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Nossa canção

sábado, 26 de novembro de 2022

Música é poesia traduzida em sons. Embalam histórias, enfeitam romances, conduzem conquistas, atenuam ou exageram dramas. Inspiram e se inspiram na vida. Acalmam a alma. Aquietam dores, mas também as fazem gritar, sair, encontrar seu próprio eco, para quem sabe escapulir ou mergulhar. Para se salvar. A mesma cólera que liberta, aprisiona. O que é se salvar? 

Música é poesia traduzida em sons. Embalam histórias, enfeitam romances, conduzem conquistas, atenuam ou exageram dramas. Inspiram e se inspiram na vida. Acalmam a alma. Aquietam dores, mas também as fazem gritar, sair, encontrar seu próprio eco, para quem sabe escapulir ou mergulhar. Para se salvar. A mesma cólera que liberta, aprisiona. O que é se salvar? 

Há canções que nos encorajam no medo e tantas outras que nos atravessam para se atrever e ir. Simplesmente ir. “Caminhando e cantando e seguindo a canção” mesmo que “na corda bamba sem sombrinha”. Pudera ir apenas “atrás do trio elétrico” desejando “que essa fantasia fosse eterna… e viver será só festejar”. Na sobriedade de sonhador “deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar”. “Quando o segundo sol chegar”, quem sabe, saberemos de verdade a “cantar, e cantar, e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”. 

O compositor é um poeta com talento para ouvir. Sua obra — palavras que se juntam em melodias, frases que se fazem em métricas, literatura matemática que forma em cifras. Um ser especial que sabe falar com Deus, seja Deus quem for. Que sabe falar sobre amor sem ter a audácia de entender o amor. Que gosta de gente, nem sempre obrigado a gostar do que a vida dá, mas sempre ciente de que caminho é para se caminhar. 

Quem desenha música é um esperançoso tenaz. Um inventor de velhas coisas novas, ainda que sabedor de que quase tudo já foi criado, segue a confeccionar inéditas canções. Não suspende seus acordes, pois tem “à arte de sorrir cada vez que o mundo diz não”.  Se “o mundo é um moinho”, o autor de canções diz que “numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo” e crava que “nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá”. Sim, para o artista das letras sempre chega algo “na bruma leva das paixões que vêm de dentro”. O sobrenatural. “Se eu sou algo tão incompreensível, meu Deus é mais”.

O cantor é alma exposta. A voz que conecta palco e plateia, Terra e Universo. O coração que se soma a outros instrumentos que fazem seu corpo ser inteiro. Junta meios, corre estradas, sonha em ser estrela que é vista mesmo em noites claras. Ou tão somente canta na varanda, nos pequenos bares, no cenário particular do chuveiro, no pequeno mundo de um quarto de segredos dedilhados em um violão. 

Cantar é um dom, mas cantar mesmo sem saber cantar é uma forma de ser, viver, se libertar. Cantar não é apenas espantar seus males, mas é fazer chamado: “Deus me proteja de mim e da maldade de gente boa”, porque “se ano passado eu morri, esse ano eu não morro”. Não há pecado em querer “a sorte de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida” ou “um amor maior, um amor maior que eu”. Aliás, se “não existe amor em SP” e se “não precisa morrer pra ver Deus”, também “não existe pecado do lado de baixo do Equador”.  

Música é pluralismo. Para quem compõe, para quem canta, para quem ouve. E uma mesma canção tem sentidos múltiplos para sentimentos diversos. Ouvir música é se ouvir também, é escutar o seu momento, cada instante tão exclusivo em cada singular tempo que se tem. “o que foi prometido ninguém prometeu, nem foi tempo perdido, somos tão jovens”. Será? Respeitar mais do que entender. Por isso “chorar, sorrir também, e depois dançar na chuva quando a chuva vem”.

“Quem não gosta de samba, bom sujeito não é”. Quem não gosta de música não gosta de viver e não admira tudo o que a vida é. Paralelas mais do que linha reta. “É preciso saber viver”. Assim, encaixamos trilhas sonoras e trilhas nos visitam, mesmo sem convite. 

Nossas biografias são recheadas de sons, porque “a vida tem sons que pra gente ouvir, precisa aprender a começar de novo”. Cantamos novas músicas e tantas outras que sabemos de cor. Podemos ouvir, cantar, compor a mesma canção de formas diferentes, ainda que na mesma vitrola, mesmo que para os mesmos rostos, no mesmo violão. “Ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais”. 

Se “Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim”, “a sorrir eu pretendo levar a vida”. Ainda que “um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri”, “vou sair pra ver o céu, vou me perder entre as estrelas”. De onde nasce o Sol, mesmo vendo que “enquanto todo mundo espera a cura do mal e a loucura finge que isso tudo é normal” não vou mais fingir ter paciência. 

Posto que há de se cantar — todos — ao sentir a “nossa canção” que “consideramos justa toda forma de amor”.

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O sistema “criptofinanceiro” pode colapsar?

