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O que você faz com o sofrimento?

quinta-feira, 21 de julho de 2022

Nessa vida todos temos lutas, decepções, sofrimento. Saúde mental não é ausência de dores emocionais, como tristeza, angústia, medo. Uma pessoa com saúde mental boa tem em alguns momentos tristeza, sofre angústia, experimenta alguns medos dentro de um contexto de situações provocadoras destes sentimentos dolorosos.

Nessa vida todos temos lutas, decepções, sofrimento. Saúde mental não é ausência de dores emocionais, como tristeza, angústia, medo. Uma pessoa com saúde mental boa tem em alguns momentos tristeza, sofre angústia, experimenta alguns medos dentro de um contexto de situações provocadoras destes sentimentos dolorosos.

Existe o perigo de medicar sentimentos desagradáveis em vez de pensar no significado deles para nossa existência e entender de onde eles vêm. Uma boa parte da população está muito medicada com remédios psiquiátricos. Falta a elaboração consciente do sofrimento. Não é que nunca se deve usar medicamentos psiquiátricos. Porém, muitos querem funcionar bem na vida, no trabalho, na família, e lançam mão de comprimidos, priorizando a busca de melhora emocional neles, porque precisam tocar a vida para a frente e não sabem ainda como fazer isso através de um trabalho de psicoeducação, o qual significa aprender a lidar com suas emoções, especialmente as dolorosas, desagradáveis, que causam dor.

Se você prestar a atenção, verá que provações surgem em sua vida, algumas com o fim de destruir sua pessoa, mas que podem ser encaradas como fonte de amadurecimento. Ajudará muito a mudar o rumo da maneira de lidar com situações dolorosas na sua vida, se você mudar a pergunta: “Por que isso está acontecendo comigo”, para: “O que posso aprender com esta situação dolorosa?”

Experiências traumáticas, um acidente de trânsito, perda financeira, divórcio, conflitos conjugais, morte de pessoa querida, decepção, infidelidade conjugal, perda do emprego, perseguição no trabalho, podem ser usadas por nós para nos fortalecer. Depende do olhar que teremos para com estes traumas, da rede de apoio para lidar com eles, e da intenção consciente de aprender com o sofrimento.

Provações, decepções, vêm sobre todos nós em momentos diferentes da vida, algumas mais devastadoras, outras menos, mas em todas podemos ver que surgem forças para enfrentá-las, mesmo tendo que passar temporariamente por uma depressão ou ansiedade excessiva em qualquer modalidade clínica.

A vida não é fácil. As religiões que prometem vida fácil, cheia de prosperidade material e ausência de sofrimento, nisto pregam falsidade. O Chefe do Cristianismo, Jesus Cristo, disse aos que O seguiriam que eles teriam aflições nessa vida, mas que isto não os deveria desanimar. (João 16:33). Não é justo nem verdadeiro afirmar que seguir Jesus garante sucesso financeiro e ausência de problemas. Não há respostas fáceis para o problema do sofrimento na humanidade, tema estudado por pensadores, filósofos e psicólogos. Sabemos que existe um conflito entre o bem e o mal que afeta todas as dimensões da sociedade e de nossa pessoa. Assim, existe sofrimento mesmo nos mais consagrados e praticantes de boa espiritualidade.

Os sofrimentos de hoje podem servir para nos preparar, nos fortalecer para os que virão mais adiante, e eles virão. Independente e apesar disso, é possível ter serenidade, paz e até alegria pessoal, interior. Depende de onde você colocará sua esperança, depende do seu conceito de significado dessa existência e boa compreensão sobre a guerra espiritual entre o bem e o mal, depende do que você faz com sua dor ou do que você permite que ela faça com você, depende dos recursos psicológicos e espirituais pessoais, além do apoio familiar e social de que você dispõe, e depende de fé de que há um Criador bondoso que está atento aos seus sofrimentos e fazendo o melhor para preservar sua sanidade mental e espiritual e sua vida física.

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

A VOZ DA SERRA é uma viagem imperdível!

terça-feira, 19 de julho de 2022

Nossa plataforma de embarque, o Caderno Z, que no último fim de semana veio acoplado ao primeiro caderno, nos levou para as férias escolares e quem nos guiou nesta incrível jornada foi Christiane Coelho. E lá vamos nós com a mochila literária e o cantil cheio de letras para registrar o passo a passo dos roteiros. Se a falta de dinheiro for “o principal motivo para não viajar”, a dica da Chris foi “conhecer ou revisitar cidades próximas a Nova Friburgo”. Eu, por exemplo, vou primeiro a Rio das Ostras, pois, a última vez em que estive lá, o lugarejo era distrito de Casimiro de Abreu.

