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Salman Rushdie escapa de atentado nos EUA

quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A tentativa de assassinato da qual foi vítima Salman Rushdie (um ensaísta e autor de ficção britânico de origem muçulmana indiana) relembra aqueles que parecem esquecer que

A tentativa de assassinato da qual foi vítima Salman Rushdie (um ensaísta e autor de ficção britânico de origem muçulmana indiana) relembra aqueles que parecem esquecer que as liberdades fundamentais de uma sociedade moderna, como o criar e se exprimir, são constantemente ameaçadas mundo afora, pelas ideologias totalitárias. Aliás, Rushdie foi jurado de morte pelo, já falecido, aiatolá Khomeini, em função do seu livro Versos Satânicos, considerado ofensivo ao Islã. Não podemos nos esquecer de que as regras propagadas pelo Islã são verdadeiramente totalitárias, quando tolhem a liberdade de expressão, de se vestir, além de serem misóginas, pois colocam as mulheres num estado de inferioridade em relação aos homens, a quem devem respeito absoluto, impedidas de frequentar a universidade. Isso em pleno século 21.

Essas ideologias odiosas e desprezíveis a respeito dessas liberdades repousam sobre teorias políticas ou religiosas cuja legitimidade autoproclamada levanta perguntas. O caso de Salman Rushdie suscita a questão sobre o processo religioso e sagrado no mundo atual. Se a liberdade de consciência dá a cada um o direito de pensar o que ele quer sobre a origem do mundo e sua criação, as verdades reveladas pelas religiões não podem impor seus preceitos à sociedade como um todo. No entanto, nós constatamos depois de muitos anos que as práticas religiosas se tornam cada vez mais agressivas e autoritárias, quando não são ameaçadoras. Essa postura atenta seriamente contra os equilíbrios sutis das sociedades democráticas e instala um clima de insegurança, intimidação e de violência que não é mais aceitável.

Todo discurso crítico com relação aos dogmas religiosos, mesmo os mais leves, cai imediatamente sob o golpe das ameaças de morte e os cidadãos temendo por suas vidas, preferem renunciar a liberdade de exprimir sua discordância. Essa renúncia, em função da violência, se refere também ao mundo das artes e da criação que é mais rico que o das letras, pois lida com imagens e objetos, daí a preferência em abordar outros caminhos menos mortais. Ninguém ousaria hoje publicar “Os Versos Satânicos” em função do que aconteceu com seu autor.

Felizmente, dois dias após ser atacado com golpes de faca por um jovem americano de origem libanesa, quando dava uma conferência ao norte dos Estados Unidos, Rushdie está em fase de recuperação, mesmo se ele permanece em estado grave, de acordo com seu agente Andrew Wylie. Este afirmou ainda, num comunicado ao jornal Washington Post, que ele não está mais entubado e os ferimentos, apesar de graves, evoluem de modo favorável. Nada foi mencionado quanto a possível perda da visão num dos olhos e aos movimentos de um dos braços, cujos nervos foram atingidos pela faca.

No Brasil a postura de determinados membros do STF pode ser encarada como uma intimidação pesada quanto à liberdade de expressão. A prisão de deputados e de pessoas que se mostram contrárias aos desmandos da Suprema Corte, no famoso inquérito das fake news, nada mais é do que uma maneira pesada de calar as críticas que a sociedade faz, hoje, ao STF. É preciso que tenhamos uma atitude firme contra esses abusos da liberdade de expressão, pois essa mordaça que se tenta impor à sociedade é um ato antidemocrático por excelência. O engraçado que essas mesmas “autoridades” que tanto clamam pala democracia, são as que mais a apunhalam.

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AVS é Nova Friburgo percorrendo o mundo!

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Mais uma data festiva para se comemorar: 15 de agosto, Dia dos Solteiros. O Caderno Z nos trouxe um verdadeiro documentário para elucidar o tema. Antigamente se dizia: “Antes só do que mal acompanhado” e isso bastava para se explicar o fato de alguém viver sozinho, sem a tradicional “vida a dois”. Contudo, os tempos mudaram e “abandonar o ninho em direção à solteirice” pode ser uma escolha feliz, sem traumas ou desafetos.

Mais uma data festiva para se comemorar: 15 de agosto, Dia dos Solteiros. O Caderno Z nos trouxe um verdadeiro documentário para elucidar o tema. Antigamente se dizia: “Antes só do que mal acompanhado” e isso bastava para se explicar o fato de alguém viver sozinho, sem a tradicional “vida a dois”. Contudo, os tempos mudaram e “abandonar o ninho em direção à solteirice” pode ser uma escolha feliz, sem traumas ou desafetos. Mas “quem realmente irá entender?” O sociólogo Fred Elboni, autor de oito livros, ressalta: “A solteirice é uma fase necessária para pegarmos segurança em nós mesmos, para nos sentirmos ‘desejados’ e aprendermos coisas novas...”. As considerações de Elboni são otimistas: “Curta a solteirice, aproveite o que tem de ser aproveitado agora para depois ter a certeza de que você fez o que deveria ter feito”.

