar a diferença de saldo de gols, fazendo pelo menos quatro de diferença. Caso o Americano vença, o time campista seguirá na liderança.

Vencer ou vencer
A vitória do Americano é o pior cenário. Além de vencer o Nova Iguaçu, o Friburguense teria a obrigação de vencer o Americano, em Campos, na próxima quarta-feira, 19. América e Nova Iguaçu já não teriam mais chances e apenas cumpririam tabela. Então, é isso: vencer o Nova Iguaçu e torcer pelo empate entre Americano e América.

Matemática da classificação
Nesse cenário, na última rodada, o Friburguense poderia até jogar pelo empate com o Americano, desde que o América não vença o Nova Iguaçu. Mas convenhamos: uma coisa de cada vez. Porque nessas contas entrará também o saldo de gols. Por isso, vencer o Nova Iguaçu é importante, mas tão importante quanto é fazer saldo de gols. Mas do outro lado, terá um adversário que se perder, estará eliminado. 

Feliz por ser da gente
Não posso deixar de comemorar nessa edição 10.001 da versão impressa a importante marca de dez mil edições de A VOZ DA SERRA. Mais do que um resistente, um veículo fundamental na biografia de Nova Friburgo. Por mais que novas tecnologias e outros veículos surjam, A VOZ DA SERRA segue pautando os demais. Posso falar isso com tranquilidade, mesmo trabalhando ou já tendo trabalhado em rádios e TVs locais.

Obrigado
É com alegria que parabenizo todos que fizeram e fazem esse jornal. Em tom também de agradecimento por fazer parte dessa história, ainda que de maneira, mais ou menos, recente. Palavreando (coluna literária dos fins de semana) marcou minha estreia, em 2006. Em novembro, este Observatório completa 12 anos.

Ao mestre, com carinho
Encerro lembrando duas passagens mágicas com meu saudoso mestre Laercio Ventura: “Não acredito que seja você mesmo que escreva aqueles textos de sábado”. Isso, depois de umas cinco edições publicadas. Posteriormente, me lança o desafio: “Quero uma coluna diária. Se vira. Inventa. Não admito você na TV, no rádio, todos os dias e não estar aqui, igualmente”. Saudades imensas de Laercio! A ele e sua família, toda minha gratidão.      

Palavreando
“Nascem flores na serra. Uma ave voa livre pelo céu que dá no mar. Conto o tempo para a vinda do tempo em que não haverá mais possibilidade de contar. Parte para o infinito de quem finito se deixa levar”.

Foto da galeria
Olhando assim, é mesmo a Suíça Brasileira
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Não faça aos outros...

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

... Aquilo que não gostaria que fizessem com você. É tão simples assim como parece? Deveria ser. Comumente vivemos situações embaraçosas, desconfortáveis, angustiantes e sentimo-nos tristes e sobrecarregados. Situações essas que não raras vezes poderiam ter sido evitadas se nossos interlocutores da vida pensassem em evitar fazer às pessoas aquilo que abominariam que impusessem a elas. Seria bem mais fácil.

... Aquilo que não gostaria que fizessem com você. É tão simples assim como parece? Deveria ser. Comumente vivemos situações embaraçosas, desconfortáveis, angustiantes e sentimo-nos tristes e sobrecarregados. Situações essas que não raras vezes poderiam ter sido evitadas se nossos interlocutores da vida pensassem em evitar fazer às pessoas aquilo que abominariam que impusessem a elas. Seria bem mais fácil.

Mas, se coabitamos o mesmo planeta, talvez todos já tenhamos entendido ou estejamos próximos de compreender, que essa interação de mentes, de gente, de egos e valores, não é tão simples assim. Não é premissa básica uníssona que evitar impor aos outros coisas que detestaríamos que nos impusessem pode minimizar o sofrimento e o estresse do próximo. É importante até mesmo considerar que múltiplos que somos, não necessariamente partilhamos de dores semelhantes, de modo que às vezes o agir inconsciente atropela qualquer raciocínio sobre o estado de espírito dos receptores de nossas condutas por eles recepcionadas como negativas.  E por aí vai.

Carecemos de uma percepção mais inteligente. Emocionalmente mais inteligente, que considere também os outros, a sociedade como um todo e mesmo o planeta. Talvez devêssemos perceber que há questões que de maneira geral ferem, causam transtorno, prejudicam e geram sofrimento. Não é tão difícil supor que determinadas ações magoam, desestabilizam, deixam as pessoas em apuros de várias ordens.

Gostaria muito que fosse tão simples quanto parece. Que escolher ser pessoa leve fosse tudo de que precisássemos para efetivamente estarmos envoltos pela leveza todo o tempo. Às vezes, o é. Mas como não vivemos em uma bolha e nossas energias se entrelaçam com as dos outros o tempo todo, passa a ser uma arte e uma habilidade diferenciada sabermos nos defender da negatividade, da injustiça, da grosseria, da sobrecarga que nos impõem e ainda assim, seguirmos gratos e sem disseminar o mesmo nível de pensamentos, sentimentos e condutas por aí.

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Atenção!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Sabe aquele “investimento” – entre muitas aspas – de curto prazo, com altíssima rentabilidade e seguro que algum conhecido te indicou? Não existe! E afirmo com total convicção.