Nossa plataforma de embarque, o Caderno Z, que no último fim de semana veio acoplado ao primeiro caderno, nos levou para as férias escolares e quem nos guiou nesta incrível jornada foi Christiane Coelho. E lá vamos nós com a mochila literária e o cantil cheio de letras para registrar o passo a passo dos roteiros. Se a falta de dinheiro for “o principal motivo para não viajar”, a dica da Chris foi “conhecer ou revisitar cidades próximas a Nova Friburgo”. Eu, por exemplo, vou primeiro a Rio das Ostras, pois, a última vez em que estive lá, o lugarejo era distrito de Casimiro de Abreu. Vou direto ao azul da Praia Virgem, “destino perfeito para aqueles que desejam se isolar do mundo e descansar”. Na sequência, sigo para Cabo Frio, onde vou chutar as águas dos 7,5 quilômetros de extensão da Praia do Forte. Serei forte o bastante para tamanha aventura e depois me refaço no Polo Gastronômico da Passagem.

Continuando com Chris, dou uma esticada até Armação de Búzios, sem perder a oportunidade de me fotografar ao lado de Brigitte Bardot, claro, da estátua erguida em sua homenagem, onde, uma vez, a atriz passou férias com seu namorado brasileiro. Que mídia, minha gente! No passeio, incluo a Rua das Pedras, de apenas 600 metros, mas repleta de atrações. Nada de cansaços, pois já estou em Maricá onde, além das praias, visitarei a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, construída em 1815, em estilo barroco e rococó. Eu amo igrejas antigas! Depois de toda essa deliciosa maratona, encerro o roteiro no Rio de Janeiro. Copacabana, praias, prédios antigos, passado, presente e o Museu do Amanhã. Também quero me fotografar ao lado de Carlos Drummond de Andrade, conhecer o Porto Maravilha e as maravilhas da Cidade Maravilhosa! Ah, como eu sou grata por ter feito essa viagem linda com Chris Coelho!

Coisas das quais desfrutamos hoje, sem que nos perguntemos como foi que elas aconteceram, muitas renderam pano pra manga. Em “Há 50 anos”, a pavimentação da estrada Friburgo-Teresópolis sofreu até anulação da concorrência, perdendo o “caráter prioritário”. Ainda bem que a obra foi feita e a estrada está aí, ligando cidades, aproximando pessoas e alavancando o progresso da região e do Estado do Rio.

Não é Carnaval, mas “as águas de Nova Friburgo vão rolar” com tantas atrações imperdíveis que abrangem a programação dos espetáculos para tornar o inverno mais aconchegante. A Usina Cultural Energisa tem atrações variadas e o Festival Sesc de Inverno, em sua 20ª edição, esbanja apresentações diversificadas em muitas linguagens.

Adriana Oliveira entrevistou o cardiologista Gustavo Barbirato que nos alertou sobre os perigos do frio para o coração. Todo cuidado pode ser pouco para evitar infartos e AVC. “Frio, alta ingestão de álcool e choques térmicos agravam as doenças cardiovasculares...”. Se cuidar do coração é bom, outro cuidado importante é a responsabilidade com a natureza. 17 de julho é o Dia de Proteção às Florestas. Com as secas do inverno, tememos os incêndios. Toda queimada é fogo para a natureza!

Em “Sociais”, muitos festejos. O casamento de Anthony George e Sônia Ventura, com votos de mil venturas para o casal. No dia 13, o 1º aninho da Liz, a fofurinha, filha de Renan Falcão e Angélica Oliveira. O ilustre e carismático doutor Antônio Baptista Filho, sempre destacado na vida friburguense, que aniversariou no último sábado, 16. Na mesma data, a queridíssima Carminha Basílio passou para um novo ciclo de existência. E vivas para Cora Ventura que aniversariou no último dia 9. Minha querida Cora, que tive o prazer de ter como “aluna” no Curso de Atualização Cultural.

Uma professora não morre. Lucy Quintanilha de Moraes, a doce Tia Lucy vive agora em outros educandários celestes, entre as estrelas, entre os anjos e a corte mais elevada dos iluminados. Ela vive na saudade que imprimiu em nossos corações. Educadora de tantos que passaram por seu carinho e dedicação, Lucy Quintanilha agora brilha nos planos da eternidade. Do álbum de família, sua foto, estampada no jornal, é um aceno de quem foi para um lugar bonito, vislumbrar as moradas do infinito...

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Festa julina com casamento

terça-feira, 19 de julho de 2022

No próximo sábado, 23, o querido casal Roberto Carlos e Jaqueline Batista Corrêa (foto), junto aos familiares e amigos, terá um momento festivo e muito especial.

Em sua residência no Cônego, o casal vai promover animada festa julina com todas as atrações típicas, incluindo até um casamento caipira com um detalhe importante e a mais: a cerimônia será de forma real, oficializando sua feliz união que já dura 35 anos. Parabéns!

 

Vivas para a Marisa!

No próximo sábado, 23, o querido casal Roberto Carlos e Jaqueline Batista Corrêa (foto), junto aos familiares e amigos, terá um momento festivo e muito especial.

Em sua residência no Cônego, o casal vai promover animada festa julina com todas as atrações típicas, incluindo até um casamento caipira com um detalhe importante e a mais: a cerimônia será de forma real, oficializando sua feliz união que já dura 35 anos. Parabéns!

