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Dançar como a minha música

sábado, 20 de novembro de 2021

Que o corpo possa seguir as notas da música e cada célula possa escapulir nos falsetes que o artista faz. No envolvimento entre o físico e o sobrenatural, que a voz encontre mais do que os instrumentos, mas o paralelo entre existir e ser feliz. Pudera serem pleonasmo: existência e felicidade. Abundância que não tira do outro, mas se multiplica.    

Que o corpo possa seguir as notas da música e cada célula possa escapulir nos falsetes que o artista faz. No envolvimento entre o físico e o sobrenatural, que a voz encontre mais do que os instrumentos, mas o paralelo entre existir e ser feliz. Pudera serem pleonasmo: existência e felicidade. Abundância que não tira do outro, mas se multiplica.    

Seria devaneio acreditar que se pode dançar como a sua própria música? Deslizar por suas notas no passo a passo do cotidiano? Reverberar ainda mais em seus ecos e, de repente, tocar? O outro, o tempo, a si. Será a nossa música mesmo tão exclusiva? Será possível dançar como a sua música dança? Terá toda música – dança?

Quero e preciso. Deixar a voz levar e a música conduzir o corpo, quiçá a alma. Ser compositor de meus próprios versos, mas também pegar emprestadas as rimas de quem me olha com brilho nos olhos e de quem quero conceder meu sorriso fácil, minhas lágrimas incontidas, minha emoção inexplicada. Inspiração. Posso ir além. E pegar para nós os presentes geniais de Belchior.       

Não é teimosia tola querer novos vícios para além de cantar Tim Maia quando ébrio. A coleção da irresponsável alegria é a melhor de se ter fora da prateleira. Livros e discos não merecem poeira, tampouco o destino de serem mera decoração. Alegria não é troféu dentro de uma redoma de vidro. Alegria é esse instante agora que se consome enquanto a agulha desliza por cada faixa do vinil. O presente tem sido nostálgico, talvez para impressionar e pressionar por um futuro melhor.      

Não verei Belchior cantar na minha frente. Tampouco terei a experiência de comprar ingresso para o show do Tim Maia na incerteza de que terá ou não o Tim no palco. Mas suas músicas seguem a acompanhar os dias para além de hologramas. Seguem em suas próprias vozes, nas vozes de outros, nas nossas próprias vozes. Quando muito felizes ou quando tristes. Música imortaliza e se renova, mesmo igual, em novas reflexões.

Compor é dar ritmo à poesia – tom. É entrega e revelação. É se despir sem ter vergonha dos mamilos, membro, pelos e mais profundo que toda carne e ossos, atingir o invisível que causa o arrepio. Muito mais do que colocar sílabas e versos em organização. Se dançarino de suas letras – comoção. No seu tempo e para seu tempo, ainda que se estenda para outros tempos em existências alheias.

Compor, cantar, ouvir, dançar. Diz muito sobre cada um de nós, sobre cada um de nossos momentos. E é bom deixar em aberto definições, pois definir é raso demais para verbos tão íntimos do existir.               

Por vezes, sou uma América Central num corpo só. Ou seria Humaitá, onde todos os caminhos se encontram? O drama me teme. Mas só peço para dançar como as minhas muitas músicas. O momento de cada uma delas eu escolho e deixo o mundo também decidir. Porém, às vezes coloco o fone e não ouço mais nada em volta. E sei que nada disso é exclusivo para mim ou a mim.    

Compositor, cantor, dançarino e plateia. Pode se querer ser tudo ao mesmo tempo, mais do que estar em dois lugares no mesmo instante. Ser tudo ao mesmo tempo, afinal, é bem mais possível do que estar em dois lugares ao mesmo instante. Se não fosse a música... O impossível não seria tão atrativo - possível.    

 

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Aprovada a construção do “Mercado do Produtor”

sábado, 20 de novembro de 2021

Edição de 20 e 21 de novembro de 1971
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

Edição de 20 e 21 de novembro de 1971
Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes:

  • Aprovada a concorrência pública da Construção do “Mercado do Produtor”: Quase 600 milhões de cruzeiros antigos. A proposta foi aceita e firmada pelo construtor Hugo Motroni, para o mecado. O prefeito Feliciano Costa assinará o contrato nos próximos dias. 
  • Posse do professor Amaury Pereira Muniz: Sob a presidência do filólogo e acadêmico João Baptista de Moraes e com a presença de autoridades federais, estaduais e municipais, além do grande número de pessoas da mais alta expressão cultural e social, a Academia Friburguense de Letras se reuniu em sessão solene no salão do nosso Legislativo para dar posse ao novel acadêmico Amaury Pereira Muniz, que ocupa a cadeira nº 26, patrocinada por José Veríssimo. 
  • Aniversário de Nelson Kemp: A imprensa friburguense estará em festa neste 21 de novembro com os 87 anos do admirado Nelson Kemp, presença marcante nas redações e oficinas de jornais e revistas. Homem de vida pública e jornalística cheias de percalços, Kemp cumpriu trajetórias das mais ativas, apaixonantes e às vezes perigosas, dado que em todos os tempos o direito da força sobrepairou desgraçadamente, para vencer a força do direito, como infelicidade dos povos e vergonha das nações.   
  • A Campesina desfilou - Troca de gentilezas: A centenária Campesina, num gesto de rara elegância após desfilar pela cidade no dia 15 de novembro, foi incorporada à sede da sua irmã Euterpe, saudando-a pela inauguração do novo uniforme. Às 13h, a Euterpe, também incorporada, retribuiu a visita, indo à sede da Campesina, na qual recebeu acolhida carinhosa. Ainda no dia 15, a Banda Sinfônica da Polícia Militar do Estado do Rio realizou concerto na Praça Marcílio Dias, prestigiando a festa organizada pela Campesina. Como se vê, abundaram os gestos de simpatia e gentilezas. 