Os entendimentos colhidos por Ana Borges são boas recomendações para quem está indeciso ou prestes a tomar outros rumos e modos de existência. E Ana colabora com as reflexões: “Morar sozinho é um sonho de liberdade e independência para muitos ou simplesmente a única alternativa para outros...”. Há vantagens e inconvenientes, como tudo na vida. E destaca que “junto com a liberdade e a independência vem também o amadurecimento”. Isso porque a pessoa “ganha maturidade e um novo senso de responsabilidade, fatores relevantes em diversos aspectos da vida”.

No mais é ter “coragem e confiança para encarar a nova fase, pensando sempre na autoestima”, cuidando do corpo físico e espiritual. Sem pressa de “encontrar um par”, traçando planos porque, por mais que seja incrível, a felicidade está dentro de nós. Descobrir-se é a tomada de consciência para se ligar na aventura de viajar, como se expressou Drummond em “O Homem e as Viagens” na “dangerosíssima viagem de si a si mesmo”. O tempo de espera é sempre produtivo e cheio de possibilidades.

Na verdade, estamos no tempo das reinvenções e inovações. Mudar conceitos e reciclar tem sido a tônica de toda a espécie de sustentabilidade, inclusive, a reforma humana. Caminhamos a passos largos na reutilização de materiais recicláveis, o que levou o Ciep Professor Luiz Carlos Veronese, em Conselheiro Paulino, a receber o selo de certificação Lixo Zero, pelo reaproveitamento de mais de 90% de seus resíduos. O Projeto Lixo Zero foi implantado em 50 cieps da rede estadual. A reinvenção é geral e as empresas estão convidas a participar da 3ª edição do Prêmio Visão Consciente promovida pela Fecomércio RJ. O regulamento é abrangente e visa “reconhecer, fortalecer e motivar es empresas comprometidas com práticas inovadoras, seja “por meio da inclusão, da sustentabilidade e/ ou de ações de responsabilidade social”.

Em todos os setores, a reestruturação se faz presente. A exemplo, o Nova Friburgo Yetis, de futebol americano se reestrutura na busca de recursos para manter os altos custos do esporte. A paixão pela bola oval põe o time em campo para vender rifas com a campanha “Adote um Yet”. São 500 rifas e a sorte já está lançada. Vamos ajudar comprando tickets pela  página oficial do Instagram ou pelo contato (22) 99231-9304.

Christiane Coelho nos trouxe a emocionante reportagem “Filhos que nascem do coração”, onde conhecemos a história de luz do casal Nilson e Carla no processo de adoção do pequeno Davi. A primeira celebração do Dia dos Pais é motivo de alegria e Nelson ressalta; “Davi é tudo para mim e para a Carla... de maneira alguma a gente consegue imaginar nossa vida sem Davi... Adoção não é caridade, adoção é amor...”.

Achando que seria difícil estar entre os 100 veículos jornalísticos escolhidos para o programa GNI Local Lab Brasil, a plataforma digital de A VOZ DA SERRA foi inscrita por nossa diretora Adriana Ventura e não deu outra: mais uma conquista. O jovem site do jornal, completando seu Jubileu de Prata, é a prata da casa que leva nossa informação pelo mundo e, assim, se sobressaiu por sua eficiência. Mais um sucesso, no auge de um legado de 77 anos de existência, de amor e de credibilidade. Parabéns!

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"A Maçonaria na Praça"

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Por iniciativa da Loja Maçônica Indústria e Caridade, com participações das outras três lojas maçônicas de Nova Friburgo, Jacques de Molay (Tingly), Independência (Jardim Ouro Preto) e Professor Oscar Argollo (Olaria), acontecerá no próximo sábado, 20, a ação social "A Maçonaria na Praça", das 10h às 17h na Praça Dermeval Barbosa Moreira, marcando as comemorações pelo "Dia do Maçom" e aos "200 do Grande Oriente do Brasil".

Por iniciativa da Loja Maçônica Indústria e Caridade, com participações das outras três lojas maçônicas de Nova Friburgo, Jacques de Molay (Tingly), Independência (Jardim Ouro Preto) e Professor Oscar Argollo (Olaria), acontecerá no próximo sábado, 20, a ação social "A Maçonaria na Praça", das 10h às 17h na Praça Dermeval Barbosa Moreira, marcando as comemorações pelo "Dia do Maçom" e aos "200 do Grande Oriente do Brasil".

Este acontecimento que contará também com o apoio e a participação de diversas instituições e entidades de Nova Friburgo, oferecerá a população, gratuitamente, exames de pressão arterial, orientações jurídicas e nutricionais, cortes de cabelos e pinturas de unhas, informações para diabéticos e mulheres, brincadeiras e atrações diversas para crianças, apresentações de judô, capoeira, ginásticas e show com Brayan Ferreira (do The Voice Kids) e Trio Lumiar. Na abertura, às 10h será executado o Hino Nacional, seguido da participação do grupo da dança suíça "Swissando", apresentação coral e músicas clássicas, seguindo depois as demais atrações do evento até o final da tarde.

