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Vagas de longa duração

sábado, 20 de abril de 2024

“A Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana acertou em cheio ao criar e espalhar por vários cantos da cidade os espaços destinados ao estacionamento rotativo nas ruas com vagas de curta duração. São aquelas que o motorista pode estacionar por um período determinado, geralmente 20 ou 30 minutos mantendo o pisca-alerta acionado. A medida visa estimular maior rotatividade de estacionamento de veículos na mesma vaga. A ideia é ótima, mas, infelizmente falta fiscalização. Muitos motoristas utilizam essas vagas para estacionar seus veículos por longos períodos.

“A Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana acertou em cheio ao criar e espalhar por vários cantos da cidade os espaços destinados ao estacionamento rotativo nas ruas com vagas de curta duração. São aquelas que o motorista pode estacionar por um período determinado, geralmente 20 ou 30 minutos mantendo o pisca-alerta acionado. A medida visa estimular maior rotatividade de estacionamento de veículos na mesma vaga. A ideia é ótima, mas, infelizmente falta fiscalização. Muitos motoristas utilizam essas vagas para estacionar seus veículos por longos períodos. Nem se importam em consumir as baterias de seus carros mantendo o pisca-alerta aceso por, às vezes, até mais de uma hora. Tudo isso, sem qualquer fiscalização. A Smomu deveria ter agentes de trânsito a pé nas vias de maior movimentação, como a Avenida Alberto Braune, para coibir esses abusos e multar os espertinhos.”

Vinícius Alencastro

 

Falta de manutenção 

“Ao ler recentemente em A VOZ DA SERRA as notÍcias sobre as festividades do aniversário de Nova Friburgo com altos cachês que serão pagos a artistas e as críticas relacionadas ao Hospital Raul Sertã, gostaria também de observar o descaso com as ruas esburacadas de nossa cidade. O o distrito de Conselheiro Paulino, por exemplo, que tem uma arrecadação de impostos enorme, está esquecido pelas autoridades. Daqui a pouco, chega a a época das eleições e aí nossos políticos irão aparecer para pedir votos e nos encher de promessas. Lamentável!”

Victor 

 

Escuridão total 

“A Rua Manuel Francisco de Matos, no loteamento Parque Mirante Real, próximo à estrada que dá acesso a Toledo, está às escuras há um bom tempo. Desde o início do ano venho solicitando a troca da lâmpada do poste em frente ao número 335, mas nada acontece. É preciso que a prefeitura olhe com carinho para os bairros, pois pagamos nossos impostos e a taxa de iluminação na conta de luz todo mês e não temos o serviço.”

Annamaria Chinelli

 

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Rua Juruá, 94, Olaria, Nova Friburgo

sábado, 20 de abril de 2024

Os olhos de um menino enxergam mais do que os de um adulto. Talvez, pela inocência de quem está experimentando o mundo, desvendando-o sem preconceitos. Possivelmente, pela ausência de circunstâncias avessas de quem pouco sabe diferir o bom do ruim. A ingenuidade, no entanto, não permite qualquer confusão na diferença entre o bem e o mal. Todos nós nascemos do bem! O dia-a-dia, pode ser, faça alguém se tornar mal.

Os olhos de um menino enxergam mais do que os de um adulto. Talvez, pela inocência de quem está experimentando o mundo, desvendando-o sem preconceitos. Possivelmente, pela ausência de circunstâncias avessas de quem pouco sabe diferir o bom do ruim. A ingenuidade, no entanto, não permite qualquer confusão na diferença entre o bem e o mal. Todos nós nascemos do bem! O dia-a-dia, pode ser, faça alguém se tornar mal.

Para a criança, o mundo é um lugar bem pequeno que cabe no seu campo de visão. É um quintal, uma calçada, uma rua, uma cidade. Meu quintal: Rua Juruá, no número 94. Minha calçada: uma floresta com cipós e trilhas. Minha cidade: Nova Friburgo.

Até hoje não sei se a mágica Rua Juruá é em Olaria ou no Alto de Olaria. Aliás, hoje sei que dão o nome de Loteamento Nosso Sonho. Naquela época, era o meu sonho que até hoje cheira a biscoito amanteigado. Cheiro de infância causa afeição na gente que nos transporta para um imaginário tão particular e de difícil descrição.

Meu terreiro, próximo ao Terreirão de quem preferia desobedecer às ordens dos pais e morar mais na rua do que em casa. Em casa, tinha o fantasma da mulher de branco. Para me proteger, quando estava sozinho em casa ou mesmo com meu irmão mais velho, eu me escondia na rua. As luzes dos postes iam acendendo ao escurecer e só entrava em casa quando minha mãe ou meu pai chegavam do trabalho.

Eu era muito pequeno, quando passei pela primeira mudança de casa na minha vida. Devia ter três, quatro anos, quando me despedi da vizinha de porta, Dona Antônia, no Perissê. Uma adorável senhora que peguei como avó emprestada. Ela cuidava de mim, enquanto meus pais iam para o trabalho. Chorava muito por ter que sair daquele aconchegante bairro em que fui atropelado por um Fusca azul. Foi a única vez que quebrei algo em mim: meu braço esquerdo. Aliás, são os dois primeiros choros que me lembro: quando quebrei o braço e quando deixei a Dona Antônia que viria a falecer alguns meses depois da minha mudança Perissê para Olaria. 

Era assustador, ainda que nutria certa ansiedade para descobrir o que me aguardava. Chegar naquele bairro novo, numa rua ainda de barro, em que de um lado tinham casas e do outro uma floresta. Não podia imaginar como seria tão feliz. A casa era muito maior, ainda que fosse de chapisco. Tinha uma horta gigante. O acesso ainda era difícil, com uma escada esculpida na terra sem muita simetria, própria de uma rua que ainda não era pavimentada. O que durou pouco. Logo depois de nossa mudança, a rua foi calçada e aproveitou-se para adequar o acesso à casa. 