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

“Os anos passam, as tecnologias mudam e até o dinheiro se transforma. Este, por sua vez, é apenas um meio de troca; uma ferramenta para possibilitar negociações em diferentes mercados.” Este trecho marcou o início de outro texto meu – publicado nessa coluna em 12 de fevereiro de 2021.

“Os anos passam, as tecnologias mudam e até o dinheiro se transforma. Este, por sua vez, é apenas um meio de troca; uma ferramenta para possibilitar negociações em diferentes mercados.” Este trecho marcou o início de outro texto meu – publicado nessa coluna em 12 de fevereiro de 2021. Naquele dia, o bitcoin custava US$ 47.558,34; hoje, não muito tempo depois, enquanto escrevi este texto no dia 24 de novembro de 2022, a cotação da criptomoeda abriu o dia em US$ 16.681,29 e quem comprou o ativo em 11 de setembro do ano passado (em seu preço histórico máximo) por US$ 67.130,05 já perdeu 75% do capital. Equivale ao investimento de US$ 10.000,00 se tornar apenas US$ 2.484,92.

Estou usando cotações em dólar pelo simples motivo de ser um ativo global e, assim como as commodities, por exemplo, também são usados os valores em dólar. Mas este é apenas um detalhe. Afinal, o objeto de estudo neste espaço hoje não é a cotação do ativo, muito menos a moeda a ser usada na cotação. Agora eu volto a falar do mesmo tema abordado pelo texto que sucedeu a mesma introdução de hoje: a questão regulatória.

O mercado de criptoativos está em plena expansão de moedas, tokens, exchanges e tudo o que engloba o novo setor. O grande ponto é: será que o bitcoin, a raiz de tudo o que surgiu depois, foi criado para ser investimento? A princípio, seu uso deveria ser direcionado aos sistemas de troca. Apenas uma moeda descentralizada podendo se tornar, também, proteção caso o projeto encontrasse êxito. Conhece alguém que compre dólar ou euro esperando valorização de milhares de pontos percentuais, como acontece em criptos? Não, porque não é o objetivo de operações com moedas.

Contudo, dada a alta demanda pelo novo mercado, a especulação financeira passou a fazer parte das possibilidades promovidas pelas criptomoedas. O resultado da ascensão exponencial num curto espaço de tempo foi a abertura de brechas para golpes financeiros e sistemas incapazes de manter garantias reais a seus (agora não só usuários participantes) investidores. É o que vem acontecendo ao redor do mundo e desta vez não vou me prender a pirâmides financeiras como ocorreu no Brasil a exemplo de GAS Colsultoria Bitcoin.

Nos Estados Unidos, a plataforma de negociações FTX declarou falência no dia 11 deste mês e deixou mais de um milhão de investidores desamparados. A corretora em questão chegou a alcançar o patamar de segunda maior exchange de criptoativos do mundo e isso não a impediu de ser uma empresa mal governada e sem lastro para suas operações. No início de novembro, o portal CoinDesk – veículo internacional de notícias, especializado em moedas digitais – fez a revelação de que a empresa Alameda Research, ligada a FTX, tinha seu balanço patrimonial composto, principalmente, por ativos sem liquidez. Não era dólar, nem euro, nem ouro... eram outros criptoativos e garantia nenhuma de lastro financeiro para suas atividades.

Assim como os bancos têm atividades interligadas – porém reguladas a fim de evitar riscos desnecessários –, estas corretoras de criptomoedas também possuem correlação e há a possibilidade de outras também declararem falência daqui em diante, deixando outras milhares (ou até milhões) de pessoas desamparadas.

Não estamos debatendo se a cotação é justa ou não, se a tese das criptomoedas é funcional ou não e nem mesmo a qualidade dos ativos. Aqui, agora, a crítica é sobre o sistema. Será que o sistema “criptofinanceiro” (acabei de inventar o termo e, por isso, as aspas) tem maturidade e capacidade de gerir, custodiar e desenvolver produtos com a segurança necessária para evitar um possível colapso? Só o tempo vai nos mostrar a resposta.

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Simples assim

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você. É tão simples assim como parece? Deveria ser. Comumente vivemos situações embaraçosas, desconfortáveis, angustiantes e sentimo-nos tristes e sobrecarregados. Situações essas que não raras vezes poderiam ter sido evitadas se nossos interlocutores da vida pensassem em evitar fazer às pessoas aquilo que abominariam que impusessem a elas. Seria bem mais fácil.

Não faça aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você. É tão simples assim como parece? Deveria ser. Comumente vivemos situações embaraçosas, desconfortáveis, angustiantes e sentimo-nos tristes e sobrecarregados. Situações essas que não raras vezes poderiam ter sido evitadas se nossos interlocutores da vida pensassem em evitar fazer às pessoas aquilo que abominariam que impusessem a elas. Seria bem mais fácil.

Mas, se coabitamos o mesmo planeta, talvez todos já tenhamos entendido ou estejamos próximos de compreender, que essa interação de mentes, de gente, de egos e valores, não é tão simples assim. Não é premissa básica uníssona que evitar impor aos outros coisas que detestaria que nos impusessem pode minimizar o sofrimento e o estresse do próximo. É importante até mesmo considerar que múltiplos que somos, não necessariamente partilhamos de dores semelhantes, de modo que às vezes o agir inconsciente atropela qualquer raciocínio sobre o estado de espírito dos receptores de nossas condutas por eles recepcionadas como negativas.  E por aí vai.