São três os parâmetros básicos ao analisar um produto de investimento: liquidez (o período de tempo entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não), rentabilidade e risco. Quase via de regra, rentabilidade costuma ser diretamente proporcional ao risco do investimento; e conforme menor a liquidez, maior é o risco para compensar a alta rentabilidade.

Sabe aquele “investimento” – entre muitas aspas – de curto prazo, com altíssima rentabilidade e seguro que algum conhecido te indicou? Não existe! E afirmo com total convicção.

São três os parâmetros básicos ao analisar um produto de investimento: liquidez (o período de tempo entre investimento e resgate do capital, podendo haver lucro ou não), rentabilidade e risco. Quase via de regra, rentabilidade costuma ser diretamente proporcional ao risco do investimento; e conforme menor a liquidez, maior é o risco para compensar a alta rentabilidade.

Vê como essas promessas absurdas são inviáveis? Pois infelizmente, algumas pessoas – por falta de educação financeira e um pouco de ganância – acabam caindo em golpes de investimentos fraudulentos.

É o que aponta uma pesquisa divulgada em dezembro do ano passado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com o estudo, 11% dos brasileiros já perderam dinheiro em algum esquema fraudulento de investimentos; destes, 62% não conseguiram recuperar o valor perdido.

Já ouviu falar em esquemas de pirâmide financeira? Este é definido como crime contra a economia popular e é o caso mais comum entre os golpes de investimentos fraudulentos; dentre os 11% dos brasileiros lesados por esquemas fraudulentos, 55% já se envolveram em esquemas de pirâmides. A maioria dos casos acontece devido as promessas de alta rentabilidade, seguidos pela garantia da não necessidade de conhecimento acerca de investimentos e de baixo risco.

Isso também é educação financeira: conhecer os produtos financeiros, seus parâmetros e limitações. Um investimento (não considere os produtos fraudulentos) de curto prazo e alta rentabilidade envolve riscos que devem ser considerados. Dependendo do seu conhecimento acerca do investimento em questão, é possível, sim, alocar parte do seu capital. Porém, deve ser uma alocação devidamente calculada; afinal, não é inteligente arriscar todo o seu capital de investimento em algo que pode condená-lo.

De fato, não é de hoje o desejo do ser humano pelo enriquecimento rápido; sem desmerecer as boas ideias de alto retorno. Isso pode se tornar um grande inimigo: a ganância. Diferente de ambição, a ganância é um sentimento excessivo de possuir, geralmente, bens materiais – provindos da riqueza obtida – e um atrativo para golpes.

Um bom investidor, por outro lado, tem um grande aliado: o tempo. Aproveite-o para aprender o que puder, o conhecimento será sua principal blindagem antifraude e o garantirá as melhores escolhas.

Você não precisa ser especialista em investimentos para desenvolver senso crítico.

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Arroz com feijão

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Para pensar:
“Uma conduta irrepreensível consiste em manter cada um com a sua dignidade sem prejudicar a liberdade alheia.”
Voltaire

Para refletir:
“Não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito da dignidade individual.”
Pierre Nouy

Arroz com feijão

Existem coisas que só a experiência é capaz de ensinar.


Para pensar:
“Uma conduta irrepreensível consiste em manter cada um com a sua dignidade sem prejudicar a liberdade alheia.”
Voltaire

Para refletir:
“Não existe outra via para a solidariedade humana senão a procura e o respeito da dignidade individual.”
Pierre Nouy

Arroz com feijão

Existem coisas que só a experiência é capaz de ensinar.

Há alguns anos, por exemplo, quando começaram a surgir relatos de que a alimentação no Hospital Municipal Raul Sertã havia atingido o limite inferior daquilo que poderia ser classificado como uma refeição, a coluna deu visibilidade ao fato sem se dar conta de que estava sendo usada com vistas à concretização de um plano que, a exemplo da adesão à ata de registro de preços de Duque de Caxias, havia sido arquitetado ainda no período de transição.

Mais do que parece

Inclusive, sabe-se hoje em dia que foi justamente para não ter de assinar esses dois procedimentos que o primeiro secretário de Saúde da atual gestão municipal pediu exoneração.

Por isso, quando agora a situação voltou a se repetir, desta vez protagonizada pela mesma empresa que foi favorecida a partir da infame sequência de contratos emergenciais muito caros e evitáveis, a coluna esperou um pouquinho antes de abordar o assunto.

Porque esse é o tipo de fato que sempre tem mais camadas do que parece.

Caráter exposto (1)

Para início de conversa, quando a alimentação oferecida a pacientes, acompanhantes e funcionários começa a agredir a dignidade, isso diz muito a respeito do caráter de quem é diretamente responsável por isso - e essa responsabilidade nem sempre é automática, podendo mudar de caso para caso.

O que aconteceu em 2017, por exemplo, parece um caso que poderia facilmente ser classificado como uma asfixia econômica da antiga prestadora do serviço, levada adiante por parte de quem começou a atrasar pagamentos pelo serviço prestado.

Caráter exposto (2)

Já no momento atual, a situação parece uma indignidade por parte de uma empresa que recebeu muito dinheiro pelo serviço, mas optou por cortar os investimentos ao mínimo possível a partir do momento em que teve ciência de que seu vínculo seria encerrado.

Uma postura lamentável, que diz muito sobre as motivações e os valores que a tornaram tão atraente aos olhos de quem, lá atrás, arquitetou tudo o que mais tarde se tornaria alvo de CPI e de investigação por parte da Polícia Federal.