Além de distribuições de brindes, por volta das 17h haverá sorteios de três belos presentes - um laptop, uma bicicleta e um celular. Estarão concorrendo, quem doar pelo menos um quilo de arroz, ou feijão, ou pelo menos 250 gramas de pó de café ou ainda uma caixinha de leite, que serão para ajuda ao Lar Abrigo Amor a Jesus.

Queijos, vinhos e churrasco

Depois de um bom tempo sem ser realizada, inclusive por conta da pandemia, a 43ª edição da Festa de Queijos & Vinhos no Nova Friburgo Country Clube neste sábado, 20, terá algo a mais além das delicias e atrações do evento.

É que os friburguenses que integraram a seleção brasileira de Bolão no mundial desta modalidade esportiva em 1987 em Luxemburgo, vão se reunir festivamente no final da festa de Queijos & Vinhos para um churrasco de confraternização.

Clube com aniversário

Amanhã, 17, os membros do Rotary Clube Nova Friburgo Suspiro estarão comemorando em marcante assembleia festiva, os 15 anos de existência desta entidade de serviços.

O local da noite festiva, será no hotel Dominguez Plaza, onde tudo começou já que naquele local é que foi dada a partida, há uma década e meia, para existência do destacado Rotary Suspiro.

Sertanejo Agostino

Nos próximos dias 26, 27 e 28 a simpática localidade rural de Stucky estará esquentando o clima de Nova Friburgo com uma festa que promete ser sensacional. Trata-se do Sertanejo Agostinho, que terá entrada franca para todos que comparecerem por lá.

Além de atrações esportivas durante os dia, as noites dos dias 26 e 27 serão animadas pelos shows de Os Meninos da Pegada e o forró de Claudinei, na sexta e no sábado ; Banda LG e Herick Almeida com Vinícius Fragoso, no sábado, e no domingo, 28, Viola de Seis e Israel Lacerda, tudo com apresentação do comunicador Pedro Osmar.

Sentida perda

Para familiares e desportistas, uma notícia bem triste no último domingo, 14, Dia dos Pais: a morte de Odgir Rapizo, que marcou como atleta e dirigente do extinto Friburgo F.C., Seleção Friburguense , Roqueano e Nova Friburgo F.C., entre outros clubes e instituições.

Condolências à família e que descanse em paz, grande Rapizo.

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“Não sou obrigado a nada”

terça-feira, 16 de agosto de 2022

No universo das redes sociais pululam expressões que, sob o véu do cômico, traduzem a identidade da cultura atual, revelando os sentimentos mais sinceros do coração humano. Como num passe de mágica, alguns jargões ganham lugar nas conversações de grupos de indivíduos das mais variadas idades. Dentre tantas expressões consagradas, ouvimos, aqui e acolá alguém bradar: “Não sou obrigado a nada”.

No universo das redes sociais pululam expressões que, sob o véu do cômico, traduzem a identidade da cultura atual, revelando os sentimentos mais sinceros do coração humano. Como num passe de mágica, alguns jargões ganham lugar nas conversações de grupos de indivíduos das mais variadas idades. Dentre tantas expressões consagradas, ouvimos, aqui e acolá alguém bradar: “Não sou obrigado a nada”.

Não há quem duvide que a dita expressão é manifestação da liberdade conquistada pela pessoa, fruto de um processo de libertação de paradigmas e preconceitos que regeram a sociedade por muitos anos. De fato, a liberdade humana é um tesouro que deve ser defendido e honrado por todos nós. O Catecismo da Igreja Católica exprime o Magistério da Igreja sobre o tema com as seguintes palavras: “A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade” (§1731).

Mas ao mesmo tempo, é preciso cuidar para não deturpar o verdadeiro sentido da liberdade humana e confundi-lo com o modo libertino de viver ou com a falta de responsabilidade na preservação do bem-comum. Sobre isso, alertou o Papa Francisco: “A liberdade não é uma forma libertina de viver, segundo a carne, ou segundo o instinto, desejos individuais e impulsos egoístas; pelo contrário, a liberdade de Jesus nos leva a estar ‘ao serviço uns dos outros’ (Gl 5,13b). Em outras palavras, a verdadeira liberdade é plenamente expressa na caridade. Mais uma vez encontramo-nos perante o paradoxo do Evangelho: somos livres para servir; e não em fazer o que queremos. Encontramo-nos plenamente na medida em que nos doamos; possuímos a vida se a perdemos” (Audiência Geral, 20 out. 2021).

