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Escolha a verdade

quarta-feira, 05 de outubro de 2022

Existe um problema na natureza humana que, entre outros, é o egoísmo. Também existe um conflito na Natureza, por exemplo, as folhas caem mortas. Observamos na sociedade dificuldades graves como a violência, a corrupção que priva a população de benefícios a que tem direito, a injustiça social com muitos ricos em contraste com pobres. Vemos diferentes filosofias e religiões que pregam coisas opostas, às vezes citando a mesma fonte de um determinado texto religioso.

Existe um problema na natureza humana que, entre outros, é o egoísmo. Também existe um conflito na Natureza, por exemplo, as folhas caem mortas. Observamos na sociedade dificuldades graves como a violência, a corrupção que priva a população de benefícios a que tem direito, a injustiça social com muitos ricos em contraste com pobres. Vemos diferentes filosofias e religiões que pregam coisas opostas, às vezes citando a mesma fonte de um determinado texto religioso.

É estranho como que parte da população rejeita conceitos éticos, de bom senso, razoáveis e de boa moral. Certa vez Jesus Cristo curou dez leprosos. Ele curou os dez, mas só um veio agradecer, e este recebeu também a luz da vida porque decidiu por ela. O que aconteceu com os outros nove? O egoísmo os privou de receber a cura mais profunda e mais importante que dá sentido ao existir?

O que faz as pessoas decidirem por filosofias estranhas, votarem em candidatos a cargos políticos comprovadamente corruptos e mentirosos, praticar atos maldosos contra o próximo, viver em ganância material, competição injusta, conflitos de interesses mesmo em ambientes científicos? O neurologista James Putnam, da Universidade de Harvard, disse: “Quando me interrogo por que sempre me empenhei por ser honesto e compreensivo para com os outros, e se possível sempre bondoso, e por que não desisti mesmo quando percebi que com isso a gente se prejudica, a gente passa a ser bigorna porque os outros são cruéis e não merecem confiança, na verdade não sei a resposta.” Citado por Hans Küng em “Freud e a questão da religião”, Verus Editora, p.100, 2005.

A escritora de assuntos sobre saúde, educação e espiritualidade com mais livros traduzidos em mais idiomas no mundo, escreveu: “Existe em cada coração [mente] não somente poder intelectual, mas espiritual, uma percepção do correto, um desejo por bondade.” Ellen G. White, Educação, p.29. E ela também comentou: “Há em sua [dos seres humanos] natureza um pendor para o mal, uma força à qual, sem auxílio, ele não poderá resistir.” idem, p.29.

Quem você acha que controla sua vida, o bem ou o mal? Você quer somente benefícios egocêntricos como os nove leprosos? Ou deseja também a cura mais profunda, da mente, do ser? A escolha é sua. Mas se você decide pela não lógica, pela falsa verdade, pela imoralidade, por apoiar líderes sociais, políticos, filósofos ou religiosos, que têm um discurso hipócrita que contradiz com suas práticas de vida, este é um direito seu, mas como tudo na vida, existem consequências das escolhas que fazemos. E elas podem ser construtivas ou destrutivas.

Às vezes leva muito tempo, mesmo décadas, para um indivíduo sair do estado mental de insanidade, mesmo tendo uma posição social-política-religiosa poderosa, para entrar num caminho de humildade, compaixão, verdade e real eficácia na defesa das necessidades das comunidades onde exercem o poder a eles atribuído seja por eleições, decisões administrativas ou nomeações. A saúde mental não é algo automático. Temos que lutar por ela. O mesmo se dá quanto à saúde física, social, política e espiritual. Mas continua sendo um mistério que muitos permanecem e permanecerão no autoengano achando que estão numa posição superior e na verdade. Não foi sem razão que Jesus Cristo disse: “Se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão tais trevas.” Mateus 6:23.

Qual a solução para não cair no engano da inverdade? Começa com o sincero desejo de realmente querer a verdade, seja pessoal, das relações humanas, política, espiritual. E em seguida, se processa na busca incansável da verdade deixando a mente aberta para ela, o que, em muitos casos, pode contrariar as crenças pessoais arraigadas há anos. Muito de saúde mental, espiritual, social, política, tem que ver com desaprender para aprender de maneira correta. Mas isso é uma decisão pessoal. Depende da sua escolha. Ainda temos liberdade para isso. Mas ela nos será tirada por governos unidos a poderes religiosos perseguidores dos que querem ficar na luz. Portanto, firme-se no desejo, na busca e na aceitação da verdade.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Saúde e liberdade

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Estamos caminhando a passos largos para a perda da liberdade. Virá angústia entre as nações. Já sentimos isso. Já tivemos uma “amostra grátis” com a pandemia. Saúde mental se liga com liberdade. Qualquer tipo de coerção, seja familiar, institucional, política, ideológica, é oposto de saúde mental e de liberdade.

Estamos caminhando a passos largos para a perda da liberdade. Virá angústia entre as nações. Já sentimos isso. Já tivemos uma “amostra grátis” com a pandemia. Saúde mental se liga com liberdade. Qualquer tipo de coerção, seja familiar, institucional, política, ideológica, é oposto de saúde mental e de liberdade.