A floresta ao lado era um parque de diversão. Próprio de crianças desprovidas de muitos brinquedos. Uma vantagem. Nascia ali minha imaginação fértil que criava mundos mágicos, cheios de personagens. Nunca precisei muito de brinquedos, na falta deles - a minha criatividade tratava de inventá-los. Se não tinha a floresta, tinha a horta. Se tinha floresta e horta, havia também os vizinhos. Todos mais velhos do que eu, o que me obrigava a descobrir cedo a minha alma antiga. Se não tinha ninguém, havia a laje, onde eu super-herói combatia os vilões com espada de bambu e capa de toalha de banho. 

Ir para a Escola Batista era festa. No caminho, caçava figurinhas do chiclete Ping-Pong no chão. Completava álbuns e álbuns assim. Catar latas pelo bairro - na época mais de óleo de soja do que de refrigerante - pode até parecer trabalho, mas para mim era como o dia de São Cosme e Damião. Latas e mais latas no saco que eu e meu irmão André vendíamos para um ferro-velho da rua de baixo. Juntava o dinheiro, gastava quase todo na bomboniére da Rua São Roque ou na venda do Seu Juarez da rua acima da Juruá. Comprava 100 gramas de belisque palitinho, muitos chicletes com figurinha, biscoitos e doces. Quando tinha um pouco mais, juntava parte com o meu irmão e até dava para comprar uma bijuteria para mamãe ou uma boneca barata para a irmã que acabara de nascer.    

Quando meus primos ou irmãos vinham, a Rua Juruá se tornava ainda mais mágica, tendo como testemunha a Pedra do Imperador, única montanha que pode ser vista de qualquer ponto da cidade, até mesmo do Loteamento Floresta, bairro que me abrigou após a minha infância em Olaria. Mas essa é outra história dentro do mesmo lugar: Nova Friburgo.

E a gente vai crescendo. Histórias e compromissos entram nos nossos compromissos e histórias. A memória vai se consumando sem jamais consumir as lembranças que nos fazem sentir saudades e nostalgias. Saudades de cheiros como o de biscoito amanteigado ou da comida de minha mãe. Saudades de sons como o da pedreira da Catarina que anunciava ser onze horas e cinco da tarde ou da floresta quando o vento fazia carinho em suas árvores. Saudades de pessoas como a Dona Laura que me dava salgadinho belisque, o Ricardo que pulava o muro da casa dele para ir na minha ou do meu pai que chegava de surpresa em casa e já colocava a mão pesada para ver se tínhamos ficado vendo televisão sem permissão.

Saudades de contatos como o da vizinha que vendia sacolé ou com a moça que costurava as roupas da família ou dos três irmãos que eram vizinhos e que apesar de lembrar deles não consigo recordar de seus nomes. Mas independente disso, todos estão resguardados no mesmo lugar, onde o número 94 continua lá: Rua Juruá, em Olaria.  

Uma rua de histórias, fascínios e dramas. Uma rua pavimentada por poesia numa cidade que é a própria poesia em si. A Juruá, Olaria, são apenas versos e estrofes de uma cidade cujo poema está sempre inacabado. Cabe a cada um de nós acrescentar em palavras, sorrisos, choros, sonhos e memórias o que Nova Friburgo causa na gente e a gente transforma nela. E o melhor: sempre estaremos por terminar. Há de se continuar!

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Há 15 anos...

quinta-feira, 18 de abril de 2024

O dia em que o Friburguense conquistou um título no Maracanã

Há pouco mais de uma semana, o Flamengo deu a volta olímpica para celebrar a conquista do Campeonato Carioca de 2024. Como é tradição, as finais do Estadual são jogadas no Maracanã, principal palco do Rio de Janeiro e do futebol brasileiro. Para qualquer equipe que tenha a oportunidade de disputar uma taça no estádio as lembranças ficam eternizadas. E se tornam ainda mais especiais quando há a chance de se sagrar campeão. Sabor este que o Friburguense sentiu há 15 anos.

O dia em que o Friburguense conquistou um título no Maracanã

Há pouco mais de uma semana, o Flamengo deu a volta olímpica para celebrar a conquista do Campeonato Carioca de 2024. Como é tradição, as finais do Estadual são jogadas no Maracanã, principal palco do Rio de Janeiro e do futebol brasileiro. Para qualquer equipe que tenha a oportunidade de disputar uma taça no estádio as lembranças ficam eternizadas. E se tornam ainda mais especiais quando há a chance de se sagrar campeão. Sabor este que o Friburguense sentiu há 15 anos.

O título da Taça João Ellis Filho, em sua primeira edição, completa 15 anos nesta sexta-feira, 19. Exatamente nesta data, em 2009, o Tricolor da Serra vencia o Tigres do Brasil, nos pênaltis, e encerrava um jejum de 12 anos sem títulos.

“Foi um dia maravilhoso. Estava um calor enorme no Rio, e como foi um jogo preliminar, aconteceu mais cedo que o normal. Foi um jogo muito difícil, truncado, duas boas equipes, decidido nos pênaltis. Tive o prazer de cobrar um deles e fazer o gol. Vai ficar gravado na minha memória para o resto da vida. O sonho de todo garoto que gosta de futebol é jogar no Maracanã. Além disso, jogar e erguer um troféu é para poucos. Tive esse privilégio e tenho essa recordação comigo, do enorme prazer em representar toda a equipe, funcionários do clube e Nova Friburgo. Fizemos uma festa enorme no vestiário e no ônibus, e depois festejamos no clube”, relembra o capitão Bidu, durante uma entrevista para A VOZ DA SERRA.

A competição foi uma novidade do Campeonato Carioca daquele ano. Segundo o regulamento, o terceiro e quarto colocados de cada chave, em cada turno, disputariam um torneio paralelo às decisões da Taça Guanabara e Taça Rio. No primeiro turno, a Taça Moisés Mathias de Andrade e, no segundo, a Taça João Ellis Filho.