Ou seja, o exercício da liberdade não implica no direito de o indivíduo fazer e dizer tudo o que bem deseja. Este modo de pensar a liberdade revela o quão a humanidade está mergulhada no individualismo revelado no descaso com a luta pelo legítimo direito de todos. É bastante comum perceber que as condições de ordem econômica e social, política e cultural, requeridas para um justo exercício da liberdade, são com demasiada frequência desprezadas e violadas. Atitudes como estas abalam a vida moral e induzem tanto os fracos como os fortes na tentação de pecar contra a caridade. O que não se percebe é que na prática do falso sentido de liberdade o homem faz-se escravo de si mesmo quebrando os laços de fraternidade (cf. CIC 1740).

Assim, a expressão mencionada possui duas vertentes interpretativas bastante distintas uma da outra. Uma que defende a dignidade e a liberdade humana, construindo uma cultura totalmente emancipada dos preconceitos e paradigmas massacrantes da essência pessoal; e outra, que é manifestação de uma ideologia individualista que favorece a desigualdade social. Seja livre para fazer o mundo livre!

Padre Aurecir Martins de Melo Junior é assessor diocesano da Pastoral da Comunicação

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Cambiantes

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Ah! começar!, passamos a vida trilhando caminhos, inclusive o acordar é
um recomeço. A partir dos 25 anos as rugas contam a história de cada um dos
processos pelos quais iniciamos as conquistas que constituem nossa
existência. Quero dizer que começamos para promover o acontecer da vida de
acordo com necessidades, projetos e imponderabilidades. Não começamos
apenas por começar.

***

Ah! começar!, passamos a vida trilhando caminhos, inclusive o acordar é
um recomeço. A partir dos 25 anos as rugas contam a história de cada um dos
processos pelos quais iniciamos as conquistas que constituem nossa
existência. Quero dizer que começamos para promover o acontecer da vida de
acordo com necessidades, projetos e imponderabilidades. Não começamos
apenas por começar.

***

Sempre gostei de escrever. Quando criança, experimentava palavras
através dos desenhos coloridos que fazia, nos quais expressava sonhos,
medos e sentimentos. Quando jovem fui transportando para os diários e
poesias o que mostrava nos desenhos. Já adulta passei a fazer resumo do que
pesquisava, uma vez que gostava de estudar para entender o viver e
interpretar minha incompreensível sensibilidade.
Mas só quando eu estava perto dos cinquenta fui pega de jeito pela
literatura e comecei a fazer adaptações em dramaturgia. E amei. Amei
transportar para o palco minhas palavras. Aí, vislumbrei a vontade de ser
escritora, um dos maiores desafios que enfrentei. Naquela época arrisquei a
fazer do uso da palavra escrita para expressar meus sentimentos através de
textos, materializando-os em ensaios, crônicas ou contos.
Foi um aprendizado complexo, longo, e até me arrisco a dizer que vai
perdurar por toda a vida. Inicialmente, cometi o erro dos inocentes: escrever é
moleza. Porém quando senti na brancura do papel a incapacidade dos
iniciantes, percebi a grandeza dos mestres na medida em que me ensinaram a
humildade de ser aprendiz. Tive e ainda tenho professores. Não me acanho
dizer que meus textos precisam ser revisados e uma folha em branco me é um
desafio sofrido.
Aprendi que a filosofia é essencial a quem escreve porque é a ciência das
ciências ao se constituir a base do pensamento e da pesquisa pelo seu rigor
investigativo e narrativo. Max Weber, sociólogo, jurista e economista alemão,
descreveu a ideia de que a realidade pode ser tomada a partir de inúmeros

pontos de vista, além do que se transforma a todo o instante. Enfim, o escritor
tem diante da vida uma fonte inesgotável de ideias, contudo precisa saber
pinçá-las para não jogar o anzol e pescar sapatos usados.
Cada texto que escrevo é um começo inédito em que percorro caminhos
desconhecidos. A cada processo de elaboração textual preciso definir minhas
intenções e quais as direções devo seguir. Sempre tenho a possibilidade de
abordar o mesmo tema, porém o ponto de vista tem de ser diferente dos
anteriores que escrevi.
Também descobri nas oficinas, que tenho feito ao longo de mais de vinte
anos, que as mesmas palavras de numa crônica posso usar num conto ou
mesmo numa ata de reunião de condomínio. De texto em texto fui
experimentando, quase brincando com as suas possibilidades, e descobri a
versatilidade que elas têm.
Sorrateiro?!, o escritor jamais deve sê-lo. Decididamente não pode ser
uma pessoa que vive nas caladas das sombras, guarda seus sentimentos em
potes fechados e que se disfarça em uma pessoa que não é.
Como estou mergulhada em um eterno estado de incompletude, os textos
me transformam na medida em que modifico uma página em branco por
palavras genuínas que desvelam meus sentimentos face da realidade mutante.
Ultimamente tenho apreciado a ideia de ser furta-cor, pessoa cambiante e
de tonalidade variada conforme a luz que a ilumina. Será esse mais um
começo?