Carecemos de uma percepção mais inteligente. Emocionalmente mais inteligente, que considere também os outros, a sociedade como um todo e mesmo o planeta. Talvez devêssemos perceber que há questões que de maneira geral ferem, causam transtorno, prejudicam e geram sofrimento. Não é tão difícil supor que determinadas ações magoam, desestabilizam, deixam as pessoas em apuros de várias ordens.

Gostaria muito que fosse tão simples quanto parece. Que escolher ser pessoa leve fosse tudo de que precisássemos para efetivamente estarmos envoltos pela leveza todo o tempo. Às vezes, o é. Mas como não vivemos em uma bolha e nossas energias se entrelaçam com as dos outros o tempo todo, passa a ser uma arte e uma habilidade diferenciada sabermos nos defender da negatividade, da injustiça, da grosseria, da sobrecarga que nos impõem e ainda assim, seguirmos gratos e sem disseminar o mesmo nível de pensamentos, sentimentos e condutas por aí.

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Precisamos falar da revolução no Irã

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Hoje, todo o mundo celebra e vibra com a Copa do Mundo, que nos alegra a cada quatro longos anos. Nós, brasileiros, então, apaixonados por futebol, acompanhamos ansiosamente os jogos da nossa seleção, na expectativa de bons resultados e até mesmo na conquista do hexacampeonato.

Hoje, todo o mundo celebra e vibra com a Copa do Mundo, que nos alegra a cada quatro longos anos. Nós, brasileiros, então, apaixonados por futebol, acompanhamos ansiosamente os jogos da nossa seleção, na expectativa de bons resultados e até mesmo na conquista do hexacampeonato.

Ultimamente, evitamos falar de algo que não esteja relacionado com futebol. Deixamos de falar da Guerra da Ucrânia e diminuímos um pouco a nossa animosidade em relação às incertezas da política brasileira. Todos nós, sem exceção, nos alienamos um pouco com todo esse clima de alegria e festividade. Mas o mundo deve dedicar olhos, ouvidos e muita atenção ao Irã.

Um olho na Copa e outro nos protestos

A seleção de futebol do Irã foi à Copa do Mundo no Catar em meio a uma onda de protestos contra o seu governo. Na estreia dos jogadores contra o time da Inglaterra, na última segunda-feira, 21, o time do Irã se recusou a cantar o hino. O gesto certamente, durante o maior evento de festividades do mundo, não passou despercebido.

O Irã vive sua maior onda de protestos, em uma escala que já não era vista há mais de 40 anos. As manifestações começaram há 50 dias como uma forma de denunciar a violência contra as mulheres no país e se tornaram o desafio mais sério ao governo desde a revolução Islâmica de 1979.

O estopim foi em resposta à morte de Mahsa Amini, uma jovem moça de apenas 22 anos que havia sido detida pela polícia da moralidade por supostamente violar as rígidas regras do país, que exigem que as mulheres usem um lenço na cabeça que cubram os cabelos, conhecido como hijab.

Durante a abordagem, Mahsa teria sido golpeada propositalmente com um cassetete na cabeça. Imagens da jovem desfalecendo na unidade policial tomaram conta das redes sociais do país. A jovem, que tinha apenas 22 anos, ficou em coma e morreu, gerando grande levante de protestos, em sua maioria mulheres.

Abandono do Hijab e pichações

Acredite ou não, mas nem sempre as mulheres eram obrigadas a hijab. Após a revolução islâmica no final dos anos 70, o lenço foi instituído pelo novo governo e tornou-se símbolo de uma dura repressão religiosa imposta às mulheres. Retirar o véu ainda é contra a lei.

Contudo, nas últimas semanas, um levante foi montado e as iranianas desafiam as rígidas regras sobre cobrir a cabeça. Uma onda de mulheres inconformadas com a imposição, em meio a protestos, ocupa as ruas do país numa luta por mudança. Afinal, no Irã: uma mulher é vista como a metade de um homem. Ou até menos!

Não só com as mulheres, mas os movimentos revolucionários tocaram toda população jovem, também luta contra o regime. Crianças em idade escolar, adolescentes e jovens adultos estão entre os grupos mais ativos, que cantam músicas antigovernamentais, queima de fotos do líder do aiatolá Khameni (livro de interpretação radical do islã) e pichações com o rosto dos mártires nas ruas da cidade.

Respostas violentas do governo

Todo dia um novo enterro, jovens que são carregados até a sepultura por suas famílias e amigos. Mas também há crianças que acompanham as mães até a sepultura. Essas imagens difíceis de suportar marcam há semanas as notícias no Irã pelo mundo.

Até agora, são pelo menos 270 iranianas e iranianos, entre os quais 30 crianças, foram espancadas até a morte ou fuziladas, por terem ido às ruas, em meio as manifestações. Assassinado por lutar por valores liberais e em favor da democracia. Gente que quer viver segundo esses valores, paga com a vida, segundo o conservadorismo árabe.