Apreensão

De fato, períodos de transição neste tipo de serviço são extremamente tensos, e ao longo desta quarta-feira, 12, era enorme a apreensão em torno da continuidade da oferta de alimentação, uma vez que a troca de empresa se deu justamente à 0h desta quinta-feira, 13.

O que a empresa que sai iria levar?

E a nova, teria condições de dar conta de toda a demanda já no primeiro dia de atuação?

Por conta própria

Estas são respostas que o leitor já deve ter, quando da leitura da coluna, mas que no momento em que estas linhas estavam sendo escritas ainda não estavam totalmente claras.

Para evitar esse tipo de problema, agregando segurança a um serviço tão essencial, a Secretaria de Saúde trabalha no sentido de incorporar a alimentação hospitalar à estrutura do Hospital Raul Sertã em prazo não muito distante.

Para tanto, um estudo de impacto econômico deve ser entregue ao prefeito já nos próximos dias.

Tem mais

Existem ainda outras situações importantes relacionadas à gestão da Saúde, mas a coluna não quer saturar o tema ou diluir atenções.

Nos próximos dias a gente dá continuidade à conversa.

Programão

Olha só que sugestão bacana: hoje, 13, a partir das 18h30, o Centro Cultural Italiano oferecerá uma aula aberta sobre Veneza, abordando especialmente aspectos culturais, históricos e arquitetônicos da icônica cidade das gôndolas, da Ponte dos Suspiros, e de personagens legendários como Marco Polo e Casanova.

O CCI funciona na Rua General Osório, 248.

Festa de todos

A manhã da sexta-feira de carnaval, próximo dia 21, promete ser animada no Lar Abrigo Amor a Jesus (Laje).

Das 9h30 às 11h, um bloco formado por cerca de 15 idosos se reunirá no salão, e depois sairá desfilando pelo pátio, arregimentando outros internos.

Que curtam muito

O "Unidos do Laje" faz parte do projeto "Memória Ativa", idealizado por Beatriz Rimes, pedagoga com especialização em gerontologia e vida saudável, e implantado por voluntários para trabalhar a estimulação cognitiva.

Os instrumentos e as fantasias, olha só que legal, estão sendo criados pelos próprios internos.

A coluna dá os parabéns a todos os envolvidos, desejando que possam aproveitar muito o momento. 

Dez mil

Em vias de completar 75 anos de história, A VOZ DA SERRA alcança hoje, 13, a emblemática marca de dez mil edições, cujo conjunto certamente representa o mais vasto registro da história friburguense.

Ao colunista só resta agradecer aos leitores por esta longa parceria, e à direção do jornal, que garante a este espaço o tipo de liberdade editorial que poucos veículos no Brasil estão dispostos a preservar, remando contra fortes correntezas

Que venham outras dez mil edições!

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Conhecendo o Centro de Memória Martin Nicoulin na Fazenda Santan

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

O retorno do historiador suíço Martin Nicoulin a Nova Friburgo na semana passada foi por um motivo nobre. Ele veio para o lançamento do livro “Teia Serrana 2, novos temas, novas abordagens”. Martin Nicoulin é um historiador suíço que escreveu o antológico livro “A gênese de Nova Friburgo” que trata da imigração de colonos suíços para o Brasil, no século 19, cuja obra motivou a produção de outras publicações, algumas partindo de seu livro.

O retorno do historiador suíço Martin Nicoulin a Nova Friburgo na semana passada foi por um motivo nobre. Ele veio para o lançamento do livro “Teia Serrana 2, novos temas, novas abordagens”. Martin Nicoulin é um historiador suíço que escreveu o antológico livro “A gênese de Nova Friburgo” que trata da imigração de colonos suíços para o Brasil, no século 19, cuja obra motivou a produção de outras publicações, algumas partindo de seu livro.

Martin sempre foi um incentivador dos historiadores locais e ambos os volumes de Teia Serrana tiveram o seu apoio, assim como a busca de recursos para a sua publicação. No dia seguinte ao lançamento, o simpático e carismático historiador suíço foi até a Fazenda Santana, em Cantagalo, inaugurar um Centro de Memória em sua homenagem. A iniciativa partiu do atual proprietário da fazenda, o médico Renato Monnerat.

A Fazenda Santana era um latifúndio produtor de café com imensa importância no século 19, pertencente aos Sousa Brandão, os barões de Cantagalo. Médico e produtor rural Augusto de Souza Brandão, o segundo Barão de Cantagalo, plantava na Fazenda Santana café do tipo java, maragojipe, Libéria e marta. Sua propriedade tinha uma dimensão aproximada de 800 alqueires com 1,5 milhão de pés de café.

Durante uma visita de um grupo de suíços à Fazenda Santana, por ocasião do bicentenário de Nova Friburgo, presenciei uma situação interessante. Quando Renato Monnerat explicou que a dimensão dessa propriedade no passado era de 800 alqueires, o prefeito de um dos cantões se espantou e disse, “Era maior que o meu cantão”. Lembrando que cabem 142 Suíças em todo o território brasileiro. Todo o trabalho era realizado por 295 escravos. No entanto, com o fim do trabalho escravo o segundo Barão de Cantagalo se vê diante de uma crise financeira e bem endividado por falta de braços na lavoura.