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Ariosto Bento de Mello será candidato a prefeito pela Arena

sábado, 13 de agosto de 2022

Edição de 12 e 13 de agosto de 1972

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Edição de 12 e 13 de agosto de 1972

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes

Em tempo de Ariosto - Neste 19 de agosto de 1972, a convenção municipal da Arena, vai homologar o nome do engenheiro Ariosto Bento de Mello para candidato a prefeito de Nova Friburgo no pleito de 15 de novembro, ocasião em que também serão oficializadas as candidaturas de vice-prefeito e de vereadores do mesmo partido. A reunião do poder supremo arenista terá caráter festivo, devendo comparecer líderes da maior expressão política nas esferas federais e estaduais, bem como várias representações municipais.

Waldir Costa e as estradas de comunicação de Friburgo - O deputado Waldir Costa, da tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, não perde nenhuma oportunidade de defender os interesses da terra friburguense que tão bem representa naquela casa. Ainda agora, chegou-nos às mãos um exemplar do Diário Oficial fluminense, no qual um energético pronunciamento foi feito pelo “Bisturi de Ouro” a respeito das conhecidas e proclamadas  deficiências de trechos das que nos comunicam com Niterói e a Guanabara. A palavra sensata, oportuna e forte do dr. Waldir Costa, está nos anais da dita assembleia, como a ferretear os responsáveis pelo estado de abandono em vários pontos de estradas de acesso a uma cidade da importância da nossa, e, o que é também importante, de uma cidade catalogada como de veraneio e de turismo. 

Lions: Governador do Distrito L-3 em Friburgo - Em visita oficial, esteve em nossa cidade o ilustre governador do distrito L-3, do Lions Clube, dr. Alberto Guerchon, uma das principais personalidades do leonismo brasileiro e figura de real projeção na sociedade niteroiense. Em jantar festivo, que contou com a presença do que a nossa terra tem de mais representativo, o governador Guerchon discursou, trazendo com sua palavra fluente e sobretudo experimentada capacidade, verdadeiramente dominada a enorme assistência. 

Semana do Exército: concurso de vitrinas - Com o intuito de cultuar tradições militares e aumentar o ambiente de civismo no ensejo das comemorações da Semana do Exército, o Tiro de Guerra local, como vem fazendo há alguns anos, está promovendo um concurso de vitrinas, com realização no corrente mês. O quadro a ser apresentado nas vitrinas concorrentes deverá focalizar atividades ou fatos históricos do Exército brasileiro. 

Pílulas

Já "funcionando" como candidato, o engenheiro Ariosto Bento de Mello ultrapassou mais uma semana. Desvaneceram-se, assim, as esperanças da moçada, quanto a uma recusa por parte do mencionado homem público de concorrer na legenda de prefeito pela Arena. Estávamos, portanto, com toda a razão quando afirmavamos que o dr. Ariosto não tinha qualquer alternativa. E não teve… 

A sucessão municipal está entrando no ritmo dos grandes acontecimentos.

Com a movimentação dos partidos, claro que o eleitorado vem sendo motivado para o embate das urnas e quem diz que a vibração do povo está diminuindo, não sabe nadinha de nada...Eleição é como qualquer disputa; iniciado a pugna, a coisa vai esquentando, esquentando, e se não houver válvulas de escape, a explosão é certa, semelhantemente às grandes cargas de dinamite. 

E mais…

  • Vital Brasil: A melhor vacina anti rábica… 
  • Comércio de publicidade… 
  • A partir de setembro, uma grande obra por semana será inaugurada pelo prefeito… 

Sociais

A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Bernardino Vieira Gomes e Rostaia Pinto de Faria (13); Ricardo Roberto Alves (14); José Antonio Teixeira (15); Esmeralda Campanário, Eliana Lúcia Yunes, Paulo César Teixeira e Ondina Barbosa Azevedo (16); Dorotéia Queiroz Teixeira e Ana Márcia Fernandes Garcia (17); João Maria Braune e Victorino Araújo de Barros (18).

Foto da galeria
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Nem tão mais do mesmo

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Dessa vez já não é tão mais do mesmo. Na última semana passamos por mais uma reunião do Copom e, sem nenhuma surpresa, outro aumento da taxa de juros. Foi o 12º reajuste consecutivo e há algum tempo venho dizendo que estamos vivendo mais do mesmo. Então por que será que desta vez é diferente? IPCA artificialmente deflacionário em - 0,68% no mês de julho. Isso faz ser diferente.

Dessa vez já não é tão mais do mesmo. Na última semana passamos por mais uma reunião do Copom e, sem nenhuma surpresa, outro aumento da taxa de juros. Foi o 12º reajuste consecutivo e há algum tempo venho dizendo que estamos vivendo mais do mesmo. Então por que será que desta vez é diferente? IPCA artificialmente deflacionário em - 0,68% no mês de julho. Isso faz ser diferente.

Voltando um pouco aos nossos últimos assuntos, vamos relembrar o maior risco econômico global para os próximos anos: estagflação. Para quem não sabe, a união de contextos econômicos com inflação e recessão financeira simultaneamente. Era sobre este cenário que embasamos todos os nossos últimos assuntos abordados neste espaço. O que não podíamos prever nos últimos meses eram os ajustes tributários sobre combustíveis e os impactos provocados pela medida política. Bom, o resultado? Mais uma vez, deflação.

