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Projeto de lei aprovado contra o casamento homoafetivo expõe o preconceito

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Com os olhos do mundo voltados para o conflito entre Gaza e Israel - e os constantes embates sobre quem está certo e quem está errado nessa guerra - os deputados federais da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, aproveitaram, na última terça-feira, 10, para aprovarem o projeto de lei que pretende acabar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Com os olhos do mundo voltados para o conflito entre Gaza e Israel - e os constantes embates sobre quem está certo e quem está errado nessa guerra - os deputados federais da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família, aproveitaram, na última terça-feira, 10, para aprovarem o projeto de lei que pretende acabar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Infelizmente você não leu errado. Por mais arcaico, antilaico, estarrecedor e antidemocrático que pareça a ideia de abolir um casamento, assim como próprio projeto de lei aprovado, o texto desta coluna é atual.  Infelizmente, o relato é recente e temos que abordar esse assunto em pleno 2023.

 

Do início ao fim

A bancada conservadora na Câmara dos Deputados resgatou e inverteu completamente a proposta de um antigo projeto feito pelo falecido ex-deputado Clodovil Hernandez, também estilista e que se destacou muito por ser um apresentador de televisão, sempre com seu modo irreverente de ser.

O projeto de lei original pretendia prever, em lei, a possibilidade de que duas pessoas do mesmo sexo possam ter o mínimo de amparo legal para constituir uma união. Além disso, que o companheiro homoafetivo pudesse participar da sucessão do outro quanto aos bens adquiridos na vigência da união.

Contudo, o projeto de lei que era um, virou outro, totalmente contrário ao original. O relator do texto, deputado Pastor Eurico (PL-PE), rejeitou todo o projeto original de Clodovil e adotou outro em seu lugar, pertencente a dois ex-deputados, militantes da bancada conservadora, do Coronel Paes de Lira (PTC-SP) e Capitão Assumção (PL-ES).

O texto recém aprovado, cujo relator é o deputado Pastor Enrico (PL-ES), por sua vez, proíbe a união homoafetiva. Ou seja, deixa claro, o projeto, que essas formas de união dizem respeito apenas a homem e mulher, sendo certo que pessoas do mesmo sexo não poderão mais casar ou mesmo herdar bens do parceiro homoafetivo falecido.

Na justificativa do projeto, os dois deputados afirmam: “aprovar o casamento homossexual é negar a maneira pela qual todos os homens nascem neste mundo, e, também, é atentar contra a existência da própria espécie humana”. O relator reafirma: “A relação homossexual não proporciona à sociedade a eficácia especial da procriação”.

Apesar do texto ter sido aprovado pela comissão, ainda não virou lei. Caso siga tramitando, a proposta será encaminhada para as comissões de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) e de Direito Humanos, Minorias e Igualdade Racial. Se aprovados, o texto seguirá para o Senado e para assinatura presidencial, até que enfim, virei lei. Se virar.

 

Sem papas na língua

Retrocesso! Em 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou as relações entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis entre homens e mulheres, permitindo que esses casamentos sejam feitos e tenham sua validade jurídica. Sabe o que isso mudou na vida de quem era contra a prática? Absolutamente nada!

Se de acordo com os deputados que ferrenhamente defendem que o único objetivo do casamento é apenas a procriação, como defendeu o relator, porque não pararam para analisar pela proibição do casamento entre pessoas idosas - que não podem mais ter filhos – e de pessoas estéreis? A justificativa não seria exatamente a mesma?

A resposta é simples do porquê se não deseja "legitimar" as famílias homoafetivas: a razão não é e nunca foi jurídica. Os argumentos favoráveis ao projeto, apesar de virem travestidos de jurídicos, exprimem o preconceito, a violência e a falsa ideia de moralidade e de bons costumes que somente visam decidir sobre o amor alheio.

Os deputados que chancelaram o projeto pegaram carona em um debate correto, sobre os limites da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), para emplacar uma tese claramente inconstitucional, uma vez que passa por cima de direitos fundamentais à igualdade e à não-discriminação.

Segundo a mais recente, divulgada pelo Instituto Ipsos, em junho deste ano, 51% dos brasileiros acreditam que o casamento homoafetivo deve ser aceito e reconhecido. A pesquisa ainda apurou que 69% afirmam que casais do mesmo sexo devem ter o direito de adotar um filho.

Os deputados fingem que não, mas querem impor a um país laico (sem doutrina religiosa em suas leis), usando o seu mandato para perpetuar uma visão radical sobre livros sagrados, por meio de um projeto de lei que sabem que não será aprovado.  Usam o mandato e religião para estigmatizar, oprimir, e não para acolher e promover o respeito.

Se alguém, por sua doutrina religiosa ou pelo que entende de mundo, acha que o casamento homoafetivo não é o ideal, o meu conselho é que não case com uma pessoa do mesmo sexo. Sua vida, suas escolhas!  Agora, aceitar ou não, o casamento gay, de outras pessoas, deve ser uma escolha apenas de quem foi pedido em casamento, e não sua. 

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Nova Friburgo no Previne Brasil

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Saiu o ranking do segundo quadrimestre de 2023 do Ministério da Saúde, o Previne Brasil. Essa pesquisa mede os serviços de atenção primária de saúde de cada município. Nova Friburgo não tem muito o que celebrar. O município não tem cobertura considerada boa em nenhum dos sete indicadores, que inclusive, garantem verbas por desempenho, ou seja, quanto melhor o resultado, mais recursos.   

Posição no Estado

Saiu o ranking do segundo quadrimestre de 2023 do Ministério da Saúde, o Previne Brasil. Essa pesquisa mede os serviços de atenção primária de saúde de cada município. Nova Friburgo não tem muito o que celebrar. O município não tem cobertura considerada boa em nenhum dos sete indicadores, que inclusive, garantem verbas por desempenho, ou seja, quanto melhor o resultado, mais recursos.   

Posição no Estado

Na nota final de desempenho de todos os indicadores, o ISF (Indicador Sintético Final), Nova Friburgo é apenas o 52º entre os 92 municípios fluminenses, com avaliação 5,62. Em 2021, Nova Friburgo ocupava a 36ª posição. Cantagalo é o primeiro colocado e atingiu a nota 9,74, ou seja, um demonstrativo claro da distância da cobertura de saúde primária dos vizinhos.