 

A campanha

O Frizão iniciou o Carioca de 2009 com uma campanha modesta no primeiro turno. Em sete jogos, apenas uma vitória, quatro derrotas e dois empates. Sofreu 18 gols e marcou oito. Na estreia, uma partida polêmica contra o Flamengo, onde o time de Cleimar teve um gol mal anulado, quando a partida ainda estava 0 a 0. Na sequência, dois jogos em casa e apenas um ponto. Empate com o Mesquita e derrota para o Boavista. O desempenho melhorou nos dois jogos consecutivos, fora de casa.

Logo na sequência, o Friburguense arrancou um empate com o Bangu e conquistou uma vitória, que poucos acreditavam, contra o Volta Redonda, no estádio Raulino de Oliveira. Encerrando, foi goleado pelo Botafogo em casa e pelo Macaé na casa do adversário. Ameaçado pelo rebaixamento, o Tricolor entrou na Taça Rio disposto a pontuar e afastar o fantasma do rebaixamento. A derrota para o Vasco na estreia não impediu a reação. O Frizão emplacou uma sequência de três vitórias, contra Tigres, Duque de Caxias e Cabofriense, interrompida pelas derrotas para o Fluminense, em Nova Friburgo, e Americano, em Campos.

A vitória sobre o Resende, no Eduardo Guinle, afastou as chances de rebaixamento. Mas o tricolor queria mais. E, ao vencer o Madureira fora de casa, alcançou a classificação para a Taça João Ellis Filho, em terceiro lugar do Grupo B, com 15 pontos.

Nas semifinais da Taça, Tigres do Brasil e Boavista de um lado; Friburguense e Madureira de outro. No dia 12 de abril, o Tricolor da Serra encarou o suburbano, no Maracanã, e o Madureira saiu na frente aos 26 minutos, com gol de Jones cobrando pênalti. Da mesma forma, Victor Hugo empatou aos 35. O time carioca levou apenas três minutos, no segundo tempo, para ficar à frente novamente, com Alex Alves.

O Frizão alcançou a igualdade com um golaço de Crispim, aos 17. Nos pênaltis, o Friburguense venceu por 5 a 4 e passou para a final. Victor Hugo, Alex, Bidu, Roberto Júnior e Thiago Santos converteram, enquanto Alex Alves desperdiçou a última cobrança para o Madureira.

Friburguense e Tigres decidiram a Taça João Ellis Filho no Maracanã, em jogo preliminar à decisão da Taça Rio. No fim do primeiro tempo, Gilcimar marcou contra e abriu o placar para o Frizão. Já na etapa final, Gilcimar fez a favor da Fera e igualou o marcador. O Tricolor voltou à ter vantagem com o tento de Alex, mas o experiente Sorato venceu Adriano e fez o gol de empate.

Fim de jogo e o troféu seria decidido nas cobranças de pênaltis. Nas cinco primeiras de cada time, ninguém errou - Victor Hugo, Wallace, Bidu, Elan e Thiago Santos converteram para o time de Nova Friburgo. Nas alternadas, Leomir desperdiçou a segunda cobrança do Friburguense, mas Jaílson parou em Adriano. Por fim, Crispim marcou para o Frizão, Adriano voltou a brilhar e defendeu a cobrança de Pedrão. O Friburguense, após 12 anos, levantava novamente um troféu.

O Frizão comandado por Cleimar atuou com Adriano, Sérgio Gomes (Heitor), Wallace, Lucas e Crispin; Bidu, Gian, Alex Faria (Leomir) e Victor Hugo; Thiago Santos e Ziquinha (Adenis).

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    Além da taça, Tricolor da Serra também levou premiação em dinheiro pelo título (Foto: Divulgação)

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    Festa no Maracanã, pela emblemática conquista, completa 15 anos neste dia 19 (Foto: Divulgação)

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    Goleiro Adriano foi fundamental na disputa de pênaltis para a conquista tricolor (Foto: Divulgação)

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Sem força

quinta-feira, 18 de abril de 2024

                Há dias em que a força nos foge. Sentimo-nos, como diz o dito, “o saco vazio que não para em pé”, mesmo tendo nos alimentado. É incrível como nos dias de exaustão os pensamentos escondidos aparecem. Lembramo-nos de cuidar da saúde, valorizamos mais do que nunca uma boa noite de sono, repensamos a qualidade de nossas atividades e pensamos em como damos conta.

                Há dias em que a força nos foge. Sentimo-nos, como diz o dito, “o saco vazio que não para em pé”, mesmo tendo nos alimentado. É incrível como nos dias de exaustão os pensamentos escondidos aparecem. Lembramo-nos de cuidar da saúde, valorizamos mais do que nunca uma boa noite de sono, repensamos a qualidade de nossas atividades e pensamos em como damos conta.

                A ausência de pausas, os excessos de compromissos, de afazeres, as demandas incessantes nos tomam dias inteiros e às vezes noites. Há quem encontre plena alegria em viver nessa intensidade de multitarefas, muitas relações interpessoais, muitas funções na sociedade. E, de fato, é deveras um privilégio. Desafio interessante é conciliar tudo isso com os ciclos de descanso e o verdadeiro cuidado com o repositório de energia. Da melhor energia.

                No final das contas, como diz um outro dito popular, “não existe almoço grátis”, o que significa que essa conta uma hora vai chegar. Dia desses estava lendo um depoimento de um notívago e sua produtividade noturna. Além de brincar que a energia da lua era aliada de sua criatividade, desenhou sua rotina da madrugada como sendo altamente revigorante para justificar seu relógio biológico às avessas. Ele é escritor. E o silêncio da madrugada o conecta com seus mais profundos pensamentos.

                Dificilmente eu conseguiria. Aliás, quem conseguiria? Realmente é para poucos. Nossa rotina acorda e deita com nossas necessidades básicas de descanso. Não tem muita escapatória. O meu relógio biológico certamente não obedeceria os comandos todos os dias. Eu, pelo menos, quando não tenho uma noite de sono ideal, luto ao longo do dia para ser a melhor que posso, apesar disso. Apesar de. Não dormir, para mim, é como cobrar a conta durante 24 horas desse “almoço caro”, é sentir a ausência de forças latente. É lembrar que o bocejo coletivo do dia, começará por mim. Provavelmente puxarei a fila e não conseguirei disfarçar. Até a próxima noite de sono chegar.