A liberdade fisiológica é saúde. Doença tem que ver com alteração da fisiologia. Liberdade nas funções do corpo e mente significa a manutenção do mecanismo homeostático em nosso organismo. E na mente, claro, também. Tudo o que impede o cérebro de funcionar no seu melhor, contribui para a perda da liberdade de pensar com clareza e, com isso, chegar à verdade da vida.

Está vindo um novo reset, uma nova ordem mundial que pretende igualar as classes sociais, mas com o controle de uma elite mundial. Vem aí o dinheiro digital que será um dos instrumentos para tirar a liberdade das pessoas. Apesar de discursos sobre paz a surgir, será uma falsa paz porque ela será propagada sob coerção em nome do ecumenismo.

Liberdade significa, entre outras coisas, não unir igreja com Estado. Cada cidadão precisa ter o direito de cultuar o que quiser, quem quiser e o Estado não deveria se intrometer nisso. Mas vai se intrometer em nome de defender o ecossistema, o aquecimento global, a unificação das classes, uma nova ordem mundial já em preparo há décadas por liderança política, econômica e eclesiástica mundial em união com sociedades secretas.

Mas felizmente não é possível tirar das pessoas a liberdade de pensar. Nisto todos somos livres quando nos permitimos seguir a verdade. Não seguir a verdade é prisão de pensamento. Talvez isto seja pior do que se tornar um psicótico, porque o psicótico conhece a “verdade” do inconsciente. Ele só não sabe é como usar isso para estar na realidade. O psicótico é muito mais honesto do que muitos políticos.

Liberdade depende de motivação também. Por que uma pessoa quer chegar ao poder? O que motiva isto pode ser da luz ou das trevas. Os corruptos ou sabem que são guiados pelo mau e não se importam, ou não sabem o quão profundamente estão dominados por ele, apregoando ser livres. Não há liberdade na maldade.

Temos mais uma vez a chance de escolher a liderança política em nosso país. Felizmente ainda temos a liberdade de votar. Mas não é incrível como instituições eleitorais aprovam a elegibilidade de indivíduos que foram provados como corruptos? E não é ainda mais abominável que o povo vota nestes usurpadores do próprio povo? Como entender isso? Que saúde mental se pode dizer que existe neste contexto?

A verdade não é qualquer coisa. Nem todos os caminhos levam a Deus. Por favor, olhem o histórico do passado dos candidatos. Discursos inflamados e cheios de promessas irrealizáveis são o prato feito de uma maioria deles, com algumas exceções felizmente. Não venda sua liberdade. Não se deixe influenciar pelas estatísticas de telejornais com números de entrevistados sem significância para o número da população votante. A mentira pode parecer vencer durante algum tempo, mas a verdade prevalecerá ao final. Pode demorar mais do que gostaríamos, mas ela vencerá.

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Semana Especial sobre Saúde Mental

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Esta semana, desde segunda-feira, 19, até amanhã, 23, estamos apresentando uma série especial sobre saúde emocional na TV Novo Tempo, sendo que a cada dia abordamos um tema diferente. Falamos sobre suicídio, depressão, ansiedade, transtorno-obsessivo compulsivo e trauma. Para assistir basta entrar no You Tube em www.youtube.com/vidaesaudent  e em cada tema apresentamos as causas, sintomas, temos um depoimento real de pessoas que passaram por estes sofrimentos, e respondemos perguntas ao vivo de telespectadores.

Esta semana, desde segunda-feira, 19, até amanhã, 23, estamos apresentando uma série especial sobre saúde emocional na TV Novo Tempo, sendo que a cada dia abordamos um tema diferente. Falamos sobre suicídio, depressão, ansiedade, transtorno-obsessivo compulsivo e trauma. Para assistir basta entrar no You Tube em www.youtube.com/vidaesaudent  e em cada tema apresentamos as causas, sintomas, temos um depoimento real de pessoas que passaram por estes sofrimentos, e respondemos perguntas ao vivo de telespectadores.

O programa Vida e Saúde vai ao ar de segunda até sexta-feira às 16h ao vivo e com reprise às 9h. Minha participação com os episódios do Claramente são exibidos nas segundas, quartas e sextas. Mas como esta semana é especial, minha participação está maior e estamos usando o programa inteiro de uma hora de duração (das 16h até 17h) para falar destes temas de saúde mental.

Usamos setembro para a prevenção do suicídio. As principais causas que levam as pessoas ao suicídio, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde são: uso de drogas, crise psicótica, falência financeira, término de relacionamento, perda de emprego, morte de pessoa amada, solidão, abusos, vergonha, pressão social no sentido da pessoa não conseguir ter um padrão de vida que outros conseguem, entre outras causas. Mas há causas obscuras, as quais não se entende bem.