 

ISF - Top 10 RJ

1º - Cantagalo - 9,74

2º - Santa Maria Madalena - 9,47 

3º - Barra Mansa - 9,35

4º - Miguel Pereira - 9,24

5º - Rio Claro - 9,22

6º - Itaperuna - 9,03

7º - Piraí - 8,89

8º - Vassouras - 8,82

9º - São José do Vale do Rio Preto - 8,68

10º - Quissamã - 8,65

 

Os 10 piores do RJ 

92º - Cambuci - 1,12

91º - Nilópolis - 1,42

90º - Sumidouro - 1,98

89º - Aperibé - 2,35

88º - Macuco - 2,86

87º - Queimados - 2,97

86º - São Sebastião do Alto - 2,99

85º - Campos - 3,04

84º - Nova Iguaçu - 3,11

83º - Duque de Caxias - 3,13

 

Avaliação de Nova Friburgo em cada indicador

Pré-Natal - 29% cobertura - 57º no estado

Sífilis e HIV no Pré-Natal - 61% cobertura - 48º no estado

Saúde Bucal Maternal - 45% cobertura - 40º no estado

Citopatológico - 11% cobertura - 79º no estado

Pólio e Pentavalente - 58% cobertura - 55º no estado

Hipertensão - 18% cobertura - 59º no estado

Diabetes - 13% cobertura - 40º no estado

 

Observações

Em cinco dos sete atendimentos, Nova Friburgo ocupa a metade pior do estado. A comparação entre municípios é sempre interessante para se avaliar onde se está. Exames citopatológicos, que é o método de rastreamento do câncer do colo do útero, o município ocupa a vergonhosa 13ª pior posição fluminense. 

 

Os melhores do estado em cada indicador e sua cobertura:

 Pré-Natal - Porciúncula - 72% cobertura

Sífilis e HIV no Pré-Natal - Cantagalo - 93% cobertura 

Saúde Bucal Maternal - Bom Jesus do Itabapoana - 93% cobertura 

Citopatológico - Rio Claro - 47% cobertura

Pólio e Pentavalente - Trajano de Moraes - 100% cobertura 

Hipertensão - Itaperuna - 58% cobertura

Diabetes - Itaperuna - 65% cobertura

 

Serra

Foram retirados pela concessionária que administra a RJ-116, os dois quebra-molas  instalados no trecho das obras de contenção de encostas, realizadas pelo Governo do Estado. Os quebra-molas foram colocados quando as duas pistas foram finalmente liberadas, por medida de segurança, já que as obras ainda ocorriam.


Sem quebra-molas

Na etapa final dos serviços no km 53, os quebra-molas substituíram o “pare e siga” que operou desde que a encosta caiu, em outubro de 2019. As obras só foram iniciadas em abril de 2022 e só foram finalizadas em agosto, ainda que a previsão inicial fosse dezembro. A operação de “pare e siga” terminou em fevereiro, quando foram instalados os dois quebra-molas no trecho e que acabam de ser retirados. 

 

Para lembrar

É possível que ainda haja um trabalho de recapeamento do trecho. A demora pelas obras, orçadas em quase R$ 10 milhões, se deu mais pelo impasse de quem seria o responsável pelo prejuízo: concessionária ou Governo do Estado. A Agência Reguladora dos Transportes Públicos (Agetransp) arbitrou que a recuperação do local fosse feita pelo Governo do Estado. Veio o processo burocrático inerente ao poder público. Esse período somado demorou mais do que as próprias obras em si. 


 

Unidos da Saudade

Em grande festa em sua quadra, a roxo e branco definiu seu hino para o desfile de 2024, em que leva para a avenida o enredo: “Traição ou Trapaça? Quem é rei nunca perde a majestade”. Foram seis sambas, três dos quais fizeram a grande final que consagrou a obra da parceria de Jefinho da Bomboniere, Christiano Huguenin, Fagner André, Léo Torres, Kadinho da Ilha, Bulacha e Ezequiel do Cavaco.



O samba

De primeira, o samba da Unidos da saudade, cuja letra pode sofrer pequenos ajustes de acordo com a direção da agremiação:


Oh! Senhor!

Quanta bondade com a sua criação

Fez de um jardim o paraíso aqui na terra

A serpente usou de Eva destilando a maldição.

A imortalidade foi perdida

Deixando a pureza para trás

Trapaça, traição, jogo da vida e os sete pecados capitais.

E lá no céu quem tem a chave em suas mãos

É São Pedro, o poderoso guardião 

Traiçoeiros em suas jornadas encontrarão as portas fechadas.


Quem plantou vai colher no juízo final

Tá no livro da vida que o bem vence o mal

A moeda de bronze não compra o perdão 

É passagem certeira pra embarcação


É passagem certeira pra embarcação

A moeda de bronze não compra o perdão

Tá no livro da vida que o bem vence o mal

Quem plantou vai colher no juízo final


As almas navegando por um rio de dor

Na remissão de encontrar a paz

Enxergam Hades com o seu furor

Se liga que o mundo dá volta

E a linha do tempo vai nos separar.

Essa festa na avenida virou terra de ninguém

Nessa dança de guerra, todo ano chora alguém 

Tem ouro de tolo, marmelada de verdade 

Mas quem foi rei, nunca perde a majestade 

Saudade, o meu remédio é cantar 

Meu jubileu eu vou comemorar


O samba é o amor capaz de curar

Trazendo alegria pra toda cidade

Graças a Deus, o mal passou 

Geral já pode sambar com a Saudade!


Carnaval 2024

Com o fim da disputa de samba da Unidos da Saudade, resta apenas conhecer o samba do Alunão, cuja disputa começa neste domingo, 15, com a apresentação dos sambas inscritos. A competição será um tiro curto. Uma eliminação e na sequência a final. A Vilage, inclusive, já divulgou o samba na versão com seu carro de som oficial. Imperatriz e Saudade estão em processo de ajustes para a gravação da versão oficial. 