Ao lado das faculdades, cemitérios são agora os maiores locais de protestos contra o governo. Gente cujas famílias sofrem pressão ou são presas, para prestar confissão pública sob tortura, para afirmar que seus filhos morreram de parada cardíaca, derrame cerebral ou suicídio. O governo do Irã a todo tempo culpa os ocidentais por motivarem os protestos e lutam com armas contra a população que usa apenas a voz.

Em contra partida, damos atenção à ocupação da Ucrânia, à Copa do Mundo no Catar e suas violações aos direitos, mas quase não vemos sobre o Irã nos meios de comunicação. É uma tapa na cara não falarmos sobre um regime prende, violenta, fuzila e espanca até a morte meninas de escola, no momento em que o Irã passa por uma das suas maiores revoluções - se não a maior – de todos os tempos.

Enquanto isso, as pessoas no Irã percebem que mesmo aquelas que não são engajadas na política podem ser mortas por nada. Isso a faz lutar por esperança. É olhar para o passado e para o presente e não querer que isso se repita no futuro. É o desafio que supera o medo!

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Ansiedade e conflito

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Ansiedade é um sentimento de apreensão, inquietude, angústia, com ou sem aperto no peito. Ela é um sinal de conflito, nem sempre consciente para o indivíduo. Assim como a febre indica a presença de uma infecção, a ansiedade é um sinal de que há um conflito na mente da pessoa.

Ansiedade é um sentimento de apreensão, inquietude, angústia, com ou sem aperto no peito. Ela é um sinal de conflito, nem sempre consciente para o indivíduo. Assim como a febre indica a presença de uma infecção, a ansiedade é um sinal de que há um conflito na mente da pessoa.

Algumas pessoas ansiosas conseguem canalizar a ansiedade para algo construtivo na sua vida, enquanto que outras ficam meio paralisadas. A ansiedade pode aparecer na vida da pessoa na forma de ansiedade mesmo, como um vazio no peito, angústia, falta de serenidade. Ou pode ser manifestada por algum tipo de fobia ou medo exagerado, ou diminuição da atenção por conta da forte ansiedade que prejudica a concentração. Além disso muitos indivíduos sofrem fisicamente como resultado de ansiedade excessiva.

‘Todas as pessoas experimentam ansiedade. Ela não é algo para se temer, a não ser que esteja realmente travando sua vida. Uma pessoa pode ter um aumento de ansiedade quando ela nutre o medo do medo. Mas se ela conseguir pensar não significa medo, e ao entender a razão da existência dessa emoção nesse momento da vida, ela poderá administrar este sentimento de forma positiva e não ficar presa a ele, encolhendo como pessoa.

Muitos que sentem ansiedade, podem estar se tratando mal, depreciando a si mesmo, se desvalorizando e permitindo ser maltratado. Nestes casos, como em outros, a ansiedade está servindo como um alarme para dizer que a pessoa necessita fazer alguma coisa para sair do conflito que existe porque, por um lado, sua mente saudável não quer se desvalorizar, e por outro sua mente doentia quer.

Assim, a ansiedade pode ser uma denúncia da mente inconsciente dizendo que talvez a pessoa esteja negligenciando alguma coisa importante para sua vida ou que algo de valor permanece ainda sem solução.

Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” E, então, vem a pergunta: Que verdade preciso conhecer sobre meus conflitos que produzem ansiedade a fim de ser liberto dela? Quando passamos a compreender melhor nossos sentimentos, podemos nos sentir mais confortáveis com eles em vez de com medo. Por exemplo, ao sentir tristeza que pode conduzir você para um estado depressivo, em vez de se afundar no estado melancólico, procure refletir sobre a origem desta tristeza. Talvez ela seja ligada não a quem você pode ter perdido seja pela morte, pela separação, mas pode ter conexão com o que você perdeu nesta perda.

Tem gente que quando se deprime, aponta algo objetivo e diz: “Ah! Estou deprimida desde que meu marido me abandonou”. Mas o mais importante para explicar o estado depressivo neste exemplo pode não ser a perda do marido em si, mas o significado subjetivo desta perda para aquela pessoa. Em outras palavras, o que ela perdeu de significado importante para o eu (personalidade, self) dela nesta perda?

Tomar mais consciência de nossas emoções é necessário para a resolução do conflito e, assim, obter alívio da ansiedade. Para isso é preciso dar uma pausa, respirar profundamente algumas vezes, acalmar a mente, orar e pensar. Faça perguntas a si como: Desde quando me sinto assim? O que predomina em mim agora é ansiedade, tristeza, medo, raiva, vergonha? Este sentimento está conectado com o que? Tem uma situação na minha vida que quando penso nela, este sentimento desagradável surge? Preciso tomar uma atitude para resolver um conflito ainda sem solução? Necessito passar a me tratar melhor e me valorizar devidamente? Fazer estas perguntas pode nos conduzir à fonte da ansiedade e com isso chegarmos perto da resolução do conflito que a produz.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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AVS mantém a maior torcida de leitores na região!