José Heggendorn Monnerat, dono de diversas propriedades rurais arrematou a Fazenda Santana no ano de 1900, em leilão em praça pública. A família Monnerat era nessa ocasião uma das maiores fortunas da Região Serrana, provavelmente superando os Clemente Pinto, filhos do primeiro Barão de Nova Friburgo. Na sucessão hereditária a Fazenda Santana ficou pertencendo a Sebastião Monnerat Lutterbach que manteve a produção de café, mas diversificou sua atividade econômica com a lavoura branca e a criação de gado leiteiro da raça guzerá.

Introduziu ainda na fazenda uma fábrica de laticínios produzindo manteiga, queijo e requeijão com a marca Santana. O tetraneto de Sebastião Monnerat Lutterbach, o médico Renato Monnerat adquiriu essa fazenda dos herdeiros pois é um apaixonado pela história da diáspora de sua família para Cantagalo. Renato Monnerat descende de um único tronco familiar dos Monnerat.

O patriarca François Xavier Monnerat, sua esposa e sete filhos partiram da Suíça chegando ao Rio de Janeiro em fevereiro de 1820. Seguiram para a Vila de Nova Friburgo se estabelecendo no distrito colonial. Em 1837, somente 17 anos após a sua chegada, a família adquiriu a Fazenda Rancharia, hoje situada no município de Duas Barras e que na ocasião era Cantagalo.

Além de se dedicarem ao cultivo do café eram igualmente tropeiros. Atualmente a extensão da Fazenda Santana é bem menor do que fora no passado em razão de seu desmembramento. Martin Nicoulin ficou encantado com a propriedade. Estava surpreso com a trajetória dos Monnerat ao longo do século 19, e da aquisição pela família de tantas propriedades na região. Não faltou emoção tanto de Martin Nicoulin quanto de Renato Monnerat ao inaugurarem o Centro de Memória em que criador e criatura se confraternizaram. Martin o criador da história das famílias suíças e Renato a criatura, descendente do patriarca François Xavier.

O Centro de Memória da Fazenda Santana tem dois pavimentos. Em uma das instalações está exibido o antigo maquinário da fazenda como o engenho de fubá, o descaroçador de feijão, as imensas caixas de madeira em que era depositado o açúcar fabricado, os instrumentos de arado, entre outras preciosidades. Martin Nicoulin sempre espirituoso fez questão de tocar nos grãos de café expostos simbolicamente no Cento de Memória exaltando que foi esse o produto que fez a fortuna de alguns colonos suíços.

Uma das perguntas que fiz à ele nessa ocasião foi de como explicava quão os Monnerat haviam amealhado tamanha fortuna algumas décadas depois de sua chegada a Cantagalo. Ele deu uma explicação simples. Foram duas as condições favoráveis. As terras férteis da região e o cultivo do café, o ouro verde, o principal produto de exportação do Brasil Império. 

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    A família Monnerat recebe Martin Nicoulin na Fazenda Santana

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    Martin Nicoulin em momento de descontração na Fazenda-Santana

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    O café proporcionou a riqueza dos Monnerat em Cantagalo

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Crise de pânico e inconsciente

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Estudos mostram que muitas pessoas que apresentam ataques de pânico podem ter dificuldades quanto à separação de pessoas importantes na vida dela, problemas com o manejo da raiva e certa dificuldade de entender suas experiências emocionais pessoais. Os indivíduos que se submetem ao tratamento medicamentoso e psicoterápico na abordagem cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, podem ter recaídas nas crises, mesmo tendo feito uso de medicação por vários meses.

Estudos mostram que muitas pessoas que apresentam ataques de pânico podem ter dificuldades quanto à separação de pessoas importantes na vida dela, problemas com o manejo da raiva e certa dificuldade de entender suas experiências emocionais pessoais. Os indivíduos que se submetem ao tratamento medicamentoso e psicoterápico na abordagem cognitivo-comportamental para o transtorno do pânico, podem ter recaídas nas crises, mesmo tendo feito uso de medicação por vários meses.

A compreensão mais profunda dos conflitos conscientes e inconscientes pode ajudar a diminuir as recaídas desde que a pessoa aprenda que conflitos são estes ligados às crises de pânico e desenvolva habilidade para administrar tais conflitos.

Nossa mente tem uma área inconsciente. No inconsciente estão gravados pensamentos, fantasias, sentimentos, experiências do passado. Nem sempre temos acesso ao que está em nosso inconsciente. Não temos capacidade de descobrir o que está ali, fora do alcance de nossa consciência, quando desejamos.

Conflitos emocionais que estão no inconsciente não são esclarecidos facilmente na hora que queremos. Uma das funções principais da psicoterapia de base analítica ou chamada “psicoterapia psicodinâmica” é ajudar a pessoa para que o que está na área inconsciente de sua mente, venha para a área consciente e, assim, ela possa compreender a origem dos conflitos que produzem ansiedade excessiva podendo levar às crises de pânico.

Quando temos sentimentos difíceis ou “perigosos” de lidar com eles de forma consciente, nossa mente joga tudo para de baixo do tapete, para o inconsciente. Por exemplo, uma pessoa teve um pai agressivo na infância, sentia raiva dele, tinha vontade de agredi-lo, o sentimento de raiva e o desejo de agredi-lo sendo considerados como perigosos para a manutenção do relacionamento com ele, foram deslocados para o inconsciente. Mas eles não ficaram lá quietinhos. Surgiu uma tensão mental porque eles querem vir para a consciência, mas a mente pode dizer “não”, e tentar manter tudo escondido de si mesmo. Esta tensão entre o material mental que quer vir para fora, para o consciente, e a defesa que quer mantê-lo dentro do inconsciente, produz a ansiedade. E o excesso de ansiedade pode se manifestar de modos diferentes. Um deles é através da crise de pânico.