 

Friburguense

Com a importante vitória, fora de casa, sobre o Pérolas Negras, o Friburguense agora tem um confronto direto que pode colocá-lo, pela primeira vez, no grupo dos quatro que se classificam para as semifinais da terceirona. Para tanto, tem que vencer o Duque de Caxias, neste sábado, 14, às 15h, e torcer para que Paduano e/ou Barra da Tijuca não vençam seus confrontos desta 6ª rodada. Ambas as equipes têm nove pontos e o Friburguense, oito. O Paduano sai para enfrentar o São Gonçalo. O Barra da Tijuca também joga fora de casa, contra o Serra Macaense.


Classificação

Na matemática tricolor, para se classificar às semifinais, o time depende ainda somente de suas próprias forças. A conta mais simples é: vencer. A competição ainda está na sua metade. Importante ressaltar que os dois primeiros colocados levam vantagem de empate para as semifinais em ida e volta. Ainda decidem em casa. As semi-finais, na verdade, são finais, uma vez que os dois vencedores sobem para a segundona. A final é de festa, pois ambos já terão tido o acesso garantido.  

 

Objetivos

Mas um objetivo de cada vez. Garantir a classificação é o mais importante. Se puder estar entre os dois primeiros colocados, melhor ainda. O que não será possível nesta rodada de fim de semana. Mesmo vencendo o Duque de Caxias, o Friburguense chegaria a 11 pontos. Serrano e o próprio Duque de Caxias somam 12. Na perspectiva de um jogo de cada vez, a ambição é entrar no G4 e não sair mais dele. 

 

Palavreando    

“Se não tiver amor, não há educação. Temo que, se hoje, Paulo Freire fizer chamada, ao chamar por amor, nem o professor responda”.

Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

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Sobre roupas e nudez

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Longe vai o tempo em que as mulheres procuravam camuflar seus encantos

Longe vai o tempo em que as mulheres procuravam camuflar seus encantos

Vocês devem ter visto o espetáculo que deram os rapazes de uma faculdade de São Paulo, durante uma partida de vôlei feminino. Tranquilos como se não existisse pecado do lado de baixo do Equador. E fosse pecado o que estavam fazendo, contavam não merecer castigo, e se houvesse castigo, certamente ele seria tão brando que mais pareceria premiação. Assim pensavam porque, sendo essa a lei entre os grandes da República, e mesmo entre os mais ou menos grandes e os que habilmente se fazem passar por grandes, seria injusto se ela não se aplicasse também a eles, simples estudantes.

O fato é que eles, alunos de medicina, trajando da cintura para baixo apenas inocência e boas intenções, invadiram a quadra, no estado em que a natureza os pôs no mundo. Ainda bem que a televisão inventou aquela faixa preta que sombreia o que não é para ser mostrado. Graças a esse artifício, os expectadores foram poupados da visão das coisas que se sacudiam e balançavam diante das atletas, da plateia e das câmeras. Talvez os rapazes se achassem clones perfeitos do David de Michelangelo, o que lhes daria o direito de exibir suas belezas, mesmo que ninguém estivesse interessado em vê-las (bem, não se pode descartar a possibilidade de que alguém estivesse).

Fizeram a narcisística volta olímpica em abril e só cinco meses depois, quando o vídeo viralizou, autoridades políticas, educacionais e policiais resolveram pensar no assunto. Talvez fiquem pensando até o fim dos tempos, quando com certeza a nudez voltará a ser natural e inocente, como era nos idos de Adão e Eva. Mas, uma vez que estamos, no tempo e no merecimento, muito distantes do Paraíso, a nudez dos rapazes talvez receba alguma punição. Contudo, por si mesma, por mais severa que ela seja, não será capaz de fazer deles profissionais éticos, bons cidadãos, chefes de família exemplares. Nem mesmo acabará com a estupidez dos tais trotes estudantis, que até mortes já causaram. Se a punição vier, ela nada resolverá enquanto não for recuperado o real sentido da palavra respeito e da palavra pudor, esta tão fora de moda e de uso que atualmente só pode ser encontrada no fundo dos dicionários.

Com exceção talvez dos calouros, que a isso podem ter sido obrigados, os demais futuros doutores fizeram o que queriam e não ficaram se justificando depois. Como diria Jânio Quadros “Fiz porque o quis” (“Fi-lo porque qui-lo” é piada antiga, nem mesmo o excêntrico Jânio diria uma besteira dessas). Entraram em quadra exibindo seus talentos, alguns maiores, outros menores, mas todos orgulhosamente erguidos (em sentido figurado, creio eu) diante do público. Diferente é o que acontece com certas mulheres famosas que, sem querer, por distração e mesmo com grande constrangimento, não conseguem evitar que os seios pulem para fora do vestido (decotadíssimo!), ou que a saia (compridíssima!) se abra sem nenhum aviso prévio, geralmente diante dos fãs e dos fotógrafos. Aliás, quanto mais fãs, câmeras e fotógrafos presentes, mais as roupas teimam em mostrar o que lhes cabia encobrir. São senhoras recatadas, mas clientes de costureiros que, embora cobrem muito caro pelas peças exclusivas que fazem, não têm o cuidado de as costurar devidamente. Vai ver, é só para economizar linha.

Sim, longe vai o tempo em que as mulheres procuravam camuflar seus encantos, não a ponto de escondê-los de todo, mas também sem os ficar exibindo a céu aberto. Lembro-me de certa moça que tomou um tombo de bicicleta e, estando de saia, e tendo esta impudicamente se levantado acima dos joelhos... Imagine a cena! Pois se você acha que ela foi consolar o joelho arranhado ou socorrer o dedo quebrado, enganou-se. Sua primeira, imediata e total preocupação foi abaixar a saia, antes que algum cavalheiro a viesse levantar e visse o que ela não queria mostrar. Mas isso foi muito nos antigamente, no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça, tempo em que as roupas femininas ainda não tinham adquirido esse mau costume de se romper nas horas mais impróprias e diante das multidões.