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Correlação entre ativos. Já ouviu falar?

quinta-feira, 18 de abril de 2024

            Não é segredo; para começar a investir seu capital no mercado financeiro, é preciso estudar – ou contar com um profissional de confiança que tenha estudado para isso.

            Não é segredo; para começar a investir seu capital no mercado financeiro, é preciso estudar – ou contar com um profissional de confiança que tenha estudado para isso.

Costumo dizer, e volto a enfatizar, sobre a necessidade de entender o mínimo (pelo menos os conceitos de rentabilidade, segurança e liquidez) antes de se tornar um investidor. Você não precisa ser um especialista, afinal, você pode deixar isso para seu consultor ou assessor de investimentos; mas entender o que será feito com o seu dinheiro é fundamental para manter uma relação saudável entre investidor e investimentos.

            Contudo, meu assunto hoje vai para aqueles que buscam ir um pouco mais além em seus investimentos. Antes, um passo atrás: vale ressaltar a necessidade de uma carteira de investimentos diversificada, num primeiro momento, entre ativos de renda fixa e renda variável de acordo com o seu perfil. Este ponto é fundamental, pois será responsável pelo seu planejamento orçamentário; considerando reservas, caixa, e boas oportunidades de rentabilidade.

            Dando prosseguimento ao plano de carteira, vamos destrinchar, agora, a necessidade de manter a estratégia de diversificação de ativos; contudo, considerando somente a alocação em renda variável: os investimentos via bolsa de valores. Existem duas formas de investir em ações: a primeira é optar por bons fundos de investimentos em ações, recorrendo a gestoras com bom histórico operacional e com taxas justas de acordo com o serviço oferecido; a segunda opção de investimento em ações é através do home broker de sua corretora e aqui começamos a elaborar nosso planejamento.

            Voltando à lei máxima dos investidores (a diversificação), precisamos falar sobre a Correlação de Ativos, uma relação estatística para metrificar (variando de -1 a 1) a relação entre ativos. Já ouviu falar?

            Esta correlação pode se dar de quatro maneiras distintas:

                        • Correlação perfeitamente positiva (índice igual a 1)

                        • Correlação positiva

                        • Correlação negativa

                        • Correlação perfeitamente negativa (índice igual a -1)

            As correlações perfeitas são situações ideais e – como tudo que é ideal – impossíveis de acontecer. Contudo vamos estudar as positivas e negativas para entendermos qual é a mais indicada para o seu portfólio de ações.

            Basicamente, as correlações positivas se dão quando dois ativos (por haver relação estrita de mercado) fazem movimentos semelhantes entre valorizações e desvalorizações: como exercício, busque comparar os gráficos do barril de petróleo Brent e as ações da Petrobrás e verá a influência da cotação do barril de petróleo sobre uma empresa petrolífera. Por outro lado, há a correlação negativa quando dois ativos se movimentam de maneira graficamente opostas: também, como exercício, compare os gráficos de dólar e da Ibovespa e irá reparar um movimento espelhado entre os ativos; e faz sentido, afinal, quando o Ibovespa está em crescimento há uma tendência de valorização do real perante o dólar.

            Portanto, quanto mais negativa a correlação entre seus ativos, mais diversificada será a sua carteira. Ao planejar uma carteira de investimentos é importante saber o papel de cada ativo e como este vai influenciar sua estratégia. Investimentos via Bolsa de Valores são complexos (apesar de bastante intuitivos) e a falta de planejamento esconde grandes riscos.

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Friburguense no BBB

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Nova Friburgo nunca teve um participante efetivamente em uma das 24 edições do Big Brother Brasil, da Rede Globo. A edição deste ano, encerrada nesta semana com a vitória do baiano Davi, no entanto, contou com uma friburguense, mas nos bastidores. A jornalista Maiara Gastin atuou na produção em quase todos os 100 dias de duração do reality global. 

Participação em esquetes

Nova Friburgo nunca teve um participante efetivamente em uma das 24 edições do Big Brother Brasil, da Rede Globo. A edição deste ano, encerrada nesta semana com a vitória do baiano Davi, no entanto, contou com uma friburguense, mas nos bastidores. A jornalista Maiara Gastin atuou na produção em quase todos os 100 dias de duração do reality global. 

Participação em esquetes

Além da produção, ela ainda teve aparições na tela, em esquetes de humor do programa. A friburguense também é atriz, com atuações em produções do canal friburguense Telemilênio, sucesso no YouTube, com mais de 200 mil inscritos. Maiara já havia atuado na equipe de Boninho, diretor geral da atração, na edição do ano passado. Neste ano, mais uma vez foi chamada para o trabalho. 

Família de jornalistas

Por questões contratuais, Maiara não pode falar sobre sua rotina no BBB, publicamente, tampouco dar entrevistas. A produtora de conteúdo da Globo, vale lembrar, é irmã do nosso colega de trabalho em A VOZ DA SERRA, o também jornalista, Vinicius Gastin.

Quem sabe?

As inscrições para o Big Brother Brasil do ano que vem já estão abertas e fica a torcida para que um friburguense possa ser selecionado para a edição do ano que vem, além, é claro, da manutenção da profissional. O programa, mais uma vez, foi sucesso de audiência e faturamento para a Rede Globo e centro de debates até mesmo para aqueles que não acompanham o dia-a-dia da casa mais vigiada do país.      

 

Honoris Causa

A professora e diretora de teatro de Nova Friburgo, Jane Ayrão, receberá o título de Doutor Honoris Causa em artes, pela Unicecap (Universidade Saberes, Corporativa e de Educação da Capital). Considerada uma das maiores honrarias concedidas por uma universidade, o título que Jane Ayrão receberá tem chancela do Ministério da Educação e reconhecimento em todo o território nacional e respeito internacional.