Contudo, um cenário deflacionário artificial. Repare, vez ou outra é normal nos depararmos com o índice IPCA em patamares negativos; faz parte de uma tendência inflacionária (e falo pela nossa realidade emergente e não de país desenvolvido) a economia encontrar assimetrias de oferta e demanda e fechar o mês com resultados negativos do índice. Mas dessa vez não teve a ver apenas com consumo ou produção, a medida tomada pelo governo nacional impactou diretamente as métricas inflacionárias.

Entretanto, como não estamos aqui para discutir políticas públicas – e nem é o intuito desta coluna –, é hora de avaliarmos os impactos diretos sobre a população. Na verdade, mais objetivamente aos investimentos desta. Afinal, até os investidores mais conservadores podem sentir os impactos deste resultado.

Costumo falar muito das possibilidades de investimentos em renda fixa e como você deve adaptar seu planejamento aos diferentes momentos econômicos a fim de alcançar os melhores resultados para suas estratégias. Portanto mantenha-se sempre atento e disposto a estudar.

Nas últimas semanas, muitos investidores “caíram na furada” de títulos de curto prazo com potencial de lucratividade aparentemente exorbitante. Um exemplo do que estava por vir. Com a projeção de IPCA negativo, títulos atrelados ao índice como o NTN-B (Tesouro IPCA+), podem ter sido veículo de perdas financeiras caso o prazo não ultrapassasse uma estimativa de dois meses de duração. Títulos bancários como CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo, por terem a exigência de prazos mínimos de um ano de duração acabam sendo mais seguros e capazes – de fato – de garantir a rentabilidade real do seu investimento. Afinal, deflação no Brasil em um mês ou outro pode até acontecer, mas ao longo de 12 meses do ano é, ainda, inimaginável.

Voltando aos impactos nos seus investimentos (caso não tenha caído em nenhuma pegadinha), é importante passar aqui para lhe tranquilizar sobre todo o seu patrimônio atrelado a índices de inflação. Em meses deflacionários, o valor apresentado na sua corretora pode até ter ajustes negativos, mas ao longo do tempo é a melhor forma de garantir a proteção do seu poder de compra.

Renda fixa também varia e é importante ter consciência das movimentações econômicas. Portanto, siga firme em seu planejamento e tome melhores decisões a cada dia. O futuro te reserva bons resultados.

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Poder do não

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Ela se doía ao ter que dizer um “não”. Sofria a ponto de não conseguir fazê-lo. Era muito para ela. Atravessar essa barreira quase intransponível entre ceder e selecionar era uma grandiosa missão. Para o mundo, “sim”. Para os outros, “sim”. Para ela, só o que sobrava dela mesma. Quase nada.

Ela se doía ao ter que dizer um “não”. Sofria a ponto de não conseguir fazê-lo. Era muito para ela. Atravessar essa barreira quase intransponível entre ceder e selecionar era uma grandiosa missão. Para o mundo, “sim”. Para os outros, “sim”. Para ela, só o que sobrava dela mesma. Quase nada.

Não tinha tempo. Não tinha energia. Não se satisfazia com suas escolhas. Para cada tarefa nova assumida, era um sonoro “não” que intimamente ouvia e que apenas ela sabia. E então se perguntava se seria uma patologia não conseguir negar um pedido de alguém. Sentia-se incapaz de recusar alguma situação, de esquivar-se de fazer algo quando ia além de seu propósito, de sua capacidade e de sua energia. Não sabia andar até o limite do alcance de suas próprias pernas. Quem sofre por não saber dizer “não”, sabe o peso gerado pelo acúmulo de afazeres assumidos.

Ela era assim. E já esclareço aos leitores que ainda que eu me identifique em parte com ela, não sou o eu lírico desse texto. Nela represento todos aqueles que estão sobrecarregados justamente por não conseguirem respeitar seus limites e assumirem menos do que o mundo exterior demanda deles. Desde as pequenas coisas às grandiosas. Desde futilidades às funções elementares.

Um dia, a vida – a mais sábia dos sábios, cuidou de ensinar à menina que para cada “não” sentenciado, abria a porta para inúmeros “sim”. E descobriu que sim, a vida é feita de escolhas sob muitos aspectos, e que ela deveria aprender a escolher, a aprender a impor limites, a respeitar sua própria capacidade (inclusive de discernir o que deve e o que não deve, o que pode e o que não pode, o que quer e o que não quer).

Resolveu então investir no seu autoconhecimento e refletir sobre o que deveria fazer por obrigação de trabalho. O que deveria fazer por amor. O que deveria fazer por missão de civilidade. O que fazer por prazer. Ou por necessidade. Ou pelo querer. E o que era excesso. Separou o joio do trigo. Concluiu que muito do que fazia era excessivamente oneroso para sua vida e sua própria saúde.