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Botafogo volta a jogar futebol bonito e eficiente

terça-feira, 10 de outubro de 2023

O título desta coluna poderia ser também “Ao passar do vendaval”, pois essa foi a sensação que varreu o clube da Rua General Severiano, com a passagem do português Bruno Lage. Sob o seu comando, nos últimos 5 jogos, quatro pelo Brasileirão e um pela Sul Americana, foram quatro derrotas e um empate. Além disso fomos eliminados da Sul Americana, título internacional que não seria difícil de disputar, se o lusitano não fosse tão prepotente, teimoso e burro.

O título desta coluna poderia ser também “Ao passar do vendaval”, pois essa foi a sensação que varreu o clube da Rua General Severiano, com a passagem do português Bruno Lage. Sob o seu comando, nos últimos 5 jogos, quatro pelo Brasileirão e um pela Sul Americana, foram quatro derrotas e um empate. Além disso fomos eliminados da Sul Americana, título internacional que não seria difícil de disputar, se o lusitano não fosse tão prepotente, teimoso e burro.

Com a saída de Luís Castro, também português, mas que logo percebeu a grandeza do Botafogo e como é jogado o futebol no Brasil, o dono do clube, o americano John Textor, resolveu apostar de novo num técnico estrangeiro, achando que com isso manteria o nível apresentado no primeiro turno, em que a diferença para o segundo colocado chegou a 15 pontos de vantagem. Diga-se de passagem, que Luís castro saiu por causa da grana que vai faturar na Arábia Saudita, e não por incompetência.

Começado o segundo turno do Campeonato Brasileiro, o Fogão viu essa vantagem diminuir para 7 pontos e apresentou um futebol completamente diferente daquele do primeiro turno. Lage não se conformou em manter o planejamento anterior e resolveu inventar. Achou que tinha de modificar para que ao final do campeonato, se o título viesse, não ter de escutar que os méritos eram do antecessor. Tirou Tchê-Tchê, apontado como um dos melhores apoiadores do campeonato do meio de campo para fixa-lo na lateral direita, barrando o lateral de ofício que vinha jogando bem. Para cúmulo da estupidez, no empate com o Goiás, semana passada com o estádio Nilton Santos lotado, barrou o principal jogador do Botafogo e, nada mais nada menos, que o artilheiro do torneio com 15 gols nas 24 rodadas.

Os jogadores, ao perceberem um desastre iminente, numa disputa tão segura até aqui, pediram a saída do lusitano e foram atendidos de imediato, com Bruno Lage sendo demitido, ainda na segunda feira, após o empate com o Goiás, um dos quatro que se encontram na zona de rebaixamento. Assumiu Lúcio Flávio, da comissão técnica permanente do clube, que foi campeão carioca, como jogador, em 2008 e 2010, sendo nesse título eleito o craque do campeonato.

Juntamente com Joel Carli, zagueiro argentino que se aposentou em abril, ao término do campeonato do Rio de Janeiro e também ídolo do time da estrela solitária, os dois, técnico e auxiliar, comandaram o Botafogo, pela primeira vez no clássico com o Fluminense, no domingo 8 de outubro. Com a mesma escalação do último jogo do primeiro turno, com o mesmo planejamento tático deixado por Luís Castro, o Fogão voltou a jogar o futebol que encheu os olhos da torcida e da crítica esportiva e ganhou por dois a zero. Com essa vitória ampliou a sua vantagem para 9 pontos sobre o Bragantino, segundo colocado e voltou a liderar com folga o campeonato. Aliás, com a derrota do Palmeiras e do Grêmio e os empates de Flamengo e Bragantino, a derrota foi uma mãe para o alvinegro carioca.

Foi um bom jogo e com dois gols, um de Junior Santos aos 19 minutos do primeiro turno, outro de Tiquinho Soares aos 21 minutos, também do primeiro tempo,  esse um golaço e com isso o time da estrela solitária liquidou a fatura. Com essa atuação voltou a encantar a sua apaixonada torcida e a preocupar os seus adversários, que não conseguem alcançar o líder.

A escolha de Bruno Lage não foi  das melhores, ele relutou em aceitar o convite de John Textor e não foi acompanhado pela família, que ficou em Portugal. Talvez tenha se sentido solitário, dando a impressão que tão logo terminasse o campeonato, não renovaria seu vinculo com o Botafogo. Mas, na realidade foi incompetente, não se adaptou ou não quis se adaptar ao futebol brasileiro e se continuasse à frente do elenco, o resultado seria o mesmo do Sampaoli, à frente do Flamengo, que não ganhou nenhum dos torneios que disputou. Além disso conseguiu se indispor com os jogadores rubro negros, como aconteceu com Bruno Lage.

No domingo, 8, o Maracanã viu um Botafogo mais leve, focado no jogo e com a alegria de jogar restituída. Que a conquista do Brasileirão 2023 possa virar uma realidade e premiar time e torcida.

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AVS é de pai para filhos, em todos os tempos e sentidos!

segunda-feira, 09 de outubro de 2023

O Caderno Z é mestre em me provocar lembranças e a edição do último fim de semana sobre o Dia das Crianças, me fez ter várias recordações da minha infância que nem sei a qual daria destaque. Contudo, lembrou meu pai que, sem ser um pedagogo, não gostava que se intrometessem nas brincadeiras de uma criança e ele dizia: “Deixem a criança brincar sossegada, porque ela é capaz de se entreter no mundinho dela, criando até o seu brinquedo”.

O Caderno Z é mestre em me provocar lembranças e a edição do último fim de semana sobre o Dia das Crianças, me fez ter várias recordações da minha infância que nem sei a qual daria destaque. Contudo, lembrou meu pai que, sem ser um pedagogo, não gostava que se intrometessem nas brincadeiras de uma criança e ele dizia: “Deixem a criança brincar sossegada, porque ela é capaz de se entreter no mundinho dela, criando até o seu brinquedo”. Tese muito confirmada, pois, a repórter no Portal Drauzio Varella, Maiara Ribeiro, em “Por que as crianças precisam brincar?”, destaca uma afirmativa do pediatra Daniel Becker:  “É sempre melhor brincar com objetos que não tenham a finalidade de brinquedo, quando a criança inventa o próprio brinquedo e é ela que dá a função ao objeto”.