Pílulas:

  • O nosso companheiro de jornal, dr. Augusto Cláudio Ferreira foi eleito membro efetivo do Conselho Superior de Elos Internacional da Comunidade Lusíada, em convenção realizada na África Portuguesa. Realmente uma grande honraria para o Vovô Claudicante e para todos nós. E como diz o Chacrinha: “Palmas que ele merece”. 
  • Sem qualquer nota a ser destacada, encerrou-se o prazo para novas inscrições partidárias. Inexpressivas defecções, muitíssimo mais inexpressivas ainda as conquistas… Parecia até que os “passes” estavam muito além da capacidade aquisitiva. Ou então os clubes não estavam a merecer a garantia exigida pelos craques… A grande verdade é que as “chaves” não funcionaram convenientemente. 
  • As agremiações políticas entram agora em fase de movimentação. É chegada a hora em que os dirigentes partidários têm que dar muito “duro” para, a tempo e hora, cumprir a complicada e exigentissima lei eleitoral. Para tudo existe prazo certo, prazos fatais, negócio cheinho de parágrafos, alíneas, decisórios, interpretações e o que é pior: os órgãos fiscais da lei eleitoral, via de regra, não facilitam nada, agindo em tudo por tudo com o máximo de exigências. Em Friburgo, felizmente tudo corre ótimamente, já que um juiz “fora de série” comanda o assunto eleitoral. 

E MAIS: 

  • Prefeito de Cachoeiras de Macacu, Ary Coelho Freitas, ingressa na Arena
  • Mobral entrega certificados de alfabetização para primeira turma de Friburgo
  • Supermercado Ensa faz festa pelos seus 4 anos na cidade 
  • Grandes iniciativas do Country Clube ficam no escondidinho


Sociais:

  • A VOZ DA SERRA registra os aniversários de: Nelson Kemp e Maria Cristina Azevedo (21); Sérgio Miranda e Alzira Vargas (22); Oswaldo Carpenter, Nelly Monteiro Kappel e Regina Célia Tufick (23); Olinda Vasconcellos e Ricardo José de Oliveira (24); Paulo Folly (26); Adriana Ventura e Esther Pecly Ventura (27). 

 

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5G em Nova Friburgo

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

5G em Nova Friburgo
Nova Friburgo será um dos primeiros municípios fluminenses a contar com a tecnologia 5G. Após o leilão ocorrido no início do mês, ficou estipulado pela Anatel que o cronograma de implantação começará pelas capitais e o Distrito Federal e em seguida virão as cidades que primeiro atualizaram sua legislação. Segundo levantamento feito pela Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio, 14 municípios já estão com legislação vigente e sairão na frente.

5G em Nova Friburgo
Nova Friburgo será um dos primeiros municípios fluminenses a contar com a tecnologia 5G. Após o leilão ocorrido no início do mês, ficou estipulado pela Anatel que o cronograma de implantação começará pelas capitais e o Distrito Federal e em seguida virão as cidades que primeiro atualizaram sua legislação. Segundo levantamento feito pela Firjan, a Federação das Indústrias do Estado do Rio, 14 municípios já estão com legislação vigente e sairão na frente.

Uma das primeiras
Além da capital e de Nova Friburgo estão aptos a ter o 5G: Petrópolis, Itaocara, São Sebastião do Alto, Cachoeiras de Macacu, São João da Barra, Campos dos Goytacazes, Cardoso Moreira, Itaperuna, Rio das Flores, Volta Redonda, Valença e Duas Barras. A previsão, no entanto, é que o 5G só chegue em Nova Friburgo em meados de 2024. As capitais devem contar com a tecnologia já no ano que vem.

Menos avançados
Outros municípios do Estado do Rio ainda estão com as legislações para implantação do 5G em tramitação, entre os quais Teresópolis. Outros, sequer começaram. Especialistas acreditam que o 5G representa uma revolução, pois pode comportar centenas de dispositivos conectados ao mesmo tempo, bem como pode atingir até 100 gigabytes por segundo – 100 vezes mais do que o 4G, tornando a nova tecnologia capaz até de concorrer com a banda larga.

Maior número de antenas
No entanto, o 5G exige de cinco a dez vezes mais antenas do que o 4G, que também será ampliado a partir do leilão. Os novos equipamentos são menores, silenciosos e ocuparão espaços mais comuns, como postes de iluminação, sinais de trânsito, fachadas e telhados de prédios públicos – motivo pelo qual é necessária uma lei específica.

Metas
A expectativa é de que até 2028, o 5G esteja instalado em todas as cidades brasileiras com até 30 mil habitantes. A meta é que 95% do território nacional conte com a tecnologia até 2035. A previsão é que o 5G movimente cerca de R$ 50 bilhões em investimentos, pois para implementar a tecnologia, é necessário aumento expressivo no número de antenas. Na próxima segunda-feira, 22, às 10h, a Firjan promoverá um evento online para as indústrias, onde tratará das oportunidades que a nova tecnologia traz.

Fim da obrigação de máscaras?
Após quase um mês o Governo do Estado do Rio de Janeiro deliberar para que os municípios decidam sobre a desobrigação do uso de máscara em espaços abertos e sem aglomeração, Nova Friburgo deve flexibilizar a utilização da proteção contra a Covid-19. Estaria sendo discutida essa medida na prefeitura, tendo em vista que o município já atingiu 83% da população acima de 12 anos com o esquema vacinal (duas doses) completo. Corrobora ainda para a decisão, os leitos de Covid-19 zerados.