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

O Caderno Z do último fim de semana deu um banho de conhecimentos capaz de lavar a alma até dos radicais e inconscientes que ainda teimam em cultuar as práticas deploráveis de um passado tenebroso da história do Brasil: o Dia da Consciência Negra, celebrado no último domingo, 20, uma data que concentra a memória de Zumbi dos Palmares, o líder que lutou por seu povo, trocando a própria liberdade em defesa de sua comunidade escravizada.  

O Caderno Z do último fim de semana deu um banho de conhecimentos capaz de lavar a alma até dos radicais e inconscientes que ainda teimam em cultuar as práticas deploráveis de um passado tenebroso da história do Brasil: o Dia da Consciência Negra, celebrado no último domingo, 20, uma data que concentra a memória de Zumbi dos Palmares, o líder que lutou por seu povo, trocando a própria liberdade em defesa de sua comunidade escravizada.  

A triste marca de 300 anos de escravidão, iniciada em torno de 1530, quando o Brasil era ainda um jovem insolente, deixou páginas sangrentas, de lutas e de resistência contra um regime desumano que já começara com a retirada dos africanos de sua terra nativa. Foram muitos desafios: idioma, culturas diferentes e maus tratos. A própria viagem era uma introdução ao que viria a ser o infortúnio em terras brasileiras.

Ainda que o sofrimento tenha sido a tônica de todo o período da escravidão, havia quem se incomodasse com as atrocidades cometidas em nome da escravidão e José do Patrocínio, o “Tigre da Abolição”, teve papel fundamental na luta abolicionista. Ele, que era “senhor por parte de pai e escravo por parte de mãe”, apoiado pela Confederação Abolicionista, empreendeu, com êxito, a trajetória que culminaria com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, em 1888. Contudo, falta ainda que se festeje, no dia a dia, o “Dia da Consciência Consciente”, quando tudo passará a ser uma unidade de múltiplas culturas, de todos os tempos e de todos os seres.

Mas olhem só quem está de volta ao Caderno Z: palmas para Wanderson Nogueira! Que saudade, meu amigo filósofo e poeta. E ele retornou palavreando em ritmo de samba, trazendo os batuques da casa de Ciata. “O samba segue a lamentar, segue a panfletar, segue a enfrentar e chamar para repetirmos versos em novos e velhos refrões: nos amarmos mais nos cuidarmos mais uns os outros...”. “Faz um samba aí”, pessoal!

Na charge de Silvério, o “Novembro Azul”  é o apelo do Cão Sentado, pois cuidar da saúde é o todo do amor. Por isso mesmo, o Dia Mundial do Diabetes foi celebrado pelo Rotary Suspiro com uma palestra da médica endocrinologista, Rafaela Siqueira, voluntária da Adinf,  Associação dos Diabéticos de Nova Friburgo. A doutora ressaltou algumas complicações decorrentes da doença, os tratamentos e esclareceu sobre as ações promovidas pela Adinf. O presidente do Rotary Suspiro, Orlando Vieira Souza, em seu pronunciamento, reafirmou o compromisso em manter as ações junto aos trabalhos da Adinf e ainda “aumentar o apoio à instituição”. Parabéns a todos!

Outra ação em prol do semelhante está sendo idealizada pela deputada estadual Alana Passos, que entrou com um requerimento na Alerj solicitando urgência para a votação de um projeto de lei, de sua autoria, que defende a isenção do IPVA a pessoas com deficiência auditiva, a exemplo de outras deficiências que já possuem a isenção.

Enquanto ainda vivemos um clima de tensão por conta das eleições de 2022, em “Há 50 Anos”, o clima era de grande animação, ordem e respeito. Amâncio Azevedo venceu a eleição para prefeito. Diz a nota, entre outras ponderações: “Perder nunca foi bom, jamais agradou a ninguém... Mas a grande verdade é que, em qualquer eleição, uns perdem para outros ganharem. Não existe alternativa...”. Faz parte do processo eleitoral.

Falando em disputas, perdas e vitórias, começou a Copa do Mundo no Catar. A VOZ DA SERRA já está a postos e, como vimos na reportagem de Christiane Coelho, “preparem os corações”! Estreando na próxima quinta-feira, 24, a seleção canarinho vai tentar o hexa e Nova Friburgo se apronta para bater um bolão de atividades. Na Praça do Suspiro, para a grande estreia, vai ter telão e até a banda Barão Vermelho depois do jogo. O Espaço Arp também está apostando em várias atrações na quinta, a partir das 10h, com a exibição de Uruguai x Coreia do Sul. Um dia todo de atrações e, claro, Brasil x Sérvia, fechando às 18h com show das Filhas de Bamba. De um modo ou de outro, aqui, todo mundo sairá ganhando. E na sexta, 25, tem Black Friday. Boas compras!