  Jane Ayrão

Do latim, “honoris causa” significa “por causa de honra”, ou seja, quem recebe o título costuma destacar-se em sua área de atuação, não necessariamente acadêmica – e sua concessão independe do grau de instrução. A outorga é balizada pelo regimento interno e Plano de Desenvolvimento Institucional de cada faculdade. As indicações podem contemplar personalidades nacionais e estrangeiras com análises da congregação, do conselho deliberativo e do conselho universitário da instituição. 

Trajetória

Jane Ayrão tem uma vida dedicada às artes, notoriamente, em Nova Friburgo. Quando dirigiu por mais de dez anos o Taca (Teatro Amador do Colégio Anchieta), buscou contar em suas montagens cênicas, histórias verídicas bem locais, com toque de poesia, sobre personagens importantes para momentos específicos da cidade. Sua última montagem, “A Promessa”, já através da Companhia Teatral que leva seu nome, Jane Ayrão arrebatou o público, que lotou as apresentações. 

A Promessa

“A Promessa” conta a trajetória do português Samuel Antônio dos Santos, fundador da Banda Euterpe Friburguense e também da Capela de Santo Antônio, na Praça do Suspiro. Com figurino impecável de Virgílio Santos, a história começa em 1858, quando um navio da marinha portuguesa deixa Lisboa com destino a Buenos Aires. Já em alto mar, a tripulação é surpreendida por uma forte tempestade. 

Homenagem à Euterpe

Samuel Antônio dos Santos, oficial músico e regente da Banda de Fuzileiros Navais, rogou então a Deus pela vida de todos e em troca prometia, que na primeira cidade em que aportasse, pediria baixa da Marinha e fundaria uma banda de música e uma igreja em louvor a Santo Antônio. E assim o fez, em Nova Friburgo, há mais de 160 anos.

Apresentações lotadas

O sucesso da montagem foi tanto, que haverá mais uma apresentação, desta vez em Cantagalo, quando deve ser inaugurado por lá um grande espaço de artes, provavelmente, em junho. Além da passagem pelo Taca, Jane também organizou e conduziu o Grupo Cem Contexto, fundado pelo Centro Educacional Monnerat. Atualmente, com a companhia de artes que leva seu nome, Jane segue a formar e dar oportunidades a atrizes e atores de todas as idades. 

De Brasília para Nova Friburgo

A entrega do título de “Doutor Honoris Causa” a Jane Ayrão acontece neste sábado, 20, em cerimônia a ser realizada, em Brasília. Mas está sendo programado um evento para compartilhar a honraria também com os conterrâneos e amigos, em Nova Friburgo, em data a confirmar.   

 

Unidos da Saudade

A escola de samba Unidos da Saudade terá nova direção. A roxo e branco do bairro Ypu resolveu mudar. Após eleições realizadas no último fim de semana, os sócios aptos a votar, optaram pela chapa Resgatando um Passado de Glória, encabeçada por Fábio Silva, reconhecido mestre-sala do carnaval friburguense. Fabinho será o novo presidente para o próximo biênio e traz o baluarte Cici Macarrão como vice. Juntos, com mais de 80% dos votos, eles venceram a atual direção.    

 

Mulheres empreendedoras

O Instituto RME, em parceria com o Google, está oferecendo vagas para um programa gratuito de capacitação de mulheres para o desenvolvimento de habilidades digitais. Trata-se do Ela Pode: Inteligência Artificial, um projeto inovador e totalmente gratuito de formação em Inteligência Artificial voltado apenas para mulheres empreendedoras.

Ela Pode

O programa pretende capacitar mulheres proprietárias de negócios de pequenos e médios porte, durante 24 meses, através de aulas ao vivo no formato online, com especialistas em tecnologia e digitalização, e trará novidades e habilidades essenciais para que as empreendedoras possam melhorar os processos, aumentando a eficiência, reduzindo o tempo na execução de atividades cotidianas e impulsionar o crescimento de seus negócios. 

Incentivo financeiro

Além disso, 105 empreendedoras selecionadas receberão recurso financeiro no valor de R$ 10 mil para alavancarem seus negócios. Para participar, precisa ser mulher, ter acima de 16 anos, estar à frente de um pequeno ou médio negócio, além, é claro, de possuir acesso à internet e equipamento eletrônico para acompanhar as aulas. É necessário também ter letramento digital e conhecimento a partir do nível básico em ferramentas digitais. Inscrições e mais informações pelo site elapodeia.com.br.

 

Palavreando

“Rua Juruá, em Olaria. Uma rua de histórias, fascínios e dramas. Uma rua pavimentada por poesia numa cidade que é a própria poesia em si. A Juruá, Olaria, são apenas versos e estrofes de uma cidade cujo poema está sempre inacabado. Cabe a cada um de nós acrescentar em palavras, sorrisos, choros, sonhos e memórias o que Nova Friburgo causa na gente e a gente transforma nela”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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Sucesso