Controvérsias
Quanto a liberação em espaços fechados, a defesa seria para que a liberação só ocorra quando as crianças também estiverem vacinadas, algo que ainda não tem um cronograma definido pelo Ministério da Saúde. A liberação do uso de máscaras em espaços abertos encontra resistência por parte de alguns especialistas. Com a alta de casos mesmo em países, como Portugal, por exemplo, que estão com proporção de vacinados maior do que a do Brasil, a proteção voltou a ser obrigatória.  

Pré-estreia
O média-metragem “Baile de Máscaras”, protagonizado pelo ator friburguense, Bernardo Dugin, teve sua pré-estreia nesta semana, na cidade do Rio de Janeiro. O filme já participou de três festivais, acumulando 15 prêmios, incluindo de melhor ator para a estrela friburguense.

Brilha, Dugin
O filme narra a história de Miguel (Bernardo Dugin), que sempre sonhou em conhecer o carnaval carioca e resolve visitar a Cidade Maravilhosa no ano em que a pandemia da Covid-19 impediu a folia. Miguel conhece Malu e Zé do Cavaco, revelando o motivo inusitado que o leva ao Rio, embarcando com seus novos amigos em um carnaval atípico e inesquecível. A trilha sonora é um dos destaques. Após a premiére, o filme de Iury Pinto, finalmente deve chegar ao grande público.

Filme rodado em Nova Friburgo
Por falar em cinema, já está disponível em algumas plataformas de streeming, o filme “O Jardim Secreto de Mariana”, longa que foi quase todo rodado em Nova Friburgo. Após uma rápida passagem pelos cinemas - infelizmente não passou por aqui - já se pode assisti-lo nas plataformas online e conferir várias paisagens comuns aos friburguenses.

Drama com assinatura Globo
O drama é dirigido por Sérgio Rezende e conta a história de uma botânica especialista em reprodução de flores, Mariana (Andréia Horta) e sua relação com João (Gustavo Vaz). Eles formam um jovem casal apaixonado que têm seu relacionamento interrompido de uma maneira intempestiva. Após cinco anos da separação abrupta, João decide fazer uma longa jornada de bicicleta para tentar convencer Mariana de que a relação deles nunca deveria ter chegado ao fim.

Ziquinha
O ídolo da torcida do Friburguense, Ziquinha, vestirá a camisa do Botafogo. O veterano atacante foi convidado e aceitou jogar pelo alvinegro no Brasil Word Legends, competição master de futebol que reúne alguns dos maiores clubes do país. A competição, inclusive terá transmissão de TV pelos canais SportTV. Ziquinha estará em campo neste domingo, 21, quando o Botafogo enfrenta o Internacional. Na sequência, na terça-feira, 23, Corinthians e no dia 25, Bahia.        

Palavreando
“Que o corpo possa seguir as notas da música e cada célula possa escapulir nos falsetes que o artista faz. No envolvimento entre o físico e o sobrenatural, que a voz encontre mais do que os instrumentos, mas o paralelo entre existir e ser feliz. Pudera serem pleonasmo: existência e felicidade”. Trecho da crônica que será publicada na íntegra na edição deste fim de semana do Caderno Z, o suplemento semanal de A VOZ DA SERRA.

 

Na luta para a reconstrução do seu barracão e das fantasias e alegorias perdidas com o incêndio ocorrido em outubro, a Alunos do Samba promove neste domingo, 21, a Feijoada dos Amigos, com tickets a R$ 20. Na ocasião, a agremiação azul e branco do distrito de Conselheiro Paulino também apresentará os seis sambas inscritos que concorrem para a escola levar para a Avenida Alberto Braune no Carnaval 2022.

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Você é capaz de prever o futuro?

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

É importante se planejar. Entender que o futuro traz surpresas e nunca estaremos 100% preparados para recebê-las. O amanhã é cheio de mistérios e nossa única garantia é de que algo inesperado está por vir. Pois então, como se planejar para o incerto? Dinheiro!

É importante se planejar. Entender que o futuro traz surpresas e nunca estaremos 100% preparados para recebê-las. O amanhã é cheio de mistérios e nossa única garantia é de que algo inesperado está por vir. Pois então, como se planejar para o incerto? Dinheiro!

Sim, dinheiro. Sem meias palavras. Precisamos – o quanto antes – entender que dinheiro é uma ferramenta e, assim como toda ferramenta, é importante saber utilizá-lo. Hoje, a nossa conversa é sobre reserva de emergências: nunca saberemos quando nem com o que vamos usá-la, mas pode ter certeza que o momento vai surgir e ter dinheiro para superar tal adversidade vai ser a garantia da sua qualidade de vida.

Portanto, chegou a hora de entender como estruturar a sua reserva e o primeiro passo para começar a pensar na sua reserva é conhecer a fundo suas finanças pessoais para chegar num valor médio e fiel ao seu padrão de consumo mensal.

Agora, com o valor médio das despesas mensais em mãos, é hora de colher outros dados: a segurança do seu emprego, acesso a auxílios de seguridade social e planos de seguro privado, a realidade pessoal de cada integrante familiar responsável pela participação da manutenção financeira doméstica, e alguns outros pontos mais singulares para cada pessoa – mas já não há a necessidade em me estender mais. Enfim, são esses dados, a base para concluir o segundo passo: por quantos meses você pensa em suprir suas despesas sem contar com nenhuma geração de renda? Reserva de emergência é isso, pensar em suprir necessidades extremas e considerar a geração nula de renda. A propósito, basta fazermos uma breve retrospectiva e relembrar como foram caóticos os meses iniciais da pandemia de Covid-19 para compreender a necessidade de considerarmos zero geração de receita para o cálculo da sua reserva de emergências.

Além de todos estes detalhes, é fundamental estabelecer o tempo para a esta reserva suprir suas demandas. Em geral, especialistas em finanças pessoais costumam definir um padrão de seis meses como parâmetro para uma reserva de emergência. Contudo, particularmente, eu prefiro ampliar este parâmetro: dependendo da singularidade de cada pessoa e contexto familiar, o prazo de abrangência desta reserva pode variar de três a nove meses. Portanto, defina, dentro destes critérios, o tempo mais adequado a sua realidade.