Algumas atitudes que ajudam a prevenir o suicídio incluem: 1 - Reduzir o acesso aos meios de suicídio, diminuindo a facilidade para conseguir pesticidas, armas de fogo e alguns medicamentos; 2 - Meios de comunicação devem oferecer informações sobre o assunto de forma responsável; 3 - Introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool; 4 - Identificação precoce, tratamento e cuidado de pessoas com transtornos mentais e abuso de substância; 5 - Tratamento da dor crônica; 6 - Ajuda para lidar com o estresse emocional agudo; 7 - Formação dos trabalhadores não especializados de saúde na avaliação e gestão de comportamento suicida; 8 - Cuidados no acompanhamento para as pessoas que tentaram suicídio e 9 - Apoio da comunidade. Fonte: Comportamento suicida: os números revelam o mundo e o Brasil, Alexandrina M. A. S. Meleiro, Depto. de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Revista Brasileira de Medicina, edição especial/neuropsiquiatria, vol.73, setembro 2016, p.20-28.

No fundo, o suicida não quer morrer. Ele não sabe é como continuar vivendo com aquilo que para ele é um beco sem saída. Mas sempre há uma saída. Não necessariamente para aquilo que a pessoa deseja, mas pelo menos para ela aprender a suportar a perda e a frustração, aprender a lidar construtivamente com a raiva contra a realidade, raiva esta que ela joga contra si mesma, se agredindo às vezes mortalmente.

Se você tem pensamentos suicidas persistentes ou planeja um suicídio, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV) agora com ligação grátis em todo o Brasil, pelo numero 188. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email, chat e Skype 24 horas todos os dias: www.cvv.org.br

Outros sites que ajudam na questão do suicídio são: Rede Brasileira de Prevenção ao Suicídio: www.rebraps.com.br; Informações sobre prevenção do suicídio: www.prevencaosuicidio.blog.br; Associação Brasileira de Estudos e Prevenção de Suicídios www.abeps.org.br

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Cesar Vasconcellos de Souza

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Importância da família

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

A família continua sendo importante para nossa vida e construção da sociedade. Segundo a filosofia judaico-cristã, ela foi idealizada por Deus, o Criador do Universo. Segundo o relato bíblico da Criação, duas instituições divinas permaneceram após a queda de Adão e Eva: o sábado como dia especial comemorativo da Criação que identifica o Deus Criador, e o casamento (família). Um detalhe: muitos líderes religiosos afirmam em suas pregações que o sábado como dia separado para adoração, é para os judeus. Mas ele foi instituído como dia especial muito tempo antes de ter surgido o povo judeu.

A família continua sendo importante para nossa vida e construção da sociedade. Segundo a filosofia judaico-cristã, ela foi idealizada por Deus, o Criador do Universo. Segundo o relato bíblico da Criação, duas instituições divinas permaneceram após a queda de Adão e Eva: o sábado como dia especial comemorativo da Criação que identifica o Deus Criador, e o casamento (família). Um detalhe: muitos líderes religiosos afirmam em suas pregações que o sábado como dia separado para adoração, é para os judeus. Mas ele foi instituído como dia especial muito tempo antes de ter surgido o povo judeu. Portanto, não faz sentido histórico e teológico dizer que o sétimo dia, o sábado, é coisa de judeus.

Deus criou o homem e a mulher e, apesar dos esforços de ideologias e políticas que ousadamente atacam os princípios judaico-cristãos bíblicos (Antigo e Novo Testamentos), que fazem de tudo para destruir o conceito divino de casamento entre um homem e uma mulher, que querem acabar com a constituição da família, ela, a família, resiste a este bombardeio obsessivo, ideológico pernicioso.

O primeiro relacionamento da criança é com seu pai, mãe e irmãos. Ela necessita desta estrutura familiar para desenvolver-se física, mental, social e espiritualmente. Diante de situações traumáticas na vida, quando surgem necessidades de apoio, ajuda financeira, encorajamento e afeto, achamos isso na família. Em momentos agradáveis ou desagradáveis, as famílias podem fornecer o carinho e a força que uma pessoa precisa para seguir adiante. Nem sempre temos um amigo para nos ajudar, mas com uma família forte, podemos encontrar o amor e o apoio que precisamos. Por outro lado, se uma pessoa não receber amor e apoio na estrutura familiar, ela se sentirá sozinha, deprimida e sem esperança.

A família promove o senso de pertencimento. Ao crescer numa família, a criança sente que ela pertence a um grupo, onde é aceita, amada, orientada. Ela sente ser uma pessoa por pertencer àquele conjunto de pessoas familiares. Estudos observaram que as pessoas que crescem numa família com boa união, podem ter melhores relacionamentos na vida adulta. Em 2016 a revista Ciência Psicológica publicou um estudo que analisou os relacionamentos dos homens, e observaram que os que cresceram em famílias carinhosas desenvolveram relacionamentos mais fortes do que os homens que não tinham famílias assim, e conseguiram lidar bem com suas emoções, mantendo uma conexão mais próxima com suas companheiras no casamento. (www.psychologicalscience.org/news/women-and-men-still-look-for-the-same-things-in-a-partner-30-years-later.html)

Muitos estudos têm mostrado a importância do tempo em família, especificamente na hora do jantar. Eles revelam que embora as famílias possam ser saudáveis mesmo não jantando juntas todas as noites, existe uma correlação entre esse tempo juntos e o bem-estar da criança ou jovem. Uma das pesquisas revelou que as crianças que tomavam refeições juntas com suas famílias regularmente eram menos propensas a apresentar sintomas de depressão. E as com relacionamentos familiares negativos desencadeavam ou pioravam problemas de saúde mental.