quarta-feira, 17 de abril de 2024

6ª Copa FutFri de futevôlei reúne atletas e fãs

6ª Copa FutFri de futevôlei reúne atletas e fãs

        O crescimento, com cada vez mais praticantes e fãs, pode ser facilmente observado. Um exemplo, em Nova Friburgo, foi a quantidade de atletas e torcedores que compareceram à Estação Praia, espaço anexo ao Clube Filó, no bairro Vila Amélia, entre a última sexta-feira, 12, e domingo, 14, durante a 6ª Copa FutFri de futevôlei. Foram cerca de 120 partidas disputadas, envolvendo um total de 54 duplas (sendo 14 mistas – dupla formada por um homem e uma mulher).
        Após a disputa de duelos equilibrados, de qualidade e muitas emoções, foram conhecidos os vencedores nas quatro categorias que estavam em disputa. Na categoria Friburgo Prata, Theo e Barreto sagraram-se campeões; na categoria Friburgo Ouro, que reuniu atletas friburguenses, deu Enzo Salcedo e Kyldere; já na categoria Serra Carioca, que consagrou a melhor dupla de futevôlei da Região Serrana, os vencedores foram Lucas Teixeira e Enzo Pecly; e na categoria Misto, Isadora Tardin e Renan levaram a melhor e ficaram com o título. Isadora foi eleita ainda a melhor jogadora da cidade na modalidade, com apenas 13 anos de idade.
        “O evento foi um sucesso, todas as expectativas foram alcançadas, tudo correu da melhor forma possível. E no segundo semestre haverá uma nova edição. Vem aí a 7ª Copa FutFri. Agradeço imensamente aos nossos patrocinadores, que estão sempre incentivando o esporte na cidade. E um agradecimento especial também aos mais de 100 atletas que confiaram no nosso trabalho, participaram e abrilhantaram ainda mais o evento”, afirmou Heitor Mora, organizador da Copa FutFri e proprietário do Futevôlei Friburgo.
        Outro destaque da 6ª Copa FutFri foi a participação maciça de mulheres. A título de comparação, na 2ª edição da copa apenas duas mulheres entraram em quadra em duplas mistas. Dado o crescimento do esporte na cidade, nesta edição 14 mulheres manifestaram o desejo de jogar - um recorde na cidade. Por isso, foi aberta a categoria Misto, de modo a valorizar e incentivar a participação feminina no futevôlei.
        “Agradeço imensamente também a participação das mulheres. Em breve faremos um campeonato exclusivamente feminino. Foi muito importante ter as mulheres na Copa FutFri para mostrar como o futevôlei é democrático. Inclusive, na sexta-feira teve uma dupla 100% feminina. Foi a primeira vez na história de Nova Friburgo e região que tivemos uma dupla feminina jogando um campeonato de futevôlei. E o mais legal é que a Isadora Tardin, jogadora eleita a melhor da cidade, tem apenas 13 anos de idade, evidenciando que as mulheres vêm muito forte para as próximas edições. Os homens que se cuidem”, celebrou Heitor Mora.
        A 6ª Copa FutFri de Futevôlei teve a organização da concessionária Águas de Nova Friburgo, com apoio da iniciativa privada e da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer.


Resultados


Categoria Friburgo Prata

1º - Theo e Barreto
2º - Stutz e Yorran
3º - Bernardo Thedim e Bernardo Xaco

Categoria Friburgo Ouro

1º - Enzo Salcedo e Kyldere
2º - Enzo Pecly e Lucas Teixeira
3º - Renan e Sorrentino

Categoria Serra Carioca

1º - Enzo Pecly e Lucas Teixeira
2º - Renan e Serrazine
3º - Lucas Nunes e Sorrentino

Categoria Misto

1º - Isadora Tardin e Renan
2º - Raissa e Enzo Salcedo
3º - Nanat e Sorrentino

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    Dezenas de participantes reforçam o crescimento da modalidade em Nova Friburgo (Foto: Divulgação)

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    Alguns dos campeões e componentes dos pódios do evento (Foto: Divulgação)

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    Enzo Pecly e Lucas Teixeira foram os vencedores da categoria Serra Carioca (Foto: Divulgação)

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    Competições contaram com quatro categorias ao todo, envolvendo homens e mulheres (Foto: Divulgação)

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Querem proibir ou querem liberar?

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O ano era 1997. Diante da televisão, o Brasil parava para acompanhar os detalhes da novela “O Rei do Gado”, os pronunciamentos do presidente Fernando Henrique Cardoso, as descobertas em torno da ovelha Dolly e outras notícias que estariam nas manchetes das bancas de jornal no outro dia, como a morte do educador e filósofo Paulo Freire e de Lady Di.

O ano era 1997. Diante da televisão, o Brasil parava para acompanhar os detalhes da novela “O Rei do Gado”, os pronunciamentos do presidente Fernando Henrique Cardoso, as descobertas em torno da ovelha Dolly e outras notícias que estariam nas manchetes das bancas de jornal no outro dia, como a morte do educador e filósofo Paulo Freire e de Lady Di.

As salas de cinema estavam lotadas para a estreia de Titanic, o filme do ano e de muitas gerações de apaixonados. Já no rádio, Gabriel, O Pensador, cantava: “Dizem que é do bom, dizem que não presta. Querem proibir, querem liberar: e a polêmica chegou até o Congresso”.

O famoso trecho de “Cachimbo da Paz”, música feita em parceria com Lulu Santos, refere-se aos projetos de lei que tramitavam no Congresso Nacional nos anos 90 com o objetivo de mudar a legislação sobre drogas, como a maconha no Brasil. Apesar dos 27 anos da música, “vemos o futuro repetir o passado”.

 

Resistência pelo Congresso ao STF

O Senado aprovou na noite da última terça-feira, 16, no plenário, em dois turnos, a chamada PEC das Drogas, proposta de emenda à Constituição que determina que é crime possuir ou portar qualquer quantidade de droga, mesmo que para consumo próprio.

Mas a cannabis já não é criminalizada no país? A criminalização do porte e da posse, mesmo para consumo próprio, já é prevista na Lei de Drogas de 2006, que está em vigor; o Código Penal também prevê crimes sobre o tema. Contudo, não é algo determinado na Constituição Federal, norma mais poderosa de um país.

A intenção da PEC é incluir a regra na Constituição, tornando-a superior a uma lei, mais difícil de ser alterada. Por 53 votos a 9 no primeiro turno, e 52 a 9 no segundo, a emenda à constituição fora aprovada no Senado e agora, o texto seguirá para votação na Câmara dos Deputados.

Outro fato que pesou na aprovação tem relação com o antagonismo com o STF, que vota sobre a descriminalização da maconha. A PEC das Drogas fecha um combo de respostas ao Supremo que o Senado diz ser necessário dar, em nome da não interferência na relação entre os poderes.

 

Retrato da sociedade brasileira

O placar de votação chamou a atenção de especialistas? Na verdade, não. Trata-se de um tema no qual o que prevalece é a visão sobre as drogas de grande parte da sociedade: uma visão de que se for estabelecida uma quantidade, isso pode gerar um incentivo ao uso de drogas, e as drogas criam dependência e destroem famílias, o que é compreensível.

Além disso, grande quantificação do Senado e da Câmara são compostos pela ala mais conservadora da política, que alcança desde a base do governo e até a oposição. Por entender que é um retrato de maior parte da sociedade, nem o executivo federal comprou essa briga.