Somente aqui, no terceiro passo, você vai ser capaz de calcular o valor exato da sua reserva. Então vamos às contas:

1º passo – Valor médio de despesas mensais = R$ 5.000

2º passo – Tempo suprindo as despesas = 5 meses

3º passo – Valor da Reserva de Emergência: R$ 25.000

Por último, e longe de ser menos importante, é fundamental saber onde alocar sua reserva. Opte sempre por produtos financeiros de alta liquidez, com rentabilidade suficiente para suprir a inflação (rentabilidade alta não é o foco aqui) e baixa volatilidade (você não pode resgatar menos do que investiu para esta reserva). Para facilitar a interpretação, títulos públicos e fundos referenciados DI podem ser boas opções de alocação para a sua reserva de emergência.

O futuro guarda muitas surpresas e essa é a nossa única certeza.

Prepare-se!

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Quatro anos com a palavra

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

A data de aniversário passou, mas faço questão de registrar. Quatro anos. Sem pausas. Este é o tempo em que tenho a honra de assinar semanalmente esta coluna “Com a palavra”, publicada todas as sextas-feiras aqui em A VOZ DA SERRA. E o faço com muito orgulho.

A data de aniversário passou, mas faço questão de registrar. Quatro anos. Sem pausas. Este é o tempo em que tenho a honra de assinar semanalmente esta coluna “Com a palavra”, publicada todas as sextas-feiras aqui em A VOZ DA SERRA. E o faço com muito orgulho.

Mas a minha história com o jornal começou muito antes. Eu diria até que o início desta relação se deu literalmente no dia do meu nascimento. Mas esta parte da prosa vou deixar para um outro dia. Sou leitora assídua do jornal antes de qualquer coisa. Sempre li o jornal impresso e depois que passamos a receber as edições também virtualmente, conseguia ler todas elas. Eu gosto. A VOZ DA SERRA me remete à minha cidade, me conecta a Nova Friburgo, ao nosso universo, às nossas notícias.

Por várias vezes estive nessas páginas e sempre me orgulhei. Poucos sabem, mas ainda na adolescência, o amigo Gabriel me apresentou ao seu saudoso avô, o senhor Laercio Ventura e também à editora do jornal, à época. A ideia que ele teve foi a de levar uma jovem de 12 ou 13 anos para publicar alguns de seus textos, já que escrever sempre foi uma paixão. Lembro-me que eles leram um texto e acho que duvidaram um pouco que eu é quem tinha escrito, mas gostaram. E publicaram. Jamais esquecerei o quanto fiquei feliz. Também não esquecerei o tema daquele texto: amizade! Fez e faz todo sentido. Depois, escrevi mais um e outro e alguns textos, até hoje guardados, estamparam as páginas do jornal.

Tempos depois, infelizmente vivenciamos a catástrofe climática de 2011 e as páginas e portas de A VOZ DA SERRA se abriram mais uma vez para que eu pudesse publicar meus escritos, também até hoje guardados, sobre dor, solidariedade e esperança.

E foi assim que quase 20 anos depois da minha primeira publicação no jornal eu voltei para ficar. Era para ser mais um texto, uma publicação. Eu queria levar algumas palavras para o jornal. E então recebi o convite da Adriana Ventura, diretora do jornal, mãe do Gabriel, filha do sr. Laercio, para escrever uma coluna semanal. Que presente! Senti-me em casa. Fiquei radiante com a possibilidade. Lembro que levantei da cadeira, abracei a Adriana e perguntei: “Eu, escrever uma coluna? Coluna, coluna mesmo, toda semana?” Fiquei em êxtase. Quem me conhece desde os tempos antigos sabe que escrever sempre foi uma paixão. E não seria difícil, imaginei, alinhar essa vocação com a vontade de levar boas mensagens aos leitores. Era sobre isso que eu queria escrever, por mais sem emoção que pudesse parecer. Era sobre cotidiano, gente, sentimento. E conseguimos. Há quatro anos fazemos destes textos semanais uma mensagem que pode chegar na hora certa ao coração de alguém, como diversas vezes já chegou.

Sobre achar que não seria difícil: ledo engano. Não é nem um pouco fácil. Mas vale a pena. E muito! Registrar os quatro anos de “Com a Palavra” aqui é gratificante. Preciso manifestar a gratidão por esta incrível oportunidade e também agradecer aos leitores, sobretudo os assíduos, amantes do bom jornal impresso, que sempre carinhosamente manifestam coisas boas por esta coluna. Sigamos!

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Uso abusivo de álcool cresce durante a pandemia

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Durante algum tempo, por conta da pandemia da Covid-19 foi necessário o isolamento social, que até então, era a única forma de frear a disseminação da doença. Contudo, a privação do contato interpessoal fez com que muitas pessoas buscassem novas formas de entretenimento.

Os restaurantes e encontros de grupos deram lugar às videochamadas com amigos e parentes, lives musicais de artistas e tudo isso sempre acompanhado de um drink preparado em casa, uma cervejinha gelada ou um vinhozinho na cama.

Durante algum tempo, por conta da pandemia da Covid-19 foi necessário o isolamento social, que até então, era a única forma de frear a disseminação da doença. Contudo, a privação do contato interpessoal fez com que muitas pessoas buscassem novas formas de entretenimento.

Os restaurantes e encontros de grupos deram lugar às videochamadas com amigos e parentes, lives musicais de artistas e tudo isso sempre acompanhado de um drink preparado em casa, uma cervejinha gelada ou um vinhozinho na cama.