A família é o primeiro lugar onde as crianças aprendem a administrar suas emoções, interagir com os outros e se comunicar. É também o primeiro ambiente onde aprendem sobre consequências, positivas ou negativas. Os pais são responsáveis por orientar seus filhos, fornecendo lições de vida que serão lembradas nos anos adiante. Essas lições formam uma grande parte da visão de mundo de uma pessoa e de como ela acredita que o mundo funciona.

 Junto com as lições de vida, aprendemos um sistema de valores dentro da estrutura familiar e o que é importante para a comunidade. Isto contribui para a formação da identidade da pessoa. Os valores afetam como um indivíduo trata os outros, como ele se vê e o que vê como seu propósito na vida.

Quando as famílias são fortes, as comunidades são fortes. Isso naturalmente leva a uma sociedade forte. Se as famílias não estiverem indo bem, toda a sociedade terá prejuízos. Se as famílias estão felizes e saudáveis, a nação se beneficia. A guerra contra a família no mundo político e ideológico de certos grupos, no fundo, faz parte da batalha contra o Criador dela.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

 

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Dificuldades conjugais e o perdão

quinta-feira, 01 de setembro de 2022

O perdão tem ganhos e perdas. Quando você perdoa não dá para não ter uma perda. A traição conjugal é ao mesmo tempo um sintoma de problemas sérios no casamento, revela talvez que a vítima não conseguia suprir algo que o infiel precisava, como também revela a fraqueza moral do traidor. E o indivíduo não conseguia suprir tanto por limitações pessoais, temporárias ou não, como pelo fato de o traidor poder não ter oferecido espaço para receber o que queria e que acabou buscando fora.


O perdão tem ganhos e perdas. Quando você perdoa não dá para não ter uma perda. A traição conjugal é ao mesmo tempo um sintoma de problemas sérios no casamento, revela talvez que a vítima não conseguia suprir algo que o infiel precisava, como também revela a fraqueza moral do traidor. E o indivíduo não conseguia suprir tanto por limitações pessoais, temporárias ou não, como pelo fato de o traidor poder não ter oferecido espaço para receber o que queria e que acabou buscando fora.


Mas a perda é imensa, e para todos. Mesmo que o infiel tente se reconciliar, admitindo o erro, houve uma perda. Há um preço. O perdão não será de graça. Nada é como antes. A ferida talvez precisará de muito tempo para ser curada, se for curada. E talvez deixe cicatrizes que não desaparecerão. Este é um preço do perdão. Há outros.

Há ofensores que têm imensa dificuldade de pedir perdão mesmo reconhecendo seu erro. Isto é comum em pessoas coléricas, autoritárias, agressivas verbalmente. Elas tendem a minimizar a dor do ofendido, classificando-o como sensível demais. Talvez alguns ofendidos sejam sensíveis demais mesmo, mas isto não anula o fato de que o autoritário tenha usado e costume usar palavras e jeito de falar agressivos, ríspidos, grosseiros. Uma coisa não elimina a outra.

Há casais que vivem dez, 20, 30 ou mais anos juntos e o que não é colérico ou “pavio curto” sabe que o explosivo raríssimas vezes pediu perdão por suas faltas. A tendência, na verdade, destas pessoas agressivas é de dar sempre justificações pelas suas explosões temperamentais.

Um teólogo cita o caso de um homem empresário que abandonou a cidade onde vivia e mudou-se para outro lugar para começar tudo do zero porque sua esposa super ciumenta, num certo dia, tomada por ira, golpeou-se no banheiro a si mesma, batendo a cabeça na parede até sangrar. Depois foi na delegacia e denunciou o marido por violência doméstica. A polícia o prendeu e depois de ter sido provado que ele era inocente, graças ao testemunho de um dos filhos que viu a cena escondido num ambiente da casa, foi absolvido no julgamento. Ele sente que ela destruiu a vida dele e quando lhe perguntaram sobre perdoá-la, ele disse: “Creio no perdão, mas é difícil superar a raiva que tenho dela. Ela me acusou falsamente. Perdi amigos, clientes e até a confiança da minha família. Como posso perdoar?

O que é o perdão? Ele não é uma varinha mágica que pode solucionar todos os problemas rapidinho. Não é um pó do qual você faz uma bebida instantânea e tudo está ótimo em seguida. A Bíblia fala sobre não deixar o sol se por sobre sua ira. Mas eu costumo pensar que este dia pode não ser necessariamente de 24 horas literais. Imagine se você na hora de dormir tem um atrito grave com seu marido ou com sua esposa. As emoções sobem e surge o emburramento, palavras agressivas, e muita chateação. Dá para resolver tudo antes de dormirem? Terão que fazer as pazes rapidinho para “cumprir a lei”? Ou cada um terá necessidade de um tempo para reconciliar?