Desde a concepção de que dizer não para alguém ou para alguma situação não faria com que fosse menos amada ou querida, foi assimilando que seria capaz de assumir o que fosse suficiente e não o que não conseguisse escapar por dizer “sim” para tudo. Saber se impor dentro dos seus critérios de ética e utilidade foi um processo de superação de valor inestimável.

Só quem tem esse perfil de querer dizer “sim” para tudo e todos talvez entenda o sofrimento que pode existir por trás dessa característica. A sobrecarga, o peso, o arrependimento, a culpa pela imperfeição, o acúmulo de tarefas, a falta de tempo são consequências dessa incapacidade de delimitar limites, e aqui me permito a redundância das palavras.

Ao aprender, finalmente, a dizer necessários “nãos” para certas coisas, ela conseguiu se cuidar mais, amar mais seu ofício, destinar mais tempo à sua família, fazer suas tarefas com mais paz e a viver com maior qualidade de vida. Ela entendeu que dizendo “não” aos excessos de tudo e às demandas externas infinitas, estaria na verdade escolhendo dizer “sim” para si mesma.

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Alta temporada nos programas de trainees

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Ainda que a taxa de desemprego tenha se mantido em níveis altos nos últimos anos, ao que tudo indica, a economia tem voltado a se aquecer aos poucos e esfria o cenário de melancolia que assolava grande parte dos brasileiros. Mas é claro, que nem tudo são rosas e todo cabo de guerra tem seu lado mais fraco.

Ainda que a taxa de desemprego tenha se mantido em níveis altos nos últimos anos, ao que tudo indica, a economia tem voltado a se aquecer aos poucos e esfria o cenário de melancolia que assolava grande parte dos brasileiros. Mas é claro, que nem tudo são rosas e todo cabo de guerra tem seu lado mais fraco.

Hoje, ainda que o grau de empregados aumente no Brasil, o mercado de trabalho ainda persiste em não ceder tantas oportunidades para a juventude que tenta conseguir as suas primeiras oportunidades. Não há dúvidas e os dados são claros: os jovens constituem um dos grupos mais vulneráveis do país.

Para a taxa média de 10% que atinge o desemprego nacional, para os jovens entre 18-24 anos, essa média chega a 27%. Dentre os desocupados, 32% da parcela total. Do montante de subutilizados – os que estão desempregados, trabalham poucas horas ou até desistiram de correr atrás – 42% são parte da juventude.

Muitos fatores ainda dificultam a entrada dos jovens no mercado de trabalho e o principal é a falta de experiência profissional. Afinal, sejamos francos, por que o empregador deixaria de contratar alguém com anos de mercado para contratar alguém que terá que ensinar? Pois bem. Na contramão desse raciocínio, novas oportunidades têm aparecido em grandes empresas.

O que é um trainee

Como o nome sugere, trainee são profissionais em início de carreira que estão num verdadeiro treinamento numa empresa. Geralmente, jovens prestes a se formar ou no máximo com dois anos após a conclusão do curso. Eles são contratados através de programas especiais que buscam encontrar bons profissionais com o objetivo de lapidá-lo, fazê-lo crescer e se desenvolver dentro da empresa.

A ideia do projeto é que com o tempo, esse jovem deixe a função de trainee e assuma cargos de relevância dentro das grandes corporações. Os programas trainee têm sido, nos últimos tempos, a porta de entrada para grande parte das multinacionais da atualidade e os que apresentarem melhores resultados, permanecem. Mas, logo adianto, participar desses programas não é uma tarefa nada fácil.

Inicialmente, os altos salários para o “primeiro” emprego são atrativos e a concorrência é gigantesca. Em um conhecido programa de trainee, com um salário de R$ 7 mil, de uma famosa rede corporativa de bancos, dos 85 mil candidatos apenas 55 foram aprovados e efetivados. Além de uma formação – geralmente em curso superior – o currículo educacional pesa como um diferencial, por isso, caso vá participar, o importante é se preparar com bastante antecedência.

Ana Carolina Petribú, ex-trainee e hoje, coordenadora de canais digitais do Banco Itaú, explica que na época, recém-formada no curso de Engenharia Civil, focou nas empresas que mais se inspirava e que a notícia da aprovação no processo seletivo foi motivo de grande felicidade. Explana também que a trilha da carreira de trainee é um pouco diferente da trilha de carreira de alguém que venha do mercado de trabalho, porque contém alguns treinamentos específicos.

“Normalmente os processos de trainee são muito longos e com pouquíssimas vagas. E isso é proposital. As empresas prezam por selecionar perfis específicos, em especial, os de liderança, para trabalhar em instituições. Hoje, a minha recomendação para quem quer tentar um programa de trainee é: foco, estar atualizado sobre a empresa e sobre o mundo e acima de tudo, ter bem definido os seus objetivos profissionais”, explica Ana Carolina.