Papai também daria pleno aplauso a Wanderson Nogueira que sempre diz tudo em Palavreando: “Sagrada é a criatividade dos ingênuos que, protegidos pela própria ingenuidade, não são tolhidos pelas versões que os adultos dão ao mundo...”. E Nogueira, continua no seu tonel de achados: “Sonhos de criança se respeitam e são imperecíveis. Aprender a amar garante isso mais do que qualquer constituição”. Que lindeza! Mas, há coisas que caminham na contramão do verbo amar, pois, meu pai, por exemplo, não poderia supor, se vivo estivesse, que o Brasil de riquezas infinitas, chegou à marca de 32 milhões de meninos e meninas vivendo na pobreza intensa. Para bons entendedores, “Palavreando” bastaria para se espargir a justa riqueza do nosso país.

Outra coisa que é certa: papai, homem dos livros, dos mapas, dos estudos espontâneos nas enciclopédias, das leituras em A VOZ DA SERRA, não imaginaria que o doutor Daniel Becker entraria nas páginas da nossa Voz para nos dizer: “A criança perde a capacidade de criar, imaginar, fantasiar. Na tela há o consumo passivo de conteúdo alheio: ela fica sem atividade cerebral positiva”. Por isso mesmo, o pediatra nos dá uma chance para revertermos o provável advento do caos mental, estimulando o pensamento crítico, pois, ajudar “as crianças a terem um olhar crítico sobre o que elas consomem é fundamental”. Eu penso que a empreitada é desafiadora, já que os adultos também andam vidrados nas telas e os pequenos seguem os líderes: se papai e mamãe ficam nas telas, isso deve ser muito bom! Que sinuca de bico!

Christiane Coelho, Prêmio Sebrae de Jornalismo, colaborou com alguns dados fornecidos pela plataforma Primeira Infância Primeiro que mapeou cinco eixos do desenvolvimento de crianças até 6 anos de idade: Saúde, Nutrição, Parentalidade, Segurança e Proteção e Educação Infantil. Nova Friburgo deixa a desejar em alguns dados. A plataforma é um excelente sinalizador e as metas de ajustes tendem a ser cumpridas para que só tenhamos “criança feliz” em todas as demandas infantis.

Em “Sociais”, até eu entrei na dança, pois, meu aniversário foi anunciado no sábado, 7 de outubro. Eu agradeço a carinhosa atenção. Minha filha Mariana até fotografou a nota com minha foto em destaque. Muitíssimo grata, meus queridos e queridas de AVS. Destaque também para Carla Brígida Martins Pires, professora de educação infantil no município de Duas Barras. Parabéns! Abrilhantando a coluna, a presença do ator Luiz Fernando Oliveira que interpreta o barão de Nova Friburgo na peça “A Promessa”, da Companhia Jane Ayrão. Por sinal, um barão bem bonito!

Cada vez mais próximo, o Enem, certamente, tira o sono de muitos estudantes que se deparam com o desafio. Entretanto, o professor de Língua Portuguesa, Noslen Borges, ressalta: “Agora não é hora de aprender coisas novas, é hora de revisar assuntos, especialmente, fazendo exercícios”. A professora Ávila Oliveira, de Porto Alegre-RS, aconselha: “Agora é hora de o aluno entender que a maior parte do trabalho já está, ou já deveria estar, pronta. Não há grandes milagres que se possa fazer, e manter a cabeça no lugar fará toda a diferença no dia da prova. Portanto, nada de fazer maratonas intermináveis de estudo, que mais cansam do que ajudam”. A sorte está sendo lançada!

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Vivas para Danielle

segunda-feira, 09 de outubro de 2023

Hoje, 10, quem está recebendo muitas manifestações carinho e cumprimentos por estar aniversariando, é a fisioterapeuta, Danielle Erthal Vassalo, na foto em companhia do querido marido e estimado amigo, Jackson Pinto.

Por isso, para a amável Danielle, Jackson e seus demais familiares, nossos cumprimentos com votos de muitas felicidades.

 

Sábado vai ter “Bengalaço”!

Hoje, 10, quem está recebendo muitas manifestações carinho e cumprimentos por estar aniversariando, é a fisioterapeuta, Danielle Erthal Vassalo, na foto em companhia do querido marido e estimado amigo, Jackson Pinto.

Por isso, para a amável Danielle, Jackson e seus demais familiares, nossos cumprimentos com votos de muitas felicidades.

 

Sábado vai ter “Bengalaço”!

Em comemoração ao “Dia Internacional da Bengala Branca”, celebrado no próximo sábado, 15, a Afridev – Associação Friburguense dos Deficientes Visuais - realizará nesta dia um animado evento denominado “Bengalaço”, que vai começar às 14h em frente ao Cadima Shopping, seguindo pela Avenida Alberto Braune até a Praça do Viagra.

Os membros da Afridev prometem chamar atenção dos pedestres despertando-os para a conscientização sobre os direitos e atenção que os deficientes visuais merecem. Eles estarão usando bengalas brancas e óculos escuros durante todo o percurso.

 

‘Oitentou’ com seu bar especial

No último sábado, 7, com animada comemoração no sítio da família com todas as atrações e delícias clássicas de um bom boteco, com chope geladinho e à vontade, drinks variados, petiscos especiais e até show ao vivo com o cantor Cesário Ramos, o admirado Manoel Fernandes, carinhosamente conhecido e por todos chamado de “Manoel Boneco” comemorou com parentes e amigos mais próximos, seus 80 anos de idade, completados no último dia 3.

Ao gente boa ‘Manoel Boneco’, na foto com a querida esposa Maria do Carmo e os filhos, empresários da metalúrgica Tolemat, Gilber e Gutemberg, nossas congratulações com votos de contínuas felicidades, saúde e tudo de bom.

 

Handebol já mostra conquistas

Com a data vênia do nosso super craque dos esportes em A VOZ DA SERRA, Vinicius Gastin, a coluna toca essa de primeira: o handebol que não é muito difundido ou praticado em nossa cidade, está de pouco tempo para cá ganhando projeção e já vem alcançando sucesso, com uma equipe masculina e outra feminina.