Cientistas do comportamento admitem que há indivíduos mais susceptíveis a terem crises de pânico pela predisposição para a ansiedade associada a um temperamento medroso. Por causa desta ansiedade, algumas crianças com esta predisposição tendem a desenvolver uma dependência medrosa com outras pessoas. Nestas crianças o sentimento de que os pais estarão presentes o tempo todo provê para elas um senso de segurança. Mas sem este sentimento, a ansiedade aumenta e favorece o pânico.

É humilhante para a pessoa que se sente dependente de alguém para obter segurança. Afinal, ela se sente incapaz. Se o pai e a mãe estão indisponíveis para a criança seja pela rejeição, negligência ou por outras situações que impedem a presença constante deles, é possível que a criança sinta raiva do pai, da mãe, mas ela precisa esconder esta raiva porque depende dos pais para viver. O medo é ligado ao fato de que se ela expressar a raiva para o pai ou mãe, o que acontecerá? Será rejeitada, abandonada, levará uma surra? Diante desta dúvida e medo, o que ela pode fazer com esta raiva “perigosa”? Reprimir, jogar para o inconsciente, sendo algo meio automático, não pensado.

Então, surge um ciclo vicioso: a criança se sente insegura, ansiosa, sente que não vive sem estar com o pai ou mãe perto, se eles não estão disponíveis ela fica com medo e com raiva, tem medo da raiva porque pode ser rejeitada se a expressar, joga a raiva para o inconsciente, a raiva represada quer sair, a consciência moral não deixa sair, surge ansiedade, e pode vir o pânico mesmo muitos anos depois da infância, décadas adiante, quando a pessoa, agora adulta, pode viver uma situação na qual ela se sente, de novo, sozinha, dependente, insegura, sem uma figura de apoio perto, e vem a crise de pânico.

Qual a solução? Entre outras coisas, desenvolver autoconfiança, aprender a diminuir o forte apego que pode ter com algumas pessoas, perdoar pessoas do passado, perdoar a si mesmo, aguentar alguma ansiedade sem ficar concentrado nela e sem ficar “vigiando” sinais no corpo, vencer o medo de ser dominado pela raiva e expressá-la com equilíbrio.

 

 

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Constrangimento

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Para pensar:

“Não há democracia efetiva sem um verdadeiro crítico.”

Pierre Bourdieu

Para refletir:

“Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.”

Zygmunt Bauman

Constrangimento

Para pensar:

“Não há democracia efetiva sem um verdadeiro crítico.”

Pierre Bourdieu

Para refletir:

“Nenhuma sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem.”

Zygmunt Bauman

Constrangimento

Ontem, 11, a coluna registrou a realização de uma reunião, na tarde de segunda-feira, 10, presidida pelo procurador do Trabalho Jefferson Rodrigues e pela promotora de Justiça Cláudia Condack, com participação dos membros da Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação (CTAA), além de representações da Procuradoria-Geral do Município, da Controladoria e do Grupo de Trabalho do TAC, para tratar das inconsistências observadas no lançamento das notas, e consequentemente na classificação, do processo seletivo para os quadros da UPA de Conselheiro Paulino.

Força do hábito?

Pois bem, a ata desta reunião se encerra com o requerimento, por parte dos Ministérios Públicos, de parecer - no prazo de 15 dias - a respeito de recente e controversa indicação para cargo de direção na unidade, amplamente divulgada em redes sociais, “considerando os termos do TAC e as vedações alusivas ao nepotismo”.

Não foi difícil a coluna apurar que a indicação em questão partiu da esfera mais alta do poder Executivo municipal, em total desconexão com os tempos que vivemos.

Aí há que se perguntar: era necessário passar por (mais) esse tipo de embaraço?

Orgulho contínuo

O valente IPRJ (Instituto Politécnico do Rio de Janeiro), precioso braço da Uerj em Nova Friburgo, recebeu recentemente a notícia da manutenção da nota 6 - numa escala que vai até 7 - nos cursos de mestrado e doutorado em modelagem computacional.

A avaliação confirma a excelência dos cursos ministrados por aqui, merecidamente situados entre os melhores do Brasil em suas áreas de conhecimento.

À toda comunidade acadêmica do IPRJ fica aqui o reconhecimento e a gratidão pelos ótimos serviços prestados.

Pode isso?

A coluna recebeu fotos de um comunicado emitido em nome da Escola Municipal Juscelino Kubistchek de Oliveira, no qual informa-se que a partir de 2020 a unidade passa a funcionar no novo prédio, e também passa a adotar o uso do uniforme escolar.

Até aí tudo ok, mas o impresso acrescenta que o uniforme pode ser comprado numa loja específica, ao valor de R$ 10.

Espaço aberto

O Sinsenf questiona a medida, argumentando que a prefeitura tem por obrigação fornecer até dois uniformes por alunos, citando referências pinçadas na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente, no artigo 70 da Lei 9394/1996 e na Lei 8907/1994.

A coluna entende que o assunto pode não ser tão pontual quanto parece, e convida advogados a manifestarem seus entendimentos a esse respeito.