 

Vivas para a Marisa!

Devido a estreia de sua nova idade ontem, 18, as congratulações desta coluna vão para a querida empresária do ramo hoteleiro, Marisa Alvarez Domingues. Salve ela!

Novos na Independência

A Loja Maçônica Independência que tem seu templo próximo a Apae, no distrito de Conselheiro Paulino, e é uma das quatro deste segmento em Nova Friburgo, viveu grande e festiva noite no último sábado, 16.

Junto aos seus novos membros, foram empossados os simpáticos Franco Freitas de Souza Alves e Marcelo de Oliveira Tavares, vistos na foto ladeando o presidente (venerável como é chamado entre eles) Gustavo Cariello Ynouê. Parabéns à Loja Independência de Nova Friburgo pelas novas aquisições e parabéns àquela loja por suas atividades em prol da maçonaria friburguense.

Aniversário do Alexandre!

Grande abraço com antecipados cumprimentos ao conhecido e simpático Alexandre Corrêa que amanhã, 20, para satisfação dos seus parentes e grande rol de amigos que possui pela cidade, soma mais um ano de experiência na vida. Felicidades.

Parabéns em dobro

Como nunca é demais cumprimentar pessoas admiráveis e ainda mais quando se tem mais a registrar, apresentamos também felicitações também e em dose dupla ao juiz dr. Antônio Baptista Filho.

Isso, porque além ter celebrado seus 85 anos no último sábado, 16, conforme, inclusive e com grande carinho, registrou a edição passada de A VOZ DA SERRA, naquela mesma oportunidade, o dr. Baptista e sua amada esposa Deise, chegaram a linda marca de 55 anos de feliz união matrimonial, portanto, Bodas de Ametista. Por isso, como eles bem merecem e aparecem em foto recente e em detalhe, no dia do casamento em 16 de julho de 1967, provando que o amor existe e resiste, nossos parabéns pelo aniversário natalício e pelo de casamento.

Jeitinho Brasil de agir

Nas barbas de alguns órgãos fiscalizadores, que em muitos casos ainda não deram o ar de suas graças e autoridades, os jeitinhos dados por muitas indústrias tem sido majorar os preços de diversos produtos.

Isso, a partir de criações de novas unidades de medições ou contagens, já que em diversos casos já observamos que embalagens que antes continham uma dúzia, hoje tem apenas dez unidades, uma caixa de determinado produto que antes pesava 500 gramas, agora foi reduzida para 350 gramas, mas os preços são mantidos ou até mesmo aumentados.

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A hospitalidade

terça-feira, 19 de julho de 2022

Nesta semana vamos refletir sobre duas virtudes necessárias para a edificação de uma comunidade de amor: hospitalidade e empatia. A narração do Evangelho de Lucas nos coloca diante do momento em que Jesus visita uma pequena aldeia chamada Betânia e entra na casa de Marta e Maria. No relato, encontramos Marta afoita com os muitos afazeres e Maria sedenta, sentada aos pés do mestre, que como uma verdadeira discípula escuta atenta suas palavras.

Nesta semana vamos refletir sobre duas virtudes necessárias para a edificação de uma comunidade de amor: hospitalidade e empatia. A narração do Evangelho de Lucas nos coloca diante do momento em que Jesus visita uma pequena aldeia chamada Betânia e entra na casa de Marta e Maria. No relato, encontramos Marta afoita com os muitos afazeres e Maria sedenta, sentada aos pés do mestre, que como uma verdadeira discípula escuta atenta suas palavras.

Ao incomodo de Marta com a postura de sua irmã, Jesus adverte sobre as preocupações excessivas com os afazeres da vida cotidiana e a convida a discernir sobre o que é mais importante: se o que está estabelecido pela lei e pelas práticas culturais ou a acolhida da novidade do Reino.

Nesta passagem Marta realiza o “normal”, faz tudo o que ditam as normas de hospitalidade de seu tempo. Ela é o ícone dos que acreditam que basta cumprir a lei para a salvação e colocam um pesado julgo aos ombros dos que não a cumprem. Por outro lado, Maria também cumpre o costume da acolhida e da hospitalidade, mas de um modo diferente. Ela deixa transbordar o coração!

As atitudes das irmãs à primeira vista parecem ser opostas e se anularem, contudo, elas são complementares. Hospitalidade é também saber sentir a necessidade do outro, ser sensível à dor alheia. É ser empático! Neste tempo de pandemia tivemos a oportunidade de testemunhar muitos homens e mulheres de boa vontade que não se limitaram a cumprir a lei, mas arriscaram a própria vida para ir ao encontro das amarguras dos irmãos.