No mês passado, as duas equipes do Frihand excursionando ao município de Carmo, participaram de concorrido torneio, conquistando o vice-campeonato no feminino e 1º lugar, como grande campeão, no masculino.

Para continuar fazendo bonito e ajudar também este esporte a se desenvolver ainda mais de Nova Friburgo, a turma feminina e masculina do Frihand tem realizado treinamentos todos os domingos na quadra do bairro Cordoeira, das 10h às 13h.

 

Bela campanha abraçada

Falando na galera do Frihand, que começa conquistar vitórias e títulos no handebol, as equipes estão também marcando um aplaudido golaço fora das quadras

É que para suas atividades, treinamentos e jogos, as equipes masculina e feminina do Frihand, abraçaram a campanha de arrecadar rações para ajudar entidades que cuidam dos cães de rua.

 

Visitas internacionais no Suspiro

Na manhã do último domingo, 8, após realizar a trilha dos Três Picos, os jovens vistos na foto, Carlos Ronchel, da Espanha; Diego Lansañage, também do País Basco; Giovanni Billo, da Itália e Marc Dold, da Alemanha, fizeram uma agradável visita à sede do Centro Cultural Teuto Friburguense, polo das tradições alemãs em nossa cidade, na Praça das Colônias, no Suspiro.

 Conforme lembra a esta coluna o seu presidente Edmilson Schineider, o Centro Teuto Cultural Friburguense está com as portas abertas desde junho de 2018 para os visitantes que são sempre muito bem vindos.

 

Artesãs de NF em alta no Rio

As diversas e talentosas artesãs de Nova Friburgo, que expõem seus maravilhosas trabalhos no Pavilhão das Artes no bairro Cônego, acabam de fazer sucesso com participações nos últimos dias 27, 28 e 29 de setembro, no Riocentro (Rio de Janeiro) durante a concorrida exposição da Abac – Associação Brasileira de Agências de Viagens.

Já nos próximos dias 19 a 22 muitas delas estarão tomando parte no Lagoon – Complexo Lagunar na Lagoa Rodrigo de Freitas, também no Rio de Janeiro, mostrando para cariocas e turistas o talento friburguense nas artes manuais.

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"Adoção: amor com os laços do coração"

segunda-feira, 09 de outubro de 2023

No último domingo, 8, a Igreja em todo o país encerrou a Semana Nacional da Vida e celebrou o Dia do Nascituro. A iniciativa é da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF). Neste dia, o subsídio Hora da Vida propôs uma reflexão sobre o direito de as crianças nascerem e serem acolhidas em uma família.

No último domingo, 8, a Igreja em todo o país encerrou a Semana Nacional da Vida e celebrou o Dia do Nascituro. A iniciativa é da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF). Neste dia, o subsídio Hora da Vida propôs uma reflexão sobre o direito de as crianças nascerem e serem acolhidas em uma família. Tema relevante na luta contra o aborto, que pode ser descriminalizado com o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442 no Supremo Tribunal Federal (STF).

“É um tema que nos faz defender, ainda mais, a vida desde a concepção até o seu fim natural. A adoção, diante da recusa em ter o filho, pode ser uma verdadeira resposta a esta discussão sobre o aborto. Por isso, a Igreja incentiva e propõe a reflexão como forma de proteger essas crianças, que poderão encontrar um lar para ser acolhidos e amados”, comentou padre Rodolfo Pinho, assessor da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Durante os dias da Semana Nacional da Vida, os encontros abordaram a questão de casais que não puderam conceber seus filhos, mas que se abriram à vida ao acolher as crianças que não puderam viver com seus pais. Por outro lado, foi discutida a questão de mulheres que, por vários motivos, são tentadas a abortar ou a abandonar seus filhos e o papel dos fiéis e da Igreja para encontrar soluções para este problema. O texto proposto no livreto recorda o que o Papa Francisco falou sobre o assunto:

“A adoção é um caminho para realizar a maternidade e a paternidade de uma forma muito generosa e desejo encorajar aqueles que não podem ter filhos a alargar e abrir o seu amor conjugal para receber quem está privado de um ambiente familiar adequado. Nunca se arrependerão de ter sido generosos. Adotar é o ato de amor que oferece uma família a quem não a tem” (Amoris Laetitia, 179).

 

Entrega Legal

A entrega voluntária de bebês recém-nascidos para adoção é garantida legalmente e regulamentada pela Lei da Adoção (13.509/2017). A medida possibilita que uma gestante ou mãe entregue seu filho para adoção, em um procedimento assistido pela Justiça da Infância e Juventude. No Brasil, em 2021 foram registradas 1.312 entregas voluntárias no país, número que subiu para 1.667 em 2022.

Dom Reginei José Modolo, bispo auxiliar de Curitiba-PR e membro da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, conta que na entrada da Casa Pró-Vida Imaculada Conceição, na capital paranaense, há uma árvore com mais de 200 crianças e mães que já passaram pela entidade – que deixaram de ser abortadas ou que encontraram um novo lar para serem amadas e cuidadas.

“Aproveitamos este momento para anunciar a beleza do que é possível ajudar aquelas mulheres que receberam o anúncio do Evangelho da Vida. Tem gente que tem esse amor para oferecer e que ela pode ficar muito tranquila, seja em relação às questões legais ou humanas, para doar essa criança”, comentou.

Outra experiência é a da Associação Civil Quintal de Ana (www.quintaldeana.org.br), conduzida pelo casal coordenador nacional de Casos Especiais, Sávio e Bárbara Bittencourt. Eles têm cinco filhos e dão suporte a famílias que querem adotar. Há 20 anos o casal trabalha com a preparação de pretendentes à adoção, o apoio e orientação de famílias adotivas, apadrinhamento afetivo e a busca ativa para crianças e adolescentes sem família.

“É importante se posicionar contra o aborto, mas há diversas ações que podemos fazer em nosso cotidiano, como visitar aquela criança que está institucionalizada, ela também merece uma família. Ir lá, dar um abraço, é uma experiência muito bonita e que abre os nossos horizontes”, reforçou o bispo.