Arte engajada

As marchinhas de carnaval estão certamente entre as expressões artísticas mais representativas da alma brasileira, e a forma como mesmo protestos e críticas conseguem ser feitos de maneira criativa e bem-humorada, ainda que igualmente incisiva. 

O colunista é fã do gênero, e admirador de quem consegue unir tudo isso sem perder o ritmo e a melodia.

É um talento para poucos, sem dúvida alguma.

Cadê a ambulância?

O assunto, claro, não está sendo abordado gratuitamente, mas por que Rômulo Ferreira compôs uma marchinha bastante ácida e fácil de memorizar, em protesto à falta de ambulância e médicos em São Pedro da Serra e Lumiar.

A música já vem viralizando na região, mas a coluna enfatiza que essa é uma bandeira que precisa ser abraçada como prioridade por toda a cidade, e não apenas em relação ao 5º e ao 7º distritos, mas também no que diz respeito a todas as comunidades friburguenses situadas longe do principal centro urbano.

Precisa mudar

A coluna tem uma relação de diálogo bastante franca com a atual gestão da Saúde municipal, e faz aqui este apelo, deixando o espaço aberto para divulgar qualquer novidade consistente que possa ser levada a este grande contingente de friburguenses.

Não é admissível que vidas sejam perdidas em razão do CEP onde habitam, e a coluna tem certeza de que todos concordam quanto a isso.

Recursos perdidos?

Coincidentemente, a coluna também foi comunicada pela assessoria do deputado federal Glauber Braga que, de acordo com o Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento da União (Siop), a Prefeitura de Nova Friburgo não entregou dentro do prazo do Governo Federal (até 31/12/2019), documentos necessários para a aplicação de emenda orçamentária no valor de R$ 1 milhão destinada pelo parlamentar para a construção de uma unidade de saúde que iria beneficiar Lumiar e São Pedro da Serra.

O sistema aponta que a verba foi perdida de forma irreversível, embora a coluna não se sinta totalmente confortável para cravar este tipo de informação.

Chiados custosos

Ainda de acordo com a assessoria de Glauber, que anexou grande volume de documentos às informações enviadas, o Governo Federal chegou a notificar oficialmente a prefeitura seis vezes sobre a necessidade da documentação.

A destinação desse recurso havia sido escolhida em uma das reuniões de Emendas Participativas realizada pelo deputado.

A propósito

Já que falamos em Glauber, a coluna registra também que nesta sexta-feira, 14, o parlamentar estará em Nova Friburgo para realizar uma roda de conversa, a partir das 17h, no Obelisco da Praça Dermeval Barbosa Moreira.

Glauber prestará contas dessa emenda e de outras destinadas ao município, falará sobre pautas nacionais e responderá aos questionamentos de quem se fizer presente.

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Confiança total

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Confiança total

Nova Friburgo já tem o primeiro estabelecimento com o modelo pague-quanto-quiser ou Pague o que quiser ou Pay What You Want (PWYW), na versão original, em inglês. A estratégia dá ao comprador a escolha do preço que ele deseja pagar pelos produtos ou serviços, o que inclui também a possibilidade de não pagar nada. Mais do que isso, a pessoa paga, se dá o troco, sem a figura da pessoa que cobra e confere.

Equilíbrio

Confiança total

Nova Friburgo já tem o primeiro estabelecimento com o modelo pague-quanto-quiser ou Pague o que quiser ou Pay What You Want (PWYW), na versão original, em inglês. A estratégia dá ao comprador a escolha do preço que ele deseja pagar pelos produtos ou serviços, o que inclui também a possibilidade de não pagar nada. Mais do que isso, a pessoa paga, se dá o troco, sem a figura da pessoa que cobra e confere.

Equilíbrio

Na capital, a prática é sucesso há uns três anos numa cafeteria, no Centro. Assim como lá, ainda que com menos tempo, os proprietários garantem que não estão tendo qualquer prejuízo. A maioria paga o valor de mercado. Há alguns que dão até a mais, enquanto uma minoria dá a menos o que equilibra o caixa. O 1º lugar da cidade a adotar a estratégia é uma cervejaria, em Lumiar – a Lumiarina.

Bons sambas

A safra de sambas desse carnaval é uma das melhores dos últimos tempos. Foi esse o sentimento que se confirmou no Pré-carnaval, na Praça Dermeval Barbosa Moreira, com a apresentação das oito agremiações da cidade. Para quem não conhecia os sambas, uma surpresa agradável. Para quem conhecia, mas tinha o temor deles não agradarem, não houve decepções. Refrões fortes são sempre sinônimos de empolgação.  

Expectativa para a passarela

Fato é que um samba que funciona na quadra ou numa apresentação com palco, como as do último fim de semana, pode não funcionar na avenida, por uma série de razões. Samba grande, cansativo, com vocabulário de difícil entendimento ou encaixe. A minha aposta é que pelo menos quatro dos oito sambas friburguenses funcionarão muito bem no sábado e domingo de carnaval, próximos dias 22 e 23. A conferir.

Corrida contra o tempo

Nos barracões, correria para aprontar as alegorias e dar os retoques finais nas fantasias. As escolas acreditam estar dentro do cronograma, ainda que uma ou outra bem mais adiantadas. Fechamento de alas e definições dos componentes é uma tarefa burocrática extenuante. Há agremiações que já não tem mais fantasias disponíveis.

Quer desfilar?