O Papa Francisco analisando a conjuntura social de nosso tempo denunciou: “o coronavírus não é a única doença a ser combatida, mas a pandemia trouxe à luz patologias sociais mais vastas. Uma delas é a visão distorcida da pessoa, um olhar que ignora a sua dignidade e a sua índole relacional. Por vezes consideramos os outros como objetos, objetos para serem usados e descartados. Na realidade, este tipo de olhar cega e fomenta uma cultura do descarte individualista e agressiva, que transforma o ser humano num bem de consumo” (Audiência geral, 12 ago. 2020).

É indiscutível a importância da lei para a sadia e frutuosa convivência da humanidade. Mas é estéril a comunidade que vive a lei pela lei, diminuindo o valor da vida e das pessoas. Aprendemos do Evangelho que a lei foi feita para o homem e não o homem para a lei (cf. Mc 2,23 – 3,6). Isto é, a lei deve ser libertadora e nunca poderá oprimir a caridade. O critério deve ser sempre o ser humano, portanto nenhuma norma que oprima, marginalize e/ou o exclua poderá ser aceita.

Duas atitudes que ferem a harmonia são a indiferença: o olhar para o outro lado; e o individualismo: o olhar somente para si, para os próprios interesses. Como pessoas que querem construir um mundo mais fraterno e justo precisamos aprender mais da hospitalidade de Cristo Mestre. A harmoniosa hospitalidade de Jesus nos ensina a olhar para os outros, para as suas necessidades, para os seus problemas, estar em comunhão. Ser empático!

Busquemos reconhecer em cada pessoa a sua dignidade humana, independente de qual seja a sua raça, língua, condição social e econômica, orientação sexual e política. A pessoa no centro, sem adjetivos ou acidentais.

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação

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Adeus

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Estou lendo o romance “Muito Além do Infinito”, obra da escritora inglesa
Jill Mansell. A história nos mostra, através de uma narrativa leve e delicada, os
diferentes processos de elaboração do luto, ao expor os sentimentos da
esposa, do pai e do amigo de Jamie, personagem falecido num acidente de
carro no início da história.
Todos nós vivenciamos o luto que pode ser breve, como se estender por
um tempo mais longo. Inclusive, cada pessoa vivencia a perda de um ente de
uma forma particular, dependendo do elo afetivo que estabelece com ele. A

Estou lendo o romance “Muito Além do Infinito”, obra da escritora inglesa
Jill Mansell. A história nos mostra, através de uma narrativa leve e delicada, os
diferentes processos de elaboração do luto, ao expor os sentimentos da
esposa, do pai e do amigo de Jamie, personagem falecido num acidente de
carro no início da história.
Todos nós vivenciamos o luto que pode ser breve, como se estender por
um tempo mais longo. Inclusive, cada pessoa vivencia a perda de um ente de
uma forma particular, dependendo do elo afetivo que estabelece com ele. A
forma como o luto se processa está relacionada com a história de vida, a
cultura e a religião.
Durante a leitura, os processos de luto dos personagens me foram
comoventes porque lembrei das pessoas que tanto amava, os meus avós e o
meu filho. Não gosto de despedidas definitivas, mesmo as que considerei
serem necessárias.
Em diversos momentos, li ou escutei que a morte é essencial porque a
eternidade nos é insuportável, apesar de falarmos comumente a expressão
“para sempre”. Foi um conceito que até hoje, inclusive aqui, nesta coluna,
esforço-me para apreender. Aliás, só podemos entender a vida e aceitarmos o
findar, através de uma compreensão lógica e simples da existência: nascer,
crescer e morrer. Somos assim, cíclicos, tal qual os sistemas solares do
universo. Não somos seres de ficção, tão poderosos ao tempo.
Entendo que tudo seja mutante, e que a proposição “na natureza nada se
cria, nada se perde, tudo se transforma”, do químico Lavoisier, guarde uma das
maiores sabedoria do planeta, onde nada se perpetua. Tudo é efêmero. Ah,
como Saint-Exupéry sabia disso ao escrever o “O Pequeno Príncipe”.
Jill Mansell, em sua obra, esforçou-se para mostrar as dores da perda e
seus modos de superação. O luto é triste. Hoje tanto se fala de angústia,
depressão, agonia, mas pouco se fala de tristeza. Nos meios virtuais de
interação, a alegria impera. A tristeza, como tudo na vida, tem começo, meio e

fim. O estar triste é saudável e faz parte do existir, desde que não seja um
estado emocional permanente. Tem força para transformar os modos de estar
e conviver. A tristeza pode ser dolorosa, mas não significa desesperança.
Durante a elaboração do luto, trazemos as pessoas que se ausentaram
em sua concreticidade real para os abstratos âmbitos da memória. A
elaboração dos sentimentos de abandono, solidão, saudade, culpa, dentre
outras sensações desagradáveis, faz-se necessária para que o enlutado
encontre formas de lidar com eles. Ninguém deleta dos seus afetos uma
pessoa que amou e partiu, mesmo que a morte não seja a causa da ausência.
A vida continua e tem que trazer bons momentos, motivações e vontade de
amanhecer para um novo dia.