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Final: Brasil 0 X 1 Argentina

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Os amantes dos vídeos games, que inclusive gostam de futebol já devem por certo ter adquirido o cobiçado Game Fifa 23, da EA Sports. Nesta edição o jogo eletrônico mostra a decisão deste mundial do Catar entre Brasil e Argentina... e o pior, nesta simulação os hermanos se tornam campeões ao nos vencer por 1 a 0. Tomara que desta vez eles estejam errados!

Há ainda mais uma questão desfavorável a nós: através deste método de simulação previu-se corretamente quem seriam os campeões das Copas de 2010, 2014 e 2018.

O “sim” de Matheus e Patrícia

Os amantes dos vídeos games, que inclusive gostam de futebol já devem por certo ter adquirido o cobiçado Game Fifa 23, da EA Sports. Nesta edição o jogo eletrônico mostra a decisão deste mundial do Catar entre Brasil e Argentina... e o pior, nesta simulação os hermanos se tornam campeões ao nos vencer por 1 a 0. Tomara que desta vez eles estejam errados!

Há ainda mais uma questão desfavorável a nós: através deste método de simulação previu-se corretamente quem seriam os campeões das Copas de 2010, 2014 e 2018.

O “sim” de Matheus e Patrícia

Na noite do último sábado, 19, em belíssima cerimônia presidida pelo padre Romevaldo, na Capela de Nossa Senhora do Carmo, na localidade rural de Vargem Alta, se uniram em matrimônio, os jovens Matheus de Souza Mendonça e Patrícia Verly Munhão. Aí na foto, um registro da emoção do casal durante os cumprimentos de familiares e convidados no Rancho Ferreira, do simpático casal Silvia e Marcos Ferreira.

Nossos parabéns aos noivos e seus familiares, com votos de eternas felicidades conjugais.

Níver do Rotary Clube

Em sua sede na noite da última quinta-feira, 17, o Rotary Clube Nova Friburgo sobre a atual presidência de Eduardo Batista Vezzanni comemorou seus 72 anos de fundação.

Abraços de congratulações a todos os estimados rotarianos deste importante clube de Nova Friburgo e do Distrito 4.751 do Rotary Clube.

Madre Roselli: bazar natalino

Na próxima quinta-feira, 24, a partir das 8h a Casa Madre Roselli realizará um café especial para marcar a abertura do Bazar do Casarão que reúne diversos itens alusivos ao Natal. O funcionamento será de segunda a sexta-feira em sua sede (Rua General Osório, 226) até o dia 22 de dezembro, sempre das 9h às 17h.

Todos que realizarem suas compras dos lindos trabalhos de costura artesanal de Maria Canelas e Maria Christina Brum, assim como guirlandas de Norma Pimentel e porcelanas da Carolina Ateliê Carla Chermut, estarão ajudando àquela importante instituição friburguense a dar continuidade às suas obras sociais.

Nova Friburgo cria a Umem

Recentemente, foi criada e instalada uma base da Umem - União dos Militares Evangélicos da Marinha em Nova Friburgo.

Por conta disso e também em louvor ao Dia do Marinheiro (13 de dezembro), acontecerá um culto especial na Igreja Ministério Internacional Cristo é o Senhor (Avenida Conselheiro Julius Arp, 519 - Olaria) no dia 8 de dezembro às 19h30 para abençoar e formalizar a posse da primeira diretoria da Umem em Nova Friburgo. A instituição terá a frente como presidente, o presbítero e capitão de fragata reformado, Luiz Antonio Forma de Almeida.

Comemoração 8.4

O admirado Oskar Albim Betran, conforme mostra a foto, ao lado da esposa Conceição e alguns amigos, comemorou seu 84º aniversário na tarde do último domingo, 20.

Por isso, ao querido Oskar, os renovados parabéns com votos de mais saúde, paz, amor, alegrias e felicidades pela nova idade.

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Cristo Rei

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A quem proclamamos como nosso Rei? Nosso Rei é o Cordeiro imolado, Jesus Cristo, que se fez homem por nós, por nós anunciou e tornou presente o Reino do Pai e, para nos dar esse Reino de modo definitivo, por nós entregou-se na Cruz, morreu e ressuscitou.  Neste sentido, o Reinado de Cristo somente pode ser entendido a partir da lógica do próprio Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Eis a maneira como Jesus Cristo reina: servindo, dando a própria vida.

A quem proclamamos como nosso Rei? Nosso Rei é o Cordeiro imolado, Jesus Cristo, que se fez homem por nós, por nós anunciou e tornou presente o Reino do Pai e, para nos dar esse Reino de modo definitivo, por nós entregou-se na Cruz, morreu e ressuscitou.  Neste sentido, o Reinado de Cristo somente pode ser entendido a partir da lógica do próprio Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Eis a maneira como Jesus Cristo reina: servindo, dando a própria vida. Jesus é Rei porque se fez solidário conosco ao fazer-se um de nós, é Rei porque tomou sobre si o peso dos nossos pecados, é Rei porque passou entre nós servindo até entregar-Se totalmente por nós na cruz.