Com os estabelecimentos comerciais fechados, o bar se transferiu para dentro de casa de vez. Dados da plataforma Compre e Confie revelam que desde o início da pandemia até maio, deste ano, a venda de bebidas alcoólicas saltou 93,3% se comparado com o mesmo período de 2019.

Ainda, muito além do entretenimento, tiveram àqueles que não ingeriam álcool por lazer, mas sim como válvula de escape pela forte ansiedade que acometia a todos. O estresse de sentir-se trancado dentro de casa, o temor pela perda da fonte de renda familiar ou pela ociosidade de não fazer nada o dia inteiro, contribuiu significativamente para o aumento da ingestão de bebidas étílicas.

Fato é que beber em casa se tornou rotina na vida de muitas pessoas que passaram a ingerir álcool com muito mais frequência. A falta de rotina e os dias muito parecidos fizeram as pessoas esquecerem em qual dia da semana estavam. Assim, quem bebia somente nos finais de semana já não seguia mais essa regra.

É o que mostra a pesquisa feita pela Organização Pan-Americana de Saúde que realizou uma entrevista com diversos candidatos em 33 países e concluiu que quase metade dos entrevistados, 42%, relatou alto consumo de álcool nos tempos de confinamento.

De volta ao “novo normal” e com os devidos cuidados

Contudo, os tempos de lockdown ficaram para trás. O Brasil, atualmente, encontra-se em estado avançado de vacinação e aos poucos as políticas públicas vêm sendo flexibilizadas para caminharmos ao que podemos chamar de “novo normal”.

 Fato é que, todos esperavam ansiosamente pelo retorno às atividades sociais. Quem não estava com saudades de frequentar um restaurante ou poder encontrar com os amigos e fazer àquela aglomeração que o brasileiro gosta? E as festividades? Passar o Natal com toda a família reunida e sem medo era um desejo latente nos nossos corações. E não vou nem entrar no mérito da expectativa do próximo carnaval.

Em contrapartida, é interessante vermos que o consumo de álcool que antes era para diminuir o estresse ou para passar o tempo ocioso em casa, não diminuiu. O sentimento que paira é que as pessoas estão bebendo ainda mais para correr atrás do “tempo perdido” em que passaram em confinamento social.

A nutricionista Izabella Bonin, pós graduanda em nutrição esportiva e estética, alerta que o uso recreativo do álcool em si não é o grande problema, mas sim o seu consumo feito de forma não moderada, que pode trazer graves prejuízos à saúde.

“O consumo de álcool em excesso pode gerar diversas doenças e as principais são àquelas ligadas ao fígado, como a esteatóse hepática, conhecida popularmente como ‘gordura no fígado’. Esse é o estágio inicial e sem o tratamento adequado pode evoluir para quadros mais graves como a cirrose alcoólica, por exemplo”, instrui Izabella.

Por fim, a nutricionista explica: “A ingestão, em excesso, de bebidas etílicas pode gerar outras doenças, que apesar de não estarem ligadas diretamente ao álcool, possuem grande influência em quadro mais graves de gastrite, impotência sexual, infarto, trombose, hipertensão, dentre outras”.

Fato é que o consumo de álcool em excesso traz sérios riscos à saúde e devemos ter cautela com o discurso de “correr atrás do tempo perdido”. Todo cuidado é pouco e nosso corpo é um só.

Não se pode deixar que o consumo por lazer se torne um vício, o alcoolismo, que é uma doença extremamente silenciosa para quem é acometido. Se você achar que possui problemas com o uso abusivo de álcool ou quer ajudar alguém, busque ajuda.

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Melhorando a confiança para uma melhor saúde mental

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

No site www.webmd.com/mental-health/signs-trust-issues foi colocado um interessante artigo sobre confiança e saúde mental. Se você tem dificuldade para confiar, isto pode ter relação com coisas que podem ser melhoradas. Confiança em relacionamento humano tem que ver com crer no caráter, na habilidade, na verdade de alguém. Precisamos de confiança para desenvolver relacionamentos saudáveis, seguros e satisfatórios. Viver desconfiando é um estresse.

No site www.webmd.com/mental-health/signs-trust-issues foi colocado um interessante artigo sobre confiança e saúde mental. Se você tem dificuldade para confiar, isto pode ter relação com coisas que podem ser melhoradas. Confiança em relacionamento humano tem que ver com crer no caráter, na habilidade, na verdade de alguém. Precisamos de confiança para desenvolver relacionamentos saudáveis, seguros e satisfatórios. Viver desconfiando é um estresse. Para você seguir bem num relacionamento, é preciso confiar na pessoa.

Quando não existe confiança num relacionamento, surgem pensamentos, sentimentos e ações prejudiciais, como julgamentos negativos, suspeita e ciúme. Se a desconfiança persiste, podem surgir problemas como abuso emocional e físico. As pessoas podem ter problemas de confiança ligados a depressão, ansiedade excessiva, medo de abandono, estresse pós-traumático, esquizofrenia e outros fatores.

Quer saber se você tem problemas de confiança? Veja alguns sinais: 1) Ficar verificando os fatos que lhe disseram, mesmo sem motivo para duvidar do que a pessoa lhe disse. 2) Sempre esperar o pior do que farão com você, suspeitando dos motivos dos outros. 3) Manter-se afastado das pessoas com dificuldade de se abrir para elas, com medo de ser vulnerável e íntimo. 4) Ter muito ciúme, sentindo-se sempre ameaçado como se o outro o fosse enganar.

O que fazer para melhorar os problemas de desconfiança? Se eles estão muito graves e criando muitos problemas nos seus relacionamentos, pode ser útil ter algumas consultas com psicólogo para discutir estas coisas e verificar que possivelmente está existindo o cultivo de pensamentos distorcidos sobre desconfiança por alguma razão que pode não ser ligada ao fato do outro estar enganando ou não ser confiável. Às vezes podemos trazer para a vida adulta problemas de confiança por situações traumáticas vividas no passado infantil e isto perturbar relacionamentos adultos nos quais não existe motivo para desconfiar.