Época aquecida

Começou agora, na segunda metade do ano, a alta temporada de seleção para trainees. Em geral, os processos seletivos costumam durar de três a quatro meses, com previsão para início das atividades previstas para o mesmo ano ou em janeiro do ano seguinte, dependendo da vaga. A remuneração média é entre R$ 3 mil e R$ 8 mil por mês.

Um grande diferencial para sua possível aprovação está no seu currículo, afinal, é a sua apresentação no meio de milhares de pessoas. E se você ainda não fez um Linkedin – rede social profissional usada para o meio corporativo – hora de correr atrás e caprichar, mas vamos combinar uma coisa de antemão: sem mentir nas qualificações.

Alguns programas determinam que você faça o trabalho presencial, então, pode ser que você tenha que arrumar as malas caso passe para algum deles. Em contrapartida, oferecem benefícios como: vale alimentação, vale refeição, plano de saúde, pós-graduação, assistência dentística e outros mais, a depender de cada empresa. A expectativa é que 200 empresas lancem programas com novidades nos processos seletivos; no ano passado, foram 184 companhias.

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Suas emoções e sua saúde física

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A revista Newsweek, de 3 de outubro de 2005, publicou uma matéria de capa abordando o tema: doenças cardíacas e emoções. Mostrou que dieta e exercícios não são o segredo único e completo para a saúde cardiovascular. Muitas evidências em estudos científicos sugerem que o aspecto psicológico exerce influência importante nesta questão.

A revista Newsweek, de 3 de outubro de 2005, publicou uma matéria de capa abordando o tema: doenças cardíacas e emoções. Mostrou que dieta e exercícios não são o segredo único e completo para a saúde cardiovascular. Muitas evidências em estudos científicos sugerem que o aspecto psicológico exerce influência importante nesta questão.

Em janeiro de 1994, às 16h30 houve um terremoto perto de Los Angeles. Dentro de uma hora, após o terremoto, e pelo resto daquele dia, o pessoal médico procurou ajudar pessoas aglomeradas ou bloqueadas dentro de edifícios que estavam assustadíssimas. Também houve uma onda de ataques cardíacos dentre as pessoas que haviam sobrevivido ilesas ao tremor.

Nos meses seguintes ao terremoto, pesquisas em duas universidades examinaram relatórios médicos do Condado de Los Angeles, encontrando incrível aumento de mortes cardíacas que pularam de 15.6 (média diária), para 51 no dia do terremoto!

A maioria destas pessoas que tiveram o ataque cardíaco tinha história de doença coronária ou fatores de risco tais como alta pressão arterial. Mas os que morreram não estiveram envolvidos em esforços de resgate e nem haviam estado sob escombros. Por que eles morreram? Um artigo na revista científica The New England Journal of Medicine explica que “o estresse emocional pode precipitar eventos cardíacos nas pessoas que são predispostas para os mesmos.” (Newsweek, p.50, Oct 3, 2005). Aquelas pessoas estavam extremamente assustadas!

Edward Suarez, professor associado de psiquiatria e comportamento humano da Duke University encontrou que 50% das pessoas que têm ataque cardíaco não têm alto colesterol. O risco de fatores sociais e psicológicos são tão grandes como a obesidade, o tabagismo e a hipertensão arterial para produzir ataques cardíacos. Pessoas com alto escore de testes que medem níveis de raiva, hostilidade ou depressão têm níveis duas vezes mais alto de proteína-C-Reativa, que é um marcador inflamatório correlacionado com risco cardiovascular.

Debra Moser, professora de enfermagem da University of Kentucky em Lexington apresentou no Congresso da Associação Americana de Cardiologia em 2004 o resultado de uma pesquisa envolvendo 536 pacientes que tiveram ataques cardíacos. Ela mediu níveis de ansiedade com teste psicológico de múltipla-escolha, verificando se as pessoas tinham ou não posteriores complicações como um segundo ataque cardíaco enquanto estavam no hospital. As que tiveram o mais alto nível de ansiedade medido nos testes foram quatro vezes mais propensas a sofrer complicações do que as com níveis baixos. 

Por outro lado, emoções positivas têm um papel importante para nossa saúde. Karen Matthews, da University of Pittsburgh, observou 209 mulheres com pós-menopausa saudável durante três anos. Ela encontrou que as mais otimistas tinham menos espessamento em suas artérias carótidas (que levam sangue para o cérebro). O resultado foi de 1% nas otimistas para 6.5% nas pessimistas.   

Dr. Dean Ornish, da California University em São Francisco, recomenda que as pessoas melhorem o relacionamento afetivo com os outros, busquem ser mais abertas, evitem solidão e isolamento social, manifestem compaixão, perdoem, exerçam altruísmo, serviço voluntário para a comunidade, procurem um grupo de apoio emocional se necessário, desenvolvam sua espiritualidade. Pessoas após um ataque cardíaco têm risco de morrer dentro de seis meses quatro vezes mais se permanecerem sozinhas e deprimidas, segundo Ornish. Na Yale University homens e mulheres que se sentiam mais amados e apoiados tiveram menos bloqueio em suas artérias coronárias._______

Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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