O perdão é necessário em qualquer relacionamento. Sem perdoar não se soluciona um monte de conflitos humanos, seja num nível familiar, entre amigos e colegas de trabalho, seja na administração de um país. Mas ele tem um preço que nem sempre é barato e exige muitas vezes humildade misturada com firmeza, autoproteção e afastamento. Cada pessoa tem um tempo próprio para processar o perdão. Um bom passo para melhorar sua saúde mental tem que ver, muitas vezes, com perdoar primeiro a si mesmo.

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Cesar Vasconcellos de Souza

www.doutorcesar.com 

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Cura mental e visão de si mesmo

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Não é fácil olhar a nós mesmos e entender nossos defeitos de comportamento, de caráter. Mas não tem como melhorar como pessoa se não conseguirmos ter a visão de nosso próprio comportamento. A vida sempre permite surgir alguma luz sobre nós mesmos em nossa consciência. Podemos aceitá-la ou rejeitá-la. Se aceitamos a visão pessoal, o que somos em áreas anteriormente encobertas para nós mesmos, e encaramos esta dor, podemos evoluir para virmos a ser feitos melhores pessoas.

Não é fácil olhar a nós mesmos e entender nossos defeitos de comportamento, de caráter. Mas não tem como melhorar como pessoa se não conseguirmos ter a visão de nosso próprio comportamento. A vida sempre permite surgir alguma luz sobre nós mesmos em nossa consciência. Podemos aceitá-la ou rejeitá-la. Se aceitamos a visão pessoal, o que somos em áreas anteriormente encobertas para nós mesmos, e encaramos esta dor, podemos evoluir para virmos a ser feitos melhores pessoas.

Ver nossos defeitos de caráter pode ser doloroso, especialmente quando em nossa mente havia a ideia de ser melhores que os outros. Mas esta dor só surgirá se houver desejo de mudar para melhor. Isto porque uma pessoa pode ter um vislumbre de percepção de defeitos de comportamento, e fugir para a negação, tentando justificar seus erros. Neste caso ela foge da dor, e segue na vida fugindo de si mesmo. 

Perceber nossos pensamentos, sentimentos e atitudes disfuncionais, imaturas, hipócritas, mesquinhas, egocêntricas, orgulhosas, vaidosas, é fundamentalmente necessário para nosso crescimento interior. Mas nossa tendência é olhar para os erros dos outros e criticá-los, falando ou só pensando. A verdade, porém, é que não somos melhores que as outras pessoas no sentido de que nós somos perfeitos e elas são imperfeitas.

Todos os seres humanos possuem virtudes e defeitos. As pessoas que você pode pensar que são as piores da sociedade, possuem boas características, talvez escondidas por debaixo dos comportamentos ruins que predominam nelas. Muitas vezes a continuada prática do mal, da corrupção, da violência de qualquer tipo, não só física, cauteriza a mente das pessoas que praticam estas coisas de tal maneira que realmente o que é bom nestes indivíduos vai sendo destruído e o que sobra de bom é nada. A prática do mal destrói a própria pessoa que a pratica. E, infelizmente, perturba quem está ao redor, na família, na sociedade.

Levante as mãos ao céu ao perceber algum defeito de caráter seu. Não fuja desta percepção. Não desanime. Este é um momento precioso em que a luz chega para você indicando o que precisa ser mudado em seu jeito de ser. Não chega luz para nós mesmos sem vir junto a força para mudar para melhor.

Observe o que a luz mostra. Pense nisso. Se arrependa dos erros que você praticou na vida e que agora ficam mais claros para você. Esta percepção, repito, é uma imensa oportunidade de adquirir saúde mental. E ela vem gratuitamente, sem precisar pagar consulta ao psicólogo ou ao psiquiatra. E sem precisar tomar medicamentos controlados para obter a cura.

A cura virá, gradativamente, na medida em que você, não rejeitando esta luz sobre seus defeitos de caráter, decidir lutar contra eles, parando de fazer os mesmos erros, e fazendo força para agir de melhor maneira, de modo saudável, com verdade. A vida é terapêutica. Ela nos proporciona sempre oportunidades de crescimento pessoal e vitórias sobre nós mesmos. Assim, não só nossa própria pessoa se sentirá melhor ao praticar novos hábitos de comportamento saudável, como também as com quem convivemos, e a própria sociedade, serão beneficiadas.

Pare de ficar olhando os defeitos das pessoas, pratique o que a luz te mostrou sobre o que você precisa fazer para melhorar seus próprios defeitos. Este é o caminho da serenidade, da utilidade, da força e do significado para viver.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Conhece os sete vícios principais?

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Já ouviu falar nos sete pecados capitais? Também foram chamados de pecados mortais. São eles: orgulho ou soberba, inveja, ira, indolência ou preguiça, ganância ou avareza, concupiscência ou luxúria e gula. Estes sete pecados ou vícios descrevem a condição humana e foram elaborados por movimentos monásticos orientais e depois incorporados pelo Catolicismo com a finalidade de educar os membros desta igreja a compreenderem e controlar estes instintos básicos e, assim, se aproximarem de Deus. Para cada um destes vícios existe uma virtude oposta.