 

Gestos concretos

Como de costume, neste dia, a Pastoral Familiar convidou os fiéis a realizar um gesto público de propagação da ‘Luz de Cristo’ para que possa iluminar e proteger as vidas vulneráveis e indefesas, além de promover o tema da adoção. Nesta data foi realizada em Nova Friburgo a Caminhada em Defesa da Vida, com a participação das paróquias, agentes pastorais, instituições católicas e outras instituições cristãs da sociedade friburguense.

Além disso, durante os encontros, os participantes foram chamados à realização de gestos concretos em favor da vida como: a prática da adoção; conhecer o Programa Família Acolhedora e, sendo possível, colocar-se a serviço capacitando, acolhendo ou divulgando; contribuir com os centros de acolhida da mãe gestante; ser membro de Comissões Diocesanas de Bioética; entre outros.

Fonte: CNBB

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Medo: suas cores e tamanhos

segunda-feira, 09 de outubro de 2023

O que vai acontecer depois?!

Que barulho forte é este?!

Tem alguém aí?!

Há medos de todos os tamanhos, dos mais bobos aos mais profundos. Há os que emergem de fatos e outros criados pela imaginação. Ainda há aqueles que guardamos debaixo do travesseiro como bons inimigos e os que jogamos fora na primeira lixeira. Que seja de multidão, aranha ou de ficar sozinho, o medo é uma reação emocional diante de uma situação ameaçadora. 

Ora pois sim, quem não os tem?

O que vai acontecer depois?!

Que barulho forte é este?!

Tem alguém aí?!

Há medos de todos os tamanhos, dos mais bobos aos mais profundos. Há os que emergem de fatos e outros criados pela imaginação. Ainda há aqueles que guardamos debaixo do travesseiro como bons inimigos e os que jogamos fora na primeira lixeira. Que seja de multidão, aranha ou de ficar sozinho, o medo é uma reação emocional diante de uma situação ameaçadora. 

Ora pois sim, quem não os tem?

Fui presenteada por Maria Clara Cavalcanti, escritora e contadora de histórias, especialista em Leitura e em Literatura Infantil e Juvenil, com o livro “Passos no Porão”, editado pela Escrita Fina. Foi um presente que me fez adentrar os bosques do medo, repleto de raízes espinhosas e intermináveis, arejado por inseguranças e ameaças que invadem as emoções das crianças, adultos e velhos. É um bosque em que penetramos devagar, pé ante pé, com olhos arregalados e respiração forte. 

“Passos no Porão” conta a história de um menino que escuta barulhos nas noites de mau tempo e corre para a cama do pai. Com o passar dos dias o medo vai sendo dissipado até porque o estranho som era de uma janela que batia com o vento no porão da casa.  A beleza do conto está na relação do pai com o filho que busca abrigo e proteção nos braços paternos. 

O medo nos acompanha quando crescemos, amadurecemos e envelhecemos. Faz parte da vida! É um sentimento que arranha e fere nossos momentos, enquanto emoção que ninguém gosta de ter, mas, em algumas circunstâncias, chega a ser necessário e benéfico. Podemos dizer que surge como um estado de alerta a ameaças físicas, morais ou psicológicas. A pessoa, especialmente a criança, ao sentir-se indefesa, o medo pode ganhar maiores proporções, como na história de Maria Clara Cavalcanti, que fez com que um menino saísse da sua cama e corresse para os braços do pai, braços que os protegeram do barulho e sustentaram seu amadurecimento.

O texto também nos chama a atenção para o desconhecimento da circunstância estranha e ameaçadora, uma vez que o não saber como reagir é o que mais assusta. Muitas vezes a intensidade do medo pode não ser compatível com o tamanho da causa.

Meus filhos, quando pequenos, tinham medo do escuro. Certa vez, fiquei com eles no quarto antes de dormirem à noite apagando e acendendo a luz. Quando a acendia pedia para que eles observassem o quarto. Depois, ao apagar, fazia o mesmo e perguntava se havia algo diferente. Fiz isso algumas noites. Eles não tiveram mais medo de dormir no escuro, contudo não deixaram de ter outros.

Penso que o medo nos modifica, fazendo-nos desenvolver capacidades para enfrentá-lo, alerta-nos para o perigo e torna nossos olhos atentos ao que nos rodeia.

Vou confessar e não contem para ninguém, por favor. Tenho medo de barata! Arc... Até hoje, aos setenta anos, não consegui retirá-lo da minha bagagem. Será que vou carregá-lo ainda por muito tempo? 

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Azevedos se apresentam e Rodolpho confessa

sábado, 07 de outubro de 2023

Edição de 6 e 7 de outubro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes 

Azevedos se apresentam e Rodolpho confessa - Os irmãos Azevedo se apresentaram às autoridades policiais que investigam o assassinato de Guido Daflon, na Câmara Municipal. Rodolpho confessou ter sido o autor. Polícia está propensa a reconstituir o crime que abalou Friburgo e o Brasil.

Edição de 6 e 7 de outubro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes 

Azevedos se apresentam e Rodolpho confessa - Os irmãos Azevedo se apresentaram às autoridades policiais que investigam o assassinato de Guido Daflon, na Câmara Municipal. Rodolpho confessou ter sido o autor. Polícia está propensa a reconstituir o crime que abalou Friburgo e o Brasil.

Italo na água - O vice-prefeito de Friburgo, sr. Italo Spinelli assumiu a direção do Serviço Autônomo de Água e Esgotos. O sr. Italo substitui na direção da água o dr. Célio Ivo de Freitas. 

Acadêmicos já estão arrancando dentes - Numa iniciativa louvável sob todos os ângulos, os acadêmicos da nossa faculdade de odontologia passaram da teoria à prática e, com incentivo dos acadêmicos Paulo Jordão e Luiz Schotz de Aguiar, estão desde a semana passada extraindo dentes e fazendo tratamento de cárie da população pobre de Friburgo. 

Estranho silêncio - Os lamentáveis episódios que culminaram com a morte de Guido Daflon - ex-assessor do prefeito Amâncio de Azevedo - vão ganhando suas consequências naturais: apesar de uma série de deturpações que quiseram impingir à opinião pública, já se tem um réu-confesso do crime. As co-autorias surgirão inevitavelmente com o desenvolvimento do inquérito policial e se afirmaram na fase judicial do processo. 