Para quem quer desfilar, deve procurar urgentemente os responsáveis, especialmente, nas quatro escolas do Grupo Especial que se apresentam no domingo, 23. Participar de ensaios técnicos tem sido uma exigência cada vez maior, já que o não canto dos passistas pode roubar pontos preciosos de uma disputa que já é acirrada. Foi-se o tempo de pegar fantasia poucos minutos antes do desfile das grandes escolas, sinais da profissionalização do carnaval. 

Kartódromo    

O sonho de que Nova Friburgo tenha uma pista de corrida de kart segue firme pelos entusiastas da prática automobilística. Atualmente, os friburguenses se deslocam até a pista localizada no município de Guapimirim, considerada umas das melhores do Estado do Rio e, que por isso mesmo, atrai pilotos de várias cidades do Rio e até de Minas.

Campeonato local em Guapi

O campeonato friburguense de kart já conta com 46 pilotos. Isso mesmo, 46 esportistas que, pelo menos uma vez por mês, se deslocam quase 90 quilômetros para competir. O sucesso é tanto, que a associação friburguense dividiu a disputa em três divisões com dez etapas que se iniciam no próximo dia 17 e vão até dezembro. Com mais de 100 pilotos cadastrados, o número de competidores ainda deve aumentar.      

2 a 2 insistente

O resultado da partida do Friburguense em casa se repetiu fora. O novo empate de 2 a 2 com o América foi um resultado que acabou não sendo horrível, mas que prejudicou os dois que assistem agora à liderança do Americano com sete pontos. No entanto, ambos ainda enfrentam o Americano, o que quer dizer que tanto o Friburguense como o América ainda dependem apenas de si próprios para assegurar a vaga na seletiva do ano que vem.

Disputa em aberto

Todos os quatro concorrentes ainda estão vivos na disputa. Certo que o único que, independentemente dos resultados da próxima rodada, se mantém na briga na rodada final é o Americano. Último adversário do Tricolor da Serra, fora de casa. 

Vencer

Antes de pensar lá, o Friburguense tem que pensar cá. No que pode ser o último jogo em casa neste semestre, o Nova Iguaçu é o adversário. Em caso de vitória, o Frisão chega com muitas possibilidades na última rodada. O time campista faz as duas últimas partidas em casa. Caso o Americano também vença o América, a disputa ficaria restrita aos dois numa verdadeira final.

Cenários possíveis

O Americano teria a vantagem do empate. Caso o Friburguense vença e Americano e América empatem, o tricolor assumiria a liderança, dependendo dos critérios de desempate. No entanto, não poderia jogar apenas pelo empate, dependendo do resultado do América diante do Nova Iguaçu. Enfim, a conta mágica é vencer o Nova Iguaçu e fazer cálculos depois. Qualquer outro resultado que não a vitória praticamente elimina o Friburguense. Simples assim: é vencer e ponto.     

Palavreando

“É nesses instantes de saudade imensa que penso que não devo pensar, como se ao deixar de pensar pudesse parar de sentir”.

Foto da galeria
Gansos ou cisnes? O lago do Parque São Clemente tem patos, gansos e cisnes. Todas essas aves são consideradas da mesma família que se completa com os marrecos, dadas as suas semelhanças. Aparentemente, sem ser profundamente conhecedor do tema, esses me parecem gansos africanos. Alguém aí, confirma ou me corrige?
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Amor de carnaval

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Clotilde,

 Aqui quem lhe manda estas mal traçadas linhas é a tua irmã Finoca. Estou te escrevendo para você sossegar papai e mamãe, acho que eles ficaram uma fera porque eu saí de casa no sábado de carnaval com a nossa tia Josefa e até hoje não voltei. Coitada da tia, já velhinha, e deixei ela no meio do povo e sumi, nem sei se a velhota conseguiu achar o caminho de casa de novo.

Clotilde,

 Aqui quem lhe manda estas mal traçadas linhas é a tua irmã Finoca. Estou te escrevendo para você sossegar papai e mamãe, acho que eles ficaram uma fera porque eu saí de casa no sábado de carnaval com a nossa tia Josefa e até hoje não voltei. Coitada da tia, já velhinha, e deixei ela no meio do povo e sumi, nem sei se a velhota conseguiu achar o caminho de casa de novo.

Eu sei que você vai me entender, Clotilde. Um dia você também saiu de casa pra comprar pão e voltou dez meses depois, trazendo um embrulho nos braços. A mãe chorou, o pai gritou. Mas o embrulho tinha um menininho e o menininho levava o nome do avô e já vinha com a camisa do Flamengo, que é a paixão do nosso velho, e você acabou perdoada. É verdade que eles queriam saber quem era o pai da criança e você nunca que chegava à conclusão, uma hora era do presidente do Bloco Carnavalesco Tamos Aí, outra hora era do Tonico Quitandeiro e depois podia ser que fosse do teu ex-namorado Alberico. Se você não põe na menina o nome da avó e a camisa da Vilage do Samba, escola que ela adora tanto, nem sei se te safavas dessa segunda trapalhada.