Já ouviu falar nos sete pecados capitais? Também foram chamados de pecados mortais. São eles: orgulho ou soberba, inveja, ira, indolência ou preguiça, ganância ou avareza, concupiscência ou luxúria e gula. Estes sete pecados ou vícios descrevem a condição humana e foram elaborados por movimentos monásticos orientais e depois incorporados pelo Catolicismo com a finalidade de educar os membros desta igreja a compreenderem e controlar estes instintos básicos e, assim, se aproximarem de Deus. Para cada um destes vícios existe uma virtude oposta. E quando pensamos em sofrimentos psicológicos que atingem os seres humanos, não podemos deixar de ver a conexão deles com a dimensão espiritual, porque está tudo muito junto, muito entrelaçado.

Foram chamados de pecados mortais por serem, na visão dos indivíduos que elaboraram esta lista, os erros básicos de conduta dos quais derivam todos os outros vícios e comportamentos disfuncionais. A gula tem que ver com desejo exagerado por comida e bebida, chamado de intemperança. O oposto da gula é a temperança, que significa usar com equilíbrio o que é saudável e evitar alimentos e bebidas não saudáveis. Podemos ampliar o conceito de temperança e incluir a ideia de que ela se relaciona também com o equilíbrio no lidar com pensamentos e sentimentos, além de outras coisas na vida em que é saudável ter equilíbrio em vez de extremos.

A avareza produz a ganância, e significa apego excessivo e descontrolado aos bens materiais. Popularmente se chama de avarento a pessoa “pão-dura”. Dominado pela ganância a pessoa pode fazer qualquer coisa para conseguir o que deseja, sejam atitudes boas ou ruins. Da ganância vem o roubo, a corrupção, a idolatria, a falta de escrúpulos e a traição. O oposto de avareza é a generosidade.

A luxúria, concupiscência ou lascívia, é um desejo passional, carnal e egoísta por prazer sensual e material. É o apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes, sexualidade exagerada, sensualidade. A virtude oposta a luxúria é a castidade. A ira ou cólera, é um sentimento que expressa a raiva e o ódio por alguma coisa ou pessoa. Tem que ver com forte desejo de prejudicar alguém. A ira leva à violência, ao assassinato, crueldade e vingança. O contrário de ira é a paciência.

A inveja tem que ver com falta de misericórdia para com os outros, exagerado desejo por posses, status, habilidades e tudo que uma outra pessoa tem e consegue. O invejoso ignora as bênçãos que recebe e o que possui e cobiça o que é do próximo. A virtude oposta é a caridade. A preguiça gera rancor, covardia, desespero, é característica de uma pessoa com falta de capricho, não se esforça, é desleixada, lenta, não empreendedora. O oposto de preguiça é a diligência. 

O orgulho se conecta com soberba, arrogância, ideia de ser melhor que todos, hipocrisia. Para alguns teólogos este é o pior pecado ou estado do ego, vindo dele a vaidade, narcisismo, exaltação própria. O oposto de orgulho é a humildade.

Praticando estes vícios não só a própria pessoa se prejudica, mesmo tendo vantagens materiais e prazeres carnais passageiros, como os que dependem de alguma forma dela, também sofrem. Exemplo, políticos corruptos sofrem, mesmo negando isso, e fazem a população sofrer. Por outro lado, vencendo um dia de cada vez estes defeitos de caráter, todos se beneficiam individualmente, na família e na sociedade.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Suas emoções e sua saúde física

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A revista Newsweek, de 3 de outubro de 2005, publicou uma matéria de capa abordando o tema: doenças cardíacas e emoções. Mostrou que dieta e exercícios não são o segredo único e completo para a saúde cardiovascular. Muitas evidências em estudos científicos sugerem que o aspecto psicológico exerce influência importante nesta questão.

A revista Newsweek, de 3 de outubro de 2005, publicou uma matéria de capa abordando o tema: doenças cardíacas e emoções. Mostrou que dieta e exercícios não são o segredo único e completo para a saúde cardiovascular. Muitas evidências em estudos científicos sugerem que o aspecto psicológico exerce influência importante nesta questão.

Em janeiro de 1994, às 16h30 houve um terremoto perto de Los Angeles. Dentro de uma hora, após o terremoto, e pelo resto daquele dia, o pessoal médico procurou ajudar pessoas aglomeradas ou bloqueadas dentro de edifícios que estavam assustadíssimas. Também houve uma onda de ataques cardíacos dentre as pessoas que haviam sobrevivido ilesas ao tremor.

Nos meses seguintes ao terremoto, pesquisas em duas universidades examinaram relatórios médicos do Condado de Los Angeles, encontrando incrível aumento de mortes cardíacas que pularam de 15.6 (média diária), para 51 no dia do terremoto!

A maioria destas pessoas que tiveram o ataque cardíaco tinha história de doença coronária ou fatores de risco tais como alta pressão arterial. Mas os que morreram não estiveram envolvidos em esforços de resgate e nem haviam estado sob escombros. Por que eles morreram? Um artigo na revista científica The New England Journal of Medicine explica que “o estresse emocional pode precipitar eventos cardíacos nas pessoas que são predispostas para os mesmos.” (Newsweek, p.50, Oct 3, 2005). Aquelas pessoas estavam extremamente assustadas!