Nova campanha contra a paralisia - Acionando novamente 25 postos de atendimento, que funcionarão de 8h às 17h, o posto de saúde inicia no próximo dia 10 uma nova campanha de vacinação contra a paralisia infantil.  

Passarinho teve seu dia: gaiolas foram queimadas - (AFI) Com a queima de mais de mil gaiolas e alçapões, apreendidos pela Divisão de Recursos Naturais da Secretaria de Agricultura, o governo fluminense abriu na última quinta-feira, dia 5, as comemorações do “Dia da Ave”.

 

Pílulas 

A Prefeitura de Nova Friburgo está dando um verdadeiro “show” de como não se deve administrar um município. Em menos de dez meses o que de positivo vimos foi uma dança louca de cargos, nomeações, demissões, etc. O que mais se encontra nas publicações oficiais são atos revogando atos, portarias anulando portarias. Um caos, pra conferir…

Este jornal recebeu várias sugestões no sentido de explorar mais um escândalo, no qual se encontra envolvido um vereador do MDB. Rejeitamos as sugestões, porque não nos atrai o envolvimento com fatos policiais. Contudo, não podemos nos furtar de repetir: A festa é sua. Aplauda!

E mais… 

Silva Filho estreia no “A Paz”... 

Telefones: Linhas cruzadas… 

“A Tribuna” já tem sucursal em Cordeiro… 

Reclamações contra o arredondamento arbitrário nas contas d’água… 

Farmácias de plantão neste fim de semana: Santo Antonio e Santo Eduardo, no Centro; e Santa Gema, em Olaria… 

Homenagem a Petrobrás… 

 

Sociais 

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Alcindo Alves do Reis (8); Renato Knust (9); Angelo Ruiz, Saleh de Salles, Ruy Coelho Rocha, Heródoto Bento de Mello, Nilo Ferreira Torres e Amil Namen (10); Jofre Chaloub (11); Geraldo Magela (12); Ary Ventura, Maria Nazareth, Luiz Gustavo Macário e Eduardo Camacho (13); Marilse Rangel Ventura e Maria Tereza Felga (14).

Foto da galeria
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Sonhos de criança se respeitam e são imperecíveis

sábado, 07 de outubro de 2023

Sabido demais, menino acredita poder salvar o mundo. Os vilões se combatem com a toalha de banho como capa e o cabo da vassoura como espada. Voa-se de sofá em sofá com a coragem de um parapentista. Quem poderá derrotar o mocinho? O mal existe e menino astuto sabe disso. Mas atento, é super-herói entre os corredores das cidades, cowboy entre as vielas do Velho Oeste imaginário na horta do quintal de casa. 

Sabido demais, menino acredita poder salvar o mundo. Os vilões se combatem com a toalha de banho como capa e o cabo da vassoura como espada. Voa-se de sofá em sofá com a coragem de um parapentista. Quem poderá derrotar o mocinho? O mal existe e menino astuto sabe disso. Mas atento, é super-herói entre os corredores das cidades, cowboy entre as vielas do Velho Oeste imaginário na horta do quintal de casa. 

Cruel não é o inimigo a ser batido, mas o tempo a ser convivido. Mesmo esperto, menino sabe que vai crescer, só não supõe que se cresce tão rápido. E na velocidade dos dias, na intensidade de cada descoberta, nem percebe que deixa pelo caminho a capa, a espada e o poder de ser imaginativo. 

Deveria ser lei: sonhos de criança se respeitam e são imperecíveis. 

Sagrada é a criatividade dos ingênuos, que protegidos pela própria ingenuidade, não são tolhidos pelas versões que os adultos dão ao mundo. Livres como pipa, acreditam que a linha que conduzem é infinita e capaz de cortar as nuvens e até pescar estrelas que moram próximas à última Lua do mais longínquo planeta da Via-Láctea. Fazem acordo em rabiscos de desenhos difíceis de se descrever, porque para criança felicidade é apenas felicidade, sem extensas definições.

Conhecer a dor é pior do que tê-la. Será que a dor existe? Pois não há razão em querer dar significado a tudo. Criança aprende a entender o que os que dizem entender entendem. Compreender é travesseiro melhor para se deitar e curtir. Na rede à beira do rio, os sons da natureza insinuam lendas que são como carinho na pele de quem não precisa de hidratante para suavizar as rugas. O tempo é assim com o corpo, mas o tempo nada pode com a alma.

Sonhos de criança se respeitam e são imperecíveis. Aprender a amar garante isso mais do que qualquer constituição.

Correndo pelos campos se produz vento. E o vento canta… E ao parar, o tal vento segue com cantigas que chamam para dançar. Quem se importa se há alguém vendo? Criança não se envergonha, até medrosos a fazerem se acanhar. Se pudesse, não me deixaria medrar. Aí, nos ensinam coragem mais para temer do que propriamente ir.

- Volta ventinho, querido. 

- Há de correr como a criança que se adormeceu em você. 

Sonhos de criança se respeitam e são imperecíveis. Voltam mais do que arco-íris em tardes de verão. Respeito. Atemporalidade.  

O sorriso espontâneo de quem nem sabe que a piada é como flor que se abre para receber o sol. Ambos vêm dos instintos que o coração palpita. Haverá de se tentar explicar o instinto para concluir no sobrenatural. Haverá de se proibir instintos de falar para induzir as cercas que limitam olhar apenas para os objetos, as experiências, as existências que se supõe conhecer. Menino vai além sem imposição de ir. Menino vai além, ainda que além, seja fincar. Nada tão profundo como a leveza de criança. 

Voa e plaina sob terras firmes ou não. O futuro é uma possibilidade não aventada por quem acredita no presente. Na relevância do que se faz e é, menino é protagonista da sua fé. Papai Noel pode ser Papai do Céu, não se justifica onde Deus está. 

O céu é apenas o teto escuro quando se apagam as luzes do quarto para dormir. Dorme o pequenino não planejando o amanhã. Dorme o homem descobrindo que alma tem virtudes de criança. Seus sonhos não são planos, são realidades que merecem respeito e jamais perecem.

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