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Prefeito Feliciano Costa é felicitado pelas obras

sábado, 16 de julho de 2022

Edição de 15 e 16 de julho de 1972

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Edição de 15 e 16 de julho de 1972

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Feliciano felicitado pelas obras que está realizando - Em companhia do procurador geral do Estado e do deputado líder do governador Raymundo Padilha na Assembleia, dr. Alberto Torres, o prefeito de Friburgo, Feliciano Costa percorreu os pontos pitorescos da cidade, visitando especialmente os serviços e as obras que o seu governo realiza, como o novo e monumental prédio da Faculdade de Odontologia, quatro novas escolas em construção, sendo a Regional Municipal da “Olaria do Cônego” e o local no qual surgirá o mercado municipal, foram visitados, admirando-se os visitantes pelo arrojo do chefe do Executivo, que não recebeu, até o momento, nenhuma ajuda de qualquer órgão. Vivamente impressionados com o que viram, os mencionados homens públicos manifestaram a reportagem de A VOZ DA SERRA, o entusiasmo pela obra administrativa municipal em andamento. 

Anulada a concorrência para pavimentação da Estrada Friburgo-Teresópolis - Toda Friburgo está traumatizada com a publicação, no “Diário Oficial”, da anulação da concorrência para pavimentação da Estrada Friburgo-Teresópolis, mormente por que nos círculos administrativos a notícia é a de que a mencionada obra perdeu o seu anunciado caráter prioritário. Administração municipal e classes produtoras do nosso município solicitarão audiência especial ao governador Raymundo Padilha, no sentido de apelar para que seja restabelecida a precedência na referida obra que muito representa para a economia e movimento turístico das regiões em causa.  

Vice governador do “Lions”, Elias Antonio Yunes: Acaba de ser escolhido vice governador do “Lions Clube” da região L-3, o conceituado e querido líder empresarial, Elias Antonio Yunes, real expressão no comércio e na sociedade friburguense e que vem percorrendo todos os degraus da hierarquia administrativa do clube de serviços comunitários. O novo dirigente do leonismo tem prestado relevantíssimos serviços ao movimento de assistência social da nossa cidade, notadamente no que se refere a “Casa da Criança”, da qual é um dos maiores sustentáculos. 

Autarquia de Água em franca recuperação - Agora administrada por friburguenses dedicados e capazes, a Autarquia da Água vai sendo recuperada e em breve dias estará totalmente curada da “doença” que os “estrangeiros” que a dominaram por tanto tempo, jogaram por cima do seu “organismo”. Para que o povo possa avaliar o descalabro que reinava na famigerada Amae, basta que se diga, que sua dívida para com a Companhia  de Eletricidade era superior a Cr$ 300.000 e, com o BNH - vencida e em cobrança em caráter de urgência de Cr$150.000. Convenhamos que era dose para elefantes… 

Pílulas

A persistir o panorama político atual em Friburgo, uma candidatura arenista à sucessão de Feliciano Costa terá o franco e decidido apoio do bloco que dissentiu do diretório emedebista, Basta que ela represente confiança do dito bloco. 

Segundo um tolo e ridículo vaticinador político, o bloco aludido não conta com quase nada em matéria de prestígio e votação. Os dissidentes estão ávidos para que se abram as urnas do próximo pleito. Quem viver, verá. 

E mais…

  • Friburgo, cidade universitária… 
  • Festa do Colonizador transferida para o dia 29… 
  • Louvores especiais ao prefeito e ao chefe de gabinete dr. Zanon Costa… 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Alice Marques Duarte, Thereza Cristina de Jesus e Beatriz Dutra da Costa (15); Zuleika Alves Lopes e Bernardo Braune (16); Marina Perestrello Braune, Aristides Machado e Rosemarie Kunzel (17); Paulo Fernando Costa, Consuelo Carestiato Guedes e Otto Spinelli (18); Marcos Haiut (19); Roberto Ventura El-Jaick e Elias Buaizz (20); João de Queiroz Teixeira, Tunney Kassuga, Germano Ferreira de Carvalho, Carlos Jaccoud Marchon, Marcos Bento de Mello, Janine Jordão e Marcelo Merecci (21).

Foto da galeria
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Inflação, inflação, inflação

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Chegou o momento, é hora de voltarmos a falar sobre o assunto mais relevante do contexto macroeconômico global: inflação. O problema não existe de hoje, mas é uma grande novidade para países desenvolvidos e tem tirado o sono de muito banqueiro central. Inclusive, o próprio Jerome “Jay” Powell, presidente do Federal Reserve System (Sistema de Reserva Federal) dos Estados Unidos, admitiu em entrevista o que – apesar do valor da franqueza – trouxe desconfiança a todo o mundo quando disse, em tradução livre: “penso que agora compreendemos melhor o quão pouco compreendemos sobre inflação.”