Na terapia psicológica com bom profissional aprende-se a ter novas maneiras de pensar para vencer sentimentos negativos, ajuda a separar problemas passados de medos futuros e se reconstrói a confiança nos relacionamentos atuais.

Se houve em sua vida alguma situação que produziu a perda da confiança, como num caso de infidelidade conjugal, é possível reconstruir a confiança. Quem traiu precisa pedir perdão, mostrar sincero arrependimento pelo erro cometido, oferecer alguma compensação pelo deslize praticado e não mais repetir o mesmo comportamento que perturbou a confiança.

Se um amigo, esposo, esposa ou outro ente querido tiver problemas de confiança, esforce-se para ser mais honesto e transparente em suas interações com ele e, na verdade, com todos. Faça esforços para ser menos defensivo no contato com eles, expondo suas ideias, seus propósitos, com palavras claras, sinceras e honestas.

Diga o que quer dizer, mas faça isso com respeito e clareza. Procure ser direto, objetivo, claro ao pedir o que você quer do seu relacionamento. Não use frases genéricas tipo “quero ser mais amada”, ou “melhore seu relacionamento comigo”. Explique para o outro o que isto significa em termos práticos. O amor não é uma bola mágica de maneira que você diz uma frase genérica, não clara e o outro tem que adivinhar tudo o que você não disse.

Abrir o coração, falar do que sente, ser honesto em seus pensamentos, sentimentos e conduta, ser objetivo nos pedidos, fazer isso com respeito, sem gritaria, sem crises histéricas, sem manipulação, tudo isso favorece um bom relacionamento com amor e promove a confiança.

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Novo álbum de Benito

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Novo álbum de Benito
O mais ilustre dos friburguenses, Benito Di Paula, vai lançar no dia em que completa 80 anos de idade (próximo dia 28) um álbum de músicas inéditas, intitulado “O Infalível Zen”, que também dá nome a uma das canções que integra este novo trabalho. É o primeiro disco do artista com repertório novo desde “A felicidade é nossa” (2017), álbum editado há quatro anos e derivado do EP homônimo apresentado em 2016.

Novo álbum de Benito
O mais ilustre dos friburguenses, Benito Di Paula, vai lançar no dia em que completa 80 anos de idade (próximo dia 28) um álbum de músicas inéditas, intitulado “O Infalível Zen”, que também dá nome a uma das canções que integra este novo trabalho. É o primeiro disco do artista com repertório novo desde “A felicidade é nossa” (2017), álbum editado há quatro anos e derivado do EP homônimo apresentado em 2016.

Só inéditas
A música-título do álbum comemorativo dos 80 anos de Benito Di Paula, O Infalível Zen, é parceria do cantor, compositor e pianista com Rodrigo Campos, bamba do samba paulistano que estourou na cena, após os anos 2000. O projeto do álbum foi articulado pelo filho de Benito, Rodrigo Vellozo, com Rômulo Fróes.

Single já nas plataformas
Com composição de Benito di Paula e letra do cantor e compositor Rodrigo Campos, o single já está disponível nas plataformas de streeming, assim como o clipe da canção. Construído de maneira coletiva, é sobre a relação artística entre pai e filho. A música se chamava ‘O menino no quintal’, mas Benito resolveu alterar o nome. O primeiro single do álbum, “Aurora”, fora lançado em agosto. É tudo o que sabe sobre o álbum até agora, essas duas músicas.

Mais um álbum em 2022
Inspirado pela descoberta de uma série de composições engavetadas por Benito Di Paula, Rodrigo Vellozo uniu a surpresa à celebração do octogésimo aniversário do pai. O disco de inéditas, marca o primeiro trabalho de estúdio entre pai e filho. Além do álbum de músicas inéditas, um tributo fonográfico está previsto para 2022 com abordagens de sucessos de Benito Di Paula por artistas de vários estilos e gerações, sob a batuta do produtor musical Rômulo Fróes.

Show no Rio
Benito faz turnê ao longo deste mês e chega ao Rio de Janeiro no dia 28, data de seu aniversário, onde fará show no Vivo Rio. Com a flexibilização, por conta do avanço da cobertura vacinal, mais ingressos foram colocados à venda e o espaço está apto a ter sua capacidade máxima. Os ingressos custam R$ 120 e são vendidos, exclusivamente, pela internet. 

De volta ao presencial
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) voltará às atividades presenciais de maneira plena a partir do dia 1º de dezembro. A decisão abrange a todos os campi da universidade, inclusive o de Nova Friburgo, que funciona na Fábrica Filó. Uma série de medidas já vem sendo planejada desde setembro para um retorno seguro. Como as aulas só voltam em fevereiro, há um prazo maior para preparar as unidades para o retorno também dos alunos de graduação.

Só quem estiver vacinado
Vale lembrar que a decisão vem acompanhada de uma exigência: para acesso e permanência no interior das dependências da Uerj, será necessária a prévia comprovação de vacinação contra a Covid-19, como medida de interesse sanitário de caráter excepcional, a ser exigida na entrada dos campi universitários. A Uerj é um dos primeiros locais de Nova Friburgo a exigir o passaporte de vacina para entrar em suas dependências. Quem não tiver tomado a vacina, estará impedido de entrar na Uerj.

Minicurso
Por falar na Uerj, estão abertas as inscrições para um curso de Extensão de Redação Científica na Prática. Com 30 horas aula é aberto para alunos e não alunos. O curso fornecerá direcionamento sobre a leitura, interpretação e escrita de textos científicos fundamentais para a formação superior e subsequente encaminhamento para a carreira científica. Serão apresentados princípios básicos e avançados e a aplicação prática de métodos e instrumentos que auxiliam para uma produção científica de qualidade.