A própria liderança governista liberou os partidos aliados para votarem como quisessem – e várias legendas votaram junto com a oposição, pela aprovação da proposta. O Senado tem sua autonomia e legitimidade para decidir o que a maioria pensa. E essa maioria também deverá se repetir na Câmara.

É uma visão legítima, mas como advogado, com uma pós-graduação em direito criminal, entendo que há contrapontos: sem uma quantificação, muitas pessoas pobres, usuárias, são tratadas como traficantes e presas. Para o “uso” a pena é de multa, admoestação verbal e a obrigação de frequentar palestras educativas. Para o tráfico, a pena mínima é de cinco anos de prisão, com regime inicial de cumprimento de pena como regime fechado.

Os critérios atualmente adotados pelo Judiciário são totalmente de cunho pessoal e subjetivo de cada juiz. E muitas vezes, sendo levados em conta, os requisitos individuais sobre quem será preso como: o local onde mora (se é local de tráfico), sua cor, profissão, onde foi apreendido, idade, classe social e nível de estudo.

Nesse sentido, podemos dizer que nos dias atuais é muito mais provável que um usuário de drogas seja condenado à cadeia por morar na favela da Rocinha, do que haja condenação de um verdadeiro traficante no Leblon – mesmo que os dois possuam a mesma quantidade de droga.

 

A discussão pode não acabar aí

 Mesmo que o Congresso aprove a PEC em todos os turnos antes da decisão do Supremo no caso, o julgamento não seria interrompido e não necessariamente a PEC teria efeitos "automáticos". Uma constitucional pode ser impugnada por ações diretas de inconstitucionalidade (ADI).

 Isso porque mesmo as PECs podem ser consideradas inconstitucionais caso se conclua que elas interferem nas chamadas "cláusulas pétreas" da Carta – temas que não são passíveis de mudança. Ou seja, é possível contestar a própria emenda à Constituição por entender que um direito não possa se sobrepor a um outro já existente.

  Enquanto a Alemanha descriminalizou a maconha há 17 dias em seu território, seguindo os passos de países como Holanda, Canadá, Uruguai, Portugal e alguns estados dos EUA, o assunto ainda continua sendo polêmico no Brasil. Afinal, devemos mandar no nosso próprio nariz ou nos inspirar nos países que mudaram - e continuam mudando - suas leis?

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Você quer sucesso?

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Certa vez Jesus Cristo demonstrou Sua sensibilidade para com as necessidades humanas físicas e emocionais e não só espirituais das pessoas. Tendo ido com Seus discípulos para um local retirado a fim de descansar, uma multidão O seguiu. Eram uns cinco mil homens, fora mulheres e crianças. Ele teve compaixão por eles. Todos estavam famintos e cansados. Era final da tarde e eles haviam permanecido o dia todo ouvindo palavras maravilhosas de Jesus, que, diferentes das dos líderes religiosos, saciava os ouvintes.

Certa vez Jesus Cristo demonstrou Sua sensibilidade para com as necessidades humanas físicas e emocionais e não só espirituais das pessoas. Tendo ido com Seus discípulos para um local retirado a fim de descansar, uma multidão O seguiu. Eram uns cinco mil homens, fora mulheres e crianças. Ele teve compaixão por eles. Todos estavam famintos e cansados. Era final da tarde e eles haviam permanecido o dia todo ouvindo palavras maravilhosas de Jesus, que, diferentes das dos líderes religiosos, saciava os ouvintes. Então, Cristo pediu que os discípulos organizassem grupos de 50 e de 100 pessoas e que sentassem na relva, assim, todos poderiam descansar um pouco e tomar a refeição sentados.

Como alimentar mais de cinco mil pessoas sem restaurantes, lanchonetes, padarias e supermercados na região? Um rapaz tinha cinco pãezinhos de cevada e dois peixes. Você sabe a história. Jesus tirou daquele cesto que continha somente estes poucos alimentos o suficiente para alimentar o povo. Todos se saciaram e ainda sobrou comida que preencheu doze cestos grandes.

Jesus poderia ter feito surgir um banquete. Mas, como sempre, preferiu a simplicidade. Nada de extravagância. Uma ambição exagerada prende a pessoa, mesmo ela achando que é livre porque tem dinheiro para comprar o que desejar.

Essa semana conversava com uma amiga que trabalha com mentoria que ajuda as pessoas a terem uma vida mais organizada, e o assunto era sucesso na vida. Eu comentava com ela que não tenho mais paciência de ouvir depoimentos de empresários e empresárias de muito sucesso econômico, falando que no fim da carreira, se pudessem voltar atrás, fariam muita coisa diferente, especialmente cuidariam melhor dos seus relacionamentos. Vi também um documentário sobre o empresário atual mais rico do mundo, mostrando que os relacionamentos dele têm sido conturbados, rompidos, problemáticos por faltar empatia e dedicação.

Esta amiga consultora de mentoria para executivos e pessoas em geral, então, me disse: “... o que tento fazer em meu trabalho com líderes e executivos é mostrar que o sucesso só vale a pena se estiver em conexão com nossos valores e com quem amamos. Chegar no topo e perder quem se ama não vale a pena.” Ela relembrou que na ciência séria, sucesso é ter relacionamentos saudáveis, e não tem outro caminho. No fim da vida ninguém pergunta: “Onde está meu dinheiro?”, mas sim: “Onde estão meus filhos?”, “Onde está quem eu amo?”

A jornalista Karina Michelin colocou um post (2/abril/2024) no Twitter informando que um casal inglês decidiu entregar a filha de três meses para adoção por acharem que o bebê não se encaixava no estilo de vida deles, ambos muito focados no trabalho. A mãe admitiu que não tinha interesse em cuidar da filha desde o seu nascimento, e voltou ao trabalho após duas semanas do parto. No post está escrito: “Tentando justificar o injustificável, o marido disse que ele e a esposa são ambos ‘workaholic’ e essa sempre foi a prioridade deles. O marido disse que Elizabeth, sua filha, fez a sua esposa ‘infeliz’ e por isso decidiram dá-la para adoção. O pai da criança confessou que a esposa só interagiu com a filha quando ela precisava de algo e evitou pegá-la quando chorava.