Chegou o momento, é hora de voltarmos a falar sobre o assunto mais relevante do contexto macroeconômico global: inflação. O problema não existe de hoje, mas é uma grande novidade para países desenvolvidos e tem tirado o sono de muito banqueiro central. Inclusive, o próprio Jerome “Jay” Powell, presidente do Federal Reserve System (Sistema de Reserva Federal) dos Estados Unidos, admitiu em entrevista o que – apesar do valor da franqueza – trouxe desconfiança a todo o mundo quando disse, em tradução livre: “penso que agora compreendemos melhor o quão pouco compreendemos sobre inflação.”

O risco existiu, existe, e vai se concretizar: grandes recessões ainda vêm pela frente. Quando acompanhadas, ainda, de forte inflação, se torna o que a ciência econômica chama de estagflação – estagnação econômica com relevante participação inflacionária. Mas antes de nos estendermos com previsões (e vocês sabem que previsões são imprevisíveis), precisamos voltar ao ano de 2020 para compreender o contexto responsável por nos trazer até aqui. O ano acabava de ser marcado pela crise sanitária com o surto de Covid-19 e nos primeiros meses do ano o cenário já era classificado como pandêmico. Todos precisamos tomar medidas radicais e urgentes, mas se deixamos a questão de saúde um pouco de lado, nada na história se comparou aos estímulos monetários exercidos pelos governos mundo afora. Portanto, com fortes injeções de capital e população recolhida de suas atividades, o resultado só podia ser pressão de demanda (as pessoas tinham dinheiro e queriam consumir) e choque de oferta (devido ao controle de transmissão do vírus, a cadeia produtiva estava comprometida). Ou seja, em poucas palavras: tendência inflacionária.

O resultado não foi diferente, a partir daquele momento os sinais de inflação já começavam a aparecer. De toda forma, países continuaram cortando suas taxas de juros com o objetivo de manter os estímulos ao crescimento econômico, até que outro agravante entra na história: a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Contudo, antes de prosseguirmos, vale ressaltar que a guerra veio dois anos depois da pandemia e muito podia ter sido feito durante esse período para amenizar os impactos. Enquanto o mundo esperava para ver o que podia acontecer, por exemplo, o Brasil já saiu na frente em sua postura hawkish (elevação de taxas de juros) ao passo que outros países – principalmente desenvolvidos – não quiseram seguir a mesma tendência por medo de pressionar o crescimento econômico e correr o risco de recessão. Historicamente, países emergentes têm maior desenvoltura quando o assunto é inflação e talvez seja momento de o mundo aprender um pouco com a gente. Mas o espaço é curto e precisamos voltar a falar da guerra.

Num mundo pós Covid, a guerra foi responsável por tornar mais grave a correlação entre pressão de demanda e choque de oferta. Afinal, estamos falando de países líderes de produção de grãos e combustíveis, o que provoca um resultado em cadeia dentro de um sistema de produção globalizado.

A propósito, por falar em globalização de processos de produção, há especialistas falando sobre reverter esta tendência para produções locais. Principalmente após o mundo sofrer – ainda com os tão comentados neste texto – pelos choques de oferta provocados pela política de Covid Zero adotada pela China enquanto todo o mundo retomava suas atividades; o que alavancou ainda mais a tendência de inflação global.

Contudo, é muito importante entender a relação entre as dinâmicas de produção, consumo, juros, inflação e como tudo isso interfere no seu cotidiano como cidadão. Em outro momento – com certeza – voltaremos a conversar sobre o assunto.     Até lá, espero poder ter mais novidades acerca das políticas econômicas abordadas pelos governos.

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Sem recompensa

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Maria circulava por aí. Todo santo dia, mil tarefas por fazer, atividades de não dar conta, alguma energia vital, e a vontade de fazer dar certo. Seu simples viver dentro da normalidade, a intrigava por uma razão: ela não conseguia compreender a razão de alguém sempre exigir-lhe recompensas por alguma coisa ou indagar-lhe sobre seus interesses pelos feitos. Ela sequer conseguia explicar, mas relatara o que lembrava.

Maria circulava por aí. Todo santo dia, mil tarefas por fazer, atividades de não dar conta, alguma energia vital, e a vontade de fazer dar certo. Seu simples viver dentro da normalidade, a intrigava por uma razão: ela não conseguia compreender a razão de alguém sempre exigir-lhe recompensas por alguma coisa ou indagar-lhe sobre seus interesses pelos feitos. Ela sequer conseguia explicar, mas relatara o que lembrava.

Certo dia, em seu trabalho, no executar normal de sua função, precisou se debruçar um pouco mais sobre algumas questões para entregar um resultado melhor a um cliente, cujo caso era menos rotineiro e mais complexo. O fez por dever de ofício, responsabilidade e intenção de solucionar a demanda. Ao terminar o serviço, aliviada e com sorriso no rosto, informou que tudo estava dentro da conformidade e finalizou a demanda. Eis que um colega , em sequência, indagou-lhe se aquele cliente era alguém importante a merecer tamanho empenho e exclamou que agora ele lhe devia um bom favor. Ela, que sequer havia pensado nisso, manteve-se calada e pôs-se a refletir.