Inscrições até dia 26
As aulas se darão em modo presencial e remoto para tratar dos assuntos apresentados no conteúdo programático. Estão previstas mentorias, interpretação de textos específicos, tutoriais, manipulação de plataformas utilizando dispositivos eletrônicos, dentre outros. Os inscritos serão avaliados por meio da redação e apresentação de um texto científico sobre um assunto de interesse a ser definido durante as aulas. Interessados devem enviar um e-mail para verona@iprj.uerj.br (informar no título inscrição e nome) até o próximo dia 26.

Natal solidário com prêmios
Mais de dez estabelecimentos comerciais do distrito de São Pedro da Serra iniciaram a arrecadação de materiais higiênicos, fraldas geriátricas e alimentos não-perecíveis para serem doados, no Natal, às famílias que estão passando por dificuldades. A ação coletiva ainda vai premiar os doadores. A cada doação feita, o doador receberá um cupom para concorrer a prêmios que serão dados pelos envolvidos, de estadias em pousadas à jantares em restaurantes da região.

Ação coletiva
As doações são ilimitadas e podem ser feitas até o dia 20 de dezembro. Não será aceita doação em dinheiro. O sorteio será em live no Instagram, no dia 22 de dezembro, com a participação da banda Efeito Estufa e do cantor Marcelo Serralva. Mais informações pelo WhatsApp (21) 99880-4028 ou (22) 98118-9048.    

Palavreando
“Sofro com a veemência dos fortes, pois bem sei que apenas os fortes sobrevivem. Os fracos não se arriscam. Os fracos vivem sem viver e vivem para morrer. Eu vivo intensamente e pago caro por isso”.

 

 

Foto da galeria
A primeira associação de capoeira de Nova Friburgo completa 20 anos de atividades ininterruptas hoje, 17. Trata-se da Nativos da Serra, do Mestre Caroço. Pelo grupo já passaram centenas de pessoas, de crianças a idosos, graduados nas mais diversas cordas. Mestre Caroço, inclusive, deve alcançar a rara graduação máxima daqui a cinco anos. Anualmente, é promovido um grande encontro que não ocorreu no ano passado por causa da pandemia.
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Maneiras de dizer

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Foi ali um instantinho e já volta

Pode contar que vai demorar. No Brasil, quando o sujeito diz que vai sair para tomar um cafezinho, sabe-se lá aonde esse cara vai e quando vai voltar, se é que vai voltar. Pior ainda se o paletó ficar abraçado ao encosto da cadeira. Há pessoas que parecem pensar que o paletó as representa muito bem e está capacitado a atender a qualquer um que tenha o mau gosto de procurá-las.

Foi ali um instantinho e já volta

Pode contar que vai demorar. No Brasil, quando o sujeito diz que vai sair para tomar um cafezinho, sabe-se lá aonde esse cara vai e quando vai voltar, se é que vai voltar. Pior ainda se o paletó ficar abraçado ao encosto da cadeira. Há pessoas que parecem pensar que o paletó as representa muito bem e está capacitado a atender a qualquer um que tenha o mau gosto de procurá-las.

Sei de um caso em que essa história de “foi ali um instantinho e já volta” levou anos para ser concluída. O sujeito saiu para comprar cigarro. O barzinho ficava só a cinco minutos do apartamento. Meia hora depois, a mulher se deu conta de que o marido estava demorando. Uma hora, começou a ficar preocupada. Duas horas, foi ela própria até o bar. O resto do dia gastou em telefonemas para conhecidos, hospitais e polícia. Nada de nada, nunca mais.  Três ou quatro anos depois, um vizinho está em São Paulo e vai assistir a um jogo no Pacaembu. Estádio lotado, não havia espaço nem para tirar a mão do bolso. Alguém ao lado lhe pede para acender o cigarro e …

Nem preciso contar o resto. O leitor e a leitora, inteligentes do jeito que são, já entenderam tudo. Era aquele cidadão que tinha saído de casa um instantinho e nunca mais voltara. “Se eu falasse que ia embora, ela fazia um escândalo. Aí, resolvi sair de fininho…”

Ela é bonitinha

Até ser gentil está ficando difícil. Outro dia conheci uma senhorita, da terra do Boi Garantido e do Boi Caprichoso, e lhe disse que ela parecia mesmo maranhense, tendo ela me perguntado o que isso significava. “Moreninha, bonitinha…”, foi o que respondi, achando que estava sendo muito galante.  A moça não entendeu assim e retrucou que “Bonitinha é quase feia”. Não satisfeito de ter dito a primeira besteira, acrescentei a segunda: “Já me disseram que bonitinha é uma feia bem vestida”, do que — louvado seja o bom humor feminino! — a jovem achou graça.

 Portanto, para dirimir qualquer dúvida, passada, presente ou futura, deixo consignado em ata que, quando atribuo a alguém o título de “bonitinha”, estou querendo dizer que: a) essa pessoa pode não ser uma dessas belezas arrebatadoras que enfeitam capas de revistas e telas de televisão; b) também não chega a ser nenhum Corcunda de Notre Dame; c) enfim, está naquele meio termo em que a pessoa pode ser chamada, sem ofensa, de… digamos assim… bonitinha.

Não é que eu queira fazer fofoca, não, mas…

Haja ouvidos e paciência, porque esse prólogo invariavelmente dá início a uma sessão completa de mexericos. Há quem garanta que o disse-me-disse é essencial à sanidade mental das pessoas. Segundo essa teoria, falar mal de alguém, fazer uma intriga, levantar uma suspeita, ao menos de leve e de vez em quando, é sinal de equilíbrio e bom humor. E a prova disso é que nos hospícios os internos não andam inventando enredos para complicar a vida dos outros. Ao contrário, falam quase exclusivamente de si mesmos: um é Neymar Jr., o outro é William Bonner, e mais aquele que consegue ser, em dias alternados, Ayrton Senna e a Princesa Isabel. Já o pessoal tido como mentalmente são, como gosta de uma fofocaria!