Refletindo sobre o servir, que é próprio da missão de Cristo e, também, ação dos seus discípulos, no último domingo, 20, na Solenidade de Cristo Rei do Universo, celebramos o dia dedicado aos leigos e às leigas, que são chamados, pelo batismo, a implantarem o Reinado de Deus no mundo por seu testemunho de vida, sendo fermento, sal e luz.

A Sagrada Escritura nos apresenta Davi ungido e reconhecido como rei por todas as tribos de Israel. Destaca-se na figura do Rei de Israel dois aspectos: primeiro: ser rei é apascentar, guiar, cuidar e zelar; segundo: o Senhor afirma que o povo é Seu, é de Deus, não de Davi. Portanto, o rei não é dono nem senhor do povo, mas apenas um servo do Senhor que tem a missão de conduzir o povo pelo caminho da Aliança com o Senhor.

São Paulo escrevendo aos Colossenses resume em três pontos a obra salvadora de Deus em Cristo: 1. Deus nos fez participar gratuitamente da herança que havia preparado para seu povo santo; 2. Ele nos tirou do domínio das trevas e nos recebeu no Reino de seu Filho; 3. Ele nos concedeu o perdão pela Cruz de Cristo.

Já no Evangelho temos Jesus pregado na cruz, sendo causa de zombaria de muitos. São Lucas escreve que, acima dele havia um letreiro: “Esse é o Rei dos judeus”. Ao lado de Jesus, encontra-se o bom ladrão que a tradição identifica como São Dimas. Ele está ali presenciando e testemunhando todos os acontecimentos. Na verdade, junto a Jesus estavam dois malfeitores, um se converte e se salva, pois soube aproveitar aquela oportunidade, a companhia de Jesus, o outro, não.

O mau ladrão estava junto de Jesus na cruz, no entanto, não soube aproveitar este momento. O bom ladrão, ao contrário, reconhece a sua inocência e faz uma alusão à sua realeza ao dirigir a Ele estas palavras: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado” (v. 42). Ele faz isto em um espírito de fé e obtém de Cristo uma resposta: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. (v. 43)

Queridos irmãos e irmãs, somente o bom ladrão atinge o mistério profundo de Jesus. Precisamente um bandido é o único que entende algo do que está acontecendo. Ele reprova a atitude do companheiro, e reconhece que Cristo foi condenado injustamente, para finalmente lhe suplicar com humildade: “Jesus, lembra-te de mim quando chegares em teu reino” (v. 42) E, Jesus que até então estava calado e não havia respondido aos que zombavam dele, abriu os lábios para falar ao bom ladrão: “Em verdade vos digo: hoje mesmo estarás comigo no paraíso” (v. 43). Assim foi ele o primeiro beneficiário da salvação trazida ao homem pela cruz de Cristo.

De fato, se o coração não arde de amor por Cristo e seu chamado, os pés não andam; caímos na inércia espiritual. Acabamos por não corresponder ao Amor. Essa não correspondência acaba por não gerar felicidade, pois só é feliz aquele que vive a sua vocação. Onde há muito apego não há atenção ao apelo de Cristo. É ele quem chama e envia os que Ele quer. Desde o nosso batismo temos de nos perceber escolhidos e enviados. Escolhidos por Cristo em seu amor e enviados para sermos bons operários da vinha, transformando realidades, levando a verdade do Evangelho, construindo pontes e atraindo mais corações para bem perto do Sagrado Coração.

Padre Raphael Costa dos Santos é vice-reitor do Seminário Diocesano Imaculada Conceição

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Conta uma história para mim!

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

A vida nos apresenta situações inesperadas e de ternura especial. Fui, na semana passada, depois do inverno gélido de Nova Friburgo, surpreendida ou presenteada por uma dessas situações, quando minha mãe, com 91 anos, veio passar uns dias comigo. Decidi ficar ao lado dela como se estivesse no seu marsúpio. Assim, conversávamos, víamos filmes e ficávamos em silêncio, um silêncio carregado de lembranças, afeto e vontade de aproveitar aqueles momentos que, para nós, tinham preciosidades. Foram dez dias de mãe e filha, cheios de confidências e afagos.

A vida nos apresenta situações inesperadas e de ternura especial. Fui, na semana passada, depois do inverno gélido de Nova Friburgo, surpreendida ou presenteada por uma dessas situações, quando minha mãe, com 91 anos, veio passar uns dias comigo. Decidi ficar ao lado dela como se estivesse no seu marsúpio. Assim, conversávamos, víamos filmes e ficávamos em silêncio, um silêncio carregado de lembranças, afeto e vontade de aproveitar aqueles momentos que, para nós, tinham preciosidades. Foram dez dias de mãe e filha, cheios de confidências e afagos.

Numa noite, ao me despedir dela, eu me deitei ao seu lado e vi que ela estava lendo “Mais de 100 Histórias Maravilhosas” da Marina Colasanti. Mamãe é uma leitora compulsiva, daquelas não conseguem ficar sem ler. Como tinha acabado de ler a mais recente obra da Marina, perguntou-me se eu tinha outro livro dela. Peguei uma coletânea de contos infantis, um pouco em dúvida, achando que não iria despertar o seu interesse. E, como eu não esperava, dona Lia, pôs-se a lê-lo, com o mesmo empenho de um suspense ou romance. Mas compreendi sua atitude, pois os contos possuem qualidade literária inquestionável. 