Outro dia, ao se deslocar de carro, percebeu que o pneu estava furado. Encostou o veículo e em seguida, foi ajudada por uma pessoa do bairro que vinha logo atrás. Com o auxílio, sentiu-se aliviada e grata. Simpatizou-se com aquele que havia trocado seu pneu, e antes mesmo de perguntar como poderia retribuir a gentileza, ele afirmara em tom de brincadeira: “- você me deve essa, vou aparecer para cobrar.” Rindo, ela respondeu que sim. E seguiu.

Coisas assim, aconteciam todos os dias, desde gestos brandos a propostas absurdas. Existir fazendo a coisa imputada como certa já lhe colocaria em posição de credora e também de desconfiança, afinal, qual a necessidade de dedicar-se tanto sem querer nada em troca? Começou a reparar, então, como parte da sociedade se coloca, talvez de forma inconsciente, sobre um tabuleiro de jogo, em que ganhar vantagens, dever favores, passar a frente, eliminar adversários, somar pontos passa a incorporar o cotidiano. Esse jogo, Maria, simplesmente, não queria jogar.

Ela queria que sentir gratidão bastasse, que dever comprometimento fosse o necessário e conviver com cooperação, harmonia, sensibilidade e responsabilidade fosse regra e não exceção. Sentiu-se a “estranha no ninho”, o “peixe fora d´água”, o “patinho feio”. E conformou-se. E resistiu. Segue circulando por aí e esforçando-se em suas mil atividades, sem interesses escusos. Prefere um olhar grato. E lhe basta.

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A culpa ainda é das mulheres?

quinta-feira, 14 de julho de 2022

O machismo está entranhado em nossa sociedade, fato! Apesar de menos do que antigamente, mas sim, ainda hoje é muito comum ouvirmos declarações reprováveis em relação aos crimes de assédio e estupro:

 “Se estivesse em casa... a essa hora na rua, estava pedindo o quê?”; ou “se não bebesse demais...”;  e, por fim, e não menos pior, “essas roupas provocativas, instigam o homem, é hormonal”.

O machismo está entranhado em nossa sociedade, fato! Apesar de menos do que antigamente, mas sim, ainda hoje é muito comum ouvirmos declarações reprováveis em relação aos crimes de assédio e estupro:

 “Se estivesse em casa... a essa hora na rua, estava pedindo o quê?”; ou “se não bebesse demais...”;  e, por fim, e não menos pior, “essas roupas provocativas, instigam o homem, é hormonal”.

Bom, se você nunca ouviu isso sair da boca de alguém, garanto: você é um privilegiado! E se você é ou já foi responsável por falar atrocidades como essas, saiba que essas justificativas e tentativas de desculpas esfarrapadas em nada condizem com a realidade, que é muito mais sóbria e perversa. Citemos dois casos recentes como grandes exemplos.

O primeiro caso, mais recente, no dia 11 de Julho, envolve um anestesista que foi preso em flagrante pelo estupro de vulnerável de uma paciente que passava por um parto de cesárea, no Rio de Janeiro. O crime só foi descoberto porque enfermeiras desconfiaram do comportamento do rapaz em outros atos, e filmaram escondido, o ato criminoso.

Não teve hora, não teve roupa curta ou muito menos indício. Um médico, durante um dos momentos mais marcantes e emocionantes da vida de uma mulher foi flagrado com o seu órgão genital no rosto de uma paciente, desacordada, sob o efeito de anestesia. Durante um parto, desacordada, e sim, vítima de violência sexual.

Infelizmente, não é um caso isolado, nem o único, o primeiro ou o último que acontecerá por aí. Lembremos-nos de outro não tão recente, em que um ex-médico foi condenado por 52 violações e quatro tentativas contra mulheres também sedadas. Crimes como esse não têm hora, não têm lugar, não têm classe social ou, muito menos, comportamento da vítima que instigue. E por vezes, a violência não acaba no estupro.

O segundo caso, explicita isso muito bem. No dia 23 de Maio, a atriz Klara Castanho teve um episódio marcante e comovente da sua vida íntima exposta, por sites e redes de fofoca, tomados pela insensibilidade que reinou sobre a ética profissional — tanto dos jornalistas, como da equipe médica, uma das grandes responsáveis por vazarem a história.

Jornalistas acharam por bem divulgar nos sites de fofoca o fato de uma atriz, de 21 anos, ter dado à luz uma criança, que foi colocada para adoção. A publicação foi apagada logo em seguida, mas a exposição foi cruel. Klara, em suas redes, extremamente dolorida diante de toda a situação, contou a verdadeira história: Ela havia sido estuprada, tomou todas as pílulas preventivas, fez os exames, mas ainda sim, descobriu-se grávida nos estágios finais da gestação.

Então, diante de toda dor de ter vivido um estupro, escondeu-se o máximo possível, das redes, dos holofotes, até que a criança nascesse. Optou, por motivos compreensíveis, doar o recém-nascido, procedimento previsto por lei, de forma totalmente sigilosa, mesmo que ela nem tivesse sido vítima de violência sexual.