Edward Suarez, professor associado de psiquiatria e comportamento humano da Duke University encontrou que 50% das pessoas que têm ataque cardíaco não têm alto colesterol. O risco de fatores sociais e psicológicos são tão grandes como a obesidade, o tabagismo e a hipertensão arterial para produzir ataques cardíacos. Pessoas com alto escore de testes que medem níveis de raiva, hostilidade ou depressão têm níveis duas vezes mais alto de proteína-C-Reativa, que é um marcador inflamatório correlacionado com risco cardiovascular.

Debra Moser, professora de enfermagem da University of Kentucky em Lexington apresentou no Congresso da Associação Americana de Cardiologia em 2004 o resultado de uma pesquisa envolvendo 536 pacientes que tiveram ataques cardíacos. Ela mediu níveis de ansiedade com teste psicológico de múltipla-escolha, verificando se as pessoas tinham ou não posteriores complicações como um segundo ataque cardíaco enquanto estavam no hospital. As que tiveram o mais alto nível de ansiedade medido nos testes foram quatro vezes mais propensas a sofrer complicações do que as com níveis baixos. 

Por outro lado, emoções positivas têm um papel importante para nossa saúde. Karen Matthews, da University of Pittsburgh, observou 209 mulheres com pós-menopausa saudável durante três anos. Ela encontrou que as mais otimistas tinham menos espessamento em suas artérias carótidas (que levam sangue para o cérebro). O resultado foi de 1% nas otimistas para 6.5% nas pessimistas.   

Dr. Dean Ornish, da California University em São Francisco, recomenda que as pessoas melhorem o relacionamento afetivo com os outros, busquem ser mais abertas, evitem solidão e isolamento social, manifestem compaixão, perdoem, exerçam altruísmo, serviço voluntário para a comunidade, procurem um grupo de apoio emocional se necessário, desenvolvam sua espiritualidade. Pessoas após um ataque cardíaco têm risco de morrer dentro de seis meses quatro vezes mais se permanecerem sozinhas e deprimidas, segundo Ornish. Na Yale University homens e mulheres que se sentiam mais amados e apoiados tiveram menos bloqueio em suas artérias coronárias._______

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Pensar na sua morte?

quinta-feira, 04 de agosto de 2022

“Mais vale ir a uma casa em luto do que ir a uma casa em festa, porquanto este é o fim de todo ser humano; e desde modo, os vivos terão uma grande oportunidade para refletir.” Eclesiastes 7:2 (Versão King James 1999). Este texto está na Bíblia, no livro de Eclesiastes (não é Eclesiástico). Este livro foi escrito pelo Rei Salomão, que foi um dos reis de Israel nos tempos do Antigo Testamento. Ele também escreveu, inspirado por Deus, o livro de Cantares e Provérbios.

“Mais vale ir a uma casa em luto do que ir a uma casa em festa, porquanto este é o fim de todo ser humano; e desde modo, os vivos terão uma grande oportunidade para refletir.” Eclesiastes 7:2 (Versão King James 1999). Este texto está na Bíblia, no livro de Eclesiastes (não é Eclesiástico). Este livro foi escrito pelo Rei Salomão, que foi um dos reis de Israel nos tempos do Antigo Testamento. Ele também escreveu, inspirado por Deus, o livro de Cantares e Provérbios.

O livro de Eclesiastes relata como as vantagens de Salomão em ser sábio e rico falharam para prover verdadeira e duradoura felicidade. No capítulo 7 de Eclesiastes e no versículo 2 Salomão recomenda aos seres humanos a preferirem ir numa casa onde está havendo um luto pela morte de alguém, do que numa casa com uma festa, porque dessa forma podemos refletir sobre a brevidade da vida, sobre nossa mortalidade e finitude, e com isso podemos ter a chance de reavaliar nossa forma de viver, checar se o significado que estamos dando para nossa vida é valioso e meditar em tantas outras coisas.

Em geral fugimos de pensar na nossa morte. Já reparou o que acontece em muitos funerais? Os parentes se encontram para velar o morto e cumprimentar o familiar do falecido, e depois de abraços de condolências e lágrimas, surge um grupinho aqui e outro ali dos parentes e amigos do falecido e a conversa vai longe e até com assuntos que produzem risadas. Risadas num funeral?

Será isso uma defesa meio que coletiva que usamos para não pensar na morte, mesmo estando diante dela num funeral? Por que fugimos de pensar na morte, na nossa morte? A resposta é porque assusta pensar nisso, porque causa angústia, e pode aumentar o medo de morrer em alguns talvez mais do que em outros.

O texto de Salomão não é pessimista. É realista. Não sei tudo o que ele pensou ao escrever esta parte do livro de Eclesiastes, mas o que ele deixa claro neste versículo se relaciona com reflexão sobre a morte inevitável para todos nós. Esta é uma realidade inegável nessa vida. Estamos caminhando para a morte. Somos um ser para a morte. Isto causa angústia, e não é nada agradável sentir angústia, especialmente ligada à ideia de morte, de nossa morte, angústia por pensarmos que vamos morrer.