A declaração chocante vem agora. O pai da criança disse: ‘Posso imaginar a vida sem a minha filha, mas não sem a minha mulher. Ficar com a criança pode destruir nosso relacionamento’... A avó materna, que já cuidava da criança afetivamente, opôs-se a adoção e levou-a para casa.” O casal apenas vai arcar com as despesas. Eles querem o sucesso egocêntrico e mais tarde, provavelmente, terão que se defrontar com uma angústia pesada por terem desprezado cuidar de uma criatura que eles trouxeram à vida.

A vida é mais importante do que a comida, do que o status econômico, e o corpo é mais importante do que o vestuário e sucesso de beleza física. Lute contra uma possível obsessão que pode estar lhe dominando quanto ao ganho material, a qual pode estar tirando você do convívio com as pessoas mais importantes de sua vida num momento especial que não voltará mais. Não há nada que compense a perda afetiva das pessoas de maior significado em sua vida.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.co

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Rumo a Alemanha

terça-feira, 16 de abril de 2024

Julliana Ieker, de Nova Friburgo, jogará Mundial de Bolão com o Brasil

Uma das heranças dos povos formadores de Nova Friburgo, o Bolão não para de produzir talentos. Dentre eles está a atleta Julliana Ieker, da equipe do Nova Friburgo Country Clube. Bem rankeada, por conta dos ótimos desempenhos nas competições nacionais, a bolonista foi convocada pela Confederação Brasileira de Bolão, e vai compor a equipe que jogará o Campeonato Mundial de Bolão. A competição acontece em Herne, na Alemanha, em maio, entre dos dias 13 e 18.

Julliana Ieker, de Nova Friburgo, jogará Mundial de Bolão com o Brasil

Uma das heranças dos povos formadores de Nova Friburgo, o Bolão não para de produzir talentos. Dentre eles está a atleta Julliana Ieker, da equipe do Nova Friburgo Country Clube. Bem rankeada, por conta dos ótimos desempenhos nas competições nacionais, a bolonista foi convocada pela Confederação Brasileira de Bolão, e vai compor a equipe que jogará o Campeonato Mundial de Bolão. A competição acontece em Herne, na Alemanha, em maio, entre dos dias 13 e 18.

“Os atletas convocados para o Mundial precisam estar nas primeiras posições do ranking nacional. Esse ranking computa os resultados dos campeonatos oficiais como Taça Brasil e Brasileiro de Bolão que acontecem pelo Brasil. A minha preparação está intensa, pois o preparo é físico, tático e mental. Treino todos os dias. Estou bem animada e otimista para o campeonato. A equipe é forte”, avalia, Julliana.

Com a experiência de já ter participado de todas as competições estaduais, nacionais e internacionais que pertencem ao calendário da CBB (Confederação Brasileira de Bolão), ela carrega consigo, além da honra e da responsabilidade por vestir a camisa da seleção, o histórico familiar no esporte.

“Meu pai praticava esse esporte na Sociedade Esportiva Friburguense. A família o acompanhava nos treinos e nos campeonatos. Meus primeiros arremessos foram nos anos 90. De lá para cá, a prática se tornou cada vez mais frequente. A família toda joga: meus pais, meus irmãos, meus cunhados e minhas cunhadas, meus sobrinhos, meu marido e minhas filhas”, revela.

Além de Julliana Ieker, a Seleção Nacional feminina terá as atletas Beatriz Sorrentino, Juliana Timm, Patrícia Helena Bade e Tais Evald. A equipe masculina será formada por Alex Martinho, João Kleinkauf, Lucas Nitsche, Marcio Bagátoli, Rogério Arkie e Tiago Hansen. Para conseguir disputar a competição, a atleta de Nova Friburgo está em busca de recursos, e para tanto, criou uma vaquinha virtual. As contribuições podem ser feitas em www.vakinha.com.br/4431323.

O Bolão

A modalidade é uma das mais populares e antigas, com origem no Egito. Foram encontradas peças deste esporte, que se assemelha ao esporte de hoje, mas em tamanho menor, 500 anos a.C. Os primeiros registros apontam para meados do século 3 d.C. A primeira vez que o bolão foi mencionado na Alemanha foi em 1157 na crônica da cidade de Rothenburg. No Brasil o esporte foi trazido pelos imigrantes alemães, e apresenta duas modalidades: Bolão 23, onde a bola tem 23 centímetros de diâmetro, e o Bolão 16, onde a bola apresenta 16 centímetros de diâmetro, podendo ser praticado por homens e mulheres.

O jogo consiste em derrubar o maior número de pinos rolando dez bolas em quatro canchas, na modalidade oficial de competições pela confederação. Ao arremessar (rolar a bola) o jogador deve encostar a bola na pista até o final da zona de arremesso, que é de seis metros, caso contrário a bola será considerada “queimada”.

Caso o pino caia após a luz de indicação que os armadores foram acionados, este não será considerado como derrubado. Em jogos oficiais o jogador tem no máximo quatro minutos para jogar as dez bolas em cada pista.

E é exatamente no talento para cumprir as regras e conquistar os resultados que o Nova Friburgo Country Clube se destaca. De 2007 para cá, a equipe feminina acumula conquistas como os títulos estaduais, participações importantes em edições de Taça Brasil de clubes, Mundial de Clubes, Campeonato Brasileiro de Clubes, dentre outros.

No ano passado, além do título estadual, as meninas alcançaram a sétima colocação no 17° Campeonato Brasileiro de Clubes, promovido no Clube Pinheiros, em São Paulo. Sem contar os resultados dos times masculinos e de base.

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    Bolonista de Nova Friburgo acumula conquistas, participações destacadas pelo país e pontos que a credenciam a estar no Mundial (Foto: Divulgação)

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    Equipe brasileira que representará o país na Alemanha, com a presença de Julliana (Foto: Divulgação)

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