Mais uma vez, em um caso não isolado, mais uma vítima de estupro, violentada não somente pelo seu estuprador, mas também por mais quem deveria protegê-la. Nos casos acima, as equipes médicas, em outros casos, os próprios familiares.

É essencial tomarmos muito cuidado com a justificativa desses crimes e impor responsabilidades às vítimas, por conta do preconceito e do machismo. Não existe hora e nem lugar, qualquer mulher pode ser vítima desses crimes, estando de roupa curta ou desacordada na maca de um hospital em trabalho de parto. Não há como se defender, a violência é social!

E não pense que os casos de estupro têm aumentado ou têm acontecido muito nos últimos tempos. Eles são apenas o topo de um iceberg, uma pequena parcela dos crimes que aparecem e chegam até uma denúncia. A parte debaixo do iceberg, a maior, representa todos aqueles crimes ocultos, que nunca tiveram a divulgação ou mesmo, que nunca foram falados para ninguém.

E a pergunta que não quer calar: Até quando a responsabilidade de sofrer um crime sexual recairá sobre as suas vítimas?

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Perdoar: esquecer ou lembrar?

quinta-feira, 14 de julho de 2022

O conceito popular de perdão afirma que quem perdoa, esquece. Entretanto, penso que para existir perdão genuíno é preciso primeiro lembrar do que houve para depois esquecer. Como é isso? Vamos pensar.

Alguém feriu você quebrando e prejudicando o bom relacionamento que havia antes. Se já não era bom, piorou. Se você mantiver a raiva pela pessoa, será prejudicial para sua saúde, porque você terá perdido a serenidade. Se fingir que está tudo bem, não será verdade, o que também é ruim para sua saúde.

O conceito popular de perdão afirma que quem perdoa, esquece. Entretanto, penso que para existir perdão genuíno é preciso primeiro lembrar do que houve para depois esquecer. Como é isso? Vamos pensar.

Alguém feriu você quebrando e prejudicando o bom relacionamento que havia antes. Se já não era bom, piorou. Se você mantiver a raiva pela pessoa, será prejudicial para sua saúde, porque você terá perdido a serenidade. Se fingir que está tudo bem, não será verdade, o que também é ruim para sua saúde.

Uma pessoa muito dependente quando ferida pelos outros, pode fingir que está tudo bem porque sente que não pode viver sem a aprovação alheia. Então, ela pode dizer que perdoou, quando mantém a mágoa em seu interior. Joga em baixo do tapete da consciência a percepção da verdade emocional pessoal que diz: “Ainda sinto raiva do que aquela pessoa fez comigo.” Então, para perdoar, ela precisará lembrar primeiro. Lembrar o quê? Do que houve, da dor, da tristeza pelo que ocorreu ao ter sido ferida. E lembrar pode doer e muito. Mas é preciso sentir a dor original para que ela possa ir embora.

Então, quem perdoa, lembra. Lembra, vive a dor, expressa adequadamente seu pesar, chora, dorme mal algumas noites talvez, perde o apetite ou come demais por um tempo, se entristece. Isto é normal e depois passa se ela realmente perdoa.

Um extremo de conduta é ficar focado nas próprias falhas e não viver a dor causada por erros dos outros. É como atacar a si mesmo o tempo todo dizendo: “Por que não pensei antes?”, ou “Por que fui confiar tanto?”, ou “Por que não coloquei limites?”. Outro extremo é focar demais nas formas como tem sido maltratado e usá-las como desculpa para manter um comportamento ruim. Ambos extremos de conduta devido a abusos sofridos, prejudicam a recuperação emocional pessoal. O que ajuda?

“Ser perdoado pelos erros que temos cometido contra outros não nos desculpa de nossas ações nem faz nossas ações corretas. Quando perdoamos outros pelos erros que eles têm cometido contra nós, não os desculpamos pelo que eles têm feito. Simplesmente reconhecemos que temos sido feridos injustamente e entregamos o assunto a Deus.” (The Life Recovery Bible, Tyndale, p.1121).

No processo de perdão genuíno não devemos dizer à pessoa que nos feriu: “Tudo bem!  Não foi nada! Não me importo! Deixa prá lá!”. A verdade é que não está tudo bem, foi algo que machucou, importa sim, doeu. Você pode e deve falar como doeu ou ainda dói para a pessoa, se isto couber, e deixe o fazer justiça nas mãos de Deus.

Viva a dor. Fale dela com alguém confiável. E deixe-a ir embora. Daí você poderá estar pronto para perdoar. Porque ao perdoar você se livrará do fardo da ira, do ressentimento, da mágoa. Estará livre. Readquirirá a serenidade. O resto é com a pessoa e com Deus. Se você perdoar, será também perdoado. Uma vez que não somos perfeitos, todos precisamos de perdão. Será que você merece perder a paz interior por causa dos erros dos outros? Lute para perdoar e esquecer a ofensa.

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