É de Machado de Assis o conto no qual um falastrão afirma saber que certa jovem está prometida em casamento a um amigo seu. Infelizmente para ele, o pai da moça estava presente e exige do fofoqueiro o nome do autor daquela mentira. A seguir, saem os dois à procura do primeiro acusado, que diz ter ouvido a história de um terceiro. E este aponta outro, que nomeia mais outro. A busca parece infindável! Os dois percorrem vários bairros do Rio, vão a Niterói e voltam, até que chegam ao suposto autor da história. Diante da enfurecida bengala paterna, o último acusado esclarece: “Mas foi o senhor mesmo que me contou isso!”

Daí se conclui que fazer fofoca pode ser saudável, mas é também uma arma que frequentemente se volta contra quem a dispara.

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Botafogo consegue seu objetivo: a primeira divisão

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Foi um ano tenso, com a pandemia atingindo milhões de pessoas e ceifando milhares de vidas; lock down, confinamento, uma série de medidas a que o brasileiro não estava acostumado. Para os torcedores dos vários times espalhados por esse Brasil, o afastamento dos estádios e distância forçada de seus ídolos, restritos à tela dos televisores. Para os botafoguenses, uma complicação a mais, pois o time disputava a segunda divisão do Brasileirão e, no primeiro turno, estava mal próximo à zona de rebaixamento para a série C, a terceira divisão.

Foi um ano tenso, com a pandemia atingindo milhões de pessoas e ceifando milhares de vidas; lock down, confinamento, uma série de medidas a que o brasileiro não estava acostumado. Para os torcedores dos vários times espalhados por esse Brasil, o afastamento dos estádios e distância forçada de seus ídolos, restritos à tela dos televisores. Para os botafoguenses, uma complicação a mais, pois o time disputava a segunda divisão do Brasileirão e, no primeiro turno, estava mal próximo à zona de rebaixamento para a série C, a terceira divisão. Era o inferno astral para os torcedores da estrela solitária.

Pouco antes do final do primeiro turno, o técnico Marcelo Chamusca foi demitido e Enderson Moreira foi contratado. Mudança da água para o petróleo (mais escuro que o vinho) e seu dedo, mais as contratações pontuais da diretoria, fizeram vislumbrar uma luz ao final do túnel e já faltando oito rodadas para o final do campeonato, o Botafogo assumia a liderança do torneio, com as chances de volta à primeira divisão se tornando, pouco a pouco uma realidade.

A última segunda-feira, 15 de novembro de 2021, uma data para ficar na memória dos botafoguenses de coração e carteirinha. O estádio Nilton Santos, o popular Engenhão, lotado com quase 30 mil torcedores, foi palco de uma festa há muito nunca vista, num jogo histórico, pois a vitória contra o Operário do Paraná, significaria o retorno tão sonhado à série A do Brasileirão, em 2022.

Como não poderia deixar de ser, tensão em cada milímetro do estádio, que era vista também nos torcedores e nos jogadores. Pela primeira vez jogavam com estádio cheio, os jogos anteriores tinham sido ou com estádio vazio ou com capacidade de público limitada; sentiam a responsabilidade de não frustrar uma torcida apaixonada e, porque não, sofrida.

É claro que para o Fogão nada é fácil e, aos 16 minutos do segundo tempo, o Operário marcou o seu gol naquilo que poderia ser uma ducha de água fria nas pretensões alvinegras. Todos sentiram o golpe, o caldeirão criado pela torcida alvinegra fervia e não era da forma esperada. Atrás no placar, a pressão em campo e vinda das arquibancadas se voltou contra o Botafogo. Mas o que parecia desastre voltou a ser festa no gol de empate de Pedro Castro, de cabeça, após bela jogada de Chay. Diga-se de passagem, que as duas primeiras substituições promovidas por Enderson, foram providenciais e mudaram a dinâmica do jogo.

 Aos 38 minutos, o Nilton Santos explodiu da forma esperada pela torcida. Após cruzamento da esquerda de Matheus Frizzo, o artilheiro alvinegro, Rafael Navarro, apareceu na primeira trave para desviar e virar a partida a favor do Botafogo: 2 a 1 e uma festa incontrolável da massa alvinegra. O estádio explodiu da forma esperada pela torcida. O placar, agora marcava 2 a 1 e a festa tomou conta da massa alvinegra, nas arquibancadas.

Foram mais 11 minutos de ansiedade, pois o juiz acrescentou mais quatro em função das paralisações, até que com o apito final, a tensão desapareceu e a comemoração da tão esperada volta à primeira divisão extravasou as fronteiras do Nilton Santos.

Foi muito legal ver os jogadores com seus filhos no gramado, o goleiro Diego Loureiro com sua filha de meses era a expressão pura da satisfação, apesar da dúvida se segurava um bêbe ou a bola. O filho do grande capitão Joel Carli, com os olhos marejados ao lado do pai e a filha do maestro da equipe, Chay, brincando dentro de um dos gols, por coincidência aquele em que o Operário marcou o seu gol.

O campeonato ainda não acabou, faltam duas rodadas e o objetivo, agora, é o título da segundona, pois ao contrário dos que muitos pensam, deve ser comemorado, sim. Premia o esforço de um grupo de jogadores que se comprometeram a recolocar o Botafogo no lugar de onde nunca deveria ter saído, de um técnico que soube tirar o máximo de cada um e de uma torcida que nunca abandonou seu time do coração.

E para terminar ão, ão, ão, Fogão é primeira divisão.

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