O que me aconteceu, só quem passou por isso sabe o que é. Eu ali calmamente, donzelamente, vendo o Bloco dos Bichos, sem pensar em nenhuma maldade, de repente veio o boi e começou a fazer umas gracinhas pra mim. No começo eu até dei o desprezo, mas o danado era tão simpático, me disse umas coisas tão engraçadas bem pertinho do ouvido, me tremi toda! Nunca tinha visto um boi tão jeitoso! Quando dei por mim, ia caminhando com as rédeas na mão, subindo o morro, já de madrugada. Eu ia voltar, nem ia até o fim da viagem, te juro. Mas você sabe como o boi anda devagar, ainda mais esse, que é cheio de histórias. Depois, boi tem sede, paramos pra tomar umas cachaças; boi sente fome e ruminamos um pastel aqui, um quibe ali. Até parar atrás de uma árvore ele parou, que até boi de Carnaval tem dessas necessidades.

Pois é, mana, você já entendeu: fui na conversa do boi. Quando acordei, já era de manhã e por isso e por outros motivos que você sabe, não pude voltar para casa. Me lembro que a gente vinha subindo o morro, Vitalino (é esse o nome do boi) deixou de lado o Carnaval, atacou de Roberto Carlos pra cima de mim, até em língua estrangeira cantou. Tinha tanta estrela no céu, maninha! Pelo menos eu andei vendo estrelas. Há quem diga que não, que até choveu naquela noite. Sei mesmo é que acordei no barraco, a carcaça do boi de um lado, o dito cujo do outro, dormindo feito boi na sombra, o sol se rindo lá no céu.

Papai e mamãe também não foi assim, Clotilde? A tia Josefa me contou uma vez: foi depois de um ensaio. Papai era sambista da gema, de sair em comissão de frente. Pois, olha, acho até que você já sabe, dizem que mamãe enrabichou por ele que foi uma coisa, virou até letra de música que ele fez: “Meu peito é chão de avenida/ Onde teus encantos desfilam/ campeã no carnaval de minha vida”. Não é lindo? Tia Josefa, num dia de raiva, me atirou na cara: “Tu não é gente, ô praga, tu é o samba que passou da conta, o ensaio que não parou a tempo”.

Pode dizer pra eles, Clotilde: assim que passar a lua de mel eu apareço, sou até capaz de ficar, porque Vitalino anda desempregado. A gente tem vivido com o dinheiro do bloco, nem sei na hora de prestar contas como vai ser. Vitalino ri e diz que no Bloco dos Bichos também dá zebra. Ele é pescador, mas Friburgo não tem onde se pescar, aí ele fica desocupado, esperando as autoridades tomarem uma atitude, que também não é certo uma cidade como essa, que tem até teleférico, não possuir um só rio que dê peixe, um pescador não podendo ter seu sustento garantido. É o que ele tem me explicado com toda a paciência: não trabalha por falta de condições ambientais, ecológicas e outras palavras difíceis que ele sabe. Mas vagabundo não é, tanto que sempre foi pescador, num lugar onde nunca houve o que pescar. É ou não é uma barra?

Não tendo o que fazer, Vitalino fica em casa, imagine fazendo o quê! Diz que precisa de um bezerrinho pra sair com ele ano que vem, vê só, Clotilde! Eu começo rindo, mas dali a pouco a maluquice vira uma coisa tão certa e justa que eu acabo concordando em trabalhar para o aumento do Bloco dos Bichos.

Clotilde, irmãzinha querida, vou terminar por aqui porque já ouço o meu boi que vem chegando, na ponta do assobio um samba cheio de alegria e vontade de amar. Ai, Clotilde, não sei o que você vai pensar de mim, mas sou obrigada a confessar: o mugido desse boi me avacalha.

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Palavras da vida eterna

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

“Tu tens as palavras da vida eterna.”  Simão Pedro (João, 6:68)

Rodeiam­-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.

Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.

Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.

Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.

Sugestões de variadas origens. Preleções valiosas.

Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento. Palavras faladas... palavras escritas...

“Tu tens as palavras da vida eterna.”  Simão Pedro (João, 6:68)

Rodeiam­-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.

Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.

Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.

Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.

Sugestões de variadas origens. Preleções valiosas.

Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento. Palavras faladas... palavras escritas...

Dentre as expressões verbalistas articuladas ou silenciosas, junto das quais a tua mente se desenvolve, encontrarás, porém, as palavras da vida eterna.

Guarda teu coração à escuta. Nascem do amor insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra.

Muitas vezes te manténs despercebido e não lhes assinalas o aviso, o cântico, a lição e a beleza.

Vigia no mundo, isolado de ti mesmo, para que lhes não percas o sabor e a claridade.

Exortam­-te a considerar a grandeza de Deus e a viver de conformidade com as suas leis.

Referem-­se ao planeta como sendo nosso lar e à humanidade como sendo a nossa família.

Revelam no amor o laço que nos une a todos.

Indicam no trabalho o nosso roteiro de evolução e aperfeiçoamento.

Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-­nos a levantar os olhos para o mais alto e para o mais além.

"Palavras, palavras, palavras..." 

Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o divino amigo das criaturas.

Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações.

CENTRO ESPÍRITA CAMINHEIROS DO BEM – 62 ANOS
Fundado em 13/10/1957
Iluminando mentes – Consolando corações
Rua Presidente Backer, 14 – Olaria - Nova Friburgo – RJ
Reuniões doutrinárias: quartas-feiras, 14h; quintas-feira, 20h e domingos, 17h.
E-mail: caminheirosdobem@frionline.com.br
Visite a Banca do Livro Espírita na Avenida Alberto Braune.
Programa Atualidade Espírita, do 8º CEU, na TV Zoom, canal 10 – sábados, 9h.

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