Mas é possível pensar na morte sem aumentar a angústia. Vai depender do significado que damos para a vida e do que cremos sobre o que existe no pós-morte. A Bíblia diz que a morte é um sono, que nela não há consciência. O próprio Salomão escreveu sobre isso conforme está em Eclesiastes 9:10: “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” E Jesus mesmo comparou a morte com um sono. Veja o que Ele disse: “Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. ... Jesus dizia isto da morte de Lázaro; eles [Seus discípulos], porém, achavam que falava do repouso do sono. Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto.” João 11:11,13,14. A hora de pensar sobre sua vida é agora porque a morte se aproxima. Não é pensar para ter medo, mas para ver se é necessário mudar algo em sua forma de viver, em seus conceitos sobre coisas como felicidade, riqueza, relacionamentos, entre outros temas.

Pare assim que puder, e faça uma reflexão sobre sua morte. Considerando que você está caminhando para morrer, e que não sabe quando isso ocorrerá, será preciso mudar algo em sua forma de viver, mudar o sentido da vida para sua pessoa e seu estilo de vida, abandonar a postura materialista, competitiva, e passar a se preocupar mais em compartilhar, ajudar a aliviar o sofrimento dos outros, desenvolver sua espiritualidade, perdoar, ser compassivo? Salomão que recomendou este tipo de reflexão, é considerado um dos homens mais sábios que já existiu. Pensar em nossa morte pode nos levar a mudar a tempo muitas coisas importantes na vida, para o bem.

www.doutorcesar.com

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Parar de culpar o outro por nosso sofrimento

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Desde a “queda” no Jardim do Éden surgiu no íntimo do ser humano a tendência de culpar outra pessoa pelos nossos sofrimentos. Adão culpou Eva. Eva culpou a serpente. A serpente culpou Deus. E Deus procura ensinar que cada um precisa assumir sua responsabilidade no comportamento porque isto é o que pode produzir crescimento pessoal e boas relações humanas.

Desde a “queda” no Jardim do Éden surgiu no íntimo do ser humano a tendência de culpar outra pessoa pelos nossos sofrimentos. Adão culpou Eva. Eva culpou a serpente. A serpente culpou Deus. E Deus procura ensinar que cada um precisa assumir sua responsabilidade no comportamento porque isto é o que pode produzir crescimento pessoal e boas relações humanas.

Hoje é comum pais culparem seus filhos de serem rebeldes, preguiçosos, irresponsáveis, enquanto que, por outro lado, filhos culpam os pais de terem sido demasiado gratificadores dos desejos dos filhos e por isso não colocaram limites que os teriam ajudado a aprender a enfrentar as dificuldades da vida de maneira melhor, ou os que os culpam dizendo que seus pais foram muito rígidos na sua educação.

Entre casais, o marido culpa a esposa de várias coisas, como de ser “romântica” demais, muito geniosa ou passiva ao extremo. Enquanto que uma esposa pode culpar o marido de ser frio afetivamente, muito racional, dedicado demais ao trabalho e esquecendo da família, ou muito mulherengo, explosivo. Empregados culpam os patrões alegando que eles não pagam um bom salário, que exigem demais, enquanto que patrões reclamam de empregados porque eles não produzem, faltam ao trabalho, não têm iniciativa.

Culpar outros é comum em todos os tipos de relações humanas. E é verdade que muitas destas queixas procedem, podendo ter um fundamento. Porém, isto não elimina também a verdade de que a pessoa que faz a queixa pode ter problemas pessoais, independentes da situação exterior atual da qual ela se queixa e a qual crê ser a origem única de seus sofrimentos.

Maturidade envolve assumir que erramos, cometemos falhas, em vez de ficar apontando o dedo para os outros como se os erros deles fossem a explicação de todo o nosso sofrimento. Negação é o processo mental pelo qual fugimos da verdade, não necessariamente porque queremos enganar conscientemente a nós e a todos. Negamos enquanto não suportamos a verdade. Fugimos da verdade porque pode ser mais confortável fazer isso.

Parece ser difícil para muitos de nós dizer: “Desculpe, eu errei.”, ou “Você tem razão.” Alguns até falam isto só que colocam imediatamente um “Errei, mas...”. Seria construtivo e animador para vários tipos de relacionamentos se a pessoa apenas disse: “Desculpe, eu errei.” e ponto, assumindo sua falha sem argumentos para amenizá-la ou desculpá-la.

Quando estamos prontos para mudar para melhor, paramos de negar e culpar as pessoas por nossa infelicidade. Admitimos nossa parte no problema. E nos voltamos para dar uma olhada em nós mesmos para ver o que há de errado e o que precisa ser consertado em nossa pessoa.

Certa vez vi num quadro de uma sala de um grupo que trabalha com os Doze Passos uma frase que dizia assim: “Primeiro olhe-se a si mesmo... Depois... olhe-se de novo.” Existe maior gratificação quando assumimos que erramos, em vez de ficar culpando os outros, porque desta maneira olhamos a nós mesmos com coragem, humildade, honestidade e o sincero desejo de mudar para melhor, independentemente se a outra pessoa muda ou não. Felicidade verdadeira é uma questão pessoal. Depende se estamos dispostos a assumir nossa verdade, boa e ruim, e mudar o que está ruim em nós.

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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