Fiquei bem satisfeita ao vê-la adentrar no universo imaginário infantil. Qual adulto ou pessoa de idade avançada que não guarda a criança que foi? Então, também como uma criança de oito anos, pedi baixinho para que lesse uma história para mim. Mamãe me olhou um pouco sorridente, mas com um estranhamento no semblante. Eu ler para você? Que ideia! Fiz sim com a cabeça. Então, mamãe, folheou o livro e começou a ler “Bela, das Brancas Mãos”. Fechei os olhos e me pus a escutá-la em todas as suas palavras, em suas pausas, em toda a sua respiração. Eu, aos 69 anos, escutando minha mãe ler um conto de fadas para mim em voz alta, senti a divindade tomar conta do quarto. Era o melhor pedaço do mundo que nos abraçava. Tive a impressão de que o tempo passou mais devagar, apenas para que pudéssemos levar aquele momento para a eternidade. 

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Amâncio Azevedo vence a eleição para prefeito

sábado, 19 de novembro de 2022

Edição de 18 e 19 de novembro de 1972 

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Manchetes 

Edição de 18 e 19 de novembro de 1972 

Pesquisado por Nathalia Rebello (*)

Manchetes 

A Realidade - O eleitorado friburguense exerceu em toda a plenitude, o direito de escolher o seu prefeito e os 17 vereadores à Câmara Municipal. No momento em que encerramos esta edição, ainda não havia terminado a apuração, estando já definida a vitória de Amâncio Azevedo na demonstração do lado para o qual se inclinou a preferência dos votantes de Friburgo. Perder nunca foi bom, jamais agradou a ninguém… Mas a grande verdade é que, em qualquer eleição, uns perdem para outros ganharem. Não existe alternativa… No que se refere ao exercício normal da democracia a constante é: os que riem hoje podem chorar amargamente amanhã, já que a roda viva dos pleitos eleitorais ora gira para a direita, ora para a esquerda, ora para o centro. A eternização no poder, não se verifica quando o povo vota livremente. Somos intransigentemente pela soberania do eleitor, valendo dizer, do voto. 

Ordem, respeito e animação nas eleições do dia 15 de novembro - Grande animação, ordem e respeito foram as tônicas da eleição. Em todos os cantos da cidade, o movimento era usado, com um intenso trabalho dos partidos políticos objetivando uma vitória eleitoral. Segundo apuramos, 1.140 veículos foram colocados na cidade e nos distritos para o transporte de eleitores, claro que esses automóveis, jeeps, camionetas, caminhões e principalmente kombis, foram custeados pelas agremiações partidárias, que no entretanto, cumpriram, rigorosamente as determinações legais. Se o espetáculo demoscratico foi realmente bonito, a grande verdade é que muiitissimo contribuiu para o resultado que salientamos, o ilustre juiz da comarca, dr. Rivaldo Pereira Santos. Outra autoridade que vimos em grande atividade e no comando da condução de mesários e do controle policial foi o promotor de Justiça, dr. Helion Samarão. Digno de nota, também, a atuação de todo o pessoal que exerce atividade no fórum. Impecável, enfim, a atuação da Justiça Eleitoral. Honra ao mérito! 

Planejamento da FAO no Estado do Rio tem apoio total do Governador Padilha - - O governador Raymundo Padilha garantiu o total apoio do governo fluminense ao levantamento que a FAO, órgão da ONU, fará em todos os estados com vistas à elaboração de um planejamento racional, encomendado pelo Governo Federal, para o desenvolvimento agropecuário brasileiro. Técnicos da FAO e do governo fluminense foram recebidos no Palácio Nilo Peçanha pelo governador Raymundo Padilha, juntamente com o secretário de Agricultura, João Carlos Burguês de Abreu; o presidente do Conselho de Planejamento, professor Darcy Campos de Medeiros, e representantes do Governo Federal. 

Pílulas

→ Terminada a coleta de votos, na noite de 15 de novembro tanto o candidato da Arena como o do M.D.B. visitaram a sede do partido adversário: A demonstração de educação política demonstrada por ambos os concorrentes ao cargo de prefeito repercutiu de modo muito especial 

→ No calor dos embates vá lá que alguns esquentados não se comportaram devidamente. Mas, os líderes devem e precisam ter a cabeça fria, para serem dignos dos lideranças 

→ Friburgo é realmente uma cidade privilegiada. Numa eleição verdadeiramente apaixonante, a ordem, disciplina, o respeito e o acatamento às autoridades. 

E mais… 

  • Dona Maria Laginestra: Se viva fosse 
  • Realizações do Prefeito Feliciano Costa 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Norma Madureira (18); Marizette de Almeida e Haroldo Braune (20); Nelson Kemp e Maria Cristina Cardeiro (21); Regina Lúcia Yunes e Sérgio Miranda (22).

(*) estagiária sob a supervisão de Henrique Amorim

Foto da galeria
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